Fábrica de Talentos parte 2: caos político faz Vitória viver decadência na base e ver talento minguar

Fábrica Talentos político Vitória

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Se, na década de 1990 e início dos anos 2000, o Vitória formou jogadores que ajudaram o Brasil a ser pentacampeão e alcançou os seus maiores feitos dentro de campo, os anos seguintes mostraram um cenário de decepções. O Rubro-Negro não só esteve muito longe de revelar craques da prateleira de Júnior Nagata, Vampeta e Edílson, como viveu anos de caos político e poucos resultados dentro e fora de campo para se orgulhar.

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Depois de contar como foi o auge da Fábrica de Talentos do Rubro-Negro, o segundo episódio deste especial do ge mostra como o time baiano perdeu o protagonismo no processo de formação de atletas.

O fim do auge

1 de 7 Vitória derrota o Botafogo nos pênaltis e é campeão da Copa do Brasil sub-17 — Foto: Divulgação/Esporte Clube Vitória
Vitória derrota o Botafogo nos pênaltis e é campeão da Copa do Brasil sub-17 — Foto: Divulgação/Esporte Clube Vitória

No dia 19 de maio de 2015, o time sub-17 do Vitória bateu o Botafogo no Nilton Santos, por 3 a 1, e conquistou a Copa do Brasil da categoria nos pênaltis. Era o terceiro título nacional da base do clube em cinco anos. O resultado, embora tenha mostrado que a garotada rubro-negra tinha talento, também marcou o último troféu de relevância.

Naquele período, o Rubro-Negro chegou a seis finais de torneios nacionais em suas categorias de base: campeão da Copa do Brasil Sub-15 (2010), da taça da Copa do Brasil Sub-20 (2012), além de ficar em segundo lugar na Taça BH (2013), da Copa do Brasil Sub-20 (2014) e no Campeonato Brasileiro Sub-20 (2015).

"Eu espero que um dia o Vitória faça um memorial para falar da base. A base do Vitória tem uma história magnífica", elogia Carlos Anunciação, o Carlão, ex-gerente da base e presente nas três conquistas.

Títulos nacionais da base entre 2010 e 2015:

Copa do Brasil Sub-15: (2010);
Copa do Brasil Sub-20 (2012);
Copa do Brasil Sub-17 (2015).

Uma das revelações desse vitorioso período do Vitória foi o meia-atacante Luan Silva, visto como um dos jogadores mais promissores do clube. Com passagem pelas seleções brasileiras de base, ele "explodiu" na Copinha 2018, ano de sua estreia no time profissional rubro-negro. Luan chegou a jogar no Palmeiras, mas lesões no joelho interromperam a ascensão em março de 2020.

– O trabalho era muito completo na questão física, na questão técnica, na questão de jogo. Enquanto estive nos meus dez anos de base do Vitória, era treino de segunda a sexta. Sábado era amistoso quando não tinha competição – lembra o jogador.

Luan Silva comenta diferencial da base do Vitória

Profissionais qualificados

Uma época que contava com profissionais qualificados em ação, como o badalado João Paulo Sampaio, coordenador das divisões de base do Palmeiras. Antes de fazer sucesso no Verdão, ele ficou uma década no Vitória, deixando o clube pouco tempo antes da conquista do título da Copa do Brasil Sub-17.

João Paulo Sampaio foi procurado pelo ge, mas não quis falar sobre o período em que trabalhou no Vitória. Mas Gilmey Aymberê, que treina o sub-20 do Palmeiras e esteve com o gestor no Rubro-Negro, lembra como a exigência era a marca do trabalho.

– No Vitória tinha muita cobrança em cima de melhorar o jogador. Para o jogador ser melhorado em sua especificidade, como fundamentos de passe, domínio, cabeceio, um contra um defensivo, um contra um ofensivo, que chama-se hoje tática individual.

2 de 7 Luan Silva foi uma das grandes esperanças do Vitória na base — Foto: Maurícia da Matta / Divulgação / EC Vitória
Luan Silva foi uma das grandes esperanças do Vitória na base — Foto: Maurícia da Matta / Divulgação / EC Vitória

"O João Paulo consegue ser mais detalhista e até mais chato do que o Newton Mota [diretor da base do Vitória na década vitoriosa de 1990] porque cobrava também de igual forma para que a gente melhorasse o indivíduo, para o indivíduo levar para o coletivo", detalhou Aymberê.

Gilmey Aimberê conta trabalho com João Paulo Sampaio na base do Vitória

Crises financeira e política

Mas, diferente dos anos anteriores, o Vitória não conseguiu unir conquistas na base a resultado do time profissional. Muito pelo contrário. O clube entrou em crise política refletida em campanhas medíocres e rebaixamentos no Campeonato Brasileiro. Como consequência, a formação dos atletas ficou comprometida.

O auge da crise esteve entre 2013 e 2021, quando o Vitória teve sete presidentes diferentes e viveu um dos períodos mais turbulentos na sua história com o rebaixamento para a Série C.

Presidentes do Vitória desde 2013:

Alexi Portela Júnior: de 2007 a 2013;
Carlos Falcão: 2013 a 2015 (renúncia);
Raimundo Viana: 2015 a 2016 (mandato tampão);
Ivã de Almeida: 2016 a 2016 (renúncia);
Ricardo David: 2017 a 2019 (mandato tampão e renúncia);
Paulo Carneiro: 2019 a 2021 (destituído);
Fábio Mota: 2021 (mandato tampão) e eleito em 2022 até aos dias atuais;

Como consequência, o Vitória viu as receitas caírem, assim como o dinheiro aplicado na formação de atletas. Se, em 2018, o clube teve recorde no orçamento, com R$ 102 milhões investidos; em 2022, com o time na Série C, esse valor caiu em menos de um terço, chegando a R$ 29 milhões.

Orçamentos do Vitória desde 2018:

Temporada 2017 (Série A) – R$ 77,9 milhões;
Temporada 2018 (Série A) – R$ 102 milhões;
Temporada 2019 (Série B) – R$ 45 milhões;
Temporada 2020 (Série B) – R$ 52 milhões;
Temporada 2021 (Série B) – R$ 35 milhões;
Temporada 2022 (Série C) – R$ 29 milhões.

Com o caixa reduzido, o Vitória perdeu capacidade de investimento em captação e estrutura nas divisões de base.

– A base estava destroçada, não tinha cama, ar-condicionado, comida, bolsa-auxílio. Não tinha captador, [só tinha] dois captadores que não recebiam salário. Estava todo mundo com seis meses de salário atrasado, os meninos da base também. Cenário de filme de terror, um desrespeito. Perdeu o título de clube formador, não era mais clube formador. Por não ser clube formador, qualquer um podia pegar o atleta e carregar. Um caos, pior cenário da história do clube – relata Fábio Mota, atual presidente do clube sobre o cenário que encontrou no fim de 2021.

"O Vitória gastava R$ 6 milhões por ano com a base. E eu já encontrei o Vitória rebaixado para a Série B, devendo quase R$ 200 milhões", se defende Paulo Carneiro, presidente do clube entre 2019 e 2021.

O Vitória, então, se tornou um clube em mudança constante no seu comando, sem poder de investimento em estrutura e que viu os seus melhores profissionais irem embora, a exemplo de João Paulo Sampaio e Wesley Carvalho.

