Técnicos da dupla Ba-Vi criticam esquemas de apostas no futebol: "Uma tristeza"

Técnicos dupla Ba-Vi criticam

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Os esquemas de apostas envolvendo atletas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro foram assuntos abordados nas entrevistas coletivas de Renato Paiva, técnico do Bahia, e de Léo Condé, comandante do Vitória, após os jogos contra Santos e Ceará, respectivamente, na última quarta-feira.

"O que posso dizer é que é uma tristeza. Temos um jogo limpo, futebol saudável, onde jogam os melhores. Prejudica o trabalho", lamentou Renato Paiva.

"A gente lamenta muito, né?! […] É um assunto muito complexo. Cabe investigação, como está sendo investigado" , disse Léo Condé.

1 de 10 Léo Condé e Renato Paiva — Foto: Fotos: Pietro Carpi / EC Vitória; Felipe Oliveira / EC Bahia

Léo Condé e Renato Paiva — Foto: Fotos: Pietro Carpi / EC Vitória; Felipe Oliveira / EC Bahia

Após a derrota do Bahia para o Santos, por 3 a 0, pelo Brasileirão, Renato Paiva foi além do assunto e opinou sobre o desgastante número de partidas no futebol europeu: "Joga-se cada vez mais e descansa-se cada vez menos".

– Tristeza. O que posso dizer é que é uma tristeza. Temos um jogo limpo, futebol saudável, onde jogam os melhores. Prejudica o trabalho dos treinadores, dos jogadores, do torcedor que pensa que vai ver um jogo controlado pelo jogo em si. Essas coisas acontecem, infelizmente, e tem que ver o que está por trás dessas coisas. Na Europa joga-se cada vez mais e descansa-se cada vez menos. Cada vez mais jogos por causa do dinheiro. Jogadores como máquinas. E isto é um fator que é triste – lembrou.

– Tento um futebol limpo, não quero que meus jogadores percam tempo. Quando perco o jogo, cumprimento meu colega. Se ganhar, não trato mal os outros. Quero estar nessa vida com a consciência tranquila, no jogo também. Pena que tem essas situações, pessoas que se aproveitam dessas coisas. Depois, os jogadores, ao fazer a primeira vez, não conseguem sair. Já não dá. Jogadores jovens podem ficar com carreiras competitivas, e é uma tristeza, jogadores com muita qualidade. Vou falar de valores, se é que algum valor que justifique prejudicar o futuro do jogador de futebol – complementou Renato Paiva.

2 de 10 Renato Paiva em Bahia x Volta Redonda — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação

Renato Paiva em Bahia x Volta Redonda — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação

Já o técnico Léo Condé afirmou que é preciso dar um basta para que jogadores do futebol brasileiro não se envolvam com esquemas de apostas esportivas.

– A gente lamenta muito, né?! Como profissional do futebol, eu sempre tive uma carreira muito limpa, pautada na ética, e sempre transferi isso para os jogadores também. É um assunto muito complexo. Cabe investigação, como está sendo investigado. Acho que é algo que tem que dar um basta. Claro que vai avaliar a gravidade de cada um, não dá para julgar e colocar todos no mesmo pacote. Vão ter casos diferentes, então cabe a quem vai julgar e analisar – iniciou Condé.

– É preciso que sejam punidos, principalmente os casos mais graves. A gente torce para que isso seja resolvido o quanto antes, para que a gente tenha o jogo limpo. A gente preza muito por isso. Já estamos em um momento tão ruim no futebol brasileiro, e quando a gente menos espera vem um escândalo desse. Torço para que seja apurado e resolvido o quanto antes – complementou o treinador.

