Da desconfiança às marcas raras: Condé faz balanço de um ano de Vitória e abre planos para a Série A

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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Treinador do primeiro título nacional da história do Vitória, Léo Condé volta a conviver com um sentimento que não chega a ser novidade na sua caminhada enquanto técnico, iniciada aos 29 anos: a desconfiança.

Atualmente com 45 anos, o treinador se aproxima da primeira disputa da Série A da carreira. Mas o peso de liderar um clube centenário e que há cinco anos estava longe da elite do futebol brasileiro não inibe Condé, acostumado a driblar e superar qualquer temor com a mesma tranquilidade que tem para comandar as equipes por onde passou.

Léo Condé completa um ano no Vitória com título, parceira e carnaval antecipado

– Em relação a ser a minha primeira Série A, esses questionamentos sempre acontecem. Eu já passei por isso em vários momentos. Eu fui dirigir a minha primeira equipe profissional com 29 anos. A maioria dos jogadores do elenco era mais velho. Quando fui para o futebol paulista, a gente conseguiu fazer boa campanha. Também na primeira Série B. O importante é estar preparado.

"Não tem insegurança nenhuma, muito pelo contrário", completou Léo Condé.

Léo Condé trabalha para transformar a desconfiança em bons trabalhos. Além do inédito título conquistado pelo Vitória, em campanha dominante na Série B 2023, ele tem outros dois acessos da Terceira para a Segunda Divisão, por Botafogo-SP (foi eleito melhor treinador da década) e Novorizontino. Também se destacou à frente do Sampaio Corrêa em 2015, 2020 e 2022.

Condé completa um ano como treinador do Vitória nesta quarta-feira. Tempo de trabalho que, ultimamente, tem sido raro no clube, que teve 17 treinadores diferentes nos últimos cinco anos.

Léo Condé durante entrevista para o Globo Esporte BA e ge — Foto: Reprodução / TV Bahia

O momento é de oscilação do Vitória, mas os números gerais falam a favor do treinador, que tem 57% de aproveitamento em 52 partidas pelo Rubro-Negro (26 vitórias, 11 empates e 15 derrotas).

Na véspera da marca histórica, ele recebeu o Globo Esporte BA e o ge na sala de imprensa do Barradão para uma entrevista exclusiva. Durante 30 minutos, o técnico relembrou momentos marcantes dos últimos 365 dias, mas também olhou para frente ao falar sobre a preparação para o Campeonato Brasileiro.

Ficha técnica:

  • Nome: Leonardo Rodrigues Condé
  • Idade: 45 anos
  • Títulos: Brasileiro Série B 2023 (Vitória); Campeonato Maranhense 2020 e 2022 (Sampaio Corrêa); Campeonato Alagoano 2017 (CBR); Troféu do Interior Paulista 2021 (Novorizontino).
  • Clubes: Tupi, Ipatinga, Caldense, Sampaio Corrêa, Bragantino, Goiás, CRB, Botafogo-SP, Paysandu, Novorizontino e Vitória.

Confira abaixo a entrevista completa com Léo Condé:

ge: Fábio Mota coloca uma vaga na Sul-Americana como a meta para a Série A. Esse também é o seu pensamento?
Léo Condé: É uma meta da direção [vaga na Sul-Americana]. Tem muitos fatores que, ao longo do Brasileiro, influenciam. Vou trabalhar jogo a jogo. Vamos procurar fazer o melhor. Na minha concepção, no primeiro ano do Vitória, tem que lutar muito pela permanência na divisão. Nada impede que, ao longo da competição, se alcançar pontuação de permanência, é possível sim brigar por vaga em competições internacionais.

– A expectativa é muito boa. É claro que a gente sabe que o Vitória estava jogando a Série C há dois anos. O clube passa por processo de reformulação. Se fala muito do elenco e atletas, mas a estrutura do Vitória, como um todo, passa por melhorias. O Fábio [Mota, presidente] tem essa preocupação e sabe que tem que evoluir. Os clubes brasileiros estão se estruturando muito. Essa competição vai ser um desafio para o Vitória e para todo mundo. O nível está muito elevado. Mas a gente sabe onde pode chegar, o que precisa melhorar. Tem um norte que precisa seguir.

Como você reage em relação à desonfiança sobre nunca ter trabalhado na Série A?
– Esses questionamentos sempre acontecem. Eu já passei por isso em vários momentos. Eu fui dirigir a minha primeira equipe profissional com 29 anos. A maioria dos jogadores do elenco era mais velho. Quando fui para o futebol paulista, a gente conseguiu fazer boa campanha. Também na primeira Série B. O importante é estar preparado. Dirigi equipes em Campeonato Mineiro, Campeonato Carioca, Paulista, sempre enfrentei as grandes equipes do futebol brasileiro. E o que a gente vai enfrentar na Série A são as grandes equipes, e eu dirigi equipes do interior. Então, o torcedor, mais do nunca, pode ficar tranquilo com isso porque já passei por essa situação. E conto com eles. É um diferencial que vou ter ao meu favor, que não tinha antes, de que vou ter uma torcida grande ao meu lado. Não tem insegurança nenhuma, muito pelo contrário.

