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– Obviamente, acho que o Fortaleza é o principal deles, sem sombra de dúvida, por ser uma equipe que é do Nordeste, assim como a gente. Clima bem similar, região similar, perfil de torcida similar, e grandeza, time de massa também. Assim como outra equipe, como o Cuiabá, que não tem torcida, perfil diferente de gestão, mas que também se torna um case de sucesso, principalmente porque todos os anos, se não me engano, estão indo para o terceiro ano na Série A, eles não sofreram muito em nenhum momento, isso chama atenção também por não ser um time, com todo respeito, de massa, de camisa, mas que é muito bem gerido pelo Cristiano [Dresch] – explicou Ítalo.

O Fortaleza subiu para a elite do Brasileirão após conquistar a Série B, em 2018. No ano seguinte, ficou na nona colocação da Série A, com 53 pontos. Já em 2020, caiu de produção e foi o 16º colocado com 41 pontos.

Em 2021 e 2022, contudo, fez campanhas históricas e se garantiu em duas Libertadores com o quarto (58 pontos) e o oitavo lugares (55 pontos), respectivamente. Este ano, o Tricolor do Pici terminou na décima posição, com 54 pontos.

Já o Cuiabá subiu em 2020 e concluiu três disputas de Primeira Divisão sem muitos sustos. Em 2021, o Dourado terminou o campeonato em 15º, com 47 pontos. No ano passado, foi o 16º colocado, com 41 pontos. Na temporada atual, o nível da equipe melhorou: 12ª colocação, com 51 pontos.

O diretor de futebol do Vitória, Ítalo Rodrigues, disse que o estudo realizado pelo Vitória encontrou muitos padrões de similaridade entre as equipes que fizeram boas campanhas no Brasileirão após conquistarem o acesso.

– Bacana, como te falei, acho que é interessante também. A gente estudou os últimos cinco anos, as equipes que ascenderam da Série B para a Série A e tiveram continuidade, ou seja, a equipe que subiu e caiu no ano seguinte a gente não estudou. A gente entende que não foi um projeto de sucesso. A gente estudou que subiu e se manteve pelo menos por três anos seguidos e tal – iniciou o executivo de futebol do Leão.

Alguns desses pontos são a manutenção do elenco que confirmou o acesso e a contratação de jogadores de times rebaixados. Neste caso, o Vitória pode estar de olho em atletas de América-MG, Coritiba, Goiás e Santos.

– Dentro desse estudo existe vários pontos de similaridade, que são percentual de manutenção do elenco, que subiu da B, muita coisa não posso falar, mas, exemplo, essas oportunidades de atletas que caem, que são de clubes rebaixados, a gente também detectou nesse estudo. A gente verificou que as equipes que subiram, os atletas que eles contrataram de times que tinham caído tiveram rendimento positivo. Todos? Não, porque futebol não é exato. Mas existiram diversos, e óbvio, gente, que futebol não existe uma receita. Isso é um estudo simplesmente para que a gente consiga gerar alguns parâmetros para tentar errar menos porque a gente vai errar – salientou Ítalo.

Um desses jogadores observados pelo clube no mercado é Willian Oliveira, volante do Goiás, clube rebaixado na 18ª colocação do Brasileirão deste ano, com 38 pontos. O atleta, inclusive, confirmou acerto com o Vitória.

– Acho que são oportunidades boas, como você falou. Acho que quando um time não tem resultado, obviamente não está tudo certo, mas também não está tudo errado, sempre tem alguma coisa. E obviamente é uma oportunidade. Se fosse um time ou um atleta que tivesse brigando para ser campeão, dificilmente a gente conseguiria contratar. A gente enxerga como possibilidade, sim, desde que eles encaixem dentro no perfil. E além desse perfil que citei para vocês, tem diversos pontos que a gente determinou, e o Willian encaixa em alguns deles, que são atletas de liderança positiva, profissional, dedicado, baixo histórico de lesão.

O executivo de futebol deixou claro que o Vitória aguarda a aprovação do orçamento, em votação marcada para 18 de dezembro, para confirmar novas contratações de olho na temporada 2024.

