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O tropeço diante do Itabuna, domingo, foi classificado pelo técnico João Burse como um momento de vergonha. O treinador pediu desculpas aos torcedores durante a entrevista pós-jogo, e disse que precisa de mente forte para levantar a cabeça de todos.

“Tem que ser mente forte para levantar a cabeça de todos. Pedir desculpas ao torcedor. É o momento de consertar o que fez de errado. Primeiro tempo poderia ter feito os gols, mas não fez. Segundo tempo sofremos os gols e acabou desorganizando. Responsabilidade total minha. É levantar a cabeça e consertar”, promete.

Burse entendeu o momento dos jogadores que deixaram o gramado juntos ao final da partida, evitando fazer comentários sobre a tarde infeliz.

“Cada um reage de uma forma, não é uma coisa que eu vou conseguir controlar. Estou aqui me responsabilizando e colocando a cara como líder dessa equipe. Cada um reage de uma forma, e com um momento difícil como esse saem mais irritados. Mas estou aqui para representá-los”, disse.

O comandante ressaltou que ainda não está com todos os atletas disponíveis e falou sobre a escalação do time e as mudanças no decorrer da partida.

“Nenhum jogador é intocável. Ainda não temos todos os atletas disponíveis. Estávamos com todos os meias jogando, com Eduardo, Torres (Diego), Gegê. Andrade foi vetado por desgaste. Mas não tem maneira intocável. Responsabilidade minha de todas as mudanças no segundo tempo. Estávamos perdendo, tinha que tirar o Railan que sentiu cãibras. Não tinha ninguém de origem, por isso arriscamos colocando o Alisson e fazendo uma saída de três. Infelizmente as mudanças não deram certo, e a responsabilidade é minha”.

Sobre o fato de o time ter disputado quatro jogos em 11 dias, na opinião de Burse a maratona não foi motivo para o resultado adverso.

“Não, de maneira nenhuma. Tem desgaste, mas não tem desculpa em relação a isso. O Vitória perdeu dentro de casa, e estamos nos responsabilizando. É pedir desculpas pelo que aconteceu”.

Além da satisfação com o desempenho do time, que voltou a vencer, o técnico Fabiano Soares estava muito feliz e fez questão de elogiar o comportamento da torcida rubro-negra na partida deste domingo (22) contra o Confiança. Apesar da greve dos rodoviários do sistema de transporte público, a galera compareceu em Barradão e foi importante na vitória de 3 a 0 diante do Confiança.

Os torcedores cantaram as músicas, aplaudiram, incentivaram e quando a torcida adversária – estava em boa quantidade – tentou gritar mais alto, a rubro-negra abafou.

“Não podemos pedir nada para a torcida. Temos só que ser gratos. Eles deram um show hoje. Eu imagino esse campo com nosso time ganhando três, quatro, cinco jogos. Vai ser fantástico. Esperamos que o time se demonstre intenso para manter essa relação entre torcida e jogadores”, destacou o comandante rubro-negro.

Na coletiva pós-jogo, o técnico pediu também desculpas aos repórteres porque nas entrevistas, ainda desacostumado com a língua portuguesa, troca algumas palavras. Fabiano desenvolveu toda a carreira como atleta fora do país,  iniciou a carreira de técnico na Espanha, é casado com uma espanhola e tem filhos espanhóis.

“Preciso pedir desculpas para vocês. Às vezes eu me enrolo, troco as palavras. Sou casado com uma espanhola, meus filhos são espanhóis”, disse.

Fabiano explicou a mudança de atitude do time, as alterações que fez e confessou que aos poucos os jogadores estão assimilando a maneira que ele quer que jogue.

“Nós tivemos uma reunião aqui no clube com os jogadores. Mostramos que todo mundo está remando para o mesmo lado. A atitude foi muito boa. O Botafogo (da Paraíba) nos ganhou com uma jogada de quem ganha de equipe juvenil. Mas acho que a reunião ajudou a sintonizar melhor todos no clube e conseguimos mostrar em campo a união desse grupo. A torcida pode esperar um time valente, proativo. Espero muitas vitórias pela frente”, garante.