Qual a diferença mais impactante de quando assumiu o clube?
– Eu acho que são várias situações. Quando cheguei, a gente tinha um elenco que estava sendo reformulado. Não tinha sintonia muito grande. Era um grupo com atletas da base, outros mais experientes, outros que estavam há mais tempo no clube. A gente conseguiu unificar de uma forma muito inteligente, mas não só com o Léo treinador, com diretoria. A gente tem unidade muito grande dentro do Vitória. Quem chegou agora sentiu isso. É algo que valorizo muito nas minhas equipes, colabora muito para o dia a dia. Tendo bom ambiente de trabalho, a gente consegue lidar com várias situações, principalmente as adversas. Tem que estar fortalecido internamente.

Verdade que morou no CT por 40 dias quando chegou? O que te levou a tomar essa decisão?
– Verdade. Até um pouco mais, foram 50 dias. Primeiro estava chegando na cidade, não conhecia muito. E, depois, para que pudesse me inteirar do clube, de todos os departamentos. Era um momento bem turbulento. Isso tudo foi necessário naquele momento. Foi desgastante. A gente conseguiu colher bons frutos depois que passei ter entendimento melhor do Vitória. O Barradão é uma grande empresa, muita gente trabalha aqui. Foi importante ficar na concentração e conhecer toda a estrutura, a mecânica.

Léo Condé comemora um ano como treinador do Vitória — Foto: Reprodução / TV Bahia

Qual o momento mais marcante nesses 365 dias?
– Foi a conquista da Série B. A última semana a gente conseguiu alcançar vários objetivos. Conquistamos o acesso e depois veio a conquista do título inédito. Aquele último jogo aqui contra o Sport ficou na memória de todos os torcedores. E, profissionalmente, vai ficar para o resto da vida.

E o que mais marcou negativamente?
– O início foi muito turbulento. Não foi muito na minha conta, tanto que a diretoria me trouxe pensando, justamente, no projeto de Série B. Aquele jogo contra o CRB [derrota por 6 a 0] foi fatalidade. Nossa equipe foi muito consistente ao longo da competição. A gente teve momento de turbulência no meio [da Série B], com cinco jogos e quatro derrotas. Foi um momento bem tenso. Mas conseguimos, primeiro com respaldo da direção, depois com muita sabedoria e respaldo dos atletas, sobrepor aquele momento. Foi o momento mais turbulento, de maior questionamento, principalmente externo. Interno a gente sempre teve controle muito grande principalmente dos atletas. A confiança deles sempre foi muito grande.

Você consegue dimensionar a importância do título da Série B para o Vitória? Já caiu a ficha de que entrou para história do clube?
– Eu acho que a gente conseguiu fazer justiça no futebol. Um clube tão tradicional, com torcida apaixonada, que realizou grandes campanhas no Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, agora conseguiu o primeiro título nacional. No dia a dia a gente nem percebe muito [o tamanho do feito] porque está envolvido com treinamento. Mas quando saímos, vemos o torcedor chorando, falando que está arrepiado com o feito. É mais quando tem esse contato com o torcedor que a gente tem ideia do que participou.

Sabe quem foi o último a passar um ano no Vitória?
– Imagino que tenha sido o Mancini [o último a ficar um ano no Vitória]. Ele teve várias boas passagens pelo Vitória. Mas, realmente, é um motivo de orgulho e satisfação grande completar um ano em um clube de uma torcida tão apaixonada, um dos grandes do futebol brasileiro. É, realmente, para se comemorar.

E quantos técnicos passaram pelo clube desde então?
– Não tenho a mínima ideia. A média do futebol brasileiro é de três técnicos por temporada. Infelizmente, uma marca ruim. Talvez uns 15 treinadores. A gente fica triste. Infelizmente, é uma cultura enraizada no futebol brasileiro. Quando os resultados não acontecem, a primeira coisa que vem em mente é trocar o treinador. Eu acho que a gente espera que isso possa modificar um dia. Em alguns momentos se faz necessária a mudança. Mas, muitas vezes, vai no calor da emoção, do momento, dos resultados ruins.

Onde se vê daqui a um ano?
– O futebol brasileiro é bem equilibrado. O desafio é manter, não só o aproveitamento, e ficar mais um ano. Passa pelos resultados, mas também pela confiança da diretoria. A gente passou por momentos de turbulências, com questionamentos e muita gente solicitando minha troca, mas a diretoria sendo firme. Como também fui procurado por outros clubes ao longo desse um ano e tive convicção desse trabalho. Pode acontecer, algum momento, do clube entender de uma interrupção, como eu entender que seja o momento de sair. Mas, nesse momento, a gente está muito feliz, tanto da minha parte quanto do clube. E tem tudo para fazer a gente fazer um trabalho de continuidade.

Léo Condé foi campeão da Série B de 2023 com o Vitória — Foto: Reprodução / TV Bahia

Foi procurado pelo Corinthians agora? E o Santos no começo do ano? Teve consulta?
– Não, não fui procurado (pelo Corinthians). Não vou citar clubes. Era natural, a gente estava conversando. Naquele momento, alguns clubes me procuraram, mas a todo momento eu tinha convicção da gente chegar em acordo para continuidade do trabalho aqui no Vitória.

