Carpini cita controle do Vitória para superar o Juventude "sem dar chances claras" e exalta Mosquito

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Em entrevista coletiva após o jogo, o técnico Thiago Carpini exaltou o elenco rubro-negro, que entende cada vez mais como se deve competir na Primeira Divisão. Além disso, o comandante destacou o bom desempenho defensivo do Leão nesta partida.

– Acho que o comprometimento dos atletas para aquilo que está sendo proposto. Saber que estamos jogando uma competição de nível muito alto que é a Série A. Acho que entendemos essa dinâmica de que em um momento do jogo estaremos melhores, em outros vamos ter que saber sofrer. O torcedor é ansioso, ele quer que o time vá para cima do adversário nos 90 minutos. A força do Barradão nos impulsiona e faz a diferença, mas, na Série A, tem algumas situações que funcionam um pouco diferente. Esse entendimento do que é a competição, que é totalmente diferente do que o time viveu nos últimos anos. Os atletas estão de parabéns por tudo que fizeram – iniciou Carpini.

"Às vezes o resultado não acontece, mas não perdemos a convicção daquilo que está sendo feito. O principal é eles acreditarem nas ideias e levarem para dentro de campo".

– Soubemos sofrer hoje quando foi necessário, mas mesmo assim sem dar chances claras de gol aos adversários, e tendo a oportunidade de ampliar em algumas ocasiões. Fomos eficientes, um time aguerrido, corajoso e eficiente, acho que esse foi o resumo da partida. Tem outro fator que algumas equipes têm, mas que para o Vitória é diferente: o Barradão. Nosso torcedor é diferente e nós temos agora cinco decisões em casa, e essa energia com a torcida nos faz cada vez mais fortes – complementou.

O treinador também elogiou o bom desempenho do atacante Gustavo Mosquito, que chamou a responsabilidade e converteu o pênalti que decidiu a partida.

– Jogador acostumado com o nível da competição, não tem muito o que dizer em relação a isso. A gente sabe que alguns atletas ainda não viveram situações grandes na carreira, mas o Mosquito já tem uma boa experiência na Série A, ele veio para nos ajudar muito, assim como o Neris, o Machado, Carlinhos. São jogadores que encorparam bem dentro da nossa realidade. Não fizemos loucura e contratamos dentro da nossa condição financeira – explicou.

– O Mosquito foi um desses jogadores e tem nos ajudado. Foi importante no jogo passado com assistência e foi bem contra o Vasco também. O que ele performa também tem muito a ver com o coletivo. O time, quando está bem encaixado e ajustado, favorece o surgimento de protagonistas disse o técnico do Vitória.

Agora, o time baiano tem tempo para celebrar o resultado, pois tem nova semana livre pela frente e só volta a jogar no próximo domingo, contra o Internacional, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro. A partida está marcada para o Beira-Rio, às 18h30 (de Brasília).

Jogos contra times mais fortes no Barradão
– Não contamos com a sorte em nenhum momento, fomos uma equipe efetiva, bem ajustada e não lembro de chances claras do adversário. O Vitória esteve mais próximo do segundo gol do que o Juventude do empate com Matheusinho e Everaldo, meu time não teve sorte, foi eficiente. O próximo jogo é contra o Internacional, temos que pensar em um de cada vez.

Resultado e confiança
– Eu acredito muito que tendo a performance a gente está muito próximo do resultado. Quando a gente inverte essa ordem vira desespero. A gente pode ganhar um jogo esporádico, mas em um campeonato desse nível temos que ter vida longa. Se você fizer um corte da tabela no segundo turno o Vitória vai estar nas primeiras posições, temos 13 pontos no returno. São construções. Escapou contra o Vasco e contra o Cruzeiro por diversas situações, mas vem evoluindo e construindo mais próximo das vitórias. No futebol, o resultado é o senhor da razão, mas a forma como ganha e como perde é muito importante para mim. Temos muito mais pontos positivos, claro que não está tudo ótimo, temos muitas falhas e limitações, mas trabalhamos todos os dias para melhorar isso.

Já dá para sonhar com coisas maiores?
– Acho que não, vamos manter os pés no chão. São 11 decisões e muita coisa ainda vai acontecer. Dependemos do Fluminense e do Criciúma agora. Não sofrer gols e ter equilíbrio defensivo é muito importante para nós. Às vezes a gente sofria gols em detalhes muito gritantes, que nos incomodaram bastante, estamos tentando melhorar isso. É o retorno de um time gigante para a Série A, há uma disparidade financeira e de muitas outras questões. A chegada dos jogadores encorparam nossa equipe, somos gratos aos atletas que passaram por aqui anteriormente, mas cada campeonato é diferente. Hoje temos um time mais equilibrado, consistente e perto do que eu acredito. Antes a gente fazia o que era melhor para aparar as arestas e controlar o ambiente, mas agora estamos melhorando. Mesmo assim não dá para mudar o discurso, nossa briga é contra o rebaixamento.