– Isso descarrilha o clube. Não tem como você ter um presidente por ano no clube. Principal agravante é que cada um entrava com uma filosofia nova, demitia todo mundo e contratava todo mundo – conta Fábio Mota, que foi presidente do Conselho Deliberativo do clube durante o período.

"Desandou completamente, profissionais começaram a sair para outros clubes. O Vitória perdeu quase todo mundo da base", completa Fábio Mota.

3 de 7 Fábio Mota, presidente do Vitória, em entrevista ao ge — Foto: Reprodução/TV Bahia
Fábio Mota, presidente do Vitória, em entrevista ao ge — Foto: Reprodução/TV Bahia

Redução dos feitos esportivos

4 de 7 Vitória x Palmeiras, pelo Brasileiro Sub-20 — Foto: Maurícia da Matta/Divulgação/EC Vitória
Vitória x Palmeiras, pelo Brasileiro Sub-20 — Foto: Maurícia da Matta/Divulgação/EC Vitória

O reflexo da crise política e financeira foi a redução de grandes feitos esportivos na base. Depois de três títulos nacionais em cinco anos, o Vitória teve como ponto alto o vice-campeonato brasileiro sub-20, em 2018.

Na Copinha, também em 2018, o Rubro-Negro alcançou as quartas de final, mas parou na segunda fase nas edições 2016, 2017, 2019 e 2020 (torneio não foi realizado em 2021 por causa da pandemia de covid-19).

A título de comparação, entre 2011 e 2015, o Vitória chegou às quartas de final em duas ocasiões da Copa São Paulo de Futebol Júnior (2012 e 2015) e às oitavas de final em uma oportunidade (2011). Também caiu na primeira fase em 2012 e 2013.

O rebaixamento do time profissional também impactou as competições que a base rubro-negra disputava e, por tabela, a formação dos atletas – atualmente, a classificação no Campeonato Brasileiro sub-20 é feita por acesso e rebaixamento e não mais por colocação no ranking da CBF.

"Passamos aqui por momentos de dificuldade, sem participar de competições, sem estar com as comissões técnicas bem preenchidas na base", avalia Ricardo Amadeu, gerente da base do Vitória.

O Vitória sequer teve estabilidade em portar o Certificado de Clube Formador da CBF, que assegura os direitos sobre os atletas formados nas categorias de base. O documento venceu em dezembro de 2019, o Rubro-Negro recuperou em julho de 2021, voltou a perder pouco tempo depois e só foi retomar em 2025.

Carlos Anunciação acredita que a alternância de poder foi decisiva para o Rubro-Negro ver os resultados nas divisões de base piorarem e não ter a mesma capacidade na formação de atletas.

"No momento que o Vitória entrou em transição, toda hora um presidente diferente, [que o Vitória viveu a sua pior fase], em 2017, 2018. E aí, quem entra quer atirar, só que atirava no cara errado", lamenta Carlão.

Vendas precoces e pandemia

5 de 7 Pedrinho se destacou no Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação
Pedrinho se destacou no Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

A urgência de ter dinheiro em caixa fez o Vitória se desfazer dos poucos destaques que formou na divisão de base, casos de Lucas Ribeiro (negociado em 2019 ao Hoffenheim-ALE por pouco mais de R$ 10 milhões), Pedrinho (vendido em 2021 ao Athletico-PR por R$ 8,5 milhões) e Samuel (negociado em 2021 ao Oita Trinita-JAP por R$ 2,7 milhões).

O único nome forjado na Toca do Leão que deu resultados expressivos no time profissional é Lucas Arcanjo, que já se tornou o segundo goleiro que mais vestiu a camisa rubro-negra.

"A gente fala muito do Lucas Arcanjo porque é quem perdurou mais, teve longevidade maior. Mas tivemos atletas que subiram, performaram e foram vendidos muito rápido", opina Laelson Lopes, treinador do time sub-20 do Vitória.

– Quando o Vitória sobe para a Série A, a prateleira fica bem mais alta. Tivemos um hiato de pandemia, ficamos três anos sem disputar competições de base a nível nacional. Isso cobra um preço. Temos que pagar a fatura disso tudo. Tivemos numa Série C, perdemos três anos de formação e minutagem de alto rendimento – avalia o treinador do sub-20.

Principais destaques revelados pelo Vitória entre 2011 e 2021:

Goleiros – Ronaldo, Caíque e Lucas Arcanjo;
Laterais – Romário e Pedrinho;
Zagueiros – Lucas Ribeiro e Maracás;
Meio-campistas – Zé Welison, Nickson, Flávio, Léo Gomes e Luan Silva;
Atacantes – Samuel, Willie, Alan Pinheiro, Léo Ceará, David, Rafaelson, Yan, Eron e Alisson Santos.

O ex-presidente Paulo Carneiro defende a gestão ao afirmar que o trabalho avançava e, em 2020, adotou uma estratégia para ajudar no processo de formação dos jogadores da base: disputar o Campeonato Baiano com um time sub-23 quase todo formado por atletas sub-20. Mas a pandemia de covid-19, que chegou ao Brasil em março daquele ano, prejudicou a temporada e agravou a crise rubro-negra.

– Eu queria acelerar o processo de transição da base para o profissional. Isso já vinha acontecendo normalmente. Só que essa turma que me traiu atrapalhou muito o nosso trabalho, porque o trabalho já estava avançando – garante Paulo Carneiro, destituído do cargo em maio de 2022, depois de ser afastado em setembro do ano anterior.

6 de 7 Paulo Carneiro foi presidente do Vitória em período conturbado — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória
Paulo Carneiro foi presidente do Vitória em período conturbado — Foto: Maurícia da Matta / EC Vitória

Sucesso no caos

7 de 7 Lucas Arcanjo, goleiro do Vitória — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Lucas Arcanjo, goleiro do Vitória — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Todo esse cenário foi visto de perto por Lucas Arcanjo, descoberto em 2016 e que sofreu com os rebaixamentos para as Séries B e C enquanto lutava por um lugar no time profissional.

Arcanjo teve resiliência para encarar a turbulência, assegurar um lugar no time profissional e se tornar uma exceção em uma base que já foi o carro-chefe do Vitória. Ele ressalta que o ambiente no clube sempre foi acolhedor, mesmo com todas as dificuldades.

– Apesar de ter chegado num período vitorioso da base, passei por momentos complicados. Apesar disso, nunca nos faltou nada, e o apoio das pessoas que estavam conosco no processo sempre foi incondicional. Isso sempre foi o grande diferencial do Vitória, as pessoas fazem o processo, que é difícil, ser ainda mais recompensador.

É muito importante para os mais jovens ver um atleta que veio de onde eles estão jogando no time profissional. Querendo ou não, somos espelho para eles. Então eu entendo muito bem essa responsabilidade que carrego e tenho muito orgulho também, orgulho de ser cria da Fábrica de Talentos”.
— Lucas Arcanjo

O goleiro rubro-negro é uma prova que a Fábrica de Talentos sobreviveu ao pior momento e ainda pode revelar muitos craques. É sobre isso a terceira e última parte da série de ge, que conta os planos do Vitória para voltar a ter destaque na formação de talentos.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2025/07/03/fabrica-de-talentos-parte-2-caos-politico-faz-vitoria-viver-decadencia-na-base-e-ver-talento-minguar.ghtml


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Fábrica de Talentos parte 1: como o Vitória virou referência na base e formou campeões mundiais

Fábrica Talentos Vitória virou

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Nenhum clube formou mais jogadores campeões do mundo em 2002 que o Vitória. Dida, Júnior Nagata e Vampeta serviram como exemplos máximos do sucesso da Fábrica de Talentos que, duas décadas depois do auge, conheceu a decadência escancarada por uma forte declaração do técnico Thiago Carpini.

