Série C: trabalhos dos clubes que conseguiram os acessos indicam força da nova geração de técnicos

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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

O torcedor brasileiro há muito clama por renovação nas áreas técnicas de seus clubes. Essa realidade parece estar batendo à porta, uma vez que, na atual edição da Série C do Campeonato Brasileiro, por exemplo, Fernando Marchiori, Paulo Baier, Ricardo Catalá e João Burse, que conquistaram o acesso à Série B comandando ABC, Botafogo-SP, Mirassol e Vitória, respectivamente, têm idade inferior a 43 anos de idade. A expectativa agora é que a toada de "novas mentalidades" perpetue-se ainda mais em todas as camadas do futebol nacional.

1 de 7 — Foto: Lucas Figueiredo / CBF

— Foto: Lucas Figueiredo / CBF

O último fim de semana definiu as últimas pendências da atual edição da 3ª divisão do Campeonato Brasileiro. Com o ABC classificado à Série B desde a penúltima rodada do quadrangular do acesso em seu grupo, restavam três vagas, que foram conquistadas por Mirassol, Vitória e Botafogo-SP. A final da Série C, inclusive, será entre o Elefante Potiguar e o Leão Paulista, em datas e horários ainda a serem definidos pela CBF.

A média de idade dos quatro técnicos que conseguiram o acesso na Série C é de 42,5 anos.

As campanhas das equipes tiveram as suas peculiaridades. ABC e Mirassol, por exemplo, estiveram entre os oito melhores clubes da primeira fase da competição durante as 19 rodadas iniciais. Botafogo-SP e Vitória, por outro lado, viveram momentos de altos e baixos, mas, ao fim do percurso, a meta principal de conquistar a classificação foi alcançada. A semelhança entre todos eles está na área técnica, uma vez que todos possuem no comando de suas equipes profissionais que estão entre as "promessas" do futebol nacional.

ABC – Fernando Marchiori (43 anos)

Campeão mato-grossense e da Copa Verde (ambos em 2015) com o Cuiabá, bicampeão da Taça FPF (em 2015 e em 2017) e campeão da 2ª divisão do Campeonato Paranaense (2017) com o Maringá-PR, campeão paulista da Série A2 (em 2019) com o Santo André e campeão da Copa Paulista (em 2020) com a Portuguesa, Marchiori chegou ao ABC de Natal para substituir Moacir Júnior após a eliminação do Elefante para o Altos-PI, na Copa do Brasil.

2 de 7 Fernando Marchiori chegou ao ABC há seis meses e levou o time ao título estadual de 2022 e à final da Série C — Foto: Rennê Carvalho/ABC

Fernando Marchiori chegou ao ABC há seis meses e levou o time ao título estadual de 2022 e à final da Série C — Foto: Rennê Carvalho/ABC

Ao todo, foram 39 jogos sob o comando da equipe da Frasqueira, com um retrospecto de 17 vitórias, 16 empates e seis derrotas. Até o momento, são apenas seis meses de trabalho no ABC, tempo o bastante para, com um futebol muito equilibrado nos três setores, levar a equipe ao seu 57º título estadual, ao acesso à Série B e, de quebra, ter a chance do bicampeonato da Série C do Brasileirão.

Botafogo-SP – Paulo Baier (47 anos)

Paulo Baier foi uma das mais icônicas figuras do futebol nacional nos últimos anos dentro das quatro linhas. Isso porque o ex-meio-campista atuou em bom nível até 2016, quando, aos 41 anos de idade, decidiu pendurar as chuteiras e migrar para a área técnica. Se como atleta Paulo Baier foi motivo de brincadeiras por parte dos desportistas por sua longevidade, entre os técnicos a premissa é totalmente oposta, uma vez que, com 47 anos de idade e há apenas cinco como treinador, já protagonizou grandes feitos, como, por exemplo, levar o Próspera-SC, seu primeiro clube na carreira de técnico, da 3ª para a 1ª divisão do Campeonato Catarinense em duas temporadas.

3 de 7 Paulo Baier é outro nome que figura entre as novas revelações da área técnica do futebol brasileiro — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

Paulo Baier é outro nome que figura entre as novas revelações da área técnica do futebol brasileiro — Foto: Luciano Tolentino/EPTV

Como treinador, Paulo Baier passou por outras tradicionais equipes, como Brusque-SC, Toledo-PR, São José-RS e Criciúma, desembarcando em Ribeirão Preto em maio, após a Pantera demitir Leandro Zago por maus resultados. Apesar de ter disputado a Copa Paulista pelo Tricolor, foi na Série C que o comandante mostrou o seu potencial, colocando a equipe entre as oito melhores da primeira fase e no quadrangular, fazendo com que a equipe conquistasse resultados expressivos que acabaram por garantir o retorno à Série B.

Mirassol – Ricardo Catalá (40 anos)

A missão de Ricardo Catalá no Mirassol era difícil desde o seu retorno ao interior paulista, em março deste ano, uma vez que precisava substituir à altura o bom trabalho de Eduardo Baptista, que deu ao Leão o seu primeiro título nacional (a Série D de 2020) e levou a equipe até as semifinais do Campeonato Paulista do ano passado.

