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O Vitória se prepara para uma temporada com cinco competições em 2025: Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil, Sul-Americana e Campeonato Brasileiro. Durante a entrevista coletiva, Fábio Mota disse que o clube não iria priorizar nenhum campeonato, mas deixou entrelinhas o sonho de ver o time campeão da competição continental.

– O céu é o limite. Nós vamos fazer uma nova coletiva e vamos anunciar, prometo que falarei sobre isso depois de fechar o planejamento e contratar quem a gente quer contratar. Aí a gente conversa sobre isso. Eu disse que tinha um lugar reservado para a foto do time que iria para a Sul-Americana. Para qualquer torcedor do clube, e eu sou torcedor, o objetivo é claro. Qual foi o clube do Nordeste que já ganhou uma competição internacional? Vamos falar sobre isso mais para frente – disse o gestor.

Durante a entrevista coletiva, Fábio Mota projetou a contratação de 12 reforços, mas também falou que o plano era manter a base do time que jogou o segundo semestre. Ele defendeu esse argumento com a sétima posição do returno e as renovações de Thiago Carpini, além de Raúl Cáceres, Ricardo Ryller, Willian Oliveira e Carlos Eduardo.

– O planejamento de 2025 começou há quatro meses e já temos tudo definido. Sempre pensamos em 2025 para a Série A. Temos uma base, isso vai nos ajudar. Fomos o sétimo melhor clube do segundo turno. Se a gente tivesse mais quatro ou cinco rodadas, a gente ia muito mais longe, então nosso principal objetivo é manter a nossa base – disse Fábio Mota.

Para garantir a manutenção na Série A e poder sonhar alto com o 2025, o Vitória precisou fazer uma campanha de recuperação no segundo turno do Campeonato Brasileiro. E o jeito encontrado por Fábio Mota para motivar os atletas durante a arrancada foi o tradicional "bicho", as premiações por vitórias aos jogadores.

"Os últimos jogos foram um milhão de bicho para ganhar e R$ 500 mil para empatar. Não me incomodo em falar isso, não", contou Fábio Mota.

Ao ser questionado sobre uma SAF no Vitória, Fábio Mota voltou pregar pela cautela e fez algumas críticas ao modelo. O presidente lembrou de clubes que adotaram a Sociedade Anônima de Futebol e ainda passam por dificuldades, como Vasco e Coritiba. Na avaliação do gestor, o Fortaleza é o exemplo a ser seguido dentro deste assunto.

Vale lembrar que o Vitória contratou um escritório especializado para discutir SAF e realizou um workshop a respeito do tema.

– Já falei isso e vou repetir. O Vasco fez uma SAF de qualquer jeito e deu no que deu. Cruzeiro já está no segundo dono. Coritiba está na Série B. Bragantino escapou na última rodada do rebaixamento. SAF não é certeza de que vai dar tudo certo. Nós reduzimos a dívida, fizemos várias melhorias, e a SAF contribuiu para que nisso? Temos uma gestão profissional. O que não falta é aventureiro com ideia de SAF, estou cansado disso – disse Fábio Mota.

– A gente tem que fazer um modelo, fazer o que o Fortaleza fez. Aguarda, espera propostas, debate com a torcida. Aqui basta perder um jogo e já querem SAF. Nosso adversário (Bahia) se salvou ano passado com uma rodada e ninguém queria SAF. Aí esse ano ganhou alguns jogos seguidos, não foi campeão de nada, e querem SAF. O Brasil não tem limite de gastos, fiscalização. Então qualquer um pode chegar, gastar o que quiser e largar a bomba aí. O Vitória não pode ser entregue para qualquer um – completou o gestor.

A entrevista coletiva também rendeu uma projeção do futuro do presidente. À frente do Vitória desde 2021, quando assumiu o clube de forma interina, Fábio Mota disse que não pretende participar do próximo pleito, marcado para o fim de 2025.

– Eu larguei minha vida para estar aqui, estou aqui por amor ao clube. Sou um torcedor e tive a oportunidade de ser presidente do Vitória. Acho que ajudei bastante e deixo um legado. Não só de títulos, mas de obras, o Vitória voltou a ser respeitado. Mas é um trabalho que te tira muito, eu fico sem dormir. Um trabalho muito estressante, eu larguei minha vida, minha família.

– Para 2026 tenho projetos familiares e pessoais que não podem estar juntos com a presidência do Vitória. Vamos pensar em 2025. Temos um ano inteiro pela frente. Um grande desafio com cinco competições. Temos muito o que entregar. Todas as minhas energias estão para 2025 – finalizou.

Principais tópicos da entrevista coletiva de Fábio Mota:

• Renovação de Thiago Carpini;
• Renovação de Raul Cáceres, Ricardo Ryller, Willian Oliveira e Carlos Eduardo;
• Situação de Alerrandro;
• Planos para contratar 12 jogadores;
• Planejamento para 2025.

Renovação de Carpini e reforços
– Renovamos com Carpini. Será nosso treinador para a temporada de 2025. Temos que acreditar em nossas convicções. A gente fez uma reunião com os atletas e disse que iria com Carpini até o final. Ele teve 45% de aproveitamento geral, um bom número. Foi o condutor do nosso projeto de recuperação no segundo turno. Ele já participa ativamente das nossas contratações. Temos um número. Vamos buscar 12 contratações. Já temos alguns apalavrados, aguardando dia 16 para bater o martelo do orçamento e fazer os anúncios. São 12 contratações de várias posições. E temos mais de 90% do time atual com contrato renovado. Agradecer ao Thiago e todos os staffs.

