Wallace leitor… e escritor: como uma provocação levou ex-Flamengo e Corinthians a lançar livro

provocação levou ex-Flamengo Corinthians

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Zagueiro-escritor: Wallace inicia trajetória como autor com livro que celebra a defesa

Wallace Reis é campeão estadual, regional, nacional, continental e mundial. Mas o zagueiro, revelado no Vitória e com passagens por Corinthians, Flamengo e Grêmio, sempre foi associado ao hábito da leitura. Um gosto pelas palavras que cresceu com o tempo e impulsionou o jogador a colocar as próprias ideias no papel.

Wallace decidiu escrever o seu primeiro livro, intitulado "Em defesa", que faz uma análise sobre o sistema defensivo no futebol. Nesta sexta-feira, Dia do Escritor, o ge apresenta o mais novo autor brasileiro.

— Eu já venho acumulando um compilado de ideias, de coisas que eu pensava sobre futebol. E ao longo do tempo fui vendo que muita coisa do que eu já tinha escrito lá atrás fazia sentido atualmente, era contemporâneo. Alguns amigos meus já tinham meio que me cobrado, até pelo fato de eu gostar muito de ler. Eles falavam: "Cara, aproveita e coloca isso em um livro". E a partir daí eu fui juntando tudo aquilo que eu já tinha escrito, com outras coisas que eu fui desenvolvendo ao longo desse tempo mais recente. E aí tomei a coragem de lançar esse livro, e estou muito feliz com o que produzi — celebra o zagueiro.

— No país onde se coloca educação em segundo ou terceiro plano, no esporte que eu jogo e tanto amo, poucos atletas falam sobre o esporte. Não falo biograficamente, mas do esporte em si, ali dentro de uma forma mais ampla, para que outras pessoas também tenham conhecimento. O fato de eu ter o conhecimento prático me deu a oportunidade de colocar isso como conhecimento teórico também. Então, foi juntando o útil ao agradável — completa o jogador.

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1 de 4 Arte que ilustra o livro escrito por Wallace — Foto: Divulgação
Arte que ilustra o livro escrito por Wallace — Foto: Divulgação

Wallace tem 37 anos e, atualmente, defende o Londrina, que disputa a Série C do Brasileiro. Ele conta que a ideia de escrever o livro ganhou força depois de uma provocação do técnico Eduardo Barroca, com quem trabalhou no Vitória em 2020.

— O Barroca acreditava que defender era mais fácil do que atacar, e aquilo me gerou uma certa insatisfação. Diante de números que eu fui buscar, diante de estudos que eu fiz baseados em várias ligas, não são argumentos superficiais, mas sim análises profundas, embasadas em números. E eu cruzo esses números com resultados práticos que acontecem dentro de campo. Então, a ideia do livro foi muito mais através dessa provocação do Eduardo Barroca, e eu fui escrevendo, pesquisando, buscando fontes confiáveis e também conversando com muitos atletas — conta Wallace.

"É tão difícil marcar [quanto atacar]. Ano passado, no Campeonato Brasileiro, o jogador que mais roubou bola teve média de 3,5 por jogo. Isso dá uma roubada de bola a cada 30 minutos. Olha o quão difícil é você recuperar uma bola. Eu acredito que, instintivamente, todo mundo sabe chutar uma bola. Mas, instintivamente, ninguém sabe como se defender".

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Wallace Reis lança livro para defender conceito sobre defesa

"Em defesa" é o primeiro livro de Wallace, mas não é a primeira experiência do jogador com a escrita. O zagueiro já teve uma coluna em um jornal de Conceição do Coité, na Bahia.

Ao longo da carreira, o zagueiro procurou aproveitar o tempo livre para ampliar o conhecimento sobre o mundo e também se conhecer, um conselho que volta e meia dá aos mais jovens.

— Já fui colunista de um jornal da minha cidade. Escrevia mensalmente em 2017, fiz seis ou sete colunas, mas parei porque estava tomando meu tempo. Eu falava de coisas da sociedade usando o futebol como alegoria. Gostei daquele período. Como o jogador tem muito tempo ocioso, uso o meu para escrever. Os jogadores têm muito tempo de ócio improdutivo, sempre falo para os jovens: "Aproveite o tempo que o futebol dá para desvendar outros conhecimentos". Talvez o atleta não entenda isso pelo baixo nível de educação que nós temos, até porque o futebol é reflexo da sociedade.

