As finanças do Vitória em 2018: a gestão que renegou a política e errou no futebol acabou cedo

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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

— Foto: Infoesporte

Ricardo David, empresário, foi eleito presidente do Vitória com direito a um feito pessoal. Ele venceu no primeiro turno. Não só venceu, como deixou para trás um candidato apoiado por ex-presidentes influentes, como Paulo Carneiro, e se comprometeu em conduzir o clube em seu mandato sem entrar em conchavos políticos. Responsabilidade, profissionalização e inovação – palavras comuns em seu vocabulário e presentes em sua campanha –, para reestruturar o rubro-negro baiano tal qual o amigo pessoal Eduardo Bandeira de Mello havia feito no Flamengo. Não deu nem de chegar ao fim do mandato.

A sustentação de um presidente se dá em três pilares: futebol, administração e política. Se não houver solidez em dois deles, é provável o dirigente não tenha vida fácil. Ricardo poderia ter concluído seu mandato se tivesse ganhado títulos e feito avanços administrativos, mas perdeu o Campeonato Baiano para o Bahia e foi rebaixado no Campeonato Brasileiro. Talvez tivesse se segurado no cargo com boa administração, apesar das derrotas, se tivesse feito concessões para ganhar apoio político. Sem futebol e sem política, não há quem aguente. Mesmo que a administração em si não tenha sido de todo ruim.

Quase todos os principais indicadores financeiros permaneceram em 2018 onde estavam no ano anterior. Dívidas não baixaram, mas também não subiram. Receitas oscilaram muito pouco, apesar da péssima campanha que culminou no rebaixamento. O deficit de R$ 4 milhões não chega a ser um problema. Se tivesse avançado só mais uma fase da Copa do Brasil, ou se a venda dos direitos internacionais do Brasileirão não tivesse fracassado após ter contrato assinado, haveria superavit. A resposta para a saída precoce de Ricardo não está nas finanças.

A relação entre receitas e dívidas do Vitória
O endividamento subiu repentinamente em 2017 porque só ali dívidas antigas foram reconhecidas
Fonte: Balanços financeiros

Para não dizer que a questão financeira passou incólume à crise do começo ao fim da temporada, houve uma substituição pouco saudável de receitas. No início do ano, para dar conta de dívidas de curto prazo deixadas pela administração anterior, a diretoria vendeu dois jogadores importantes para o elenco para fazer caixa. David foi vendido para o Cruzeiro, Tréllez foi parar no São Paulo. Receita com atletas que sobe, receita com bilheterias que desce. Natural para quem jogou mal.

Problemático mesmo foi o trabalho do departamento de futebol. No decorrer da temporada foram contratados 26 jogadores, sendo três deles argentinos e um alemão. A expectativa dos responsáveis era tirar dos estrangeiros um nome que revivesse boas memórias dos torcedores, como tinham sido Petkovic e Aristizábal no passado. Nenhum vingou. Vagner Mancini começou o ano e foi demitido após a parada para a Copa do Mundo. Paulo Cézar Carpegiani chegou para substituí-lo, mas também não chegou até dezembro. E o Vitória caiu.

Administrativamente, avanços foram feitos. Profissionais foram contratados para trabalhar exclusivamente no clube – em vez de contar com serviços de pessoas que ajudam áreas estratégias, como jurídico, financeiro e marketing, enquanto intercalam responsabilidades com suas vidas profissionais. Uma auditoria maior foi contratada para verificar as contas, a RSM Brasil. Custos administrativos e folha salarial foram reduzidos para enquadrar despesas em receitas. Houve avanços. Todos suplantados por uma gestão ruim no departamento de futebol.

O detalhamento das receitas do Vitória em 2018
Os direitos de transmissão vão sofrer o maior impacto entre todas as entradas de dinheiro com a Série B
Fonte: Balanços financeiros (em R$ milhões)

O desafio do Vitória, especificamente nas finanças, está na perspectiva de baixa em termos de arrecadação para a temporada de 2019. Embora o clube não tenha problemas financeiros tão graves quanto adversários próximos, como o também rebaixado Sport, a queda nas receitas que é natural para a segunda divisão tende a dificultar a retomada.

Para um clube que tem a maior parte de suas receitas vindas dos direitos de transmissão, a substituição de um contrato que rendeu quase R$ 50 milhões por outro de R$ 6 milhões é o principal problema. Na Série B, todos têm direito à mesma cota. Além disso, é natural que linhas como bilheterias, sócios torcedores e patrocínios rendam menos, pois a atratividade das partidas disputadas na segunda divisão é menor.

No início de 2019, ainda sob o comando de Ricardo, o Vitória repetiu o movimento que havia feito no ano anterior. Vendeu Lucas Ribeiro para o alemão Hoffenheim e levantou valor relevante para fazer frente a dívidas de curto prazo. Ao mesmo tempo em que será difícil fazer uma nova transferência relevante na Série B, pois a vitrine é menor, ao menos uma transferência foi garantida para que esta linha não zerasse.

O perfil do endividamento do Vitória por vencimento
Nenhuma dívida de curto prazo em 2015 e 2016 porque havia dinheiro em caixa superior à quantia devida
Fonte: Balanços financeiros

Muito pressionado politicamente e também pela torcida, Ricardo optou por antecipar as eleições gerais do clube e deixar o cargo em abril. Muito frustrado por não ter conseguido colocar seus planos em prática, distante de chegar no Vitória a algum lugar próximo do que o ocupado por Eduardo Bandeira de Mello no Flamengo, o empresário “morreu” fiel ao princípio de negar o jogo político para garantir certa governabilidade.

No seu lugar entrou Paulo Carneiro, histórico dirigente que dirigiu o clube durante praticamente toda a década de 1990. A proposta é claramente diferente. Em uma de suas primeiras entrevistas após a eleição realizada em abril, o cartola deixou claro que chamaria grupos políticos para mostrar os planos de sua diretoria para o Vitória.

Apesar da queda de arrecadação por causa da participação na Série B, o torcedor rubro-negro pode ao menos ficar aliviado na comparação com adversários diretos. O endividamento do clube tem um valor bruto alto, no entanto mais de 70% das dívidas são fiscais e foram equacionadas pelo Profut. Herança do falido Vitória S/A. Empréstimos bancários são poucos, dívidas com fornecedores e outros clubes também. Apenas a trabalhista gera alguma preocupação. Resta saber que efeito terá a troca da administração que rejeita a política pela administração que a maneja.

O perfil do endividamento do Vitória por tipo em 2018
Mais de 70% das dívidas do clube estão concentradas no Vitória S/A e foram parceladas pelo Profut
Fonte: Balanços financeiros (em R$ milhões)

    Fonte: https://globoesporte.globo.com/blogs/blog-do-rodrigo-capelo/post/2019/07/17/as-financas-do-vitoria-em-2018-a-gestao-que-renegou-a-politica-e-errou-no-futebol-acabou-cedo.ghtml


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    Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.