"Aquela base que revelou talentos para o mundo não existe mais", disse Carpini.

Na série "Fábrica de Talentos", divida em três partes, o ge explica como o Vitória virou uma potência no futebol de base durante os anos 90, o que aconteceu para o clube perder prestígio e o que o Rubro-Negro planeja para voltar a ser referência.

1 de 10 Fábrica de Talentos do Vitória formou três dos campeões do mundo com a Seleção em 2002 — Foto: Arte / ge
Fábrica de Talentos do Vitória formou três dos campeões do mundo com a Seleção em 2002 — Foto: Arte / ge

Parte 1: como o Vitória virou referência

Em um recorte dos últimos 35 anos, o Vitória levantou mais taças que nos 87 anteriores, além de vencer mais clássicos contra o Bahia. Os dois cenários passam por projetos que fizeram o Rubro-Negro mudar de patamar nos anos 90: a construção do Barradão, em 1986, e os investimentos na divisão de base. Quem explica é o jornalista e historiador Paulo Leandro.

"O Vitória investiu na base como uma forma de tentar assumir a hegemonia do futebol baiano, que era do Bahia desde sempre", afirma Paulo Leandro.

– Foi ali que o Vitória fez a ultrapassagem, o Bahia ficou muito acanhado. A revolução rubro-negra tinha dois pilares: colocar o Barradão para funcionar e investir na divisão de base. Naquela época não se fazia torneio de base importante sem o Vitória. A marca do Vitória estava no mundo todo – completa o historiador.

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O Vitória foi um dos pioneiros do futebol brasileiro ao olhar para a divisão de base e priorizar a formação do atleta. Para ter sucesso nesse projeto, Paulo Carneiro, então presidente rubro-negro, fez um movimento ousado em 1991 ao tirar Newton Mota do rival Bahia.

Mota trabalhava diretamente com o futebol de base e havia descoberto Zé Carlos e Charles, destaques na campanha do título do Campeonato do Brasileiro de 1988. Ao trocar o endereço de trabalho, o profissional mudou também a rota das principais descobertas do futebol baiano.

– Newton Mota saiu do Bahia e levou muitos jogadores. Eu fui um deles. Ele levou jogadores reservas na época: eu, Bebeto Campos, Giuliano… Depois dessas contratações, o Vitória teve crescente absurda, passou a ser modelo, fortaleceu o clube. Depois chegaram grandes jogadores – conta o ex-lateral e ex-treinador do Leão Rodrigo Chagas.

Paulo Carneiro afirma que 57 atletas que estavam no Bahia foram para o Vitória. Ele considera esse movimento o início da revolução nas categorias de base do clube.

– Dida fui eu que descobri em Alagoas, no jogo do Cruzeiro de Arapiraca, que era o time dele. Alex Alves, Paulo Isidoro também foram descobertos em Salvador. Vampeta também. Mas não era a base do Vitória ainda. Eles se engajaram no trabalho com a contratação de Mota. Ali nasceu a base do Vitória – recorda Paulo Carneiro.

Com o sucesso do grupo ex-Bahia, Newton Mota também ganhou a fama de "vilão" tricolor na história. Algo que ele se defende.

"O Bahia vivia momento de dificuldade financeira. O Bahia chegou a ter 80 jogadores na base e foi reduzindo. Os jogadores do Bahia iam para casa. Pegamos jogadores que o Bahia não quis. Depois que eu saí, o Bahia ganhou dois campeonatos sub-20. A maioria dos jogadores que saíram estavam em casa. E nós, quando fomos para o Vitória, começamos um novo trabalho", garante Newton Mota.

Newton Mota explica saída do Bahia e lembra sucesso na base do Vitória

Newton Mota conta que os pilares da revolução na base do Vitória vão muito além da chegada de jogadores que estavam no Bahia. Envolve, dentre outros pontos, o estabelecimento de uma maior quantidade de observadores espalhados pelo Brasil, além da criação de novas categorias.

– Nenhum clube tinha a quantidade de observadores que a gente tinha. O Vitória era sempre pioneiro nas suas ações. O Vitória chegou a ter oito categorias. A gente tinha jogadores a partir de oito anos de idade, lançava jogadores com coragem, com 17 anos, com 18 anos. Tudo isso, junto, fez do Vitória uma referência – resume Newton Mota.

"O treinador do Vitória tinha que saber que 30, 40% do seu elenco era da divisão de base", completa o ex-diretor de futebol de base do Leão.

2 de 10 Newton Mota (esquerda) e Paulo Carneiro fizeram dupla de sucesso na gestão da base do Vitória durante os anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro
Newton Mota (esquerda) e Paulo Carneiro fizeram dupla de sucesso na gestão da base do Vitória durante os anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro

Outra parte do plano do Vitória para aumentar o nível de desempenho e deixar os jogadores mais prontos para o cenário profissional era oferecer jogos aos atletas. E aí o Rubro-Negro passou a viajar o mundo com as categorias de base.

3 de 10 Revista do Vitória exibe países onde a base do clube disputou torneios no início dos anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro
Revista do Vitória exibe países onde a base do clube disputou torneios no início dos anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro

Antes da formação de atletas ser um projeto de Paulo Carneiro e Newton Mota, o Vitória já tinha revelado o maior jogador que passou pelas divisões de base do clube: Bebeto. Mas, com a Fábrica de Talentos em atividade, o Rubro-Negro transformou a exceção da década de 80 em regra nos anos 90. E a partir daquele momento a Toca do Leão virou referência no cenário nacional.

Jogadores revelados pelo Vitória na década de 1990:

Goleiros: Dida e Fábio Costa;
Zagueiro: Moisés;
Laterais: Rodrigo Chagas, Júnior Nagata e Leandro;
Meio-campistas: Vampeta, Paulo Isidoro e Fernando;
Atacante: Alex Alves.

4 de 10 Dida (no alto), Paulo Isidoro (esquerda) e Alex Alves (direita) estão entre as principais revelações do Vitória nos anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro
Dida (no alto), Paulo Isidoro (esquerda) e Alex Alves (direita) estão entre as principais revelações do Vitória nos anos 90 — Foto: Arquivo pessoal: Paulo Leandro

Sucesso transforma estrutura

Não demorou muito para o Vitória colher no profissional os frutos plantados na divisão de base. O clube que começou a década de 90 com 11 títulos estaduais, venceu mais cinco nos dez anos seguintes, ganhou duas Copas do Nordeste, além de chegar a duas semifinais e uma final de Campeonato Brasileiro.

Na final do Brasileiro de 1993, jogo mais importante da centenária história rubro-negra, estavam Dida, Rodrigo Chagas, Paulo Isidoro, Giuliano e Alex Alves. Cinco titulares eram produzidos pela Fábrica de Talentos. E o número subiu para sete na semifinal de 1999: Fábio Costa, Moisés, Pedro Paulo, Paulo Rodrigues, Tácio, Fernando e Cláudio Tauá.