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2 de 4 Wallace Reis em entrevista ao ge — Foto: ge
Wallace Reis em entrevista ao ge — Foto: ge

— Escrever foi muito bom para mim, até para meu desenvolvimento pessoal. Sempre escrevi, só nunca tive motivo, nem sentido que era para colocar num livro. O livro foi a primeira vez que escrevi sobre algo específico, sempre foi de forma solta. Escrever e ler te faz se ver de outra forma. O futebol faz você perder um pouco de suas características e personalidade. O futebol tem pautado as questões psicológicas e mentais, mas também precisa avançar nas filosóficas.

"A maioria dos atletas não sabe quem é, nem quem quer ser. Então fica muito refém daquilo que a torcida, a imprensa, um corpo técnico quer que você seja", analisa Wallace.

Mais leitor do que jogador?

3 de 4 Wallace nos tempos de Flamengo — Foto: Reprodução
Wallace nos tempos de Flamengo — Foto: Reprodução

Wallace vestiu algumas das camisas mais pesadas do futebol brasileiro e venceu os títulos mais cobiçados pelos jogadores do país. Mesmo assim, o zagueiro passou a maior parte da carreira associado ao gosto pela leitura.

"Isso é até engraçado, né? As pessoas me conhecem bastante pelo que eu falo fora de campo, mas esquecem quão bom eu sou também dentro de campo, né?".

— Mas eu me sinto muito feliz em relação a esse reconhecimento também. Acho que, dentro do meu nicho, dentro do meu escopo, do futebol, tem poucas pessoas que falam sobre literatura como eu falo, como eu sempre tenho abordado — continuou Wallace Reis.

Títulos na carreira:

Campeonato Baiano: Vitória (2007; 2008; 2009 e 2010);
Copa do Nordeste: Vitória (2010);
Campeonato Brasileiro: Corinthians (2011);
Libertadores: Corinthians (2012);
Mundial de clubes: Corinthians (2012);
Copa do Brasil: Flamengo (2013);
Campeonato Carioca: Flamengo (2014);
Campeonato Catarinense: Brusque (2022).

Wallace não vê problema sobre o rótulo, mas também destacou a carreira de conquistas em um país que "só tem valor quem vence".

4 de 4 Wallace com a camisa do Grêmio — Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com
Wallace com a camisa do Grêmio — Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com

— Aprendi o quão importante é vencer. Tudo que eu desfruto hoje é porque eu venci nesses clubes. Podemos entrar na discussão se você gosta ou não de mim, mas ninguém vai apagar minha história nem por quais clubes eu venci. Isso, para mim, é o mais gratificante. Ver que estarei na memória de quem torce pelos clubes por quais eu venci. Aqui em Londrina tem muito torcedor do Corinthians, e toda hora estou tirando fotos. Mesmo já fazendo quase 15 anos que eu saí do Corinthians. Isso mostra o quanto vencer é importante em um país onde apenas os vencedores são valorizados. — finalizou o zagueiro.

Wallace Reis defende o Londrina desde o início deste ano. Entre o Campeonato Catarinense e a Série C do Brasileiro, são 25 partidas pelo clube, o oitavo de uma carreira iniciada há quase 20 anos, na temporada de 2006.

— Tem sido muito feliz. Tenho aprendido muito mesmo. Não só com o clube, mas com toda a cidade. Me fez pensar em muitos aspectos dentro e fora de campo. Não poderia ter feito escolha melhor para minha carreira. Pela forma como o clube me acolheu e me permitiu compreender o futebol de maneira mais ampla — finalizou o zagueiro.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/noticia/2025/07/25/ex-flamengo-e-corinthians-lanca-primeiro-livro-para-rejeitar-rotulo-sobre-defender-e-atacar.ghtml


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Ex-Flamengo e Corinthians, Felipe curte calmaria e não pensa em parar aos 41 anos

Ex-Fla Corinthians Felipe curte

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Ex-Fla e Corithians, Felipe revela planos para aposentadoria

A escalação de Felipe com jogadores que já dividiu o vestiário já dá uma ideia do quanto o goleiro tem história para contar.

— Fábio Costa; Léo Moura, William, Chicão e Roberto Carlos. Vampeta, Petkovic e Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo, Adriano e Edilson. E o técnico é o Vanderlei Luxemburgo. E deixei fora Vagner Love, Thiago Neves, Renato Abreu, Amaral… — diz o jogador, aos 41 anos, e longe de pensar em parar.