Qual a avaliação sobre o momento do time neste início de temporada?
– É muito complexo falar porque acaba soando como desculpa. Temos que deixar o torcedor consciente é que essa equipe base que está jogando é a que venceu a Série B ano passado, ganhou duas vezes do Sport, Ceará, Novorizontino, que está ganhando de todo mundo no Paulista. É uma boa equipe. A questão é que a gente teve pouco tempo de trabalho e está tendo viagens e campos irregularidades. Os dois jogos que tivemos no Barradão conseguimos performar. Tenho convicção de que quando a gente voltar a jogar em campos bons, no Barradão…A gente tem que passar por essa turbulência. Tenho convicção de que essa equipe tem capacidade de reverter.

– Na verdade, a gente teve muito pouco tempo de treinamento, com 12, 13 dias [de pré-temporada]. Fiz opção de iniciar com a base do ano passado, que começou muito bem. Pegamos uma tabela complexa. Vamos fazer o sétimo jogo na temporada, sendo cinco fora de casa. Além dos jogos serem fora, foram viagens desgastantes e campos ruins. Tudo isso fez com que eu tivesse que rodar a equipe, até colocando atletas que não estavam no ápice da condição física. É um momento de dar passo atrás, voltar para o que tem de melhor, tomando cuidado, poupando um ou outro jogador, mas manter a base. A gente quer muito classificar o Vitória.

Qual expectativa para o Ba-Vi do dia 18 de fevereiro?
– Jogo grande que mexe com a cidade, e a gente tem expectativa para a chegada desse jogo. A gente está focado para os jogos que antecedem o Ba-Vi. O planejamento vai ser jogo a jogo e semana a semana.

Você conta com Luan para o clássico?
– O Luan está fazendo as primeiras atividades com o grupo, com bola. Vai depender do desenvolvimento dele ao longo desses trabalhos, para saber se tem condição de jogar o Ba-Vi, ou até um pouco antes, ou não. É uma decisão tomada em conjunto para tentar ser o mais assertivo possível, para não expor o atleta se ele não tiver condições. Vai depender também do sentimento dele.

E Lucas Arcanjo?
– Mais aspecto clínico, médico, quando vai ser liberado e como vai ser a performance dele nos treinos que vão anteceder.

Qual a primeira impressão de Daniel Jr. nos treinos?
– Jogador jovem que ficou bom tempo fora do país, ainda está levando tempinho para se readaptar. Vai conseguir se recondicionar rápido, tem 21 anos. Jogador que tem muita qualidade técnica, está conhecendo o elenco, a nossa ideia de jogo. Vamos esperar para que ele possa ter condições.

Neste primeiro ano o torcedor viu um Léo Condé tranquilo. Esse é sempre o seu temperamento?
– De um modo geral sou tranquilo. Tranquilidade é uma coisa, passividade é outra. No dia a dia a gente cobra postura, respeito de todos os envolvidos. E esse modo meu nunca tive problema com jogador. Tivemos trato muito respeitoso. E, claro, também, gosto de ganhar. O que me mantém no mercado do futebol são os resultados.

O que tira sua calma?
– Às vezes sou perfeccionista. O planejamento de tudo, treino, viagem, a gente quer que saia da forma que imagina. Nem sempre tem controle disso. Tem dois filhos também, um adolescente de 16 e um garoto de 11, que, às vezes, tira a gente do sério [risos]. De um modo geral, procuro levar a vida de forma leve. É algo que temos que procurar, principalmente no mundo de hoje, bem agitado.

O deu para conhecer de Salvador nestes 365 dias?
– Não tenho tempo. Fica em hotel, viajando. No dia que a minha família estava aqui e tinha planejado de ir no Pelourinho e igreja do Bonfim estava chovendo. Fui no Farol [da Barra]. Minha esposa, a gente ficava sempre brincando, que eu poderia treinar o time da Ivete. Por coincidência, vim treinar o time da Ivete. Ela veio com meus filhos e teve a oportunidade de ter contato [no trio, na celebração do título], mesmo por pouco tempo. Ela disse que tinha vontade de passar o carnaval. Foi muito legal aquele momento, com Ivete, Léo Santana, O Polêmico, um momento de celebração.

Deixa um recado para a torcida do Vitória
– Falo isso internamente. Um dos grandes segredos do Vitória na Série A, com certeza, vai ser a força do Barradão. A força da torcida, ter uma equipe competitiva, o torcedor gosta disso. Precisa muito que essa parceria caminhe junto, mesmo nos momentos de dificuldade. Não vai ser simples o retorno do Vitória. Dificilmente vai mergulhar em mar calmo. Vai ser mar agitado, o clube tem que estar bem amparado. E eu tenho certeza que a torcida, em momento algum, vai abandonar. E eu acho que essa parceria vai continuar acontecendo para o Vitória ter uma temporada vitoriosa.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2024/02/07/da-desconfianca-as-marcas-raras-conde-faz-balanco-de-um-ano-de-vitoria-e-abre-planos-para-a-serie-a.ghtml


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