5 de 10 Na fila do meio, Rodrigo Chagas é o segundo (da esquerda para a direita) em foto do elenco do Vitória de 1993 — Foto: Revista Placar
Na fila do meio, Rodrigo Chagas é o segundo (da esquerda para a direita) em foto do elenco do Vitória de 1993 — Foto: Revista Placar

A Fábrica de Talentos não rendeu ao Vitória uma taça nacional, mas junto aos outros importantes títulos conquistados durante os anos 90, o clube somou também muito dinheiro com os jogadores vendidos.

Paulo Isidoro, Alex Alves e Júnior Nagata foram para o Palmeiras; Dida, para o Cruzeiro; Rodrigo Chagas, para o Bayer Leverkusen; e Vampeta foi vendido para o PSV. Com os cofres cheios, o Vitória investiu na estrutura da base e manteve em funcionamento um projeto que rendeu jogadores e lucro até 2010.

– Nós disputamos o primeiro torneio na Holanda fruto da venda de jogadores Rodrigo [Chagas] e Ramon [Menezes] para o Bayern Leverkusen – lembra o ex-presidente Paulo Carneiro.

6 de 10 Vitória homenageia Bebeto com nome de campo na Toca do Leão — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Vitória homenageia Bebeto com nome de campo na Toca do Leão — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Em 1997, já após importantes vendas que fizeram a Fábrica de Talentos funcionar com melhores engrenagens, Bebeto voltou a vestir as cores do Vitória. O atacante, que viveu a divisão de base no início dos anos 80, ficou impressionado com o que encontrou no retorno ao clube.

"Eu brincava em um campo que era horrível, não tinha nem grama. A gente mudava de roupa em um vestiário velho, as roupas todas sujas, rasgadas. Quando retornei foi totalmente diferente. A estrutura era outra. Eu fiquei tão feliz quando eu vi o Vitória com três ou quatro campos para treinamento, dando assistência para a base", recorda Bebeto, a maior revelação da história rubro-negra.

7 de 10 Bebeto na Toca do Leão — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Bebeto na Toca do Leão — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

O goleiro Felipe, revelado pelo Vitória e com importantes passagens por Flamengo e Corinthians, também viu de perto a evolução da estrutura de base do clube. Ele chegou ao Rubro-Negro em 1996, subiu para o time profissional e deixou a Toca do Leão em 2005.

Formado na Toca do Leão, Felipe lembra passagem pela base: “Sempre à frente”

– Sempre à frente das outras. Tinha o Barradão e o campo do Perônio onde revelava a galera. Eu saí do Vitória em 2005, e o clube já tinha uma estrutura boa na base. Eu morei de 1999 a 2001 no Barradão. Tinha concentração com quartos, ar condicionado, ônibus para levar para a escola – lembra o goleiro.

"O Vitória sempre foi muito à frente dos outros clubes, com muitos jogadores convocados. Eu fui para todas as seleções de base. Chegou a ter convocação para irem os dois goleiros: eu e Carlos Vitor, que era meu reserva. O Vitória, na base, era muito à frente", completa Felipe, ex-goleiro do Leão e com passagens de sucesso por Flamengo e Corinthians.

Quando Felipe estreou pelo profissional, no começo dos anos 2 mil, o Vitória viu o Brasil ser pentacampeão do mundo com três jogadores formados na Fábrica de Talentos. Responsável por 13% dos convocados, ficou ao lado do São Paulo entre os clubes que mais formaram jogadores para aquele título. Era o auge do projeto iniciado na década anterior.

Formação dos pentacampeões mundiais:

Vitória: Dida, Júnior Nagata e Vampeta;
São Paulo: Cafu, Denílson e Kaká;
Cruzeiro: Ronaldo e Belletti;
Grêmio: Ronaldinho Gaúcho e Anderson Polga.

8 de 10 Vampeta (o quinto, da direita para esquerda, em pé), Dida (12) e Junior (16) na Copa do Mundo de 2002 — Foto: Wilson Carvalho/CBF
Vampeta (o quinto, da direita para esquerda, em pé), Dida (12) e Junior (16) na Copa do Mundo de 2002 — Foto: Wilson Carvalho/CBF

Enquanto isso, na Toca do Leão, uma nova safra de jogadores fabricados recebeu missões mais ingratas. Durante boa parte dos anos 2000, a briga do Vitória não foi mais por grandes títulos, mas para tirar o clube do fundo do poço representado pelo rebaixamento para a Terceira Divisão do futebol brasileiro.

Foi entre rebaixamentos e acessos que o clube revelou Alex Silva, Obina, Hulk, Marcelo Moreno, David Luiz, Wallace Reis e outros nomes que construíram carreiras relevantes no cenário nacional e internacional.

Jogadores de destaque revelados pelo Vitória entre 2000 e 2010:

Goleiro: Felipe;
Zagueiros: David Luiz, Alex Silva, Victor Ramos, Anderson Martins, Wallace Reis e Gabriel Paulista;
Meio-campistas: Xavier e Dudu Cearense;
Atacantes: Nadson, Obina, Alecsandro, Marcelo Moreno, Hulk, Marquinhos e Elkeson.

A base do Vitória foi pilar para a reestruturação do clube, ajudou a recolocar o Rubro-Negro na Primeira Divisão e, com um último sopro do projeto construído quase 20 anos antes, conduziu o time para mais uma final nacional em 2010.

A decisão da Copa do Brasil, contra o Santos, no Barradão, teve Anderson Martins, Wallace Reis, Neto Coruja e Elkeson entre os titulares. No segundo tempo, Gabriel Paulista também foi a campo. Mais uma vez, o título nacional não veio, mas o carimbo da Fábrica de Talentos voltou a ganhar exposição e notoriedade.

9 de 10 Anderson Martins marca André na final da Copa do Brasil de 2010 — Foto: Felipe Oliveira / EC Vitória
Anderson Martins marca André na final da Copa do Brasil de 2010 — Foto: Felipe Oliveira / EC Vitória

Depois de revelar três jogadores campeões do mundo em 2002, o Vitória, na década seguinte, fabricou seus últimos selecionáveis: Hulk, David Luiz, Elkeson e Gabriel Paulista.

A Fábrica de Talentos não tem um atleta convocado desde Hulk, em 2021. E os últimos jogadores a defenderem a Seleção enquanto estavam na Toca do Leão foram Dudu Cearense e Nadson, em 2003. Uma dura realidade que escancara um declínio repleto de assinaturas.

10 de 10 Dudu Cearense foi artilheiro do Mundial Sub-20 em 2003. No mesmo ano, defendeu a Seleção principal na Copa das Confederações — Foto: Arquivo Pessoal
Dudu Cearense foi artilheiro do Mundial Sub-20 em 2003. No mesmo ano, defendeu a Seleção principal na Copa das Confederações — Foto: Arquivo Pessoal

O que aconteceu para o Vitória deixar de revelar jogadores e perder prestígio no cenário da formação de atletas é assunto para a segunda parte da série "Fábrica de Talentos", do ge, disponível aqui.

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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.
 