Logo de início, no Vitória, viveu um triste episódio de racismo que o fez mudar os rumos da carreira. Depois, emplacou passagens por Corinthians e Flamengo marcadas por títulos, jogos inesquecíveis, mas também muita turbulência. Atualmente, vive um "rolê aleatório" no Differdange, de Luxemburgo.

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Felipe não deixa a idade atrapalhar a sua vontade de se manter firme como jogador de futebol. O veterano cita Fábio, em alta aos 44 anos no Fluminense, quando o assunto é aposentadoria.

— Eu sei que estou mais perto do final. Enquanto eu tiver esse ânimo de levantar e essa motivação de treinar vou continuar. Todos os goleiros tem como referência hoje o Fábio. Aqui na Europa, eles não se preocupam tanto com a idade. Se você estiver rendendo, você vai estar jogando — disse em entrevista exclusiva ao ge.

E a idade realmente não atrapalhou o goleiro, que fez uma temporada de 33 jogos pelo Differdange e jogou fase prévia de Liga dos Campeões. Campeão nacional, ele chegou a ficar 1.561 minutos sem sofrer gols.

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1 de 5 Goleiro Felipe está no Differdange, de Luxemburgo — Foto: Divulgação/Ideallize Comunicação
Goleiro Felipe está no Differdange, de Luxemburgo — Foto: Divulgação/Ideallize Comunicação

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— Foi uma temporada mágica aqui para mim, nunca imaginei ficar tanto tempo sem tomar gol. Dos 30 jogos, foram seis gols sofridos. Pude ajudar pegando pênalti, alguns jogos pude ser decisivo – celebra.

Com contrato até junho de 2026, ele vai jogar, pelo menos, até os 42 anos. Mas o veterano admite que começa a pensar em caminhos para o pós-carreira. Todos, claro, no futebol.

— Não passa na minha cabeça ser treinador de goleiros, acho que eu tenho mais cabeça para treinador. Mas, daqui a pouco, pode aparecer a oportunidade de ser treinador de goleiros por aqui. Aos poucos, a gente vai pensando. […] Já sou bastante conhecido aqui, fui eleito o melhor goleiro do ano. Então, daqui a pouco eu consiga abrir uma escola de goleiro ou entro na comissão técnica. É algo que eu já tenho que pensar, não tenho mais 30 anos — lembrou o atleta.

"Daqui a pouco o corpo já não vai aguentar mais, eu vou ter que pensar em outras coisas e dificilmente eu não fico no meio do futebol".

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Mas antes de chegar a Luxemburgo, Felipe passou por poucas e boas no futebol brasileiro. Revelado pelo Vitória, o goleiro defendeu clubes como São Caetano, Bragantino e Portuguesa antes de fazer história no Corinthians, em 2007. Foram quatro temporadas, com 193 partidas, um rebaixamento para a Série B, mas também as conquistas da Segundona de 2008 e do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil de 2009.

"Foram quatro anos de muito mais alegria do que tristeza lá no Corinthians".

Uma dessas felicidades foi jogar ao lado de Ronaldo Fenômeno, algo que parecia coisa de videogame, segundo o próprio goleiro.

2 de 5 Ronaldo e Felipe à época do Corinthians — Foto: Daniel Augusto Jr /Ag. Corinthians
Ronaldo e Felipe à época do Corinthians — Foto: Daniel Augusto Jr /Ag. Corinthians

O atacante tetra e pentacampeão com a Seleção chegou ao Parque São Jorge em 2009 e mudou a rotina de todos.

— Ninguém acreditava que ele iria jogar lá. Ainda tinha aquele negócio de manter a forma no Flamengo. E ele chegou acima do peso, mas era o Ronaldo. Ele não tem apelido de "Fenômeno" à toa. Quando ele começou a jogar, a gente via que ele era diferenciado. A gente lembrava de ver jogar, no videogame, da Copa de 2002. Eu nem sonhava que poderia acontecer isso — inicia Felipe.

— E no ano seguinte veio o Roberto [Carlos]. Ganhar títulos com esses caras… Pude aproveitar não só a parte esportiva, mas de fã também, estar com ele no dia a dia, ir para as resenhas. Uma coisa que não tem como esquecer — completou o goleiro.

