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Por outro lado, as derrotas para Atlético-GO e Mirassol fizeram o Vitória vê a gordura no G-4 diminuir. A distância para o quinto colocado que era de três pontos agora é de apenas dois. Em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, o lateral Zeca avaliou a situação do time na tabela de classificação.

– Está equilibrado. O Criciúma deu a patinada em casa, perdendo para o Ceará e mantivemos a liderança. O Vila Nova também tem um jogo a menos. Enfim, é fazer o nosso papel, dentro de casa a gente não pode perder pontos. É manter a liderança com humildade e pés no chão. Estou aqui falando da liderança, mas pode ter certeza que o grupo todo está ciente de que tem que se doar mais. Saber sofrer e atacar mais. Não é porque perdeu dois jogos e está tudo errado. Nada disso, o professor tem conversado com a gente e passado bastante confiança. O Léo Condé é um cara que conversa com todo mundo e dá moral para todo mundo. Tenho certeza que isso vai fazer muita diferença, e vamos somar esse três pontos dentro de casa.

Nas duas derrotas na Série B, o Vitória saiu atrás do placar e não conseguiu reagir. Zeca reconheceu que o time mostrou dificuldade ao se encontrar em um cenário até então inédito nesta Série B.

– Eu acho que nos cinco os primeiros jogos a gente não saiu perdendo. O fato da gente ter saído perdendo, não que mudou algo na equipe, mas eu acho que a atmosfera foi um pouco diferente. Então a gente começou a buscar o resultado, o empate, e rapidamente tomou o segundo gol. Então, foi difícil nessa partida, falando do Atlético-GO, depois veio o Mirassol. Mas como a gente não começou nenhum partida perdendo, eu acho que dificultou um pouco nesse sentido da gente buscar o gol a todo o momento e ficar um pouco espaçado. Então, acho que mentalmente agora o grupo está tranquilo, conversou bastante, treinou bastante alguns erros de encaixe de área.

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Capitão do Vitória, Zeca fez uma autoavaliação do rendimento em campo. O jogador rubro-negro vê com naturalidade o fim da invencibilidade do time e prometeu trabalho para voltar a vencer na Segundona.

– Responsabilidade é toda nossa. Como capitão do time assumo a responsabilidade. Alguns lances vão acontecer, é natural. É colocar a cabeça no lugar, treinar bastante. Começamos muito intensos. Tenho entendimento de que aconteceram alguns erros. Mas a cabeça tranquila. Estamos preparados para toda situação. Enfatizar que a torcida está sendo o 12º jogador. É pensar em frente.

O Vitória tem a oportunidade de se recuperar na próxima quarta-feira, quando enfrenta o CRB, no Barradão. A partida válida pela oitava rodada está marcada para as 19h (horário de Brasília).

Adversário estudam mais o Vitória?
– Tenho certeza que sim. Quando a gente entrou na competição não vinha de grandes resultados. Ganhamos do Ceará na Copa do Nordeste, mas não tínhamos mais chance de classificação. Começamos muito bem. Pode ter certeza que todos os clubes estão estudando como atuamos. Somos líderes do campeonato. Todo clube que jogar aqui vai nos estudar. Temos que ter equilíbrio.

Filosofia como capitão
– Quando cheguei aqui tive tempo de adaptação. Termo família não é só quando ganha. É quando perde mesmo que a gente vê o grupo, a família. O termo capitão não é só a braçadeira, é mais que isso. É sempre conversar com os funcionários do Vitória. As pessoas de fora veem o Tréllez, Zeca, Camutanga, mas ninguém vê o processo fora disso. São os funcionários, a tia da cozinha. Essas pessoas fazem parte do processo. Essas pessoas nos acolhem, abraçam. Independente do resultado, o termo família tem que continuar aqui dentro. Em termo de equipe, o professor tem trabalhado muito. Vamos trabalhar muito para essa partida.

Caso Vinícius Júnior
– É lamentável isso, não pode acontecer no mundo que a gente vive. Sobre as provocações, é saber até que ponto vai a provocação. Tem que ter respeito, porque provocar não é xingar. O racismo não é provocação, é crime. Isso não tem lógica e ainda acontecer em uma liga tão grande no mundo como é a LaLiga. Tem que acabar isso e tem que haver punição, para torcedor e atletas. Quem sou eu para falar isso, porque a gente não sabe o que ele deve estar passando agora. O que eu posso falar aqui é desejar tudo de bom para ele e para ele se sentir abraçado pelo time do Vitória, por Salvador e pela Bahia, tenho certeza disso. Ele é um cara muito alegre e tem um futebol alegre, sempre para cima. Tem aquele negócio dele fazer gol e provocar, mas isso é normal do futebol. A provocação dele está sendo nas danças dele, ele não quer insultar alguém, ele tá fazendo a alegria dele. Será que está tirando a paciência só porque ele é negro? E se fosse um branco dançando, alguém faria alguma coisa? Eu acho que tem que ter punição nisso, é um moleque muito novo que tá brilhando no futebol, tem que ter essa blindagem nele e na família para que não aconteça mais.

Torcida do Vitória
– Sou suspeito em dizer. Diariamente estamos acompanhando isso, mexe com a gente. Depois que começou a Série B foi incrível. Eles têm mobilizado bastante. Muito feliz com essa torcida. Sei que é normal ficar chateado com as derrotas. Algo incrível que eu tenho visto.

Punição a envolvidos em esquema de apostas
– A punição está aí. Todo mundo está vendo, ninguém vai ser bobo de fazer algo nesse sentido. Vão sair as punições. Estava nos Estados Unidos, e um fator que a MLS [Liga Americana] usa muito é a cláusula de contrato. Se eu não me engano, tinha uma cláusula em que o atleta não poderia fazer apostas. Não estou falando de manipulação. Estou falando de apostas. Tinha punições e até banimento. Por isso que não acontece lá. É uma sugestão, fazer algo no contrato que vai pesar na carreira, no bolso. Não estou falando de Série A, B ou C, mas tem muitos jovens que não têm muita condição e acabam fazendo essas coisas erradas. Não tem justificativa para fazer isso. A CBF precisa agir e se impor nisso, colocar uma cláusula ou uma punição maior, em que todo mundo saiba que, se fizer, vai sair punido, prejudicando a carreira para o resto da vida.