Paulo Carneiro nega culpa por rebaixamento do Vitória: “Não bato escanteio nem tiro de meta”

Paulo Carneiro culpa rebaixamento

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Eleito presidente do Vitória em abril de 2019 e afastado do cargo em setembro deste ano, Paulo Carneiro acompanhou de casa o dia do rebaixamento do clube para a Série C do Campeonato Brasileiro. Em entrevista concedida ao ge e à TV Bahia, o cartola negou ter culpa pelo descenso.

Essa é a segunda vez que o Rubro-Negro vai disputar a Terceira Divisão. Quando caiu em 2005, o Leão era presidido justamente Paulo Carneiro.

"Eu não gosto desse termo 'culpa', principalmente num jogo que eu não bato escanteio, não bato tiro de meta", justificou Paulo Carneiro.

1 de 5 Paulo Carneiro em treino do Vitória após a eleição de 2019 — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

Paulo Carneiro em treino do Vitória após a eleição de 2019 — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

– Se o Vitória não cai, a quem caberiam os louros disso? A mim? Só sobrou para mim agora o ônus do rebaixamento? Onde não tenho mais envolvimento na gestão? O nome disso é outra coisa – afirmou o cartola.

Durante a entrevista Paulo Carneiro voltou a se colocar como vítima de um golpe, deixou claro o desejo de retornar à presidência do Vitória e garantiu ter um projeto para o clube "independente da divisão".

– Eu tenho um projeto pronto, independente de divisão, para tornar o Vitória de novo um clube referência no Brasil, mas eles não deixam a gente trabalhar. Esse projeto independe de estar na Terceira ou na Segunda Divisão. Minha vontade é de sempre servir ao Vitória. Eu sou o presidente hoje, não sou homem de renúncia, e tenho a justiça do meu lado – disparou Paulo Carneiro.

2 de 5 Paulo Carneiro está fastado do cargo desde setembro — Foto: Ruan Melo

Paulo Carneiro está fastado do cargo desde setembro — Foto: Ruan Melo

Ao ser questionado sobre o cenário político na Toca do Leão, Paulo Carneiro criticou as constantes mudanças na gestão. O Vitória teve cinco presidentes entre 2015 e 2021 – isso sem contar os interinos, como é o caso de Fábio Mota, atual gestor do clube. Para Paulo, o clube precisa de uma "paz" que só pode ser alcançada se for amparada por um "modelo empresarial".

– Com essa política do jeito que está aí, o Vitória só afunda. Olhe a qualidade dos candidatos para presidente. O Vitória precisa se acalmar, respeitar o mandato das pessoas e chegar a um modelo ideal empresarial. Eu faço isso a vida inteira. Quero construir o futuro do Vitória, não o meu presente. Mas as pessoas que querem construir esse modelo precisam de paz para trabalhar – afirmou.

3 de 5 Paulo Carneiro em treino do Vitória na Toca do Leão — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

Paulo Carneiro em treino do Vitória na Toca do Leão — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

Por fim, Paulo Carneiro deixou um recado ao torcedor do Vitória. Primeiro, o cartola se colocou motivado para abraçar o clube em um momento de dificuldade. Depois, garantiu que vai manter a batalha judificial para retomar o cargo de presidente.

“Eu gostaria muito de estar à frente de um desafio, sabe? Porque eu tenho experiência, tenho conhecimento de mercado, mas parece que eles não querem. (…) Eu vou continuar brigando na justiça, porque o processo de afastamento do presidente do Vitória é totalmente ilegal”, finalizou PC.

Afastamento e investigação

A suspensão de Paulo Carneiro, determinada em setembro e renovada em outubro, se deu por conta da aprovação de um parecer do Conselho de Ética do Vitória, que solicitou o afastamento do gestor para que possíveis irregularidades sejam melhor apuradas. São elas:

  • Ausência de um contrato entre o clube e a empresa Magnum, que recebeu R$ 3.586.068,00 do Vitória;
  • Adiantamento de remunerações feito por Paulo Carneiro, presidente do Conselho Diretor, durante a pandemia.

