Wagner Lopes cita ansiedade e inexperiência por “caminhão de gols” perdidos em revés do Vitória

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Apesar do resultado, chamou a atenção a quantidade de gols perdidos pela equipe durante toda a partida. Não à toa, o Rubro-Negro completou seis jogos sem balançar as redes uma vez sequer.

Em entrevista concedida após a partida, o técnico Wagner Lopes usou vários argumentos para justificar a falta de pontaria e, consequentemente, a derrota: ansiedade, juventude do elenco e a soma dos problemas enfrentados pelo Vitória nos últimos anos.

– Temos um elenco muito jovem. E, infelizmente, nesta hora importante, uma hora decisiva, acaba pesando um pouquinho de cada coisa. E a gente sabe que, muitas vezes, as oportunidades aparecem. Não consigo nem enumerar tantos gols que nós erramos. Não é por acaso. É uma somatória de tudo que vem acontecendo nos últimos meses; talvez até nos últimos anos. É um pouco de ansiedade, um pouco de falta de concentração. Você querer cavar uma falta na saída de jogo em vez de fazer o passe de segurança… Então é juventude. A gente sabe que são jogadores com potencial. Mas, nessa hora, a falta de experiência pesa, ansiedade pesa. Tudo atrapalha. É continuar acreditando, trabalhando. Honrar a camisa. É o que a gente tem pedido. A gente fica triste com o resultado, principalmente devido ao volume de jogos que tivemos. Porém, em muitos momentos, tivemos contra-ataque. Se não é o Lucas [Arcanjo], a gente tinha tomado outro gol. precisa ter um equilíbrio entre atacar e defender, que a gente teve em muitos jogos. Hoje, infelizmente, a ansiedade e até um pouco de falta de concentração, acho que pesou – afirmou.

O que fazer, então, para solucionar os problemas e tentar engatar uma reação na reta final de Série B para fugir do rebaixamento? Treinar melhor o time, na avaliação de Wagner Lopes.

O treinador também se incomodou com a falta de "luta" entre os jogadores do Vitória, no sentido de um chamar a atenção do outro.

– Procurar soluções, treinar o time melhor, na melhor maneira de interagir com os jogadores, de pedir mais dedicação, de pedir que se incomodem mais. Que briguem mais dentro de campo um com o outro, que se cobrem mais. Em muitos momentos, eu vi o Confiança, brigando um com o outro, se xingando, exigindo mais raça um do outro. E nós não fizemos isso. Precisamos que nossos jogadores lutem mais, no sentido de um contra outro também. É um grupo jovem, mas que tem condição de render mais, principalmente nas horas decisivas – disse Wagner Lopes.

Depois da derrota para o Confiança, o Vitória tem nove partidas para evitar a queda para a Série C. Para sair do Z-4, a equipe vai precisar de, no mínimo, três rodadas. Ainda assim, Wagner Lopes não jogou a toalha.

– A gente sabe que são nove jogos difíceis. Em muitos momentos, hoje, tivemos construção, movimentação, triangulação. Teve momentos em que podia ter finalizado, optou pelo drible. Em outros momentos, chutou e poderia ter usado o lado direito. A gente quer vencer, tirar o time do rebaixamento. Mas a força da nossa torcida vai ser uma injeção de ânimo para o nosso jogador. Não só pela motivação de ter a torcida, mas também a cobrança que isso gera. É muito importante que o nosso torcedor apareça para nos vaiar, nos criticar, nos apoiar. Mas que esteja presente conosco neste momento – afirmou o treinador do Vitória.

Depois do jogo deste sábado, o elenco do Vitória não terá muito tempo de descanso. O Rubro-Negro volta a campo na terça-feira. O Leão enfrenta o Sampaio Corrêa, no Maranhão, às 19h (de Brasília), pela 30ª rodada da Segunda Divisão.

Como solucionar tantos erros de finalização?
– A gente tem como orientar, treinar, simular situação de jogo. Mas, na hora que a bola rola lá dentro, são os jogadores as estrelas, são eles que finalizam, cruzam, correm. A gente ensina os caminhos. O treinador é o guia. Tivemos criação, ultrapassagem, cruzamentos na área. Muitas vezes, a bola passando por dois centroavantes de ofício, e a gente não conseguia desviar para dentro do gol. As que acertamos no gol, o goleiro pegou. Continuar acreditando no que a gente está trabalhando, no que a gente está treinando. São nove jogos. Buscar fazer o nosso melhor e pedir para que cada atleta dê o seu melhor para que a gente consiga vencer.