Fábrica de Talentos parte 3: após auge e declínio, Vitória traça rota para voltar a ser referência na base

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Mais de 20 anos depois de formar campeões mundiais, o Vitória planeja voltar a ser referência na formação de atletas. Em processo de reconstrução após "cenário de filme de terror", como avalia o presidente Fábio Mota, o clube afirma que trabalha para que, em um futuro próximo, tenha 50% do elenco profissional formado na Fábrica de Talentos, um número superior ao que conseguiu na sua década de ouro.

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"Sem sombra de dúvidas, daqui a dois, três anos a gente volta a ter aquela base forte com, pelo menos, 50% dos jogadores [do time principal] da base. Não dá para competir com outras equipes se não tiver base forte", garante Fábio Mota.

Depois de contar o auge e a decadência nas categorias de base do Vitória, o ge encerra a série especial sobre a Fábrica de Talentos com o trabalho e os desafios do clube para voltar a ter protagonismo na formação de atletas.

Investimento

Fábio Mota abre os planos para a base do Vitória

Fábio Mota assumiu o comando do Vitória em outubro de 2021, inicialmente como interino após afastamento de Paulo Carneiro. Em setembro de 2022, ele foi eleito para o triênio até o fim de 2025.

Segundo o presidente, foram mais de R$ 100 milhões aplicados na base desde o início de sua gestão, a maior fatia em estrutura. Parte desse valor vem dos lucros com as vendas dos 20 camarotes no Barradão, além do que é arrecadado com a Academia do Leão, inaugurada em maio de 2024 e que oferece aulas para jovens dos 4 aos 16 anos com mensalidade a partir de R$ 159,90. O Vitória estima que conta com 600 garotos matriculados atualmente.

Valores orçados para o futebol de base:

2022: R$ 5.435.707,00;
2023: R$ 12.236.778,07;
2024: R$ 14.280.615,00;
2025: R$ 16.200.000,00;
Total: R$ 48.153.100,07.

Reformulamos a base como um todo. O principal investimento do Vitória é na base.
— Fábio Mota

Mas nem sempre houve um orçamento para a base, tampouco o mínimo, como lembra Carlos Anunciação, o Carlão, ex-gerente com cinco passagens pelo clube entre os anos de 2010 e 2022.

– Você não tinha noção de quanto é que o Vitória investia na base na nesse período. A nutricionista uma vez me ligou e falou: "Carlão, eu não tenho feijão nem arroz". Eu larguei o jogo, desci e comprei duas sacas. Não tinha bola. Eu cheguei, coloquei bolas para o sub-20 treinar – lembra o profissional, atualmente coordenador de captação do Cruzeiro.

Carlão aponta a necessidade de investimento para a formação de atletas e cita o caso de Lucas Arcanjo, que chegou para a base do Vitória em 2016, após se destacar no Galícia.

"Hoje, se não tiver bala na agulha para fazer investimento, você não vai formar jogadores. Você não vai mais pegar um Lucas Arcanjo ali no Galícia e fazer uma parceria. Sem dinheiro você não compra nem bola de qualidade. Dida hoje em dia estaria com 19 anos fechando com Palmeiras ou Flamengo".

Certificado e estrutura

1 de 8 No CT do clube, pintura de Gabriel Paulista, formado no Vitória, representa a Fábrica de Talentos — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
No CT do clube, pintura de Gabriel Paulista, formado no Vitória, representa a Fábrica de Talentos — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

A formação de atletas envolve um processo de continuidade que o Vitória, acostumado a rupturas, nem sempre teve. Um dos exemplos é o Certificado de Clube Formador (CCF) da CBF, que concede, entre outros benefícios, a possibilidade de assinatura de contrato com atletas, preferência na renovação e maior participação nos lucros com vendas.

Ao longo dos anos, o Vitória caminha entre idas e vindas com o certificado. Em fevereiro de 2025, voltou a ter o reconhecimento que havia perdido dois anos antes.

Além de retomar o certificado, o Vitória investiu na captação de novos atletas. O clube estima que conta, atualmente, com 320 jogadores nas divisões de base, iniciando do sub-7, categoria que não existia há três anos. Entre o fim de 2021 e o início de 2022, a formação rubro-negra começava no sub-14.

Desde 2021, o número de captadores do Vitória quintuplicou, ao saltar de dois para dez espalhados pelo Brasil. Além disso, em agosto de 2024, o clube criou uma estrutura para abrigar os jovens em teste, a "Casa do Atleta", que conta com até 40 vagas. Os familiares desses garotos também são hospedados em torno dos lugares de avaliação.

O Vitória investiu em equipes multidisciplinares para todas as categorias e na construção de novos campos de futebol – atualmente são oito dedicados às divisões de base.

– Nós temos um Departamento Médico, com fisioterapeuta, médicos, psicólogos. A estrutura da base é bem profissional. Nós tínhamos antes quatro campos; hoje temos oito com mais três sendo construídos. Logicamente a gente vê hoje um novo momento de crescimento e pujança dentro da base – relata Laelson Lopes, treinador do time sub-20 do Vitória desde 2023.

2 de 8 Casa do Atleta do Vitória conta com sete quartos climatizados, com beliches de ferro, colchões novos, armários individualizados, banheiros e sanitários. — Foto: EC Vitória / Divulgação
Casa do Atleta do Vitória conta com sete quartos climatizados, com beliches de ferro, colchões novos, armários individualizados, banheiros e sanitários. — Foto: EC Vitória / Divulgação

Metodologia

3 de 8 Vitória sub-20 antes da final da Série B contra o Avaí — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Vitória sub-20 antes da final da Série B contra o Avaí — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

A recuperação de uma categoria de base não se faz apenas com dinheiro e concreto. Por trás dos investimentos, das estruturas e dos profissionais envolvidos, há uma metodologia que norteia o Vitória, como garante Ricardo Amadeu, gerente das categorias de base do clube.

– Tem o jogo mais posicional aqui. Tem treinadores que praticam um jogo mais funcional, outros que fazem um misto de um funcional e de um posicional; outros que usam alguma plataforma, mas alteram dentro do jogo. Acho que isso tudo contribui para a formação desses meninos. Desde que a gente respeite e não fira alguns princípios do jogo que a gente coloca aqui no clube como diretriz – explica o dirigente.

O Vitória tem uma forma de pensar futebol como clube
— Ricardo Amadeu, gerente da base do Vitória

O Vitória dá aos treinadores das categorias de iniciação liberdade para variar o modelo de jogo e ajudar os jovens a ter uma visão completa dentro de campo. Contudo, na formação mais próxima do profissional, é utilizado um sistema semelhante ao da equipe principal comandada por Thiago Carpini.

4 de 8 Ricardo Amadeu é gerente das categorias de base do Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação
Ricardo Amadeu é gerente das categorias de base do Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

É o caso do time sub-20, que adota o modelo de jogo posicional que busca, dentre outras coisas, a ocupação equilibrada dos espaços do campo, com movimentos pré-determinados. Laelson Lopes, treinador do time sub-20 do Vitória, avalia que o modelo ajuda a lapidar fundamentos táticos e possibilita ao clube ter jogadores mais bem vistos pelo mercado.

– Você organiza a equipe, mas não engessa o atleta. Tem que ter uma estrutura organizacional, mas dentro da estrutura o jogador vai ter liberdade para criar. Isso é muito importante e faz com que o jogador brasileiro não perca sua essência, que é o drible, a capacidade de criação – opina o treinador.