Mas nem tudo foram flores enquanto ele esteve no Corinthians. Em 2010, o goleiro entrou em atrito com o então presidente Andrés Sanchez e interrompeu sua história no clube paulista.

— Tinha uma relação boa com o Andrés, éramos amigos. A gente tomava café junto, ele me ligava. Ali foi mais por parte da idade. Eu era jovem. Com a cabeça de hoje não faria aquilo. Teve erro das duas partes. Eu poderia até estar certo, mas quando bati boca com presidente em rede nacional perdi a minha razão — lembrou Felipe.

Felipe, do Corinthians, se defende após ficar parado em pênalti a favor do Flamengo

Um arrependimento e uma mágoa na carreira do jogador.

— Nós voltamos a nos falar. Não é a mesma coisa como antes. Alguns torcedores entenderam a minha parte, outros entenderam a parte do clube. Fico triste de sair da forma que foi. Tinha uma história bonita lá de ter caído com o time e ficado. É uma forma que me arrependo. Mas são coisas que acontecem no futebol. É uma mágoa que eu tenho ainda.

"Tem muito torcedor do Corinthians que é magoado comigo. Se eu tivesse mais cabeça fria e experiência a gente poderia ter feito algo diferente", lamentou Felipe.

Outro assunto polêmico dos tempos de Corinthians é o gol de pênalti que Felipe sofreu de Léo Moura na derrota para o Flamengo, pelo 37ª rodada do Brasileiro de 2009 conquistado pelos cariocas. No lance, o goleiro ficou no meio do gol e viu a bola morrer no canto. Uma atitude que ele repetiu dois anos depois, desta vez defendendo o Flamengo no 5 x 4 histórico sobre o Santos.

— Nenhum goleiro gosta de sofrer gol. No ano seguinte peguei pênalti do Elano no meio do gol. Com o do Léo Moura foi gol, falam que deixei. Goleiro não gosta de tomar gol. Não era o Léo Moura que batia pênalti. Era Adriano ou Pet, e nenhum dos dois estavam em campo. Aí a imprensa diz que o Corinthians tentou atrapalhar o São Paulo. Mas na mesma rodada o São Paulo tomou quatro. […] Para tirar o fracasso é mais fácil culpar os outros. É algo que me incomoda porque conheço minha índole. Quem me conhece sabe que eu nunca iria fazer isso — lamentou Felipe.

"Sou flamenguista vendo TV em casa. Quem me pagava era o Corinthians. Todo jogador tem clube. Mas se jogar contra o seu clube eu quero que o outro clube se dane".

Bagunça no Fla, R10 e treta com Luxa

Felipe era o goleiro do Flamengo no famoso 5 x 4 no Santos, em 2011

Depois de deixar o Corinthians, Felipe foi para o Braga, de Portugal, mas fez apenas 19 jogos até retornar ao futebol brasileiro, desta vez para defender o clube do coração, o Flamengo. O goleiro jogou quatro temporadas no Fla, tendo como conquistas os títulos cariocas de 2011 e 2014, além da Copa do Brasil 2013, taça mais difícil da carreira segundo ele.

— Ninguém dava a gente como favorito. A gente pegou o Cruzeiro, bicampeão brasileiro naquele ano. Nosso melhor jogador era o Elias, um volante. O Hernane estava iluminado. Foi um título especial —lembrou o goleiro.

Em 2011, na segunda temporada pelo clube carioca, Felipe lembra que a chegada de Ronaldinho Gaúcho mudou o cenário na Gávea. O goleiro, porém, acredita que o clube não estava preparado para receber uma estrela daquele tamanho.

3 de 5 Goleiro Felipe, ex-Flamengo e Corinthians — Foto: Ivan Raupp
Goleiro Felipe, ex-Flamengo e Corinthians — Foto: Ivan Raupp

— Foi uma pena ele estar no Flamengo da forma que o Flamengo estava. Se tem a estrutura que tem hoje, o departamento de marketing de hoje… Ele sempre foi uma pessoa bacana, ajudou todo mundo. Um cara que todo mundo gostava. Não tinha centro de treinamento. Era no Ninho. Eram aqueles containers que depois teve aquela tragédia [do Ninho, marcada por 10 vítimas fatais em 2019]. A gente ficava ali. Não era um campo de qualidade. Hoje com vários campos. Pela história que ele tem, merecia jogar mais no Flamengo.

