"O cara" do acesso do Vitória, Burse explica jogadas ensaiadas e comenta planejamento para 2023

"O cara" acesso Vitória

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Ao conquistar o acesso para a Série B, o Vitória coroou uma campanha de recuperação iniciada com a chegada do técnico João Burse. Quarto treinador do clube na temporada, Burse encontrou um time próximo da zona de rebaixamento e que, a oito jogo para o fim da primeira fase da Série C, tinha apenas 2,6% de chance de subir de divisão. Trabalho reconhecido e que continua em 2023.

– É muita tensão, disputamos 14 finais. Foram três meses que pareciam três anos, de entrega, concentração, de que não poderia errar. Não poderia errar, cada jogo era o da nossa vida. Quando a gente chegou, empatou com o Altos, venceu o Figueirense, mas, no jogo do São José, no aquecimento, a gente estava na zona de rebaixamento, mesmo tendo feito quatro pontos. Foi sempre assim – relembra o técnico.

– A gente está curtindo ainda o momento, toda a situação – completa.

1 de 2 João Burse em entrevista ao ge — Foto: ge

João Burse em entrevista ao ge — Foto: ge

Entre os elogios sobre o trabalho de João Burse estão as jogadas ensaiadas. Ao longo da Série C, os lances chamaram a atenção e resultaram em gols importantes para a equipe, como o do triunfo por 1 a 0 sobre o Figueirense que levou a equipe para a zona de classificação (reveja abaixo). Fama positiva que faz o treinador até dar orientação a outros profissionais.

– Eu montei um enorme banco de dados com jogadas. Aí outros treinadores descobriram que eu tinha esse banco de dados. Estamos sempre conversando com outros treinadores, a gente troca, recebo muito também conteúdos de jogadas ensaiadas porque o pessoal sabe que eu gosto muito – diz o técnico rubro-negro.

Tréllez marca gol do Vitória sobre o Figueirense, no Barradão

Tudo começou no Palmeiras, na época em que ele era auxiliar do técnico Cuca, atualmente no Atlético–MG.

– Eu era treinador do sub-20 do Palmeiras e o Cuca, uma vez na semana, montava um coletivo para aprontar a equipe profissional. Foi aquele Palmeiras campeão em 2016. Então eu levava o sub-20 e montava de acordo com próximo adversário do Palmeiras, com características de atletas. Aí o Cuca fazia as jogadas ensaiadas e aquilo começou a me interessar.

Em 2023, João Burse vai precisar ser ainda mais engenhoso com o Vitória em uma divisão com maior exigência técnica. Quanto ao planejamento, o treinador afirma que vai se reunir com a diretoria rubro-negra sobre os próximos passos.

– Vamos dar sequência a partir de amanhã, entender quem vai ter continuidade, quem já tem contrato. A partir daí vamos planejar realmente 2023.

2 de 2 João Burse, técnico do Vitória, tem 64% de aproveitamento pelo time — Foto: EC Vitória / Divulgação

João Burse, técnico do Vitória, tem 64% de aproveitamento pelo time — Foto: EC Vitória / Divulgação

Nesta segunda-feira, João Burse concedeu entrevista ao ge para fazer um balanço da campanha na Série C. No papo, o treinador comentou as dificuldades, momentos marcantes do clube e do tão elogiado trabalho nas jogadas ensaiadas. Burse também comentou sobre o planejamento para 2023 e o jogo festivo de despedida do atacante Dinei.

ge: você já disse que vai renovar o contrato com o Vitória. Já está tudo assinado?
João Burse:
na verdade é algo que é muito tranquilo para mim. Quando eu recebi o convite do Rodrigo Pastana para vir para o Vitória, foi tudo resolvido em 30 segundos. Eu já tinha uma história enorme aqui no Vitória, por isso falei que a renovação seria rápida. O foco era total no acesso, agora passado isso, vamos sentar e ajustar isso rapidamente.

Como está o planejamento para 2023? Já tem alguma reunião marcada com a diretoria para tratar o assunto?
– A gente está curtindo ainda o momento, toda a situação. A gente folga hoje, amanhã se reapresenta para começar a se planejar, resolver as questões individuais, para dar sequência ao trabalho. Vamos dar sequência a partir de amanhã, entender quem vai ter continuidade, quem já tem contrato. A partir daí vamos planejar realmente 2023.

O Vitória está punido pela Fifa e não pode registrar novos jogadores. Já recebeu sinalização da diretoria de que vai resolver essa pendência?
– Vai se resolver tudo. Tivemos essa conversa. Tivemos o acesso, vamos melhorar financeiramente. O Fábio tem feito um esforço incrível para estar sempre em dia com premiação, salários. Um cara sempre presente, temos muito orgulho do nosso presidente. E vamos construiu novamente uma história juntos.

Dalton é um dos jogadores que ainda não renovaram o contrato para 2023. Conta com ele para a próxima temporada?
Dalton fez uma competição muito boa. Feliz porque é um cara trabalhador, batalhador demais. Trouxe experiência de outros momentos, um cara que já teve acessos. Então ter isso aqui foi muito importante. Por isso contamos com Dalton aqui, vamos esperar essa renovação.

