Wagner assume responsabilidade por falta de gols no Vitória e diz que não tem "terra arrasada"

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Diante da situação delicada, o técnico Wagner Lopes vê tempo para recuperação e mantém a esperança de livrar o Vitória do rebaixamento. Em entrevista coletiva concedida após a derrota desta tarde, o treinador destacou que um triunfo pode mudar tudo.

"Ainda tem muito campeonato pela frente. Não tem 'terra arrasada'. A gente sabe da nossa responsabilidade. Mas você ganha um jogo, e muda tudo. Muda o sentimento, a pressão. E está tudo muito embolado, e tem muitos jogos. Acredito muito que a gente pode escapar do rebaixamento, sim", diz.

Wagner Lopes analisou o gol sofrido pelo Vitória com dois minutos do jogo e lamentou ter que mudar toda a estratégia que havia sido definida.

– A tomada de decisão precisa de aproximação, de uma sincronia melhor. Claro que nós montamos uma estratégia de jogo para atrair o adversário, para fazer o adversário se expor, que não é uma característica deles, de esperar, para a gente poder ter uma situação de exposição para que a gente pudesse aproveitar esses espaços. Erramos muito.

– Nos dois minutos de jogo, tomamos o gol, que é o que acaba com qualquer estratégia. Porque aí a gente tem que sair. E, apesar da posse de bola, não tivemos aproximação, com ultrapassagens, caprichar nesse cruzamento, cruzar com mais gente na área. acho que é uma somatória. E calma. Ter tranquilidade na hora de cruzar, envolver o adversário, criar uma situação de drible, de superioridade numérica, de ultrapassagem, usar isso na hora certa. Acho que o nervosismo fez com que a gente errasse muito nas finalizações das jogadas – completa.

O treinador também comentou o problema do time para marcar gols. O Vitória balançou as redes 18 vezes e tem o segundo pior ataque da Série B, ao lado do Vila Nova.

"Falta de gols é culpa do treinador. É minha culpa, minha responsabilidade. Eu vou sempre estar protegendo meus jogadores em qualquer situação. Pode colocar na minha conta", afirmou.

O Vitória volta a campo na próxima quarta-feira. O adversário vai ser o Botafogo, no Barradão, às 21h30 (horário de Brasília).

Ausências de Fernando Neto e Marcinho
– As alternativas estão no próprio elenco. Nós contamos com essas opções. Vamos ver quem faz uma boa semana, quem está motivado, quem quer pagar o preço. E a gente vai dar oportunidade.

Por que não colocou Soares em campo?
– Porque a caraterística do Soares é de toques curtos, e não de só bola longa. E nós optamos por circulação de bola, que estava muito congestionado por dentro. Na maioria das vezes, com três volantes, e nós já tínhamos feito uma substituição por um segundo atacante, para pisar com mais gente na área. E aí optamos por circulação, renovar força nas beiradas, porque é onde entendo que a gente conseguiria criar as melhores oportunidades. Não por dentro, como eles tinham muita gente.

Problema do time foi identificado? Psicológico atrapalha?
– Foi identificado, sim. O psicológico é tudo na vida. Mental forte é tudo em qualquer situação, tanto em situação positiva quanto em negativa. Precisamos ter mais calma. A gente está tentando passar isso. Mas não é porque perdeu que está tudo “terra arrasada”. A gente tem muito campeonato. Está tudo próximo ali. Se você for ver, em termos matemáticos, tem muita chance. A gente sabe que o próximo jogo é contra um adversário difícil, mas, se você ganha um jogo, muda tudo. Muda o ambiente, a tristeza, a confiança. Não tem “terra arrasada”, olhar para frente e trabalhar com mais vontade ainda.

Problema nas finalizações
– A gente faz muito trabalho de posse de bola, circulação, aproximação, para trabalhar dentro dos quadrantes. No dia a dia, desde o aquecimento até o último trabalho, a gente valoriza, com a posse de bola, de ficar com ela. É claro que ninguém quer errar. O número de erros, é óbvio que incomoda. E a gente trabalha no intuito de errar o mínimo possível. E, principalmente, no último passe, finalizar melhor. Coisa que não aconteceu hoje.

Decisões na hora de fazer gols
– Hoje, e nos últimos jogos, estamos com uma criatividade baixa. Acredito que temos uma criatividade melhor. Por exemplo, nós tivemos lances hoje de o companheiro fazer o facão, ele faz a diagonal, quem está com a bola, em vez de passar, quer driblar para dentro, aí acaba perdendo a bola, dando contra-ataque. Essa tomada de decisão pode ser melhor. Fazer um pouco mais simples, pegar, passar, aparecer para jogar, atacar o espaço. Essa situação é treinada, a gente pede. Mas, infelizmente, a gente não está conseguindo fazer com eficiência.