Fabiano repetiu em quase todas respostas às perguntas da imprensa a palavra proativo. Para ele, quando o time conseguir ser mais proativo, as vitórias virão.

“O Vitória não pode ser reativo, tem que ser proativo. Alguns jogadores precisam perder o medo de pressionar lá na frente. Pouco a pouco vamos mudar e conseguir os pontos que precisamos”.

FOTOS: Pietro Carpi/ECV

Consciente, o experiente técnico Geninho reconhece as dificuldades enfrentadas neste início de trabalho no comando rubro-negro. No entanto, é sincero e confessa: “Nós perdemos para nós mesmo”, pontuou após a derrota por 1 a 0 diante do Floresta (CE0, na noite deste sábado, no Barradão, a segunda dele em três partidas.

“Primeiro tempo nós não jogamos, foi muito ruim. O time entrou nervoso, errava passes. A primeira bola que um jogador errava, ele não arriscava fazer de novo a jogada. Tivemos, apesar de o adversário só ter dado um chute ao gol no primeiro tempo, pouquíssimas chances. Tivemos dois lances do Luidy, que ele podia concluir melhor. E tivemos uma bola parada, em um perde-ganha ali dentro da área. Mas muito abaixo do que acho que o Vitória pode jogar”, analisou.

Quando desceu para o vestiário com a derrota de 1 a 0, Geninho já tinha em mente fazer mudanças na equipe, abrindo mão do sistema com três zagueiros. Assim o fez e o Vitória somente não empatou porque foi ineficiente nas conclusões, problema que aflige a comissão técnica.

“Eu teria que deixar minha equipe mais ofensiva. Eu não agredia, não chutava, não penetrava, não tinha jogada de fundo. E quando mudou, mudou o panorama. Alisson (Santos) entrou muito bem no jogo. Talvez tenha sido nosso melhor jogador. Pecou em conclusão. Temos trabalhado muito com ele, para que ao invés de quando chegar na cara do goleiro querer soltar o pé, ele pode só tocar”, disse.

A chateação principal do técnico é com as oportunidades criadas e não aproveitadas no segundo tempo, quando o jogo virou, como ele próprio definiu, uma briga do “gato com o rato”.

“Foi ruim o primeiro tempo? Foi, perdemos de 1 a 0. Mas se você aproveita 20% das chances que criamos no segundo tempo, você ganha esse jogo pelo menos de 2 a 1. Claro que os erros não seriam apagados, teriam que ser analisados. Esse mau primeiro tempo iria pesar. Mas você ganharia o jogo. No segundo tempo acho que fizemos uma excelente partida. Massacramos. Eles tiveram uma outra chance em uma outra falta. Só. Eu acho que o nervosismo ainda imperou. Cometemos muitos erros, que nos levaram à derrota. Foram tempos distintos, diferentes”, seguiu analisando.

Apesar da derrota, Geninho viu algumas boas coisas. A principal delas, o bom desempenho dos novos contratados Dionísio e Miller, bicampeões baianos pelo Atlético de Alagoinhas, que fizeram apenas dois treinos e se apresentaram satisfatoriamente.

“Pelo que demonstraram hoje se candidatam a brigar por titularidade. Você tem que se basear somente em produção. E eles produziram bem. O Dionísio jogando um jogo todo, em um time que praticamente não conhecia. É claro que a tendência desses jogadores é crescerem de produção, a partir do momento que se encaixarem no grupo. Mas eles foram muito bem. Corresponderam àquilo que esperávamos deles. Espero que os outros que estão chegando colaborem da mesma maneira. Ruim que eles não possam jogar já na próxima quarta-feira. Infelizmente, Dionísio e Miller, que ganhariam a oportunidade de começar o jogo, não vão jogar. Passam a ter uma chance de jogar em Erechim”, finalizou.