Neste sábado o Vitória vai realizar um amistoso que vai marcar a despedida de Dinei dos gramados. Pode dar mais detalhes do jogo? Já tem adversário definido?
A gente está planejando sim, vai ter o amistoso. Mas detalhes só vamos saber amanhã, adversário, como vai ser. Mas acho que vai ser algo bem bacana, que o torcedor vai gostar.

Dinei jogou pouco pelo Vitória na temporada, mas é um jogador muito querido pela torcida e pelo elenco. Como encara essa despedida dele?
– Ele passou essa vontade dele [de se aposentar]. [O acesso] acabou coroando. Dinei é um cara que merece demais. Mesmo sem ter jogado muitas partidas, foi um cara que contribuiu muito com sua experiência, dando força para os mais jovens. Ele foi muito importante no dia a dia, um cara que sempre foi exemplo para os mais jovens. Ter a oportunidade de estar aqui vivenciando essa despedida dele vai nos deixar muito feliz.

O meia-atacante Luan Silva se recuperou de cirurgia no joelho e ainda tem contrato com o clube. Conta com ele para a próxima temporada?
– Luan eu conheço, foi base comigo aqui, campeão da Copa do Brasil Sub-17 comigo, conheço bem. É acima da média, top, mas não sei como está a situação dele, de parte de recuperação, situação com Palmeiras e Vitória. Atleta que tenho carinho muito grande, e eu espero que tudo possa se resolver.

Entre as marcas do seu trabalho estão as jogadas ensaiadas. Nós tivemos a informação de que alguns treinadores te procuram para pedir algumas dicas. Como você trabalha esse tipo de ferramenta com os jogadores?
– É verdade. Começou tudo com Cuca. Eu era treinador do sub-20 do Palmeiras e o Cuca, uma vez na semana, montava um coletivo para aprontar a equipe profissional. Foi aquele Palmeiras campeão em 2016. Então eu levava o sub-20 e montava de acordo com próximo adversário do Palmeiras, com características de atletas. Aí o Cuca fazia as jogadas ensaiadas e aquilo começou a me interessar. O Cuca do Palmeiras fez gols de jogadas ensaiadas e aí eu comecei e estudar, pesquisar outras equipes e treinadores. Tem o Sarri na época de Napoli, por exemplo. Com isso eu montei um enorme banco de dados com jogadas. Aí outros treinadores descobriram que eu tinha esse banco de dados. Estamos sempre conversando com outros treinadores, a gente troca, recebo muito também conteúdos de jogadas ensaiadas porque o pessoal sabe que eu gosto muito. Crio também algumas jogadas. A gente estuda o adversário, vê se tem possibilidade de encaixar alguma jogada. Então tudo isso acaba fazendo com que a gente pense alguma jogada. Estou sempre ligado em jogadas ensaiadas. Sempre observando esse tipo de jogos. Tivemos aqui o gol do Marco Antônio, o gol contra o Figueirense que começou com tiro de meta. Eu costumo falar para os atletas, quando a gente mais precisar, a bola parada vai salvar a gente. É um momento que nosso time sabe o que tem que fazer.

E como é a sensação quando o jogador faz um gol em uma jogada como essa?
– Dá orgulho de modo geral. Ver o time jogando da maneira que a gente treina diariamente, eles acreditando. É ter verdade, olho no olho no olho. E aí tenho certeza que eles, dentro do campo, vão fazer aquilo que a gente trabalhou.

Mas nem toda a campanha desde a sua chegada foi tranquila. Durante o quadrangular, o Vitória foi goleado por 5 a 1 pelo Figueirense. Aquela partida afetou de alguma forma o emocional dos jogadores?
– Desde a classificação, a gente já vinha cobrando, era normal. Sabia que era normal, existia o relaxamento. Mas o elenco sempre foi forte. Depois que terminou o jogo, todos levantando a cabeça. São 24h para comemorar e 24h para lamentar. Sabíamos da capacidade do grupo, força mental. E eles provaram que era possível.

Durante a Série C, os jogadores do Vitória se reuniram para uma reunião em que "lavaram a roupa suja" e se uniram ainda mais para o acesso. Conta como você viu essa atitude e se houve outros episódios como esse que foram importantes para o time.
– Isso temos em todos os pós-jogos, independente se vence, perde ou empata. Passamos em vídeo o que erraram, o que acertaram. Em termo de atitude, postura, uma cobrança sadia, em alguns momentos mais fortes e em outros nem tanto. Temos que saber os momentos de cobrar. E foi assim que a gente construiu a relação de muita confiança, olho no olho. Atletas que não estavam jogando estavam torcendo e sendo fortes no treinamento, que é o eu cobro sempre. Para que o titular possa ter essa força, sair da zona de conforto.

A torcida do Vitória fez uma bela recepção para os jogadores no desembarque de Belém. Qual foi a sensação de ver toda aquela festa?
– Foi fantástico. Não só na recepção, mas em todo o processo. Eles nos abraçaram. Isso nos deu combustível em todos os momentos. No jogo contra o ABC que a gente empatou, no final, a torcida aplaudiu e continuou cantando. Sabíamos que a torcida estava conosco. E no final a gente foi lá e correspondeu e deu ajuda.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2022/09/26/o-cara-do-acesso-do-vitoria-burse-explica-jogadas-ensaiadas-e-comenta-planejamento-para-2023.ghtml


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