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– Acho que esse gol tinha que acontecer, né? Muito improvável uma bola sobrar três vezes para o mesmo atleta. Aconteceu comigo, e foi na luta, na vontade. Graças a Deus pude fazer esse gol – comemora Léo em entrevista ao GloboEsporte.com.

O gol e, principalmente, a manutenção do Vitória na Segunda Divisão foram importantes para Léo Gomes, que teve uma temporada de altos e baixos. Logo no início do ano, ele chegou a entrar com uma ação trabalhista contra o clube para pedir a rescisão do contrato. Após repercussão negativa, desistiu do processo e se desculpou publicamente sobre o assunto.

– Foi um momento que já foi superado. Foi um momento de amadurecimento de fato, me tocou. Foi muito ruim. Trouxe muita coisa ruim. Depois que aquilo foi resolvido, me deu ânimo para voltar a jogar, para voltar a lutar por esse time. Graças a Deus, pudemos resolver tudo tranquilamente.

A temporada seguiu, não menos tensa para Léo. No meio do ano, ele acertou a transferência para o Athletico. A pedido do Vitória, jogou o restante do ano por empréstimo. Quando jogava mal, escutou da torcida que a venda para o Furacão havia afetado seu rendimento.

– Foi um pouco complicado, porque, às vezes, quando você não ia tão bem em uma partida, a torcida já encarava: “Ah, porque ele está vendido… Porque ele já vai para outro clube, está fazendo corpo mole”. Mas não pela minha vontade, mas pela situação de jogo. Jogadores têm altos e baixos. No fim da temporada, nos últimos jogos que vim jogando com o professor Geninho, pude mostrar a minha vontade para a torcida. Acho que isso foi muito importante para mim. Na verdade, essa minha permanência até o fim do ano foi importante para me provar isso, entendeu? Que não tinha nada de corpo mole, ou porque fui vendido, por causa disso ou daquilo, como muitos torcedores falavam.

"Em nenhum momento mexeu com a minha cabeça [a transferência]. Pelo contrário, me deixou mais focado ainda, porque eu ficava pensando: “Hoje eu tenho que jogar bem, porque os caras do Atlético devem estar olhando jogo”. Isso foi uma motivação a mais, na verdade", afirma o volante.

E esta foi apenas a primeira temporada completa de Léo Gomes como jogador profissional. Natural de Fortaleza, ele tem oito dos 22 anos de idade dedicados ao Vitória. O volante foi promovido ao grupo principal no meio de 2018 e estreou em jogo contra o Flamengo, no Rio de Janeiro. De lá para cá, fez 51 jogos e fechou a trajetória como titular do Rubro-Negro.

– Acho que o momento mais importante, mais feliz da minha vida, vestindo a camisa do Vitória, foi minha estreia como profissional, contra o Flamengo, lá, com a torcida toda a favor deles. Isso ficou marcado para mim. Vou levar para a vida toda. […] Realmente não foi o primeiro ano como profissional que eu esperava. A gente sempre espera e pensa sempre em coisas boas, sempre em estar em cima. Mas isso é coisa do futebol. Muitos times passam por isso, já passaram ou vão passar ainda. Para a minha carreira, foi fundamental, passar por uma experiência dessa, superar essas coisas que eu superei no Vitória. Foi muito importante.

Léo Gomes está suspenso e não pode enfrentar o Coritiba no último jogo do ano. Desta forma, deve antecipar as férias para se apresentar ao Athletico ainda em dezembro e participar da disputa do Campeonato Paranaense na equipe alternativa do Furacão. Nessa mudança de ares, conta com a ajuda de Zé Ivaldo, que também pertence ao clube do Paraná.

– Tenho conversado muito com o Zé Ivaldo. Com certeza, vai me dar uma força lá. Vai ser uma ponte para mim lá. Vou levar essa amizade para frente, e vamos lá, fazer história lá também.

Léo assinou com o Furacão até dezembro de 2022. Embora feliz com o objetivo cumprido na reta final da temporada, o volante ainda sonha com um dia poder, de fato, dar glórias maiores ao Vitória.

– Falei com minha mãe, liguei para ela e falei que eu acho que foi entregue da melhor forma, meu último jogo, com o gol, ajudando o Vitória a permanecer. Acho que foi muito planejado por Deus e aconteceu em um momento certo.