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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.
Rebaixado para a terceira divisão nacional, em intenso conflito político – inclusive com a destituição do então presidente, Paulo Carneiro. O que mais pode dar errado para o Vitória? A resposta para essa pergunta está nas finanças rubro-negras. O clube está imerso em sua pior crise, pelo menos desde a última vez em que esteve na Série C, em 2005.
Nesta reportagem, o ge passa pelas demonstrações contábeis mais recentes, referentes a 2021, para mostrar ao torcedor o estado financeiro do clube. Os números ajudam a entender tanto passado e presente, quanto projetar o futuro. O retorno às divisões superiores também depende das soluções que serão empregadas para minimizar a crise.
As finanças do Vitória — Foto: Infoesporte
Panorama
A representação gráfica para a crise financeira do Vitória está na comparação entre faturamento (tudo o que foi arrecadado em cada ano) e endividamento (o que havia a pagar no último dia de cada exercício). Não haveria tanto problema se o dinheiro que entra no caixa fosse suficiente para dar conta das despesas e ainda das dívidas. Não é o caso.
Em 2021, a proporção entre esses indicadores ficou próxima de quatro vezes. Ou seja, as dívidas da associação representam quatro vezes tudo o que foi arrecadado no ano. Também é grave notar que os R$ 214 milhões devidos correspondem à maior dívida que o Vitória já teve em sua história, cuja compreensão ficará ainda pior conforme com os detalhes.
Receitas
A maior fonte de arrecadação do Vitória ainda está nos direitos de transmissão e nas premiações. No ano passado, foram R$ 30 milhões contabilizados entre Série B, Copa do Brasil e Copa do Nordeste. Por causa de uma questão contábil, o valor prático é ainda mais baixo.
O manual manda considerar a receita com luvas, referentes aos direitos de transmissão, pouco a pouco, todos os anos. No exercício de 2021, foram contabilizados R$ 6 milhões do contrato assinado em 2016.
O valor entrou e saiu da conta bancária há muito tempo, mas só foi reconhecido como receita neste balanço. Na prática, significa que a entrada de dinheiro em caixa foi menor do que o número sugere.
Também é nessa parte, da televisão, que o rebaixamento para a Série C causará o maior estrago. A cota fixa da segunda divisão está próxima a R$ 8 milhões. No terceiro escalão, esse valor despenca para quase nada.
Além disso, em 2022, as performances na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste – na qual não chegou nem à fase de grupos – foram piores do que na temporada anterior. Tudo piorou consideravelmente no presente.
O departamento comercial e de marketing teve desempenho, no mínimo, insuficiente. Enquanto o Bahia arrecada para lá dos R$ 24 milhões por temporada nessa área, o Vitória conseguiu apenas R$ 3 milhões com a soma de patrocínios, publicidades e licenciamentos.
Nas receitas diretamente ligadas à torcida, compreensivelmente, o valor também foi baixo. Portões de estádios estiveram fechados durante quase toda a temporada, por causa da pandemia, e atrapalharam a arrecadação por meio da venda de ingressos. Também fazem parte dessa linha as mensalidades de sócios-torcedores – essas, sim, abaixo do potencial.
O único destaque positivo está nas transferências de atletas. Com R$ 21 milhões arrecadados, a associação rubro-negra ficou próxima de seus melhores anos. Segundo o balanço, quatro jogadores compõem essa quantia: Diego Rosa, Pedro Henrique, Pablo Silles e Wendell.
Orçado versus realizado
Em todos os textos sobre as finanças, o ge faz a comparação entre orçamento e demonstrações contábeis. A ideia é colocar em paralelo as projeções feitas pelos dirigentes e os resultados obtidos por eles depois de um ano. Neste caso, não será possível. O clube não publica orçamento.
Dívidas
O noticiário costuma dar destaque para o resultado líquido do balanço. No caso do Vitória, o número é negativo. O clube terminou 2021 com um deficit (prejuízo) de R$ 42 milhões, sinal de que as contas ficaram no vermelho. O detalhamento dos números mostra um quadro ainda pior.
