Análise: entre improviso e eficiência, Vitória cumpre cartilha de Carpini para bater o Criciúma

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"Peço paciência ao torcedor, mas se você jogar o tempo todo para frente e nessa trocação contra Botafogo, Palmeiras, Flamengo e Fluminense você volta pra Série C. Temos que saber das nossas limitações, equilibrar para não perder e se manter na elite. Nem tudo o que eu faço é o que eu acredito, mas é o necessário", disse Carpini após a partida.

Thiago Carpini mexeu em todos os setores ao escalar o Vitória. Sem Caio Vinícius e com Bruno Uvini retornando de lesão após mais de um mês, o treinador optou por utilizar Willean Lepo como zagueiro ao lado de Wagner Leonardo e promover a entrada de Raúl Cáceres no time.

No meio, Léo Naldi retornou de suspensão, e o Vitória teve uma trinca de volantes com Luan e Willian Oliveira. Já no ataque, Janderson, que foi bem contra o Corinthians, ganhou nova oportunidade no time titular.

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No primeiro tempo, o que se viu foi uma equipe que funcionou, mas deixou escapar vantagem para ficar tranquila. O Rubro-Negro começou com dificuldade em sair para o jogo, e, aos poucos, encaixou boas jogadas em lances de bola parada e saídas pelos lados do campo. Com uma trinca de volantes e poucos jogadores de criação, o time teve nos seus três laterais válvula de escape. Isso mesmo. Apesar de jogar como zagueiro, Lepo se arriscou em arrancadas pela direita.

Não por acaso, os dois gols do Vitória tiveram participação decisiva dos laterais. No primeiro, Cáceres lançou Willian Oliveira, que sofreu pênalti convertido por Alerrandro. No segundo, jogada bem trabalhada terminou com passe na medida de Alerrandro e infiltração de Lucas Esteves para ampliar (assista abaixo).

Mas engana-se quem imaginou um grande domínio do Vitória, apesar do 2 a 0. O Criciúma sempre foi perigoso. Ainda mais quando conta com uma "ajudinha" do adversário. Na reta final do primeiro tempo, o Leão saiu para o ataque de forma desorganizada, inclusive com os dois laterais no campo de ataque e apenas Lepo e Wagner na defesa. Não deu outra, e em rápido contra-ataque Matheusinho diminuiu (veja abaixo).

Segundo tempo com "risco controlado"

O placar magro fez o Vitória correr riscos até o último minuto. Mas não dá para dizer que foram muitos. O único, inclusive, foi uma bola no travessão após Léo Naldi ser desarmado e ainda errar ao cortar lance na pequena área que sobrou para Arthur Caíke.

O Vitória melhorou após Carpini sacar Willian Oliveira e colocar Zé Hugo em campo. Com a mudança, o time que até então não contra-atacava e via o adversário rondar a área passou a ser perigoso. Embora não tenha criado muita coisa, ao menos prendeu a bola pelo lado direito e deu algum susto.

Ainda deu tempo para Carpini lançar Everaldo, que não jogava há cinco meses, e Bruno Uvini, também voltando após período machucado. Dois grandes riscos, diga-se de passagem, apesar de não comprometerem. No fim, a bola parada do Criciúma até gerou apreensão no Barradão, mas a defesa rubro-negra se comportou bem.

O torcedor do Vitória pode se queixar de muita coisa, mas não do realismo do técnico Thiago Carpini, que já deixou claro que a equipe luta contra o rebaixamento e que, muitas vezes, vai priorizar não sofrer gols para aproveitar a chance que tiver para vencer. E foi o que aconteceu no último domingo.

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O Vitória esteve longe de um futebol envolvente contra o Criciúma. Contudo, cumpriu à risca a cartilha do seu treinador. Defensivamente teve seus problemas, até pequenos diante da dura realidade de quem precisa jogar com um lateral improvisado na zaga. À frente, foi eficiente para balançar as redes e vencer jogo fundamental contra um adversário direto.