Após recomendar torcida única, promotora vê falta de interesse do poder público em resolver violência

Após recomendar torcida única

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Horas após a confirmação da recomendação da manutenção da torcida única nos clássicos entre Bahia e Vitória em 2024, o Ministério Público da Bahia convocou uma entrevista coletiva para explicar a decisão. Segundo a promotora Thelma Leal, o poder público tem capacidade de resolver o problema da violência nos entorno dos estádios, mas "falta interesse".

Ministério Público da Bahia avalia volta da torcida mista em jogos do Bahia e Vitória

– Estamos tendo certa dificuldade, principalmente com secretarias municipais que mandam representantes sem autonomia, sem poder de decisão. Nós vamos marcar reunião com presença dos secretários municipais. Não é incapacidade do poder público. Diria falta de interesse para resolver. Não tivemos iniciativa nesse sentido. Estou nessa promotoria há pouco tempo. Depois do que vi no Maracanã, verifiquei que a situação lá é muito melhor que aqui em termo de circulação. Estou com esperança de resolver no primeiro semestre. Diria que não é incapacidade. Diria que é falta de interesse em resolver nesse momento – disse Thelma Leal.

Também na manhã desta terça-feira, durante inauguração do novo estacionamento do Barradão, o governador Gerônimo falou sobre o assunto e reforçou o "desejo" de ter torcida mista em 2024.

– Se tiver motivação forte, intensa, vou compreender e apoiar. Caso eu não compreenda, vou trabalhar com clubes e torcidas. Temos torcidas de paz. Fui na Fonte Nova ver jogos do Bahia esse ano e vi a tranquilidade que é. Se alguém apronta dentro ou fora do estádio é caso de polícia, que saberá fazer o seu papel. É pedir para o secretário compreender o que houve, o que está acontecendo, para me posicionar de forma mais firme. Meu desejo para 2024 é que a gente possa ter torcida mista. A pode ter regramento que possa garantir, se tiver alguma situação, o conforto das torcidas.

Justificativas

Durante a entrevista, a promotora explicou que a decisão do MP-BA acontece em razão dos casos de violência registrados ao longo deste ano. Outro indicativo é o cenário no entorno dos estádios, onde não há, segundo ela, controle do comércio de garrafas de vidro.

– No início do ano, em fevereiro, diante das cobranças pelo retorno das duas torcidas, começamos um procedimento. Ele tem caráter de acompanhamento e fomos colecionando todas as notícias relacionadas às torcidas, informações da Polícia Civil, e de redes sociais. Ao longo do ano registramos diversas notícias de violência entre torcidas. As duas principais, TUI e Bamor, estão impedidas de entrar nos estádios, mas seus representantes estão livres para frequentar os jogos. A decisão pela manutenção da torcida única é baseada em provas concretas de violências que aconteceram esse ano. No último jogo do Bahia temos relatos de uma verdadeira praça de guerra que teve a ladeira da Fonte Nova como palco. Nós vivemos um clima de tensão, esses torcedores estão extremamente violentos – afirmou Thelma.

Thelma Leal explica que a maior parte dos casos de violência acontece no entorno dos estádios. Ela também pontuou a importância da volta da instalação dos juizados nos locais, para acelerar nos processos e punições.

– Em termos percentuais, não temos esses dados. Dentro do estádio é onde menos acontece violência, diferente nesse último jogo do Bahia [contra o Atlético-MG, pela Série A]. Na aérea reservada para as torcidas soltaram bombas. Mas no entorno, no deslocamento das torcidas, é onde os atos de violência mais ocorrem. Precisamos minimizar esses aspectos. Estamos na luta com o Tribunal de Justiça para retornar com o juizado para dentro do estádio, para que o cidadão tenha a pena aplicada ali. Vocês lembram a situação de São Caetano. Na época, 53 pessoas responderam ao termo circunstanciado. Essas audiências ainda não aconteceram, um ano e meio depois – completou a promotora.

Torcida de Bahia e Vitória; ba-vi — Foto: Arte / ge

Ao citar as torcidas organizadas, Thelma Leal falou ainda sobre medidas que podem ser adotadas para identificar a punir os torcedores que cometerem infrações nos estádios e seus entornos. A promotora citou o reconhecimento facial e a criação de um cadastro único.

– Nós precisamos que as federações façam um cadastro único dos torcedores. O reconhecimento facial também é muito importante. Medidas que ainda não foram tomadas aqui na Bahia. É por falta dessas medidas que esses torcedores ainda frequentam no estádio. (…) Precisamos melhorar aspectos de comercialização de ambulantes, de garrafas de vidro no entorno do estádio. Não temos nenhum indicativo para o retorno das torcidas, ainda mais esse ano que teremos mais clássicos. Não tenho como enumerar cada situação de violência que acompanhamos esse ano – resumiu.

Decisão pela torcida única

De acordo com Thelma Leal, a decisão pela manutenção da torcida única nos clássicos de 2024 foi tomada em conjunto pelo MP, pela Polícia Militar, pela Federação Baiana de Futebol (FBF), pela Assembleia Legislativa e por Bahia e Vitória. As partes estiveram reunidas para uma conversa sobre o assunto no último mês de novembro.

– Em novembro realizamos uma reunião com a PM, com a FBF, com Bahia e Vitória, e com representantes da Assembleia Legislativa. A ideia era estabelecer os critérios para a audiência pública. Todos foram unânimes, menos a Assembleia Legislativa, que não opinou, informando o clima de tensão. Estávamos prestes a possível queda do Bahia para a Série B. A decisão pela manutenção da torcida única é baseada em provas concretas de violências que aconteceram esse ano. Neste momento não temos nenhum indicativo para pedir o retorno da torcida mista. Nós criamos um banco de trabalho relativo aos estádios. É uma tentativa de melhorar a situação no entorno dos estádios, melhorar o acesso. Tivemos reuniões com o MP do Rio de Janeiro e o resultado foi muito positivo – explicou.

A decisão por torcida única, também, não é definitiva. A promotora afirma que uma nova avaliação vai ser feita ao longo de 2024.

– Quem sabe, no meio do ano, ou final do ano, a gente tenha ambiente mais favorável. Sonhei com audiência público. Infelizmente, não tive condição de fazer agora. Não desistimos de fazer torcida mista. Mas não podemos transacionar agora – conclui a promotora.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/noticia/2023/12/19/apos-recomendar-torcida-unica-promotora-ve-falta-de-interesse-do-poder-publico-em-resolver-violencia.ghtml


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