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O desafio do retorno será na próxima segunda-feira, contra o líder da Série B, o Vila Nova.

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Em sua primeira entrevista coletiva após o período de recuperação, Gamalho avaliou que o câncer mudou sua forma de ver o futebol. O atacante detalhou o que passava por sua cabeça durante o tratamento e destacou o sentimento de gratidão.

– A gente tem que valorizar alguns momentos. Por vezes, a gente fica em tantos jogos, viagens. A gente acompanha tanta violência, pressão. A gente esquece que futebol é um esporte que nos traz emoção, prazer. Temos uma responsabilidade grande, mas, por vezes, a gente se esquece da base de tudo, que é fazer o que gosta, o que ama. Nessas sequências, tinha momentos em que eu só pedia a Deus para ser curado e estar bem para voltar a jogar, fazer o que eu gosto. A gente pode achar que nada acontece com a gente, mas a gente sabe muito pouco ou quase nada. Tudo está nas mãos de Deus. Acredito que ele tem um plano para isso tudo. E espero viver o plano dele.

“O que trago para mim é valorizar as coisas, aprender com elas e ser grato por tudo que Deus tem feito na minha vida e na vida da minha família”, completou.

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O diagnóstico de câncer foi divulgado para a imprensa em 6 de junho, depois que o procedimento cirúrgico já havia sido realizado. Na época, o atacante já estava fora de campo, por conta de lesões; seu último jogo havia sido em 24 de maio, na vitória sobre o CRB, pela Série B.

Hoje recuperado, Léo Gamalho se sente feliz pelo retorno, mas lembra que não foi fácil passar pelas incertezas e medos do diagnóstico e do tratamento.

– Não foi um tempo fácil. Ninguém se prepara para passar por uma situação dessa. Mas aconteceu. [..] Quando vocês souberam, eu já tinha feito até a cirurgia. Graças a Deus, tinha sido um sucesso. Mas, até então, eu estava guardando mais para mim mesmo, não queria influenciar meus companheiros. Aqui estou, trabalhando, podendo fazer o melhor. Muita coisa passou na minha cabeça. Mas agora não vem ao caso. Importante que vou estar à disposição do professor, e é uma alegria imensa voltar a jogar, estar dentro de campo e fazer o que eu amo fazer.

O jogador contou que começou a desconfiar ainda em janeiro, depois de encontrar uma pequena pinta no peito. O diagnóstico de câncer, no entanto, demorou mais alguns meses a chegar.

– Em janeiro, eu tinha descoberto uma pinta no meu peito. Fiquei meio desconfiado, porque isso não é muito normal. Com o passar do tempo, foi aumentando. Me deixou um pouco preocupado. Chegou em abril, mais ou menos, falei com o doutor Marcelo Cortês, aqui do clube. Ele me indicou um dermatologista. Eu fui até lá, retirei. E foi enviado para a biópsia. A partir deste momento, eu esqueci. Não fiquei pensando nisso. Até que teve um dia em que eu cheguei em casa. Mais ou menos umas 22h, 23h, recebi um e-mail do laboratório, dizendo que era para entrar em contato urgente com eles. Acabei entrando [no sistema do laboratório] e vendo o resultado, que era um melanoma. Entrei em contato com alguns médicos ali, na hora. E realmente a resposta deles não foi muito positiva. Se tratava de um câncer. Coloquei minha vida nas mãos de Deus, confiando e acreditando.

Ainda assim, o diagnóstico havia chegado cedo o suficiente para viabilizar uma boa recuperação.

– Com o passar do tempo, descobri que, como descobri muito cedo, a chance de cura era bem maior. E foi o que aconteceu. Deus guiou os passos dos médicos, o diagnóstico foi melhorando, até que fui para fazer a cirurgia. E, logo depois, vocês ficaram sabendo – contou.

Contratado pelo Vitória no início da temporada, Léo Gamalho vinha sofrendo com alguns problemas médicos. Em janeiro, ele havia sofrido uma perfuração no braço após se chocar com a barreira fixa. Depois, desfalcou o Rubro-Negro em alguns jogos por conta de uma torção no tornozelo. No total, o atacante tem 16 partidas disputadas pelo Rubro-Negro e quatro gols marcados.