4 de 5 Paulo Carneiro se defende de acusações — Foto: Reprodução

Paulo Carneiro se defende de acusações — Foto: Reprodução

Confira a entrevista completa com Paulo Carneiro:

Onde estava no jogo do rebaixamento?
– Talvez por eu conhecer a situação do clube e as suas consequências… É que eu nunca fiquei nervoso assistindo aos jogos. Depois que ele começa, você não tem mais o que fazer. A responsabilidade é dos atletas. Mas eu nunca fiquei tão nervoso quanto nesses últimos jogos, sabe? E eu não assisti, não só esse jogo de ontem, a maioria dos últimos jogos. Minha mulher que ficava me dando o resultado do jogo.

Alimentava algum tipo de esperança na salvação?
– No jogo de ontem [domingo] não, no jogo de ontem [domingo] não. O jogo do Vasco poderia ser um divisor de águas para o Vitória. Poderia ter sido, né? Mas o jogo que matou o Vitória foi o jogo do CRB. A estatística ensinou a gente que isso (combinação de resultados) era muito difícil.

Cenário para 2022: Terceira Divisão, dívidas, sem poder contratar…
– Tem uma coisa mais grave. Eu consultei alguns advogados, e eu não tenho dúvida disso. Não tenho dúvida que a posição dele (Fábio Mota) é ilegal. Todos os atos de Fábio Mota podem ser discutidos na justiça, porque ele criou uma cadeia sucessória dentro do ambiente do Conselho que o estatuto não prevê. Do jeito que ele colocou, qualquer pessoa poderia ser presidente. O estatuto do Vitória não prevê essa cadeia sucessória. Ele praticamente reformou o estatuto sem assembleia. Portanto, os atos do presidente interino estão, na minha opinião, passíveis de serem discutidos na justiça. Estou falando isso pela primeira vez. O presidente interino não poderia estar na função.

Pensa em levar para a justiça?
– Não. Estou apenas chamando a atenção da comunidade. Essa ação golpista dessa turma. Eu fui eleito democraticamente, pelo voto. Se tentaram me tirar, é golpe. Eu não fui colocado lá de qualquer jeito. Estão desrespeitando o voto do torcedor. Essa ação golpista envolve o conselho do clube. Eles querem provar uma gestão temerária contra mim. É bom explicar para o torcedor. Não há nada contra mim de desvios de recursos.

Antecipação do salário
Mentira. Mentira. Essa história de antecipação de salário é o seguinte. Eu tive uma reunião com eles, alguns vão confirmar; outros, não, mas aí é o caráter de cada um. O Vitória, para sair dessa situação, precisa fortalecer a sua SA. A SA que criamos há vinte anos. Em 1998, o Vitória registrou sua SA, e foi com SA até 2008. SA hoje está regulamentada em lei federal, antes era lei da SA. O Vitória, para poder ter uma chance, precisa fortalecer isso. E eu trabalhei nessa direção. Igual ao Bragantino, vão chegar vários no futebol brasileiro. Quem ficar para trás vai ficar para trás. O Vitória já está para trás. O clube vai na contramão de tudo que está acontecendo de moderno no futebol do Brasil e do mundo. Os clubes capitalizados vão ocupar os espaços nas primeiras divisões. E o Vitória tinha esse espaço, mas a era romântica do futebol não existe mais. (…) Fiz um acordo com eles, eu precisava ser remunerado, todo presidente do Vitória SA, além de mim, foi remunerado. Eu disse para eles, 'eu preciso ser remunerado', e acertaram comigo uma remuneração. E eu preparei a ata de reunião dessa remuneração. Tudo legal. E eu fui solapado pelo meu ex-diretor jurídico, em quem eu confiei, não olhei a ata toda da reunião, ele mudou a ata sem falar comigo, eu tenho provas, e transformou esse meu adiantamento numa coisa ilegal para me prejudicar. Eu tenho provas de tudo. Foi uma reunião informal, e eu tinha poder para isso porque era o presidente do clube, que é o único controlador da SA. Comecei a me remunerar por isso. Depois vieram inventar história.