5 de 8 Laelson Lopes, técnico do Vitória sub-20 — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Laelson Lopes, técnico do Vitória sub-20 — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Os resultados em campo

6 de 8 (Da esquerda para direita) José Breno, Lawan e Luís Miguel após serem integrados ao elenco do Vitória depois de defenderem o Itabuna em 2024 — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
(Da esquerda para direita) José Breno, Lawan e Luís Miguel após serem integrados ao elenco do Vitória depois de defenderem o Itabuna em 2024 — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Os primeiros anos da gestão Fábio Mota foram de resultados tímidos nas divisões de base. Na Copa São Paulo de Futebol Junior, competição de maior visibilidade no país, o time foi eliminado ainda na primeira fase em 2022 e 2023.

No Campeonato Baiano, a situação não é muito diferente. O Rubro-Negro amarga jejum de oito anos sem levantar o troféu da categoria sub-20, sequência em que o rival Bahia se tornou hexacampeão (torneio de 2020 não foi disputado por causa da pandemia de covid–19). Na edição de 2025, o Vitória está classificado após terminar a fase de grupos na terceira posição do Grupo 2.

Vitória em competições nacionais nos últimos cinco anos

Competição 2025 2024 2023 2022 2021
Copinha 2ª fase 3ª fase 1ª fase 1ª fase Não foi realizada
Brasileiro Sub-20 Não participou Não participou Não participou Não participou Não participou
Brasileiro Sub-20 Série B Vice-campeão Não existia Não existia Não existia Não existia
Brasileiro Sub-17 Não participou Não participou Não participou Não participou Não participou
Copa do Brasil Sub-20 Não participou Não participou Não participou Não participou Não participou
Copa do Brasil Sub-17 Não participou 1ª fase 1ª fase Não participou Não participou
Copa do Nordeste Sub-20 Não foi realizada Não foi realizada Não foi realizada Não foi realizada Campeão

Fonte: ge
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Lelson Lopes avalia que o rendimento tímido do Vitória dentro de campo ainda se deve ao rebaixamento do time profissional para a Série C, em 2022, o que impactou não apenas no investimento, como no nível das competições disputadas – atualmente, a classificação no Campeonato Brasileiro sub-20 é feita por acesso e rebaixamento e não mais por colocação no ranking da CBF.

Para elevar o nível das competições disputadas, em 2024, a diretoria rubro-negra fez uma parceria com o Itabuna. Na ocasião, elenco e comissão técnica do time sub-20 do Vitória disputaram a Série D do Campeonato Brasileiro profissional pela equipe do sul da Bahia.

A equipe se classificou para o mata-mata na terceira posição do Grupo A6, com 24 pontos em 14 rodadas. Na segunda fase, foi eliminado para o Anápolis depois de vencer o primeiro jogo por 1 a 0, mas perder a volta por 3 a 0.

– De imediato eu disse que sim (que jogar a Série D ajudaria na formação dos jogadores). Até aquele momento a gente não vinha tendo competição de nível nacional em função do ranking [da CBF]. O Vitória está formando atletas não só para o clube, mas também para o mercado, de uma forma muito mais competente e eficaz – analisou Lopes.

O melhor resultado do Vitória nas categorias de base na gestão Fábio Mota foi o acesso do sub-20 para a Série A do Brasileiro da categoria, em 2025. A campanha terminou com o vice-campeonato em derrota por 3 a 1 para o Avaí na final, e o Leão teve Lawan como vice-artilheiro do campeonato, com seis gols.

O time sub-17 também teve conquista importante nesta temporada. Os garotos do Vitória foram campeões da Série Prata do torneio Canteras de América, disputado na Argentina contra equipes de todo o continente.

Apesar dos resultados tímidos em campo, Fábio Mota afirma que o Vitória está entre as melhores bases do Nordeste e que o desempenho na próxima temporada vai balizar o patamar do clube.

– Do Nordeste, com certeza [o Vitória está entre as melhores bases]. Os resultados estão mostrando isso. Série A do sub-20, ano que vem, vai ser um bom referencial para isso – aponta o dirigente.

O Vitória voltou a ser um time competitivo, impositivo, que busca conquistas. É dessa forma que a gente está sendo visto.
— Laelson Lopes

Futuro para ajudar time e dar lucro

7 de 8 Lucas Arcanjo é o único jogador formado na base do Vitória titular no time profissional — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Lucas Arcanjo é o único jogador formado na base do Vitória titular no time profissional — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Diante do objetivo de ter 50% do elenco profissional formado na base, o Vitória quer fazer de Lucas Arcanjo uma rotina e não uma exceção. Ele não só é o único jogador formado na base titular do time profissional, como também o com rotação relevante.

Desde o início desta temporada, apenas oito crias da Toca além Arcanjo entraram em campo pelo time profissional, e nenhum completou sequer 180 minutos, o equivalente a duas partidas completas.

Os jogadores do time sub-20 atuaram apenas pelo Campeonato Baiano e pela Copa do Nordeste. Portanto, a última vez que um atleta da base entrou em campo pelo time A foi no dia 26 de março, no empate em 1 a 1 com o Moto Club, pelo Nordestão. Os oito jogadores das categorias de formação estão entre os 13 com menos minutos do time nesta temporada.

Crias da Toca pelo time profissional em 2025

Jogador Posição Minutos Jogos Titularidades Posição entre as minutagens do elenco
Lucas Arcanjo Goleiro 2880 32 32 1º
Kauan Zagueiro 158 2 2 36º
Emerson Buiú Lateral-direito 106 4 1 39º
Wanderson Papaterra Volante 90 1 1 41º
Edenilson Volante 79 2 1 42º
Lawan Centroavante 41 2 – 44º
Gean Lateral-direito 33 1 – 45º
Fau Ponta 23 1 – 46º
Marquinhos Ponta 13 2 – 48º e último

Fonte: Ogol
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Além de pouco aproveitamento no time profissional, o Vitória não fez grandes negócios com jogadores formados na base. A maior venda nos últimos quatro anos foi do atacante Alisson Santos, que se transferiu para o Sporting, de Portugal, por 1,5 milhão de euros (aproximadamente R$ 9 milhões na época).

8 de 8 Alisson Santos é maior venda de jogador da base na gestão Fábio Mota — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória
Alisson Santos é maior venda de jogador da base na gestão Fábio Mota — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória

Para servir em maior e melhor quantidade ao time profissional e também elevar o seu número de vendas, o Vitória projeta aumentar a chegada e a subida de categoria de atletas nas divisões de base.

– Passar mais do que dez jogadores por categoria todos os anos. Nosso índice estava sendo baixo de subida de uma categoria para outra, e hoje a gente está buscando isso, fortalecer essa captação para cada vez mais jogadores chegarem no sub-20 formados com a gente desde cedo. Para municiar o profissional e para sustentar financeiramente a base através de negócios e de resultados – avalia Ricardo Amadeu.

É um processo, vai ser transformado, mas requer tempo.
— Ricardo Amadeu

Otimista quanto ao maior aproveitamento de mais jogadores formados na base no time profissional, Laelson Lopes aponta que o baixo aproveitamento no time profissional é causado pela necessidade do Vitória em se desfazer dos jovens talentos para cumprir metas financeiras.