– Falta o Alerrandro, a gente tem uma boa relação com o Bragantino. As conversas estão acontecendo todos os dias, temos esperança de manter o Alerrandro e estamos focados nisso. Como estamos focados em buscar outros nomes no nosso planejamento também. (…) Com certeza, mas não depende só do Vitória. Bragantino tem coisas maiores. Carreira de jogador é curta. Eles analisam muito isso. Mesmo a gente tendo uma grande relação com o Bragantino, a gente tem que esperar o que vem. Bragantino me disse que a prioridade é nossa se ficar no Brasil, mas se chegar proposta de fora não vou iludir torcida. Estamos trabalhando. Temos plano B, plano C e por aí vai.

Metas
– Nós temos um excelente grupo, já falei e repito, temos hoje o sétimo clube do Brasil no segundo turno. Quero reforçar para ser mais do que sétimo, e temos potencial para isso. Vamos reforçar o que a gente já tem. A gente busca em 2025 um ano melhor do que os últimos. Planejamento cumprido, campeão baiano, e a Copa Sul-Americana. Espero um grande 2025, melhor que em todos os anos

Voos fretados
– O Vitória fretou seis voos, os outros fretaram 19. Fomos quem menos fretou voo no Campeonato Brasileiro. Isso tem um custo, quase R$ 1 milhão, mas quanto vale um voo na Série A. Fretar voos traz resultado e descanso. Minha ideia é fretar todos os voos da temporada. O Campeonato é muito longo e é importante ter tempo para descansar. Flamengo faz voo fretado, Palmeiras, todo mundo. A gente queria fazer todos também, mas nem sempre é possível. Isso faz a bola entrar. Isso incentiva, melhora o ambiente.

Wagner Leonardo, Matheusinho e Arcanjo vão ser vendidos?
– São atletas que têm contrato com o clube. Já sabendo disso, renovamos para 2028 com Wagner Leonardo e Matheusinho. Estamos sempre atentos a isso. Wagner Leonardo e Matheusinho têm contratos longos. Lucas Arcanjo também. Não vou dizer que não vou vender, não depende só de mim. Mas a ideia é não vender e ter eles para a temporada 2025.

Lucas Esteves
– Estamos buscando um acerto de renovação, mas não é uma negociação simples porque é um atleta que desperte interesse de outros clubes. Quem sabe teremos mais novidades.

Segundo turno do Vitória e Divisão de base
– Erramos, mas para não errar tem que ter dinheiro. Palmeira e Flamengo não erram porque tem dinheiro. Vamos errar nas contratações, faz parte. Estamos reconstruindo a divisão de base, isso demora. A gente tem trabalhado muito para isso, voltamos a ter o título de clube formador do Vitória. Ter 50% de jogadores formados em casa para competir com clubes com orçamento maior. Se o Vitória temos o 15º orçamento do Brasileiro vamos errar. Mas acertamos com Matheusinho, compramos por 500 mil reais, Wagner Leonardo 750 mil. Janderson tem uma série de propostas, se a gente quisesse vender pelo dobro do dinheiro (R$ 5 milhões) a gente venderia. A gente não quer errar, mas vamos errar. O ideal é acertar mais do que errou em contratações. Hoje 80% do time do Vitória é do Vitória, patrimônio do clube. Precisamos do sócio, torcedor tem que renovar o plano.

Torcida
– Tenho que exaltar a torcida, que foi muito presente. Minha trajetória, completando oito anos no futebol, estagiei no Vitória, passei pelo setor de desempenho, análise. Saí do clube, rodei em outras vertentes de mercado, retornei dois anos depois exercendo a função de gestão comercial de atletas. Naquela turbulência, fui alocado como gerente de futebol por três anos, trabalhei com cinco diretores para estar preparado, pronto a gente nunca está. Tem que estar preparado para quando a oportunidade aparecer e hoje me sinto preparado. Tive curso da CBF de gestão e ano passado finalizei o curso da Uefa de gestão de futebol. Contatos com clubes do mundo todo, Arsenal, Ludogorets, enfim. Abrindo horizontes para novas perspectivas.

Trabalho especial na parte psicológica
– Eu me recolhi por uma série de motivos. Achava que não merecia tudo que estava passando nas cinco, seis rodadas. Aquilo me machucou muito. Naquele dia comecei a pensar se valia a pena. De uma hora para outra você vira o pior cara do mundo. Trabalhei mais, acredito muito em Deus e no trabalho. Foi o que a gente fez para recuperar a equipe. Oposição fazendo politicagem. Mas graças a Deus deu certo.

– É importante. No segundo turno contratamos outra psicóloga, a Drª Maíra. A gente investiu muito nisso, e queremos aproveitar para agradecer. Obrigado pelos serviços prestados e está com contrato renovado. Em 2025 quero você aqui com a gente.

Camisa branca
– Camisa branca começou porque Salvador faz muito calor. A preta é linda, mas fazia muito calor. Os caras reclamaram. Aí a branca começou a ganhar e fomos tocando. A branca é por aí.

Agradecimentos
– Saudar toda nossa equipe, nossos diretores que estão fazendo esse ótimo trabalho, que eu tenho alegria de coordenar. Não preciso dizer como a gente estava né?! Ninguém aguenta mais ouvir isso. Agradecer pela torcida do Vitória, que é a melhor do Brasil. Eu cheguei com média de público de três mil, e fechamos o ano com média de 23 mil pessoas. Sem a torcida do Vitória a gente nem aqui estava. Ela que fez o Vitória ressurgir das cinzas para continuar na Série A e estar também na Sul-Americana. Era o nosso objetivo desde o início do ano. A gente abriu mão da Copa do Nordeste para ser campeão baiano. E conseguimos com êxito também o objetivo de ir para a Sul-Americana.