O Vitória chegou, nesta quinta-feira, ao quinto jogo sem vencer na Série B. Na Arena Fonte Nova, o Rubro-Negro levou um gol aos 47 do segundo tempo e empatou em 2 a 2 com o Sport, pela 26ª rodada da Segunda Divisão [assista aos melhores momentos da partida no vídeo acima]. Foi a terceira partida da equipe baiana sob comando do técnico Geninho. O retrospecto do treinador, até aqui, é de dois empates e uma derrota.
Geninho lamentou não ter conseguido conquistar o primeiro triunfo como técnico do Vitória. Para o treinador, a equipe mereceu ter melhor sorte na partida desta noite. Ele espera que a postura apresentada sirva de parâmetro para os jogadores nas próximas rodadas da Série B.
– Valorizar as coisas boas que eles fizeram nesse jogo. Vi um time querendo, brigando pela bola, marcando com mais presença. Mas ainda precisamos melhorar muita coisa, nossa saída de bola, jogar mais com a bola no pé, mais triangulação pelo lado. Mas vi alguns detalhes que acho importantes para um time de futebol crescer. Vi um time que não conseguiu objetivo, mas lutou até o último minuto, em cima de algum sacrifício. Valorizar bastante os pontos positivos, trabalhar muito, apesar de o tempo ser curto, para poder tentar vencer o próximo jogo. Se continuarmos nessa toada, uma hora a vitória vai ter que vir. Hoje escapou por detalhe. Penúltimo lance do jogo, bola parada. Pelo esforço, talvez não pelo futebol vistoso… A Série B é assim, esse tipo de jogo. Não é jogo vistoso. É jogo por pontos. Nós fizemos um jogo meio estilo Série B e merecíamos a vitória – avaliou.
Geninho concede entrevista coletiva na Arena Fonte Nova — Foto: Thiago Pereira
Com o resultado, o Vitória chegou aos 26 pontos e se manteve na 18ª posição. O primeiro time acima do Z-4 é o Londrina, que tem 28 pontos e ainda não jogou na rodada.
O Rubro-Negro terá mais 12 partidas até o fim da competição para evitar o rebaixamento para a Série C. Geninho já fez as contas e diz que é preciso conquistar 19 pontos. Ou seja, seis triunfos e um empate nos jogos restantes.
– Temos 36 pontos para disputar. Tenho hoje 26. Preciso de 19. Nesses 36, tenho a chance de fazer 19 para atingir os 45. Vou ter que correr atrás. Claro que a gente lamenta muito, se tivesse o resultado hoje, seria muito bom. Iria interromper a sequência de jogos sem vitórias, ia mexer muito com o ânimo, confiança, porque acho que essa questão prejudica o jogador. O jogador entra pressionado isso atrapalhar muito, bola começa a queimar, jogo complicado, perna fica pesada. Às vezes, esse desgaste é emocional, e isso atrapalha, daí a importância da vitória. Mas temos pontos suficientes. Ainda, se for buscar ponto que a gente necessita, dependemos só da nossa força. Não tem matemática de torcer contra. Claro que, se o adversário que está brigando com a gente, perder, ninguém fica triste. Mas a gente depende das nossas forças. Pelo que a equipe mostra, grupo fechado, que quer ganhar, não se entrega, nós temos chances sim.
O Vitória volta a jogar na próxima terça-feira, às 20h30 (de Brasília), quando enfrenta o Oeste, no Barradão. Anselmo Ramon, suspenso, não estará à disposição.