"As histórias, as resenhas e as festas pós-jogos. O cara que chegou para viver o Rio e quem estava perto dele vivia também", disse Felipe.

Mas a saída do Flamengo também não foi das melhores. Em 2014, o goleiro foi afastado, segundo ele, por causa do técnico Vanderlei Luxemburgo, o mesmo treinador que o levou ao clube carioca, três anos antes.

— Soube que pessoas do Corinthians ligaram para a Patrícia Amorim [então presidente do Flamengo] para tentar vetar a minha ida, mas o Vanderlei bancou. Ele me ligou quando eu estava em Portugal no Braga. E também por eu sair do Flamengo. A briga que teve entre ele e o Ronaldo [Gaúcho], em 2012, era uma coisa explícita. E, anos depois, quando ele voltou, os poucos remanescentes daquele elenco ele foi tirando pouco a pouco. Me tirou, depois o Léo [Moura]. Não sei se ele pensou que a gente fez algo para a saída dele. Mas logo que ele assumiu eu já comecei a treinar separado.

"Mas não tenho nada contra. Foi o melhor treinador com quem trabalhei, o que mais aprendi".

4 de 5 Felipe e Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo — Foto: Wander Roberto
Felipe e Ronaldinho Gaúcho pelo Flamengo — Foto: Wander Roberto

Início com craques e racismo no Vitória

5 de 5 Felipe com a camisa do Vitória, na Fonte Nova — Foto: Arquivo pessoal
Felipe com a camisa do Vitória, na Fonte Nova — Foto: Arquivo pessoal

Felipe convive com grandes jogadores desde o início na carreira. Formado nas categorias de base do Vitória, onde chegou a morar, ele jogou com craques como Fábio Costa, David Luiz, Hulk, Dudu Cearense, Leandro Domingues, entre tantos outros.

Não por acaso, Felipe participou da época mais vitoriosa das categorias de base do Vitória.

— A gente viajava e ganhava títulos fora. Quando saía do Vitória e dizia que a base sua tinha sido feita lá, os caras diziam: "Pô, esse cara é bom, então". Até 2005 por aí, quantos jogarem bons saíram do Vitória? Na minha época, o Hulk era lateral-esquerdo na nossa base. David Luiz, Leandro Domingues, Leandro Bonfim, Adailton, Dudu Cearense, Nadson, Obina… Era um celeiro de talentos.

No profissional, apesar de ter sido campeão baiano, Felipe não teve grandes momentos e amargou um rebaixamento para a Série C, em 2005, que deixou marcas, principalmente, pelo que aconteceu minutos depois.

Em 2005, o goleiro Felipe acusa Paulo Carneiro, ex-presidente do Vitória, de racismo

— Quando acabou o jogo (empate por 3 a 3 com a Portuguesa que decretou o rebaixamento), o Paulo [Carneiro, presidente do Vitória] estava tão transtornado que, qualquer atleta que passasse por ele por aí, ele iria fazer alguma coisa. E eu dei azar de ser o primeiro a passar. […] Caso de racismo no futebol e na Bahia, onde tem mais negros no Brasil. E partindo de um presidente que todo mundo conhecia — recorda o goleiro.

"Foi muito pesado, meu pior momento como atleta. Um dos primeiros casos de racismo do futebol, partindo do presidente, que é negro também".

No boletim de ocorrência registrado à época, o goleiro informou que foi acusado por Paulo Carneiro de ter recebido dinheiro para facilitar a partida contra o Portuguesa. Com o episódio, o goleiro rescindiu contrato com o Leão e foi defender o Bragantino.

— Eu ganhei na Justiça a minha liberação. Logo em seguida eu estava no Bragantino e comecei a seguir a minha carreira. Anos depois a gente voltou a se falar, ele voltou para o Vitória, fiz vídeo para a última eleição dele. Mas foi um momento complicado que passei com a minha família — lamenta.

Desde então, Felipe deixou Salvador e não defendeu mais nenhum clube do estado. Um episódio triste logo no início da carreira, mas que o goleiro conseguiu superar e fazer dele uma pequena lembrança entre tantos momentos vitoriosos.

