Análise: o velho e o novo andam juntos em jogo estratégico do Vitória para bater o Novorizontino

Na noite do último domingo, no Barradão, o Rubro-Negro venceu por 2 a 1, pela 17ª rodada, porque apostou na formação tática com três zagueiros em casa e contou com um ataque mais móvel, duas novidades na competição. Além disso, o time comandado por Léo Condé explorou mais uma vez seu ponto mais forte no campeonato: a bola parada (assista aos melhores momentos no vídeo abaixo).

A escolha pela formação com três zagueiros foi fruto da ausência de Rodrigo Andrade, peça-chave no meio-campo que segue como desfalque. Por isso, o técnico Léo Condé escalou Yan Souto pela direita, ao lado de Camutanga e Wagner Leonardo, no meio e no lado esquerdo da defesa, respectivamente.

+ Veja mais notícias sobre o Vitória
+ Veja a tabela da Série B

A formação que havia sido utilizada em alguns jogos do Rubro-Negro fora de casa serviu para "soltar" os laterais Railan e Felipe Vieira. Já o ataque foi montado com muita velocidade e nenhum centroavante. Osvaldo fez a função de camisa 9.

Vitória no primeiro tempo

A formação tática espelhada ao modo de jogar do adversário não trouxe a superioridade esperada nos primeiros 15 minutos. O Vitória teve dificuldade para organizar o jogo desde o setor defensivo e deixou muitos espaços no meio-campo, tanto que o time visitante chegou a ter mais de 60% de posse de bola neste período do jogo.

A partir do 20º minuto, o Vitória passou a ser dominante e deixar o adversário mais acuado. Com Nem e Osvaldo posicionados por dentro e os laterais avançados, o Rubro-Negro encontrou campo para jogo, principalmente pelo lado esquerdo.

A falta de criatividade do Vitória tentando propor jogo foi substituída por um bom contra-ataque com participação dos três atacantes. Nem passou bola em profundidade para Mateus Gonçalves, que cruzou da direita e contou com falha da defesa para conclusão e gol de Osvaldo.

Em mais um contra-ataque, o Vitória teve chance de ampliar logo em seguida, mas Nem desperdiçou chance após bom cruzamento de Mateus Gonçalves, desta vez pelo lado esquerdo.

Mas o segundo gol foi construído na melhor arma do Rubro-Negro na Série B: a bola parada. Nem cobrou bola que viajou até a segunda trave, e Camutanga marcou o segundo. Depois de um início de primeiro tempo complicado, o Vitória finalizou a primeira parte do jogo sem problemas defensivos e com placar muito favorável.

A segunda etapa veio com mudança no setor ofensivo, mas não por opção técnica. Condé precisou substituir Osvaldo, com problemas físicos, por Welder, o que diminuiu a mobilidade do setor ofensivo.

Mas as apostas nos lances rápidos continuaram como melhor estratégia do Vitória. O time construiu bela jogada iniciada em lançamento longo de Gegê para a esquerda e completada com passe de Mateus Gonçalves e finalização de Railan, da entrada da área, para defesa de Jordi.

Defensivamente, o Vitória manteve-se equilibrado, tanto que o goleiro Lucas Arcanjo foi mais torcedor que jogador na partida, uma comprovação da boa escolha de Condé pela formação com três defensores. O jogo estava tão sossegado que Condé promoveu a estreia do volante Jhonny Lucas no lugar de Gegê.

Um erro na bola parada trouxe aflição para o Rubro-Negro em um jogo que parecia definido. Yan Souto ficou para trás na marcação, após cobrança de escanteio, e viu Geovane diminuir para o time visitante.

Por novo fôlego ofensivo, Léo Condé promoveu a terceira alteração no jogo e colocou Matheusinho no lugar de Wellington Nem. Após o trigésimo minuto, o treinador do Vitória fez duas alterações na defesa: o zagueiro João Victor no lugar de Yan Souto e do lateral-esquerdo Marcelo na vaga de Felipe Vieira.

Renovado em campo, o Rubro-Negro não sofreu a pressão adversária e ainda teve chances, com Wagner Leonardo e Mateus Gonçalves. O sistema defensivo manteve-se ligado para segurar o resultado. No geral, o time baiano teve seis finalizações ao alvo contra uma do adversário (assista aos gols do jogo no vídeo abaixo).