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"Sentamos, conversamos, com procuradores, jogadores, que não têm condição mais de jogar no Vitória esse ano", afirmou Fábio Mota ao ge.

Para aliviar os custos do clube, Fábio Mota vai tentar emprestar os jogadores para outras equipes. Como nenhum dos dois completou sete jogos no Campeonato Brasileiro, eles ainda podem defender outras equipes da Série A neste ano.

– Vamos preservar o patrimônio do clube. São dois casos diferentes. O Rodrigo Andrade tem contrato até dezembro. Tomamos a decisão de não renovar o contrato, vamos emprestar para outra equipe e preservar o patrimônio do clube em cima desse empréstimo. O Dudu é outro caso, tem contrato até 2027 com o Vitória. Nesse primeiro momento ele está cuidando das escoriações que teve, da briga que teve. Se apresentou ao Vitória, está tratando. Depois vamos sentar com o Dudu, os procuradores do Dudu para ver qual será o destino dele – completou o presidente.

Como citado por Fábio Mota, Rodrigo Andrade tem contrato com o Vitória até o fim deste ano, enquanto Dudu tem vínculo com o clube até o fim de 2027. Até por isso, o presidente evitou fechar as portas do clube de maneira definitiva ao jogador.

– Rodrigo Andrade, com certeza (não joga mais no Vitória). O Dudu, vamos conversar com ele, vai ouvir as versões. A gente precisa ouvir. O Rodrigo Andrade a gente já ouviu. Teve um episódio no final de semana que ele foi filmado, na folga dele, tudo bem. Mas no domingo ele não compareceu no treino, não deu justificativa. Mas Dudu a gente está esperando ele se recuperar para sentar, conversar e ouvir a versão dele – explicou Fábio Mota.

No caso de Rodrigo Andrade, a decisão pelo afastamento foi tomada ainda antes da agressão. O jogador faltou ao treino de domingo sem justificativas, o que irritou a direção do clube. Ele, inclusive, também vai ser multado pela ausência no treino.

Dudu e Rodrigo Andrade foram agredidos na noite do último domingo quando estavam em um bar no bairro de Canabrava, nas proximidades do Barradão, estádio do Rubro-Negro. Testemunhas relataram que membros da Torcida Organizada Os Imbatíveis (TUI) invadiram o local, agrediram os atletas e também danificaram dois carros: um dos jogadores e outro de uma mulher que estava no local e foi confundido como se fosse da dupla.

O dono do estabelecimento, que prefere não se identificar, relata que os homens estavam encapuzados e pularam o muro do local. Ele também conta que os jogadores costumam frequentar o bar, mas não estavam consumindo bebida alcoólica na noite do último domingo.

Luciana Ribeiro, dona de um dos carros danificados, conta que Rodrigo Andrade se escondeu dentro do estabelecimento, enquanto Dudu trocou socos com os homens. Em contato com o ge, a Organizada Os Imbatíveis informou que vai ajudar Luciana Ribeiro com os prejuízos relacionados ao veículo.

Presidente do Vitória, Fábio Mota repudiou o episódio de violência. Contudo, o gestor também criticou a postura dos atletas.

– Lamentável. O Vitória é um clube democrático, repudia todo ato de violência. Nada justifica. E muito triste pela conduta dos atletas, por serem profissionais do futebol, esporte de alto rendimento. A condição física deve ser preservada, dormir cedo, manter o ritmo para ter uma boa ação. Episódio triste pela violência e pelo comportamento dos atletas, que é inapropriado para a atleta de alto rendimento – disse Fábio Mota.

Em nota, o staff de Dudu disse que o atleta foi vítima "de um ato bárbaro e injustificável" e que "as providências legais estão sendo tomadas". Também garantiu que o atleta é "extremamente profissional, que cumpre todas as normas do clube".

A Polícia Civil informou que, como apenas uma mulher compareceu à delegacia, o caso foi registrado, preliminarmente, como crise de dano. Contudo, o presidente da organizada Os Imbatíveis foi intimidado para prestar esclarecimentos. Também foram solicitadas imagens das câmeras de segurança da região.

O ge também entrou em contato com o Torcida Organizada Os Imbatíveis, que informou que vai pagar os estragos causados ao carro confundido com se fosse de um dos jogadores. O grupo, contudo, não se manifestou sobre o ataque aos atletas.