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Além dos gols do último Ba-Vi, Mateus tem mais três bolas na rede em confrontos contra o Bahia quando passou pelo Ceará, em 2020. Curiosamente, os únicos três gols que ele marcou naquele ano foram contra o Tricolor baiano. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, o atacante exaltou o momento artilheiro, mas recusou o título de carrasco.

– Não digo que carrasco. Mas algumas equipes que, inevitavelmente, acabam sendo suas maiores vítimas. E o Bahia é uma delas. Tenho cinco gols marcados contra eles. Mas existem outras também. Tenho dois gols marcados contra o Internacional. Eu não me intitulo como carrasco. São coisas do futebol. E seguir trabalhando. Não posso dizer que sou carrasco – reforçou.

Gols de Mateus Gonçalves contra o Bahia:

• Ceará 2 x 2 Bahia – 1ª fase da Copa do Nordeste 2020 ⚽
• Ceará 3 x 1 Bahia – Jogo de ida da final da Copa do Nordeste 2020 ⚽
• Ceará 2 x 0 Bahia – 5ª rodada da Série A 2020 ⚽
• Vitória 3 x 2 Bahia – Jogo de ida da final do Campeonato Baiano ⚽⚽

Porém, nem tudo foi perfeito para Mateus Gonçalves, que viveu momentos de altos e baixos em Ba-Vis. No clássico válido pela 6ª rodada da Copa do Nordeste, no dia 20 de março, ele entrou em campo aos 18 minutos do segundo tempo e foi expulso dois minutos depois em lance bobo com Caio Alexandre. Àquela altura o Vitória já perdia por 2 a 1, e o empate ficou ainda mais distante para o Rubro-Negro.

Depois de muitas críticas por parte dos torcedores e até mesmo do técnico Léo Condé, Mateus deu a volta por cima no Barradão, mas ainda tem outro objetivo a cumprir, desta vez na Arena Fonte Nova. Depois da vitória de virada em casa, por 3 a 2, o Leão joga pelo empate no clássico deste domingo.

Uma das marcas registradas de Mateus Gonçalves é a sua fé. Seja no vestiário, nas entrevistas ou até mesmo nas redes sociais, o jogador sempre tenta transmitir uma mensagem de devoção para as pessoas. Por isso, a torcida do Vitória logo o apelidou de "pastor", uma brincadeira que o atacante vê com bons olhos.

– Eu penso que, se eles estão vendo isso, é algo positivo. Com certeza estou comunicando coisas boas. Porém, eu não ligo. Eu acho que é positivo pelo fato de que o pastor tem função de cuidar das ovelhas, se olhar pela Bíblia. Gosto muito de cuidar das pessoas. Fico feliz por ser reconhecido como pastor, homem de Deus. É benéfico. Vivemos em um mundo muito caótico. O jogador tem uma fama que não é das melhores. E fico feliz por poder ir na contramão disso para mostrar que o jogador é pai de família, o cara trabalhador, que serve a Deus. Associam jogador de futebol com farra, bebida. Mas a grande maioria é temente a Deus. Fico feliz com esse apelido – pontuou o atleta.

Se por um lado a fé guia Mateus Gonçalves em busca do improvável, como a virada no Ba-Vi do último domingo, em uma situação de contar com a vantagem do empate o atacante reforça a necessidade de manter os pés no chão para tentar fazer a diferença mais uma vez e garantir o título do Campeonato Baiano.

O duelo está marcado para as 16h deste domingo (horário de Brasília), na Arena Fonte Nova, e o Vitória. Em caso de derrota rubro-negra por um gol de diferença, a disputa vai para os pênaltis.

– Sempre falo com pessoas próximas que, no momento ruim, nem tudo está perdido. E que, no momento bom, nem tudo está certo. Acho que os elogios são positivos pela fase que estamos vivendo. Mas pés no chão sempre, o lado de lá tem equipe forte. É manter o equilíbrio. Então é não deixar se levar, a soberba tomar conta. E pés no chão – sintetizou.

Força mental do Vitória
– Jogar aqui no Barradão é sempre muito difícil. Nós conversamos com os jogadores que vêm jogar aqui, e eles falam que é difícil. Chega o segundo tempo, e o campo parece que fica mais pesado, a energia do Barradão. É uma arma que nós sabemos usar muito bem. A gente sempre treina no limite com muito foco, e isso reflete nos jogos. O nosso mental está bem preparado porque, quando toma um gol, sabemos que não tem nada perdido. É manter a tranquilidade que está dando certo. Estamos conseguindo usar ao nosso favor o fator casa.

Como é entrar no decorrer do clássico
– Costumo dizer que, o que é preciso, é muito trabalho, esforço, disciplina. Eu sou um cara que trabalho bastante. O torcedor vê os 90 minutos, mas existe todo um trabalho, na minha casa também. É muito foco para conseguir entrar no mesmo ritmo dos companheiros, manter o nível ou até melhorar e conseguir fazer excelentes jogos. Passa pela preparação e trabalho.

Melhor defesa como trunfo
– Eu penso que sim. O nosso grupo é muito forte, principalmente nossa defesa, que está bem consolidada. Temos um gol de vantagem. E se a gente empata, nós somos campeões. Costumo dizer que é todo um grupo, não só a defesa. É um grupo coeso e confiante para fazer um excelente jogo.

Fase artilheira
– Poucos gols depende muito. Ano passado eu estava voltando do doping, onde eu tive minha suplementação contaminada. Então, eu posso dizer que ano passado foi de reestruturação, recomeço, porque fiquei 12 meses inativo. Já passou. Três gols marcados em jogos importantes. É muita seriedade para ajudar a equipe, e manter o mental forte.