3 de 10 Léo Condé, técnico do Vitória, contra o ABC — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Léo Condé, técnico do Vitória, contra o ABC — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Envolvimento de ex-atletas da dupla Ba-Vi na Operação

O futebol brasileiro tem sido surpreendido, nas últimas semanas, com as revelações de esquemas de apostas envolvendo atletas das Séries A e B. As partidas, jogadores e apostadores envolvidos estão sendo investigados pelo Ministério Público de Goiás, na Operação Penalidade Máxima, que chegou à sua segunda fase nesta semana. A Justiça de Goiás, inclusive, acatou a denúncia e tornou réus mais 16 atletas, entre eles, três jogadores que já passaram pela dupla Ba-Vi – oito atletas haviam sido denunciados em março deste ano.

Entre os 16 réus na Penalidade Máxima II, estão os zagueiros Victor Ramos e Paulo Miranda e o volante Fernando Neto. Além dos jogadores, nove apostadores foram citados no processo. Na primeira fase da investigação, em março, dois dos oito jogadores envolvidos tiveram passagem pelos principais clubes baianos: Gabriel Domingos e Ygor Catatau.

Ex-jogadores da dupla Ba-Vi são citados em investigação sobre esquema de manipulação

Outro assunto que chama atenção é o envolvimento do zagueiro Didi, que defendeu o Bahia no ano passado. O atleta, que atualmente joga no Avaí, apostou no cartão amarelo de Bauermann quando ainda vestia a camisa do Tricolor.

Mensagens entre Didi e um apostador indicam que o jogador colocou dinheiro em lance casado que não foi concretizado porque o jogador do Santos não levou o cartão.

4 de 10 Didi durante coletiva no CT Evaristo de Macedo — Foto: Rafael Machaddo / EC Bahia

Didi durante coletiva no CT Evaristo de Macedo — Foto: Rafael Machaddo / EC Bahia

Os casos investigados envolvem apostas para lances como punições com cartões amarelos ou vermelhos e pênaltis cometidos. Bruno Lopez de Moura, apostador que havia sido detido na primeira fase da operação, é visto pelo MP como líder da quadrilha no esquema de manipulação de resultados.

As investigações começaram depois que o volante Romário, do Vila Nova, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.

A história, então, vazou, e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado: Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa e Londrina.

Veja abaixo as listas de jogadores que já passaram pelo futebol e são réus na investigação e aqueles que são citados no processo.

Atletas que viraram réus

Gabriel Domingos

Gabriel Domingos é paulista de São José dos Campos. Ele passou pela base do São José e do Bahia antes de chegar ao Vila. Em 2022, fez nove jogos e um gol pela equipe sub-23 do time goiano.

5 de 10 Gabriel Domingos, jogador do Vila; segue no elenco — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Gabriel Domingos, jogador do Vila; segue no elenco — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

  • O que ele fez?

A princípio, teria apenas emprestado a conta para Romário receber o sinal de R$ 10 mil. No entanto, as investigações mostraram que ele sabia do esquema e até teria aceitado fazer o pênalti, mas depois voltou atrás.

Ygor Catatau

Ygor de Oliveira Ferreira, cujo apelido é "Catatau", tem 27 anos e nasceu no Rio de Janeiro. Além do Vitória, o atacante já passou por clubes como Vasco e Madureira. Fora do Brasil, jogou no Mumbai, da Índia.

6 de 10 Ygor Catatau pelo Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Ygor Catatau pelo Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Atualmente defende o Sepahan, do Irã, e nesta temporada soma quatro jogos disputados e um gol pelo clube.

  • O que ele fez?

Sabia do esquema e teria participação tanto no sinal de R$ 10 mil como nos R$ 140 mil que seriam pagos posteriormente, mesmo tendo sido Mateusinho o autor do pênalti em Sampaio Corrêa x Londrina.

Victor Ramos

Victor Ramos Ferreira completou 34 anos no começo de maio. Soteropolitano, ele foi revelado pelas divisões de base do Vitória e vestiu a camisa rubro-negra em quatro momentos distintos. Ele também já atuou por Vasco, Palmeiras, Chapecoense, além do Monterrey (México) e Standard Liége (Bélgica).