FOTOS: Pietro Carpi/ECV

Três minutos do 1º tempo: Mateus Moraes para um ataque adversário puxando o adversário. Recebe cartão vermelho direto, já que era o último homem, e o Vitória acaba ficando com menos um em campo.

Uma expulsão que mudou por completo, sem dúvida, o panorama do jogo Vitória 0 x 1 Jacuipense, na tarde deste sábado (29), no Barradão. O treinador Dado Cavalcanti abriu mão do futebol talentoso do meia Gabriel Santiago para recompor a zaga com a estreia de Ewerton Páscoa.

“Acho que a inferioridade numérica tão rápida foi preponderante para o resultado. Não podemos julgar se o jogo tivesse acontecido 11 conta 11 se venceríamos. Não temos garantia de nada, mas a preparação feita, com estratégias, observações do nosso adversário, jogadas que foram trabalhadas, foram colocadas por terra aos 3 minutos do primeiro tempo. Isso é um golpe pesado. Improvisar e fazer ajustes para dez, vinte minutos, até para um tempo, é uma coisa. Outra é você ajustar a equipe com menos um a partida inteira. Não tenho dúvida que isso teve um peso muito grande para nossa performance e, consequentemente, para o resultado. Repito: não afirmo, não dá para cravar que se o jogo fosse 11 contra 11, venceríamos. Mas seria um jogo completamente diferente. Seria um jogo de igual para igual, onde nossas chances e acho que nossa performance em campo seria melhor”, analisou o treinador rubro-negro durante a coletiva pós-jogo.

Além da derrota, Dado perde o zagueiro Mateus Moraes, suspenso, para o clássico BA-VI na quarta-feira (2), dia de Iemanjá, às 19h15, no Barradão. O treinador destaca que o momento é de “tranquilidade”.

“Manter tranquilidade, a cabeça no lugar, manter as convicções em cima do trabalho e dar a volta por cima. Vamos ter tranquilidade para buscar a volta por cima com personalidade, tranquilidade nos próximos jogos. Mateus errou o domínio, errou um fundamento técnico e a bola sobrou para o adversário. Ele teve uma reação. Não vamos penalizar e esquecer o que Mateus fez pelo clube em outros momentos. Uma pena. Pesou demais para nossa equipe. Talvez, se tomássemos o gol e tivéssemos permanecido 11 contra 11, o prejuízo seria menor. Mas, volto a falar, é especulação. Não dá para cravar nada. Aconteceu um erro, um equívoco, menos mal que tenha acontecido na terceira rodada. Imagina se acontecesse mais para frente, no mata-mata, em uma Copa do Brasil, que o prejuízo seria maior”, acrescentou Dado.

Dado, ao classificar o jogo como totalmente atípico, reconhece que o adversário foi eficiente ao conseguir marcar o gol e vencer o duelo pela 3ª rodada.

“Acho que a justiça do futebol está em cima da eficiência. O adversário conseguiu colocar uma bola no nosso gol e não conseguimos colocar no gol deles. Jogo totalmente atípico para ser avaliado e colocado no pacote. A derrota dói, machuca, entra na tábua de classificação por não termos progredido, pontuado. Isso gera consequências”.

O técnico finalizou valorizando o empenho dos seus comandados na tentativa de equilibrar a partida e o Vitória sair vencedor.

“A avaliação que faço é como a nossa equipe se posicionou em campo, tentando trazer um equilíbrio para o jogo com menos um, o que eles correram para que essa vantagem não fosse sobressaída. Preciso valorizar o empenho dos jogadores, o que eles produziram de organização. A gente lamenta o resultado. Mas vamos manter a cabeça erguida para buscar os pontos que nos restam para classificar”, disse.

FOTOS: Pietro Carpi/ECV