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"A gente tentou vários, né? Mastriani, Deyverson, Vargas, Everaldo, Girotti, enfim, outros nomes também. A gente busca uma característica ainda diferente dentro desse nome, diferente do Janderson, diferente do Carlinhos, até do próprio Fabrício, que em alguns momentos eu utilizei também nessa função".

Vale lembrar que existe uma lacuna no Vitória depois da saída de Alerrandro, artilheiro do Brasileirão no ano passado com 15 gols marcados, sendo 21 no total com a camisa rubro-negra. Janderson é o atual titular e tem cinco bolas nas redes e três assistências em 2025.

Carlinhos chegou por empréstimo junto ao Flamengo e já balançou as redes, enquanto o outro contratado, Fabrício Santos, que também atua como ponta, tem quatro gols marcados. Carpini afirma que precisa de um centroavante com outras características e cita a "bola final" como importante.

– É para a gente poder ter variação. Buscar esse cara aí de bola final. Mas esse "9" é muito difícil hoje no futebol, né? Então, a gente precisa encontrar no mercado boas oportunidades. E a gente está tendo cuidado, porque um erro agora de tomada de decisão pode nos custar um ônus financeiro muito grande, nós não podemos errar dessa maneira.

Apesar de mostrar preocupação com a procura, o treinador lembrou que os atuais jogadores do elenco também podem resolver o problema. No ano passado, Alerrandro oscilou até brilhar.

– Por que não pode ser o Fabrício, o Janderson, o Carlinhos? Então acho que a gente tem que ter calma, não que sejam eles que vão resolver o nosso problema. Sem dúvida eles vão ajudar, mas eu acho que a gente precisa ser muito assertivo nesse cara e, quando você faz as coisas com pressa, na dúvida, a chance de dar errado é muito grande – ressaltou.

Enquanto não resolve de uma vez o problema do atacante de área, Thiago Carpini colhe os frutos de um bom início de temporada. Perto da final do Campeonato Baiano e do mata-mata da Copa do Nordeste, o Rubro-Negro também busca vaga na terceira fase da Copa do Brasil em meio a uma sequência invicta de 21 partidas, a segunda maior da história do clube em jogos oficiais.

Mas o técnico mantém os pés no chão, pois sabe que trata-se apenas de um início de temporada que ainda tem Copa Sul-Americana e Campeonato Brasileiro pela frente. O discurso é o mesmo que o projetou em um clube que ainda brigava contra o rebaixamento na temporada passada e terminou classificado para uma competição continental.

– É uma equipe muito competitiva, e eu falo isso muito, nós fizemos, se eu não me engano, o 15º ou 16º jogo, eu até me perdi já, e nós não repetimos uma escalação. Então isso mostra um grupo, uma coletividade, que todos estão entendendo os comportamentos.

A competitividade será colocada para teste principalmente durante a disputa da Série A, que terá início para o Vitória no fim de março, em estreia contra o Juventude. Principal campeonato do ano, Carpini deixou claro que pode abrir mão de jogos de outras competições para priorizar o campeonato que chama de "carro-chefe".

– A gente pensa no Brasileirão como o carro-chefe, né? Então a gente já está traçando o que imagina para o Brasileirão, até a busca pontual por esses jogadores que faltam, até o próprio "9", pensando nessa temporada. Quando a gente fala de temporada, a gente fala daquilo que move o nosso calendário que é a Série A, dentro delas as conquistas que nós tivemos de o direito de participar de uma Sul-Americana, a Copa do Brasil, enfim, a Copa do Nordeste e estadual. Então, é agir com um pouquinho de cautela, mas pensar um pouquinho lá na frente, sim.

Carpini cita que o Vitória tem jogo marcado contra o Moto Club, pela última rodada da fase de grupos da Copa do Nordeste, a poucos dias da estreia no Brasileirão. Uma viagem para São Luís e outra para Caxias do Sul em um curto período de tempo.

– Talvez em algum momento, eu não sei em qual ainda, nós temos isso internamente traçado, a gente precise abrir mão de alguma coisa. Porque nós estamos hoje com três ou quatro jogadores no Departamento Médico. É uma sequência de jogos, estreia de Brasileiro. Se a gente continuar nessa batida, como a gente chega até o fim do mês, como nós vamos estrear no Brasileiro e com quantos jogadores em condições? Depois do Brasileiro, 15 dias depois a gente estreia na Sul-Americana – lembra.

"É complicado, é desafiador, mas graças a Deus que, mesmo com todos esses desafios a gente tem entregue resultado, performance e objetivo. Por isso que eu não canso de enaltecer o grupo que eu tenho".

Carpini soma 24 vitórias, 12 empates e 14 derrotas desde que chegou ao Leão. Números relevantes, mas falta conquistar um título. Um novo passo pode ser dado neste sábado, quando o Vitória tenta garantir vaga na final do Campeonato Baiano, às 18h (de Brasília), contra o Atlético de Alagoinhas, no Barradão. O jogo de ida terminou com goleada rubro-negra por 4 a 0.