– Pelos jogadores que estou vendo no sub-20, sub-17, em breve eles vão estar servindo a equipe profissional mesmo na Série A. É uma questão de momento. Citamos o Lucas Arcanjo porque é o que perdurou mais, os outros foram vendidos cedo. Ou seja, foram vários atletas que acabaram subindo e, pela necessidade do clube de buscar fundos, dinheiro e recursos, ficaram pouco tempo no clube. Aí fica essa sensação de que não tivemos, ou tivemos poucos [atletas no time profissional]. Vejo o clube caminhando para uma situação financeira mais equilibrada a nível orçamentário, que vai permitir que os jogadores fiquem mais tempo no clube.

Em breve teremos jogadores protagonistas como era antes, como é a história do Vitória.
— Laelson Lopes

Maiores vendas de jogadores da base nos últimos cinco anos:

Alisson Santos (22 anos) – atacante foi vendido por 1,5 milhão de euros (R$ 9 milhões) para o Sporting, em 2025;
David da Hora (21 anos) – atacante foi vendido por 1,2 milhão de euros (R$ 7,2 milhões) para o Metalist, da Ucrânia, em 2022. Clube europeu não fez o pagamento, e o Vitória negociou a dívida em 2024, reduzindo o valor para 200 mil euros (R$ 1,1 milhão);
Charlys (20 anos) – meia foi vendido para o Hellas Verona, da Itália, por 1 milhão de euros (cerca de R$ 6 milhões), em 2024. Valor, contudo, envolve o cumprimento de metas;
Samuel Wanderlei (21 anos) – atacante foi vendido por R$ 500 mil dólares (R$ 2,7 milhões) para o Oita Trinita, do Japão, em 2021.

Para atingir metas, no entanto, Amadeu apontou a importância da recuperação financeira do clube.

– Tem uma palavra na minha visão que move o futebol: dinheiro. Então a gente precisa ter recurso para conseguir colocar as ideias em prática. Jogar competição de alto nível, estruturar a base em termos de campo e estrutura física, sala para professor, para discussão, para reunião, auditório. Estamos ainda andando, caminhando. É como eu sempre brinco: a gente está trocando o pneu com o carro andando. Então vai requerer um pouquinho de tempo.

O Vitória tem um passado para se inspirar e outro para esquecer. Mas o futuro é somente de esperança. De voltar a ser lembrado não apenas pelo campeões que formou, pelas dificuldades que passou, mas pelo sucesso que vai colher. Se o planejamento dará certo ou se as metas serão cumpridas, ainda não se sabe. Mas é certo que há muito a ser trilhado daqui para frente.

*Sob supervisão de Ruan Melo

Vitória

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2025/07/04/fabrica-de-talentos-parte-3-apos-auge-e-declinio-vitoria-traca-rota-para-voltar-a-ser-referencia-na-base.ghtml


Fábrica Talentos Vitória planeja


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“Aquela base que revelou talentos para o mundo não existe mais”, alerta Carpini

“Aquela revelou talentos mundo

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Na entrevista coletiva pós-derrota por 1×0 para o Santos no último domingo (25), no Barradão, o treinador Thiago Carpini foi questionado sobre a baixa (praticamente nula) utilização da base do Vitória. O Leão é o único time da Série A que não usou nenhum atleta de 23 anos ou menos na competição até aqui.

Carpini iniciou falando sobre Fábio Soares, explicando a ausência do atleta no elenco. Vale lembrar que Fau está em meio a imbróglio com a diretoria por não querer renovar o contrato. “O Fábio subiu para o profissional comigo, ele entrou bem contra o Atlético-MG, depois participou de mais alguns jogos. Aí começamos a observar um comportamento diferente no dia a dia, e isso conta muito”, disse.

Em seguida, Carpini fez uma análise sobre a base do Vitória e os processos de reconstrução da Fábrica de Talentos. “Você acha que eu não quero que desponte aqui um grande talento, que faça grandes jogos e resolva os problemas? Claro que eu quero. Quando Fábio Mota chegou aqui o Vitória não tinha o certificado de clube formador. A base do Vitória estava acabada. Aquela base que revelou talentos para o mundo não existe mais. Quem dera eu que tivesse. Eu fiz muitas experiências, mas quem sustentou? Quem deixou saudade da base que ganhou oportunidade de jogar?”, indagou o treinador do Vitória.

Por fim, Carpini diz que gostaria de oportunizar a base, mas não vê ninguém em condições de ajudar. “Não é culpa de quem está lá, é o processo. A gente estava na Série B e agora está na Sul-Americana. Se aqui está difícil a transição, imagina na base. Nós não podemos pegar um lateral do sub-20 e colocar ele para resolver um problema contra o Santos. Aí a gente não forma, aí a gente acaba com o atleta. Eu gosto de usar a base, por onde passei lancei jovens que estão por aí jogando. Aqui também, ano passado muitos atletas participaram. Mas a gente precisa ter também o merecimento para oportunizar a base. Hoje não temos atletas para isso”.

Enquanto não há espaço para os jovens da base do Vitória, a paciência para atletas já testados e desaprovados permanece. O Vitória viaja para o Equador nesta segunda-feira (26), onde vai encarar a Universidad Católica na quarta-feira (28).

Fonte: https://arenarubronegra.com/aquela-base-que-revelou-talentos-para-o-mundo-nao-existe-mais-alerta-carpini/


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Do Campo à Cotação: Como a Inteligência Artificial Está Moldando o Futuro dos Talentos e das Apostas no Futebol

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Scouting 4.0: Quando o olheiro é um algoritmo

Olheiros de futebol, figuras tradicionais nas laterais de campinhos de terra, agora dividem espaço com inteligências artificiais. Plataformas como CUJU, Footbao e aiScout estão digitalizando o processo de descoberta de talentos, avaliando jovens atletas com base em testes físicos gravados em vídeo e analisados por algoritmos. Com essas ferramentas, clubes como Chelsea, Flamengo, Corinthians e Hoffenheim conseguem identificar talentos promissores muito antes de entrarem no radar da mídia ou dos olheiros tradicionais.

A IA identifica padrões de movimentação, velocidade de reação, controle de bola e até aspectos cognitivos do jogo. Em vez de depender do “olho clínico”, o futebol passa a contar com a precisão de dados em tempo real, gerando rankings e relatórios instantâneos sobre milhares de atletas anônimos.

Apostas no futuro: scouting como produto de betting

Se a IA pode prever o desempenho de um jovem atleta, por que não usar esses dados também no mercado de apostas? A interseção entre scouting automatizado e apostas esportivas é a nova fronteira do futebol de dados.

Com informações cada vez mais refinadas sobre atletas em formação, surgem apostas que vão além do jogo em campo. Exemplos incluem:

  • “Esse jogador vai estrear na Série A antes dos 18 anos?”
  • “Qual clube vai contratar esse talento até o próximo campeonato?”
  • “Quem será o destaque do torneio de base?”

A combinação entre fantasy games, algoritmos de performance e apostas cria um ecossistema onde o torcedor não só acompanha, mas aposta no futuro de atletas antes mesmo da primeira transmissão ao vivo.