Apoio de Fábio Mota e Alexi Portela. O que aconteceu no meio do caminho que vocês todos brigaram?
– Ele é que foi eleito com meu apoio. É o contrário. Ele não tinha história no clube. Eles falavam que eu queria mandar sozinho. Na realidade não é bem isso. Eu tenho uma pessoa, que tem um áudio gravado de Alexi Portela, que disse assim para ele: 'você está errado. O regime é presidencialista. Nós temos que apoiar o presidente'. E ele (Alexi) responde assim: 'Eu quero mandar'. Eles queriam mandar.

5 de 5 Paulo Carneiro e Alexi Portela nos tempos de aliados na Toca do Leão — Foto: Ascom / Vitória

Paulo Carneiro e Alexi Portela nos tempos de aliados na Toca do Leão — Foto: Ascom / Vitória

Eles falam que você é centralizador, não escuta ninguém, toma as decisões sozinho, e por isso você foi afastando essas pessoas que estavam ao seu redor. É assim que você encara?
É mentira, tudo é mentira. Quem trabalha comigo sabe. Eu trabalhei em empresas muito grandes. Se eu quero contratar um atleta eu tenho analista, treinador, auxiliar, diretor de futebol, essas pessoas todas participaram de todas as decisões minhas. Só que eles não estão nesse nível de competência. Eles estão por trás, como cardeais. Eles podem emitir opinião, mas não têm o direito de decidir sobre elas. Isso não é centralizar. É uma forma de justificar a situação grave que eles colocaram o Vitória. (…) O Vitória estava pronto para um novo grande salto, como já aconteceu no passado. Mas quando essas pessoas chegaram, eles interromperam o processo. O Vitória tinha tudo pronto para capitalizar com a venda de Pedrinho. Mas o Sr. Alexi Portela, sem autorização de ninguém, de forma arbitrária, quase criminosa, ele ligou para o presidente do Athletico e disse que não desse dinheiro ao Vitória porque eles iriam me afastar. Ele não queria o dinheiro na minha mão. Quem são os responsáveis por isso? Os principais são Alexi Portela e Fábio Mota, que permitiram isso tudo. Essa turma resolveu melar o negócio de Pedrinho. Tentaram dizer que eu fiz errado, mas estava tudo perfeito. Tanto que o negócio foi concluído. (…) Essas situações graves, enfáticas, levaram o Vitória a um acúmulo de passivo que hoje chega a 180 milhões. E o Vitória com uma receita de 35 milhões. Como consegue rodar uma bicicleta com seis para um?

E agora, na Série C, que nem esses R$ 35 milhões vai ter?
– Pergunta que você tem que fazer para eles, o presidente é Fábio Mota e o seu tutor e curador é Alexi Portela e sua turma. Eles é que são os dirigentes do clube hoje. Não sou eu. Eu deixei o Vitória com um negócio de R$ 10 milhões, para receber em agosto, não em novembro como foi. Deixei o Vitória seis partidas invictas e a 16 rodadas de terminar o campeonato.

O primeiro turno do time foi ruim. Como você avalia isso?
– Mas a Copa do Nordeste não foi ruim, chegamos à semifinal. Na Copa do Brasil chegamos à quarta fase. Temporada ruim pode acontecer com o Grêmio, pode acontecer com qualquer um, o que não pode é desfigurar uma instituição, criar uma crise institucional por causa de uma temporada ruim, isso é criminoso. Eles estão procurando motivo para me prejudicar, e quem vai pagar essa conta é o Vitória.

