Ba-Vi chega torcida única
O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.
Especialista em segurança critica torcida única no Ba-Vi
A morte de um torcedor na região do Dique Tororó depois de um jogo disputado entre Bahia e Vitória no dia nove de abril de 2017 foi o gatilho para o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendar clássicos com torcida única no estado. Oito anos depois, os clubes se preparam para o Ba-Vi de número 30 sem a presença de torcedores visitantes.
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Uma reunião realizada na manhã desta terça-feira definiu o esquema de segurança para o Ba-Vi 504, marcado para as 21h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira. Ao todo, 320 policiais militares vão fazer a segurança do clássico, que só vai ter torcedores rubro-negros no estádio.
No encontro, representantes da Polícia Militar e do Ministério Público defenderam o atual modelo com torcida única. Segundo eles, os últimos clássicos mostraram a redução no número de ocorrências de violência dentro e no entorno dos estádios.
– Nós demandamos de menos efetivo para um jogo como esse de torcida única. Temos menos ocorrências no entorno e dentro dos estádios. E estamos avançando nas questões dos bairros. Estamos debruçados para fazer com que ocorra a diminuição. Estamos avançando junto com os órgãos fiscalizadores – avaliou o tenente-coronel Flávio Farias durante o encontro.
– Temos percebido de forma muito clara que não tem ocorrido ocorrências graves. E essa é a nossa maior preocupação, que é garantir a integridade física do torcedor. O que nós temos percebido nas conversas é que o formato tem sido bom. O torcedor consegue adentrar o estádio, retornar em segurança. Não tem havido registro de ataques a ônibus. No momento, é o formato que tem se mostrado mais adequado – completa o promotor de Justiça Hugo Cassiano.
Em 2024 o MP-BA projetou o fim da torcida única para 2025, mas nada mudou nas arquibancadas do principal clássico do estado. Nesta terça-feira, Polícia Militar e Ministério Público não descartaram o movimento, mas pontuaram que "ainda não é o momento" para o retorno do público visitante ao Ba-Vi.
– Um movimento que estamos percebendo, um clamor inclusive por parte da imprensa. Mas as autoridades entendem que ainda não é momento para isso. […] Debates ainda não ocorreram. Vivemos em uma democracia, e todos podem falar o que pensam. Entendo que não é o momento ainda. Tem que passar por um debate pelas autoridades. E o que eles decidirem, a Polícia Militar está pronta para cumprir – garante o tenente-coronel Flávio Farias.
– Nada deu errado. Eu sou muito otimista. E tenho acompanhado de perto todo diálogo desenvolvido com os próprios times. Estamos satisfeitos com o andamento que está sendo dado a essa questão de aperfeiçoamento de segurança nos jogos. O que tenho percebido é que a gente tem se tornado cada vez melhor. Mas a gente opta por postura mais conservadora porque esse formato tem dado certo por garantir a segurança das pessoas. É claro que não é a situação ideal do ponto de vista da garantia do acesso do torcedor, mas é o formato que está se mostrando mais exitoso nas ocorrências graves – opina o promotor de Justiça Hugo Cassiano
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Área da torcida visitante no Barradão — Foto: Divulgação/EC Vitória
Área da torcida visitante no Barradão — Foto: Divulgação/EC Vitória
O que diz o especialista
Na avaliação de Luiz Requião, especialista em segurança pública entrevistado pelo ge, a medida não é a solução para o fim da violência nos estádios. Ainda de acordo com o profissional, a exclusão de torcedores visitantes atesta a incapacidade do Estado em garantir a segurança de quem deseja acompanhar os jogos.
– Entendo que não [é a única solução]. A torcida única é paliativo, não resolve violência nos estádios. A gente tem histórico de que a violência acontece no entorno. Mesmo com torcida única, há pessoas que foram mortas por manifestações ou brigas no entorno no estádio. (…) Entendo que não é medida correta [a proibição]. Atrapalha o espetáculo do evento, que passa a ser diferente – avalia Luiz Requião.
"A partir do momento que coloco como única alternativa torcida única, eu, Estado, digo que não consigo combater".
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Torcida do Bahia no Barradão, em 2016 — Foto: Ruan Melo
Torcida do Bahia no Barradão, em 2016 — Foto: Ruan Melo
Luiz Requião avalia a Inglaterra como referência no combate à violência no futebol, mas também vê bons exemplos no Brasil. Para ele, a biometria facial, já presente nos principais estádios baianos, é uma boa ferramenta para promover a fiscalização.
– Posso usar como exemplo os estádios ingleses. Existiam os hooligans que eram combatidos não com torcida única, mas com fiscalização e controle. Inclusive, monitorando essas pessoas. Com o passar o tempo, esses hooligans deixaram de existir. (…) O que o Rio de Janeiro faz é a mesma lógica da Inglaterra. Essa fiscalização mais individualizada, com a atuação da tecnologia, faz com que você consiga exercer essas atividades – disse Luiz Requião.