Confira outras declarações de Geninho
Atuação da equipe
– Com o resultado que ninguém queria, que praticamente positivo estava nas mãos e fugiu no penúltimo lance do jogo. A equipe realmente fez um bom primeiro tempo, desgaste grande. No segundo, fizemos o gol. Uma equipe que não vence há muito tempo, vê 2 a 0, e a primeira preocupação é segurar resultado. Ninguém consegue controlar os nervos dos jogadores ou o que fazem no campo. Colaboraram muito duas coisas: o próprio Sport; se estou perdendo por 2 a 0, me largo para cima do adversário e dane-se. Guto tirou um lateral e botou um atacante e tirou um homem de marcação e botou mais um centroavante. Veio com tudo. Não soubemos aproveitar isso numa saída de bola mais organizada e fazer contra. Para isso, botamos Jordy. Nessa vinda do Sport, sobrou espaço para que Jordy usasse sua velocidade. Infelizmente, não fizemos nenhuma bola enfiada de maneira mais organizada para o Jordy. Junto a isso, alguns jogadores começaram a sentir o ritmo forte. Rodrigo, que estava melhor organizando o meio, pediu para sair, não tinha mais condição, perna estava pesada, estava preocupado em ter nova lesão, porque estava sentindo. Capa reclamando o jogo todo do adutor. Léo reclamando o tempo todo das panturrilhas. Ramon movimentando muito. Chegou em certo momento e parou. Decréscimo na movimentação, alguns jogadores limitados. Eu tinha que tomar cuidado, porque toda hora um pedia para segurar, porque estava sentindo. Então fomos tentando empurrar. Até que terminamos de maneira relativamente boa. Dedé era para evitar a bola aérea, melhor bola do Sport, que não conseguia entra na área, mas tinha muito jogo na lateral. O garoto é um volante, para ajudar o Van, que estava ficando muito livre em cima do melhor atacante do Sport, que tinha feito o gol, volume de jogo grande ali, então entramos para tentar fortalecer aquele lado. Pecamos no último lance, poderíamos ter evitado a falta e ter marcado o que mostramos durante a semana, que era jogada forte de primeiro pau. A bola foi levantada e acabou passando. Hoje você tem a lamentar. Foi um bom jogo, no geral. Primeiro tempo foi muito bom. No segundo, em termos de empenho e dedicação, até marcação, foi bom, porque enfrentamos um time de qualidade, que veio com tudo para cima da gente no segundo tempo. Eles não tiveram nenhuma jogada trabalhada na área. Jogaram muito com bola aérea, até bola aérea parada, acharam gol de empate, que tem sabor muito grande de derrota. Se tem vitória aqui, teria um novo ânimo. Seria a vitória que estamos precisando para dar uma arrancada e fugir da zona do rebaixamento.
Queda de rendimento no segundo tempo
– Tentar fazer com que o jogador se dose melhor. Às vezes, o jogador entra precisando do resultado, sem se poupar. Às vezes, dá pique que não precisa, tem desgaste que não precisa. Essa carga psicológica atrapalha e faz com que rendimento físico caia. Time jogando pressionado, isso traz desgaste. Tem que tentar equilibrar o time. Um dos grandes motivos do desgaste é que o time não está ficando com a bola. Essa pressão faz com que o jogador dê um bico quando se sinta apertado. Tem que trabalhar a bola, ter confiança na saída de bola. Quando começar a ficar mais com a bola… Às vezes não fica, porque ele começa a trocar a bola ali atrás, e o torcedor começa a chiar. Tocar a bola você armazena força… Quando ela roda de um lado, vai no lateral, volta no zagueiro, cai a casa. Para se livrar do problema, o jogador dá um bico. Tem que ter mais personalidade para ficar com a bola. Tem que ser mais trabalhada pelo meio. Isso evitaria o desgaste que estamos tendo.
Gol de Guilherme
– Primeiro gol não atribuo a falha. Esse jogador está sendo um dos destaques da Série B. vários da Série A tentaram levar Sport segurou. Ele bate com as duas pernas, tem qualidade, forte, teve felicidade de trazer para dentro, dar pancada e achar ângulo. Mérito do jogador. Segundo gol poderia ter sido evitado, a falta, melhor marcada a bola parada. Ela acabou passando por dois jogadores e o goleiro ficou vendido, praticamente entrou direta. Fizemos uma marcação bastante eficiente, uma dobra de dois, três, porque era necessário. Você vê o adversário… Praticamente, as melhores jogadas do Sport eram triangulações pelo lado. Algumas evitamos, outras não. Quando ele colocou mais um centroavante, se preocupava em pegar e jogar dentro da área. O Sport não entrou dentro na minha área, sinal de que a marcação foi bem feita. A bola viajava, tinha que se preocupar com a bola aérea. Fizemos bem até aquela bola parada. Nós estávamos até atingindo um pouco o objetivo.
Greve de silêncio dos jogadores
– Estou sabendo agora. Estou me atentando tanto naquilo que a gente está fazendo ali dentro, tempo curto, não sei nem quem vai dar entrevista, quem não vi. Estou sempre à disposição de vocês. Me chama que eu vou lá. Acho que é a melhor maneira de esclarecermos as coisas. Por que tirou João, Pedro… tenho que falar, tenho que saber por que fiz ou emitir minha opinião. Se vão concordar ou não, é natural. A gente tem que trocar essas informações para vocês saberem o que tem na minha cabeça. A gente tem vários problemas no Vitória. Vou procurar ver o motivo. Não é o momento de confronto, de união, de puxar a corda para o mesmo lado. Vocês não têm o mínimo interesse que o Vitória caia, prejuízo para todo mundo, cidade, clube, profissionais da imprensa. Todo mundo gostaria de estar cobrindo dois times na Série A. Não os vejo como inimigos. Alguns exageram na crítica, fazem críticas pesadas, mas faz parte da nossa vida. Quem optou pela profissão tem que estar preparado para isso. Tem que ter autocritica, saber se errou ou não. Se errou, reconhecer e procurar corrigir, porque erramos todo dia. Neste momento, se todo mundo puxar a corda para um lado só, é bem melhor.