Além de ter batido um recorde histórico em seu endividamento, a diretoria encabeçada por Paulo Carneiro deixou agravar muito o perfil dessas obrigações. Aqui, trata-se do prazo para pagamento delas.
O Vitória terminou 2021 com R$ 117 milhões a pagar no curto prazo, em período inferior a um ano, ou seja, no decorrer de 2022. Para um clube que caiu de divisão, perdeu receitas e já vinha de contas deficitárias, torna-se praticamente impossível dar conta de todos os compromissos.
São algumas as explicações para a piora repentina. Uma delas foi o rompimento do Profut, programa para o parcelamento de impostos atrasados instituído pelo governo em 2015. Por inadimplência, o clube foi informado pelas autoridades de sua exclusão. Isso fez com que R$ 33 milhões passassem a ser cobrados no curto prazo.
Também houve problemas ao honrar o acordo com a Prefeitura de Salvador, por IPTU que não foi pago no passado. Houve rescisão do trato em 2021. Consequentemente, a dívida relacionada a esse imposto subiu em R$ 20 milhões. Os rompimentos desses parcelamentos causam esse efeito: tiram as dívidas do longo prazo e jogam no curto.
A única boa notícia, nesse trecho, está na ligeira redução das dívidas bancárias. O Vitória ainda tem R$ 13 milhões a pagar para instituições financeiras – a principal delas, o Banco Daycoval, cujo vencimento foi fixado em 2023 –, mas conseguiu reduzir o montante como um todo. Foram priorizados os pagamentos para pessoas físicas, não identificadas.
Futuro
Poucos clubes pioraram tanto e tão rápido quanto o Vitória, no futebol brasileiro, nessa última década. Não faz muito tempo que a associação baiana tinha seu futebol na primeira divisão, com finanças razoavelmente organizadas e dinheiro disponível em caixa – R$ 23 milhões, em 2016.
Foi a falta dinheiro que causou a queda para a terceira divisão? Mais ou menos. Por um lado, problemas constatados no balanço financeiro obviamente limitaram as possibilidades em 2021. Por outro, os números também apontam para a ineficiência do departamento de futebol.
A folha rubro-negra foi de R$ 17 milhões na Série B – a menor, desde que o clube deixou de disputar a primeira divisão. Ainda assim, era de se esperar que esse orçamento fosse suficiente para manter a entidade neste escalão. Goiás e Avaí, notavelmente mais eficientes na aplicação do dinheiro, foram promovidos com R$ 28 milhões cada em folha.
A história começa a melhorar um pouco em 2022. O Vitória aderiu a um novo parcelamento do governo, chamado Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), e conseguiu dois efeitos positivos: R$ 57 milhões em descontos e prazo alongado para o restante.
Acabou a crise financeira? Ainda não. Mesmo com o alívio na parte fiscal, a dívida de curto prazo continua muito acima do que o clube gera em caixa. A sua diretoria precisará buscar acordos com credores, renegociar prazos, rolar as dívidas, na esperança de resolvê-las depois.
O retorno à segunda divisão é, naturalmente, mais um passo a ser dado nessa reestruturação, principalmente pela retomada dos direitos de transmissão. Não chega a ser uma fortuna, mas é a forma mais rápida de elevar receitas ordinárias. Também é uma opção a venda de atletas, porém a pouca vitrine da Série C se torna um problema.
Certo é que a recuperação rubro-negra certamente passa pelo crescimento das receitas operacionais. A adesão da torcida ao sócio-torcedor, a venda de ingressos, os patrocínios, cada uma dessas linhas precisa ser reforçada para que o clube interrompa o processo de destruição a que foi submetido. Ainda dá para salvar o Vitória.
Fonte: https://ge.globo.com/negocios-do-esporte/noticia/2022/08/02/as-financas-do-vitoria-em-2021-rebaixamento-a-serie-c-e-contas-descontroladas-marcam-a-pior-crise-da-historia-rubro-negra.ghtml
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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.