Qual a sua parcela de culpa, o tamanho da sua culpa, sendo bem sincero, em relação ao rebaixamento?
Esse negócio de culpa e responsabilidade é preciso contextualizar. Eu não gosto desse termo culpa, principalmente num jogo que eu não bato escanteio, não bato tiro de meta. (…) Em 2019 eu encontrei um elenco montado. Mas eu não fujo da minha responsabilidade. Depois da Copa América nós fizemos uma reformulação no elenco. O que é fato é o seguinte, é muito difícil você elencar. Talvez eu tenha errado na montagem do elenco. O que eu posso dizer é que passei de dois a três meses com salários atrasados com meus atletas. Mas eu fui finalista do Brasileiro de 93 com salário atrasado, então eu poderia não usar esse argumento. Só que eu tenho que ser verdadeiro. A minha dupla de ataque em 2019 era Wesley, que agora é campeão da Libertadores, e Anselmo Ramon, que subiu a Chapecoense. Será que meu time era ruim? Será que é só o time? Esse ano eu tomei a decisão de reformular a base e coloquei 17 jogadores formados em casa. Aí você corre um risco, porque nem todos acertam. David é uma realidade hoje, mas no início era uma aposta. Samuel foi bem no primeiro semestre, mas depois perdeu o caminho. Parou de se comportar bem e deu um grande prejuízo ao Vitória. O Vitória precisa formar, se não fizer isso não tem negócio de R$ 10 milhões.

Não deixa de ser uma ironia que o nome da chapa era Vitória Gigante, Forte e Unido…
– Eu juntei meu Vitória gigante com a chapa deles. O Vitória está menor, desunido, muito menos forte, é uma pergunta que tem que fazer para eles, eles foram o pomo da discórdia. Eu não fiz nada, eu estava no clube trabalhando e recebi a notícia do afastamento. É um processo político, um jogo.

Você vê por parte da torcida uma rejeição ao seu nome?
Lógico que tem uma rejeição. Eu sou contra ao presidente das imbatíveis. Comigo parou de receber ingresso de graça, sabia que ele recebia até 800 ingressos e vendia na porta da bilheteria para fazer concorrência com a venda de ingresso do Vitória? Eu cortei todos os benefícios que ele tinha, você acha que ele fica contra ou a meu favor? (…)"Essa situação do torcedor é natural. Ele não tem formação intelectual, infelizmente. Isso é reflexo desse nosso país. E ainda existem os cronistas que estão contra mim. Mas será que o torcedor lembra quem ganhou 70% dos títulos do clube? Quem fez a primeira SA do futebol brasileiro? Essas coisas são só opinião do torcedor.

Tenho alguns números aqui do período que você foi presidente de 2019 para cá. Foram 66 contratações, dez técnicos…
– Cuidado com essas contratações, não bate. Técnico não tenho certeza. Contração eu vou explicar, quando eu contrato para base aparece no BID e conta e vocês contam. Em 2019 eu contratei 20 jogadores, em 2020 foram 21. Essas duas dão 41, e não 66. Os desse ano eu não fiz a conta. Se você não tem base, e precisa ter mais jogadores nesse calendário apertado, que é um erro histórico do Brasil, você precisa contratar. Quando eu cheguei a base do Vitória não tinha nenhum jogador. Então eu tinha que contatar.

E os técnicos?
– Normal com um time que não ganha. Olha o Grêmio aí. Quando um time está perdendo, é natural trocar treinador. Você tem que criar um fato novo porque os jogos são intensos e a política começa a reclamar. Em 2005 eu caí segurando Renê Simões da primeira à última rodada. Não era justo tirar ele. Essas coisas são caso a caso.

Não é hora de repensar o comportamento nas redes sociais?
– Quando eu vejo uma injustiça falando de mim, eu perco a cabeça, entro no áudio e respondo mesmo. Reconheço que é um erro. Eu melhorei muito já. Mas as vezes ainda escapa. De vez em quando eu viro bicho. Mas não faço mal a ninguém. Quem trabalha comigo adora.

Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/paulo-carneiro-nega-culpa-por-rebaixamento-do-vitoria-nao-bato-escanteio-nem-tiro-de-meta.ghtml


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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.