E é na Europa que, atualmente, curte sua nova fase na carreira, sem prazos e sem grandes preocupações. A única certeza é o retorno ao Brasil com boas histórias para contar.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/noticia/2025/07/16/ex-flamengo-e-corinthians-felipe-curte-calmaria-e-nao-pensa-em-parar-aos-41-anos.ghtml


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Ex-Flamengo, Carlinhos explica dança na comemoração do 1º gol pelo Vitória: "Aprendi hoje"

Ex-Flamengo Carlinhos explica dança

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Depois de balançar as redes na estreia pelo Vitória, aos 44 minutos do segundo tempo, Carlinhos correu em direção à torcida enquanto agitava os braços para o alto. A dança não durou muito tempo, já que logo depois ele foi cercado pelos companheiros de time, mas, após o apito final, o ex-jogador do Flamengo explicou a comemoração do gol que garantiu mais três pontos ao Leão no Campeonato Baiano.

Carlinhos, ex-Flamengo, faz gol na estreia pelo Vitória

– Um motivo de muita alegria vestir a camisa do Vitória, clube de muita história, campeão. Acabei de chegar, segunda-feira, ainda estamos nos conhecendo, vamos entrosando ao longo do Campeonato. Aprendi essa dança hoje, muito legal, espero fazer muitas dessas ao longo do Campeonato – contou o jogador em entrevista à TVE.

Carlinhos começou a partida no banco de reservas e entrou no lugar de Gustavo Mosquito, aos 20 minutos do segundo tempo. O centroavante fazia partida discreta até receber cruzamento de Matheusinho e desviar de cabeça aos 44 minutos do segundo tempo [assista ao gol no vídeo abaixo].

A estreia de Carlinhos foi bem avaliada por Thiago Carpini. O treinador do Vitória reconheceu que ainda busca um camisa nove no mercado, mas elogiou as peças à disposição e celebrou a concorrência no setor que ainda conta com Janderson e Fabri em 2025.

– Estreia do Carlinhos muito boa, seguimos na busca de mais um nove para fechar nossa janela. Acho que mesmo que não aconteça esse nove agora, estamos muito contentes com o que vem performando quem está aqui: Janderson, Fabri e agora Carlinhos. Vamos potencializar quem está aqui, como foi com o Alerrandro ano passado – avaliou Carpini em entrevista coletiva.

"Todo nove que chegar vai ser lindo. Vamos brigar, manter todos com a chama acesa, ser o mais justo possível, e que continuem os três fazendo gols. Deixa que eu me viro".

Carlinhos comemora primeiro gol pelo Vitória — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Líder do Baiano e muito perto de se garantir na semifinal, o Vitória agora volta suas atenções para a Copa do Nordeste. Nesta terça-feira, às 19h (de Brasília), o Rubro-Negro recebe o Ferroviário, no Barradão, pela terceira rodada da fase de grupos.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2025/02/09/ex-flamengo-carlinhos-explica-danca-na-comemoracao-do-1o-gol-pelo-vitoria-aprendi-hoje.ghtml


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Atuações: Ex-Flamengo, Carlinhos marca na estreia e decide para o Vitória contra o Porto

Atuações Ex-Flamengo Carlinhos marca

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Depois de balançar as redes para o Vitória aos 44 minutos do segundo tempo, Carlinhos correu em diração a torcida enquanto agitava os braços para o alto. A dança não durou muito tempo, já que logo depois ele foi cercado pelos companheiros de time, mas depois do apito final o ex-jogador do Flamengo explicou a comemoração do gol que garantiu mais três pontos ao Leão no Campeonato Baiano.

Carlinhos, ex-Flamengo, faz gol na estreia pelo Vitória

– Um motivo de muita alegria vestir a camisa do Vitória, clube de muita história, campeão. Acabei de chegar, segunda-feira, ainda estamos nos conhecendo, vamos entrosando ao longo do Campeonato. Aprendi essa dança hoje, muito legal, espero fazer muitas dessas ao longo do Campeonato – contou o jogador em entrevista à TVE.

Carlinhos começou a partida no banco de reservas e entrou no lugar de Gustavo Mosquito aos 20 minutos do segundo tempo. O centroavante fazia partida discreta até receber cruzamento de Matheusinho e desviar de cabeça aos 44 minutos do segundo tempo [assista ao gol no vídeo abaixo].