A IA como aliada dos apostadores profissionais

O uso de IA por apostadores profissionais já é realidade. Sistemas de aprendizado de máquina são usados para analisar histórico de jogos, comportamento de atletas, formações táticas e até condições meteorológicas. Com a entrada de dados vindos de plataformas de scouting, como CUJU e Footbao, o mercado se abre para novos tipos de previsões: microeventos, como “esse meia fará uma assistência nos próximos 10 minutos?”, ou “esse zagueiro será substituído até os 60 minutos?”.

A IA amplia o poder de previsão e reduz a margem de erro dos traders esportivos, tornando o betting ainda mais estratégico.

Os dilemas éticos de apostar em talentos

Por mais avançado que seja o uso da IA, a nova era do scouting também levanta questões sensíveis. É ético apostar no futuro de um menor de idade? Quais os impactos psicológicos de transformar adolescentes em “ativos” preditivos?

A regulação das casas de apostas no Brasil e no mundo ainda não cobre esse novo tipo de mercado, que mistura entretenimento, investimento e pressão antecipada. Especialistas apontam que é essencial estabelecer limites claros e proteções para os jovens atletas, evitando que o glamour da projeção acabe comprometendo sua formação.

O futuro chegou, mas o jogo continua

A inteligência artificial está redesenhando o futebol fora das quatro linhas. Ao mesmo tempo que democratiza o acesso de talentos ao radar dos grandes clubes, também transforma esses mesmos talentos em novos ativos do mercado de apostas. O campo de terra virou algoritmo, e o futuro do jogo pode estar, literalmente, na palma da mão.

Seja para formar craques ou prever cotações, a inteligência artificial já é titular absoluta no futebol moderno.

Fonte: https://arenarubronegra.com/do-campo-a-cotacao-como-a-inteligencia-artificial-esta-moldando-o-futuro-dos-talentos-e-das-apostas-no-futebol/


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FÁBRICA DE TALENTOS

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A equipe Sub-17 do Leão isolou-se na liderança do Campeonato Baiano da categoria ao vencer o duelo com o Atlântico, na tarde deste sábado (19), no miniestádio do CT Manoel Pontes Tanajura.

As equipes estavam com nove pontos e ao ganhar o duelo direto, o Vitória manteve a campanha com 100% de aproveitamento, alcançando 12 pontos com quatro vitórias, 20 gols marcados e sem sofrer nenhum.
Ryan marcou duas vezes e Emerson fechou o placar para o time rubro-negro.

Já a equipe Sub-15 se reabilitou ao derrotar o Atlântico por 1 a 0 no jogo principal da rodada dupla, completando a festa da torcida na arquibancada Bebeto Gama no miniestádio rubro-negro.

Cleyton marcou o único gol e com a vitória, leõezinhos somam sete pontos ganhos, mesma pontuação do Atlântico dividindo a segunda colocação. O líder é o Camaçariense com 10 pontos.

No próximo domingo, dia 27, o Vitória vai até Camaçari, Região Metropolitana de Salvador, para enfrentar o Camaçari nas duas categorias. Os jogos estão programados para o Estádio Fernando Ferreira Lopes.

FOTOS: @mauriciadamattaphoto

Fonte: https://ecvitoria.com.br/fabrica-de-talentos-3/


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Tarde de vitória e derrota na rodada dupla desta quarta-feira (9) no miniestádio do CT Manoel Pontes Tanajura. Jogando pelo Campeonato Baiano 2023, a equipe Sub-17 goleou o Camaçariense por 4 a 0. Já o Sub-15 foi surpreendido e perdeu de 1 a 0.

Heitor foi o artilheiro da partida primeira da rodada dupla ao marcar dois gols. Ian e Gabriel completaram o placar de 4 a 0.

O Vitória acumula seis pontos ganhos em dois jogos, com seis gols marcados e nenhum sofrido, e lidera o Grupo 1. O Atlântico tem a mesma pontuação, mas cinco gols de saldo positivo.

O Sub-15 vinha embalado pela goleada de 10 a 0 diante da Catuense e foi surpreendido. Com a derrota, a equipe caiu para a segunda colocação, atrás de Atlântico e Camaçariense que dividem a liderança do Grupo 1 com quatro pontos ganhos.

Na terceira rodada marcada para o fim de semana, o Vitória enfrentará a ABB, no Estádio do SESI, em Simões Filho. O Sub-17, às 13h30, e o Sub-15, às 15h30, ambos no sábado (12).

FOTOS: ECV

Fonte: https://ecvitoria.com.br/fabrica-de-talentos-2/


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A garotada da Fábrica de Talentos entra em ação mais uma vez nesta quarta-feira (9) pelo Campeonato Baiano 2023 das categorias Sub-15 e Sub-17. O Rubro-Negro estreou vencendo sábado passado.

Com a doação de 1kg de alimento não perecível, o torcedor pode assistir à rodada dupla Vitória x Camaçariense nas arquibancadas Bebeto Gama do miniestádio do CT Manoel Pontes Tanajura.

A bola rola às 13h30 com do duelo entre os garotos do Sub-17. No sábado, o Vitória ganhou de 2 a 0 da Catuense, no Estádio Nogueirão, em Pedrão. Bruno Fernandez Moreira foi designado para apitar a partida.

Fechando a rodada, às 15h30, o Sub-15 que vem de uma goleada de 10 a 0 sobre a Catuense, entra em campo para defender a liderança do Grupo 1. Pedrp Santos de Jesus será o árbitro.

Fonte: https://ecvitoria.com.br/fabrica-de-talentos/


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O Vitória mandou um observador técnico acompanhar pessoalmente à 7ª Copa R. A. de futebol de base, na cidade Goiana, em Pernambuco, promovida pela RA Eventos, que irá até dia 23 de julho.

O observador técnico Álvaro Augusto, o Maracanã, já se encontra em Goiana, localizada cerca de 65 km de Recife. A competição teve início no sábado e reúne equipes pernambucanas, paraibanas, cearense, maranhense, piauiense e alagoana.

Fonte: https://ecvitoria.com.br/garimpando-talentos-3/


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Gerente de formação vai à Paraíba em busca de talentos e parcerias para a Base do Vitória

Gerente de formação vai à Paraíba em busca de talentos e parcerias para a Base do Vitória

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Eliminado deste a sexta rodada da Copa do Nordeste, o Vitória encerra a participação na competição regional na noite desta quarta-feira (22), fora de casa, diante do Campinense. O duelo será realizado às 21h30, no Amigão. 

Para a partida, o Leão terá um time alternativo. O time será comandado pelo técnico do sub-20, Laelson Lopes. Além dele, quem também está na região é o gerente de formação, Carlos Anunciação, o Carlão.

O mesmo busca de talentos e parceria para a divisão de base do clube. Após passar pelo Treze Esporte Clube, viajou 15 quilômetros até Queimadas, na Região Metropolitana, para se reunir com os dirigentes do Queimadense. 

''“O tour tem sido significativo. Observamos alguns garotos com potencial para integrar a nossa base”, afirmou.

Fonte: https://www.galaticosonline.com/noticia/22/03/2023/110702,gerente-de-formacao-vai-a-paraiba-em-busca-de-talentos-e-parcerias-para-a-base-do-vitoria.html


Gerente de formação vai à Paraíba em busca de talentos e parcerias para a Base do Vitória


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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.