7 de 10 Zagueiro foi revelado pelo Vitória — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação

Zagueiro foi revelado pelo Vitória — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória / Divulgação

Começou a temporada na Portuguesa e atualmente está na Chapecoense.

  • O que ele fez?

É acusado de ter aceitado tomar um cartão amarelo quando defendia a Portuguesa, no começo deste ano, em um confronto com o Guarani. O zagueiro foi alvo de busca e apreensão e teve o celular apreendido na operação.

Paulo Miranda

Jonathan Doin tem 34 anos, é natural do Paraná e se tornou conhecido no futebol como Paulo Miranda. O zagueiro esteve no Bahia em 2011. Além do Tricolor, vestiu também as camisas de clubes como São Paulo, Grêmio e Juventude.

8 de 10 Paulo Miranda jogou no Bahia em 2011 — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Paulo Miranda jogou no Bahia em 2011 — Foto: Rafael Vieira/AGIF

Iniciou a temporada no Náutico, mas rescindiu o contrato com o clube pernambucano após o início das investigações.

  • O que ele fez?

É investigado por supostamente ter sido aliciado por apostadores para tomar um cartão amarelo, quando defendia o Juventude, na partida contra o Goiás, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. Inclusive, participou de uma chamada de vídeo com os apostadores de dentro do vestiário antes da partida.

Fernando Neto

Fernando José da Cunha Neto, ou simplesmente Fernando Neto, é um volante com 30 anos e passagem pelo Vitória em 2020 e 2021. Natural de Goiás, ele atuou também por clubes como Fluminense, Macaé, Vila Nova, Paraná e Operário.

9 de 10 Fernando Neto em ação em Vitória x Vila Nova, na última rodada da Série B de 2021 — Foto: Pietro Carpi/EC Vitória

Fernando Neto em ação em Vitória x Vila Nova, na última rodada da Série B de 2021 — Foto: Pietro Carpi/EC Vitória

Atualmente está no São Bernardo, que disputa a Série C do Brasileiro.

  • O que ele fez?

Em conversa com o zagueiro Eduardo Bauermann, Fernando Neto tentou aliciar o jogador do Santos a entrar no esquema. Além disso, disse ter participado do esquema e recebido um cartão amarelo após cometer falta no atacante Luciano Juba, do Sport, em jogo válido pela Série B (veja o lance abaixo), quando ele defendia o Operário. Essa partida também está entre as investigadas.

Aos 40 min do 1º tempo – cartão amarelo de Fernando Neto do Operário-PR contra o Sport

Atletas citados na investigação

Além dos atletas que viraram réus após denúncia do Ministério Público, têm surgido novas revelações com conversas e prints de jogadores que teriam participado do esquema de alguma maneira. O ge também fez o levantamento destes possíveis participantes que estiveram no futebol baiano.

Pedrinho

Pedro Henrique Azevedo Pereira, mais conhecido como Pedrinho, foi revelado nas divisões de base do Vitória. O lateral-esquerdo tem 20 anos e deixou a Toca do Leão em 2021 após uma série de polêmicas sobre sua ida para o Athletico-PR.

10 de 10 Pedrinho deixou o Vitória em 2021 — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Pedrinho deixou o Vitória em 2021 — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Atualmente está no Athletico-PR, mas foi afastado após o vazamento de conversas.

  • O que ele fez?

Pedrinho aparece em conversas com apostadores nas mensagens anexadas na denúncia do Ministério Público de Goiás sobre a manipulação de jogos das Série A e B do Campeonato Brasileiro. Até o momento, ele não está sendo investigado pelo MP.

O lateral-esquerdo teria recebido R$ 80 mil para ser advertido com um cartão amarelo no duelo do Athletico-PR com o Cuiabá, pelo Campeonato Brasileiro de 2022.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/noticia/2023/05/11/tecnicos-da-dupla-ba-vi-criticam-esquemas-de-apostas-no-futebol-uma-tristeza.ghtml


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