4 de 7 Ricardo Catalá, técnico do Mirassol, pode lavar a equipe ao seu segundo título nacional — Foto: Léo Roveroni/Ag. Mirassol

Ricardo Catalá, técnico do Mirassol, pode lavar a equipe ao seu segundo título nacional — Foto: Léo Roveroni/Ag. Mirassol

Quando a bola rolou, de posse de um bom elenco e com boas ideias técnicas e táticas, fez com que as expectativas que giravam em torno de seu time se tornassem realidade. Prova disso é que dominou toda a primeira fase da Terceirona, mantendo-se sempre entre os quatro primeiros desde o início do campeonato, conquistando posteriormente o inédito acesso à Série B. A história de Catalá no Mirassol pode ficar ainda mais bonita caso o paulista consiga dar à torcida mais um título nacional.

Vitória – João Burse (40 anos)

Entre toda a nova safra que dominou a Série C, o caso mais emblemático talvez tenha sido o de João Burse. Isso porque, quando assumiu o Vitória, em junho, o Leão estava na 16ª posição, com apenas 11 pontos conquistados em 11 jogos e mais próximo da zona de rebaixamento do que da zona de classificação.

5 de 7 Mesmo com uma série de adversidades, João Burse conseguiu levar o Vitória de volta à Série B — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Mesmo com uma série de adversidades, João Burse conseguiu levar o Vitória de volta à Série B — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Coube a Burse, que já havia treinado as equipes sub-17, sub-20 e sub-23 do Rubro-Negro, oficializar o matrimônio entre time e torcida, superar as adversidades e colocar a equipe no quadrangular do acesso. Na disputa com ABC, Figueirense e Paysandu para ir à Série B, pesou a sinergia entre técnico, time e torcida, que fizeram a equipe soteropolitana retornar à Segundona apenas uma temporada após o rebaixamento.

Técnicos da Série C de 2022, por ordem crescente de idade

  1. Brasil de Pelotas – Thiago Gomes (38 anos)
  2. Mirassol – Ricardo Catalá (40 anos)
  3. Vitória – João Burse (40 anos)
  4. Figueirense – Júnior Rocha (41 anos)
  5. Volta Redonda – Rogério Corrêa (41 anos)
  6. ABC – Fernando Marchiori (43 anos)
  7. Floresta – Leston Júnior (44 anos)
  8. Botafogo-SP – Paulo Baier (47 anos)
  9. Remo – Gerson Gusmão (48 anos)
  10. Ypiranga-RS – Luizinho Vieira (50 anos)
  11. Atlético-CE – Roberto Carlos (51 anos)
  12. Altos – Fernando Tonet (52 anos)
  13. Aparecidense – Moacir Júnior (55 anos)
  14. Botafogo-PB – Itamar Schülle (56 anos)
  15. Confiança – Vinícius Eutrópio (56 anos)
  16. São José-RS – Paulo Henrique Marques (57 anos)
  17. Manaus – João Brigatti (58 anos)
  18. Campinense – Flávio Araújo (59 anos)
  19. Paysandu – Márcio Fernandes (60 anos)
  20. Ferroviário – Francisco Diá (66 anos)

Média de idade geral: 50,1

O embate entre gerações

A idade dos treinadores por si só não serve de parâmetro para julgar trabalhos a médio e longo prazo. No entanto, nos últimos anos, observa-se no futebol brasileiro o surgimento de novos profissionais que fizeram com que o torcedor anseie por técnicos adeptos à escola do futebol moderno, em contraposição aos profissionais que marcaram época no futebol do Brasil nas décadas de 90 e 2000, mas que acabaram por perder espaço.

6 de 7 Fernando Diniz é um dos destaques da nova geração de técnicos brasileiros — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC

Fernando Diniz é um dos destaques da nova geração de técnicos brasileiros — Foto: Mailson Santana / Fluminense FC

Fernando Diniz, agora no comando do Fluminense, com 48 anos, tem sido o nome da vez no futebol do Brasil. Isso porque, mesmo com elencos limitados em relação a Atlético-MG, Palmeiras e Flamengo — equipes que detêm o maior poderio financeiro do futebol brasileiro neste momento —, consegue desempenhar um futebol que, além de agradável aos olhos, faz com que a equipe conquiste bons resultados dentro de campo. Diniz, inclusive, é visto com bons olhos por muitos para assumir a Seleção em substituição a Tite, após a Copa do Mundo do Catar.

7 de 7 Vanderlei Luxemburgo tem tido dificuldade em se manter no mercado do futebol nos últimos anos — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Vanderlei Luxemburgo tem tido dificuldade em se manter no mercado do futebol nos últimos anos — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Por outro lado, o desportista brasileiro enxergou nos últimos anos ícones do esporte perderem espaço de forma gradativa. O exemplo mais caro na cabeça do torcedor certamente é o de Vanderlei Luxemburgo, multicampeão e treinador de grandes equipes do Brasil e do Mundo, assim como da seleção brasileira, que, desde que deixou o Cruzeiro no fim do ano passado, não conseguiu voltar ao mercado. No entanto, Felipão, do Athletico Paranaense e no auge de seus 73 anos, mostra que futebol não é receita de bolo ao levar o Furacão a uma final de libertadores, a segunda da história do clube.

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Fonte: https://ge.globo.com/pb/futebol/brasileirao-serie-c/noticia/2022/09/26/serie-c-trabalhos-dos-clubes-que-conseguiram-os-acessos-indicam-forca-da-nova-geracao-de-tecnicos.ghtml


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