– Hoje existem métodos de fiscalização que evitariam esses episódios com segurança, como o reconhecimento facial. Você consegue ver com exatidão e maneira mais precisa sobre essas pessoas. Você joga esses dados e consegue verificar se há pessoas que tenham mandados de prisão em aberto. E até mesmo em caso de haver manifestação, você identificar com mais exatidão – completou.
O promotor de Justiça Hugo Cassiano, contudo, avalia que a tecnologia ainda não é capaz de garantir a segurança dos torcedores nos estádios.
– Pode haver mais para frente a possibilidade de voltar a ter torcida mista. A tecnologia existe, não só com reconhecimento facial, mas também controle de acesso. A gente percebe movimento muito positivo. Mas, por enquanto, o formato mais exitoso com experiência em outros estádios é com torcida única. Mas o debate segue aberto – opina o promotor.
"Embora tenha o caráter de prevenção, [a tecnologia] não é garantia plena que não vai ter ocorrências dessa natureza. A gente opta por ter postura mais conservadora para garantir a preservação de vidas", finaliza Hugo Cassiano.
Esquema de segurança
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Reunião define segurança para o Ba-Vi 504 — Foto: Costta Filho
Reunião define segurança para o Ba-Vi 504 — Foto: Costta Filho
A reunião contou com a participação de representantes da Polícia Militar, Prefeitura Municipal, Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), além dos clubes envolvidos.
Durante a reunião foi anunciado que está proibida a recepção da torcida do Vitória ao ônibus com a delegação do time, que geralmente acontece na chegada ao Barradão. Segundo a PM, a ação oferece risco, já que acontece em um curto espaço e pode provocar atrasado na entrada da torcida.
O Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe) é responsável pelo patrulhamento dentro do Barradão, enquanto outras unidades da PM fazem a segurança no entorno do estádio.
– Teremos o efetivo normal e o engajamento de unidades especializadas, além do acréscimo de 100 alunos, praticamente formados, que farão apoio. Teremos um reforço com atenção maior voltada para bairros e entorno do estádio. Nós entendemos que é um jogo que deve ter engajamento de todos os órgãos públicos, que mexe com a emoção do estado – comenta o tenente-coronel Flávio Farias.
Sete torcedores do Vitória que cumprem medida cautelar vão estar com o Bepe ao longo do jogo. Eles devem chegar duas horas antes da partida e ficar sob tutela até duas horas depois do clássico.
Torcida única
Desde 2018 os clássicos baianos contam apenas com torcida de um dos times envolvidos nos estádios. Mas tudo começou no dia 9 de abril de 2017, quando torcedores se envolveram em uma briga generalizada que terminou com 45 pessoas apreendidas antes de um Ba-Vi disputado na Arena Fonte Nova. Após o jogo, um homem morreu e outro foi baleado em confusão no Dique Tororó, região próxima ao estádio.
— Foto 1: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação — Foto 2: Margarida Neide/Ag. A Tarde/Futura Press
Diante dos episódios de violência, a CBF, após recomendação do Ministério Público da Bahia , determinou que os Ba-Vis fossem disputados apenas com torcida única. A recomendação durou seis jogos ou quase um ano. No dia 2 de fevereiro de 2018, o MP avaliou como positivos os resultados em termos de segurança e deu parecer favorável à volta das duas torcidas aos clássicos baianos.
Contudo, no dia 18 de fevereiro de 2018, no primeiro Ba-Vi do ano, o que era para ser conhecido como "clássico da paz" acabou em uma briga generalizada entre os jogadores dentro do Barradão. Fora de campo, horas antes do jogo, a Polícia Militar registrou um confronto entre as torcidas na Baixa dos Sapateiros, região do Centro de Salvador. Na briga, uma guarnição policial precisou intervir com tiros disparados para o alto.
Diante dos novos casos de violência, o MP-BA fez nova recomendação de torcida única para os clássicos baianos, que continua até hoje.
Linha do tempo
09/04/2017: 45 são detidos, um homem morre e outro fica ferido após briga entre torcedores;
25/04/2017: CBF acata recomendação do MP-BA e determina torcida única nos clássicos Ba-Vi;
27/04/2017: Barradão recebe o primeiro Ba-Vi sem torcida visitante na história;
02/02/2018: após bons resultados, MP-BA confirma fim da torcida única nos clássicos;
18/02/2018: jogadores se envolvem em briga generalizada dentro de campo. Fora do estádio, torcidas entram em confronto;
26/03/2018: MP-BA volta a recomendar torcida único nos Ba-Vis.
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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/brasileirao-serie-a/noticia/2025/10/14/ba-vi-chega-ao-30o-jogo-com-torcida-unica-e-sem-previsao-de-mudanca.ghtml?
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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.