– Jogador, confio muito nas informações, óbvio que a gente não contrata analisando só o jogo, só o vídeo. A gente tem nosso protocolo, digamos, de informações, físicas, clínicas, saber se o jogador machuca, tem informação de extra-campo, e todas essas sempre foram muito boas e, prontamente, o Willian se interessou em ouvir e abrir uma conversa conosco. Concretizar a gente não consegue concretizar, nem vi que ele deu declaração, mas se deu, obviamente, já fico muito feliz. Porque, mesmo sem ter concluído nada, nossa conversa foi de esperar a aprovação do orçamento para efetivar tudo, ele vai manter – complementou.

O dirigente do Vitória quis deixar claro, contudo, que repetir padrões de sucesso não significa encontrar a fórmula perfeita. O objetivo é aproveitar bem as informações para fortalecer o elenco rubro-negro.

– Infelizmente a gente vai errar, a gente não vai contratar todo mundo e acertar em todo mundo […] Então, a gente busca muito isso, se cercar e utilizar bem essas informações porque o dado quantitativo é só um dado, são números. Ajudam? Ajudam, mas a gente não pode só se guiar por eles – detalhou.

– São dados que são importantes dentro do que a gente pesquisa, estuda, mas não é uma receita de bolo e a gente utiliza da forma mais objetiva e prática possível para que a gente consiga, obviamente, manter uma mescla desses resultados de estudo e de tudo que a gente planeja, mas sempre visando fazer um Vitória forte também em 2024 – complementou o diretor de futebol.

Com os números de 2023 e de anos anteriores à disposição para aplicar o que dá certo, o Vitória vive boas expectativas. A estreia na próxima temporada será contra o Jacuipense, no dia 17 de janeiro, às 19h15 (de Brasília), em duelo fora de casa e válido pelo campeonato estadual.

David Luiz
– É só boato, infelizmente. Se ele tivesse interesse, com certeza o Vitória teria interesse em abrir negociação com ele, mas em nenhum momento houve nenhum tipo de contato. Particularmente, sou fã dele, acho que é um atleta, e tenho muito esse perfil, futebol não é só futebol, existe o lado humano, as pessoas, a família, e o David Luiz é um cara que todo tempo transparece muito ser um cara de grupo, humano, que cuida, que gere as pessoas. Que abraça quando tem que abraçar e cobra quando tem que cobrar. Mas talvez não nessa oportunidade, quem sabe mais à frente.

Perfil de contratações e posições para o primeiro semestre
– Eu acredito que a gente mantenha entre 40 e, no máximo, 50% do elenco atual. Então, a gente diretamente vai precisar de mais ou menos contratar em todas as posições. Tem posição que a gente precisa contratar um e, talvez, posição que precise contratar mais de um. Dentro do perfil em si, a Série A é impossível jogar sem técnica e sem a parte cognitiva. O jogo é mais pensado e, talvez, menos intenso e brigado do que a Série B. A Série B, a gente sabe que é força, velocidade, intensidade, muitas vezes uma competitividade que não precisa tanto dessa dedicação tática, eu diria assim. Já na Série A, eu vejo diferente. A gente não vai abrir mão da competitividade. A gente quer um time muito competitivo. A gente acha que a marca do Vitória esse ano foi essa. A torcida abraçou muito porque viu o time, inclusive nos jogos que não pontuava, se dedicando, correndo e lutando. Isso foi inerente o tempo todo dentro do discurso interno e transpassou para a visão de todos. Não queremos abrir mão disso. Mas a gente também quer ter a bola e saber o que fazer com a bola. Quando você tem a bola dentro do jogo, e na divisão que a gente vai, a gente precisa saber o que fazer com ela, e tratar bem, como a gente brinca. Tecnicamente, jogadores que tem um nível técnico elevado, assim como cognitivo, para que, por mais que a gente seja um time que goste de marcar e seja agressivo, a gente ter a bola e precisar saber o que fazer com ela.