Lider do Campeonato Baiano e muito perto de garantir a vaga na semifinal, o Vitória agora volta suas atenções para a Copa do Nordeste. Nesta terça-feira, às 19h (de Brasília), o Rubro-Negro recebe o Ferroviário no Barradão para o encontro válido pela terceira rodada da fase de grupos da competição regional.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2025/02/08/atuacoes-ex-flamengo-carlinhos-marca-na-estreia-e-decide-para-o-vitoria-contra-o-porto.ghtml


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Conheça o ex-Flamengo que foi titular na estreia de Ronaldinho e joga há oito anos na Tailândia

Conheça ex-Flamengo titular estreia

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Vander lembra estreia de Ronaldinho no Flamengo e jovens barrados em festas

Aos 34 anos, Vander passou metade da carreira na Tailândia, onde segue como jogador profissional. Mas antes de escolher o país no sudeste asiático como destino, o meia viveu boas histórias no futebol brasileiro. Em entrevista exclusiva ao ge, ele lembrou os momentos mais marcantes, como a troca do Bahia pelo Vitória e os dias ao lado de Ronaldinho Gaúcho no estrelado Flamengo de 2011.

"Era um sonho que eu vivia diariamente", afirma.

— Todo dia, dividir vestiário com aqueles jogadores… Não só o Ronaldinho, que dispensa comentário, mas Thiago Neves, Léo Moura, Renato Abreu. Maior orgulho da minha carreira ter jogado naquele Flamengo — conta Vander ao ge.

Vander defendeu Bahia, Vitória e Flamengo — Foto: Reprodução/ge Bahia

Vander lembra com euforia os momentos que dividiu com Ronaldinho dentro de campo. Só não pôde acontecer fora dele, já que as festas eram um privilégio para os veteranos. Imposição esta que não vinha do R10, mas, sim, do técnico Vanderlei Luxemburgo.

— Aconteciam muitas festas. O treinador era o Vanderlei Luxemburgo, que não deixava os mais jovens saírem. É claro que se fosse no Rio de Janeiro, não tinha como controlar. Mas quando jogava fora, se ganhava o jogo, sempre tinha uma festinha. Por exemplo, ia jogar em Curitiba, ganhava o jogo e iria voltar para o Rio no outro dia. Aí sempre tinha uma festinha, Ronaldinho organizava. O Luxemburgo deixava os jogadores irem, mas não os jovens. Moleque de 20, 21 anos… Eu, Negueba, Diego Maurício, éramos proibidos — lembra Vander.

Vander lembra medo em histórico Santos 4 x 5 Flamengo

Vander foi titular do Flamengo na estreia de Ronaldinho Gaúcho, em 2011. O meia relembra com orgulho sobre atmosfera do Maracanã naquela partida contra o Nova Iguaçu. Outro dia que não sai da cabeça de Vander é o 5 x 4 contra o Santos, pelo Brasileirão daquele ano. Ele assistiu ao jogo do banco de reservas e "agradece" por isso.

"Eu lembro que foi um dos poucos jogos que eu tive medo de jogar", revela Vander.

— Quando estava 4 a 4, o Thiago Neves sentiu alguma coisa. E aí ele saiu. O Luxemburgo me chamou, cheguei a tirar o colete para entrar. Ele pediu para esperar. Voltei para o banco, e acabou que o Thiago Neves dá a assistência para o quinto gol, para Ronaldinho. Eu estava com as pernas tremendo, muito nervoso. Estava muito tempo parado por causa da lesão. Estava voltando nesse jogo. A Vila Belmiro, com Neymar, Elano, Ronaldinho, Thiago Neves, só craque. E eu, moleque de 21 anos. Aquele jogo eu senti. Acabou que eu nem entrei — completou o meia.

Os gols de Santos 4 x 5 Flamengo pelo Campeonato Brasileiro de 2011

A lesão citada por Vander atrapalhou a passagem do meia pela Flamengo, clube que ele defendeu apenas nove vezes e marcou um gol. Mas o que foi determinante para a saída dele foi uma entrevista para o Globo Esporte. De férias em Salvador, o meia jurou amor ao Bahia e citou o desejo de voltar a defender o Tricolor. A declaração não caiu bem na Gávea, e a renovação do empréstimo emperrou ali.

— Um dos principais arrependimentos da minha carreira foi não ter ficado mais um ano, estava tudo acertado com o Flamengo, meu empresário já tinha ido ao Rio e já estava tudo certo. Quando voltei de férias para Salvador, inclusive acho que foi para uma matéria para o Globo Esporte, falei que meu coração era tricolor, que queria voltar para o Bahia. Melou toda negociação — recorda Vander.