Dá para buscar a terceira vitória consecutiva?
– Vamos sempre trabalhar pela vitória. Como você falou, o Internacional vem em uma crescente, e eu esperava essa crescente deles, para mim é um dos melhores elencos. Jogar lá no Beira-Rio é muito difícil, mas também fizemos bons jogos fora de casa: empatamos contra o Cuiabá, contra o Juventude, ganhamos do Palmeiras e do Fluminense… O Vitória tem sido uma equipe equilibrada dentro e fora de casa, mas na situação da competição, o importante é pontuar. Não podemos abrir mão dos pontos, e dependendo da partida poderemos buscar mais. Vamos trabalhar pela terceira vitória consecutiva sabendo o que vamos encontrar lá.

Detalhe que faltava ao Vitória
– Eu acredito que o nível de concentração e o aspecto emocional é algo que trabalhamos sempre. Temos que trazer leveza para o nosso dia a dia, sabemos da responsabilidade. Dentro disso temos que buscar equilíbrio e ser efetivos. No jogo contra o Atlético-GO tivemos três chances de gol e fizemos dois, hoje foram duas ou três chances e conseguimos marcar sem sofrer defensivamente. Esses pequenos detalhes nos incomodavam e hoje estão a nosso favor. Conta também a concentração da equipe durante os 90 minutos e seguir acreditando com convicção no trabalho. Precisamos desfrutar o momento e trabalhar durante a semana para corrigir alguns pontos e fazer um grande jogo lá em Porto Alegre.

O que tem de diferente agora e no que o torcedor pode se apegar para acreditar em recuperação?
– O emocional é muito mais forte agora, o grupo está mais preparado e cascudo. As chegadas dos reforços também foram muito importantes para ajudar os atletas que aqui estavam. Uma equipe que briga desde maio dentro do Z-4 cria uma casca, algumas equipes ainda não viveram isso dentro da competição e não sabemos como elas vão reagir caso passem por isso. Estamos habituados a isso, o que nos fortaleceu também. O torcedor pode esperar o empenho dos atletas, e peço que eles não larguem a equipe. A equipe vem evoluindo, principalmente no quesito pontuação. Vamos lutar até o fim, pode ser que a equipe ainda oscile, mas temos mais alternativas para variar a equipe, o que me dá mais alternativas, pensando em jogos dentro e fora de casa. Às vezes o torcedor espera um jogo vistoso sempre, mas estamos em uma competição de alto nível. O Juventude pode não ser um bom visitante, mas é uma grande equipe e briga por Sul-Americana. Temos que valorizar cada ponto conquistado e a entrega dos atletas. Hoje temos uma energia muito boa no Barradão, dentro do vestiário. Todos se respeitam e se cobram, mas tem muita unidade aqui dentro. Temos que entender o processo, temos nossos direitos e deveres na instituição, quem entendeu isso está aqui, quem não entendeu não está mais conosco.

Muriel
– Muriel é um cara muito positivo, merecia essa oportunidade. Fiquei muito feliz por ele ter jogado e jogado bem. Até brinquei com o Arcanjo sobre isso, mas é bom porque eleva o nível de competitividade entre eles. O Arcanjo vai voltar, mas sabemos que temos outro goleiro que podemos contar. A gente colhe o que planta, o Muriel é um cara fantástico, trabalhador e nos ajuda muito. Não tinha como não fazer uma boa partida. A gente destaca muito o Matheusinho, o Mosquito e o Alerrandro, mas o Raúl [Cáceres], por exemplo, estava encostado quando eu cheguei e hoje fez mais uma grande partida. Recuperar atletas faz parte do nosso trabalho, antes do atleta tem o ser humano que precisa de cuidado e conversa. Outro caso é o Edu, que não tem muitas oportunidades, mas o que ele treina e ajuda a melhorar o Wagner e o Neris é muito importante. Não vejo a hora do Edu ter oportunidade de jogar. Então temos que pensar no todo, acho que esse é o diferencial do Vitória, a gente dá importância para todo mundo, apesar de uns ter mais oportunidades que outros.

Osvaldo
– Ele não consegue ficar em casa, ele veio quinta, veio sexta, veio hoje… Tem espírito jovem. É triste porque a gente vê que ele quer estar junto, mas não pode. Graças a Deus nada de pior ocorreu, poderia ser mais grave. A gente ficou muito sentido, fomos visitá-los no hospital. Estamos felizes com a volta dele, estará no nosso dia a dia participando, é um pilar para nós. Quem conhece ele entende porque teve uma carreira tão vitoriosa. Um cara do dia a dia e que tem respeito pelo que faz, muito humilde. Ficamos tristes por ele, mas feliz por ter ele de volta. Em um futuro próximo vai nos ajudar ainda. Não tão próximo, já que esse ano talvez não dê mais.