— Diretores do Bahia não gostaram, acho que era o [Paulo] Angioni. Já estava tudo apalavrado, e a declaração minha não pegou bem. Quando você chega num patamar de time como o Flamengo tem que tentar manter. É o máximo no Brasil. E eu querendo jogar. Como ia jogar num time com Ronaldinho, Thiago Neves, Vagner Love, achei que no Bahia teria mais espaço e não poucos minutos — explica o jogador.

Vander tem um gol marcado pelo Flamengo, contra o Volta Redonda, em 2011 — Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Bahia e Vitória

Nascido e criado em Salvador, a história de Vander passa pelos dois principais clubes da cidade. Ele começou a carreira no Bahia, clube em que conquistou um acesso para a Primeira Divisão e também um título estadual, fazendo o time sair de uma fila de nove temporadas sem taças. No Tricolor, ganhou as primeiras chances como profissional sob o comando de Renato Gaúcho.

— Me dava muita moral, confiança, sou muito grato. Me sinto até orgulhoso porque é um grande treinador do futebol brasileiro, um grande personagem. Mas não mantenho relação com ele. Em jogos no Brasil sempre cumprimentava ele, conversava comigo. Sou muito grato a ele, foi muito importante para mim nos primeiros meses de profissional, sempre me blindou de muita situação — lembra Vander.

Vander pelo Bahia em 2012 — Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

De 2012 para 2013, Vander trocou o Bahia pelo Vitória. A mudança para o maior rival por si só já seria algo polêmico, mas a saída do Fazendão teve ainda troca de acusações com a diretoria Tricolor. De um lado, o meia expôs salários atrasados; do outro, a cúpula do Esquadrão alegou deficiência técnica para não renovar o contrato do jogador.

— Escolhi voltar para o Bahia, quando voltei a gente foi campeão baiano, comecei bem o Brasileiro, mas, infelizmente, não me senti valorizado. Fizeram uma proposta baixa, tempo de contrato mais um ano e aumento salarial mínimo. Aí surgiu o Vitória, que ofereceu quatro anos de contrato, valorização financeira boa, para mim e minha família. Eu precisava me estabilizar financeiramente, estava começando, tinha 21 anos. A gente ainda tentou com o Bahia, conversou, era a prioridade, mas não senti uma valorização justa no Bahia e aceitei o desafio do Vitória — conta Vander.

O meia revelou que teve receio de não ser bem recebido no Vitória por causa do passado tricolor. Mas a insegurança foi superada, e ele ficou por quatro temporadas na Toca do Leão. No período, venceu o Campeonato Baiano mais duas vezes e também conseguiu um acesso para a Primeira Divisão. Hoje, garante ser mais identificado com o Rubro-Negro.

— Fui bem recebido. Quem me contratou foi o presidente, que conversou comigo, me ligou, o Alexi Portela. Me passou confiança. Na final do Baiano de 2012, que o Bahia foi campeão, eu acabei brigando com o Wellington, saí na porrada. Nós dois fomos expulsos. E quando fui para o Vitória, em 2013, eu pensava: "Será que esse cara vai criar alguma confusão comigo?" [risos]. Mas ele saiu em 2013. Eu ficava pensando se eles iriam lembrar da confusão. Mas fui muito bem recebido — recorda o meia.

— Apesar de ter jogado a minha base inteira no Bahia, entrei em 2001 e fui até 2010, no profissional. Depois fui para o Flamengo, voltei em 2012, ganhei título baiano e consegui acesso para a Série A com o Bahia. Mas me considero mais identificado com o Vitória. Foi mais intenso. Uma relação de amor e ódio com a torcida, felizmente conquistei dois baianos, um acesso para a Série A em 2015. Para falar a verdade não tenho esse objetivo de um clube, mas entre os dois me identifico mais com o Vitória – complementa.

Principais feitos de Vander por Bahia e Vitória:

  • Bahia: acesso para Série A em 2010 🔼;
  • Bahia: campeão baiano em 2012 🏆;
  • Vitória: campeão baiano em 2013 🏆;
  • Vitória: acesso para Série A em 2015 🔼;
  • Vitória: campeão baiano em 2016 🏆.

Vander pelo Vitória contra o Paraná — Foto: Francisco Galvão / Divulgação / E.C. Vitória

O último ano de Vander no Vitória foi 2016, quando ele dividiu o campo com Marinho. O meia lembra do atacante como um dos melhores jogadores com quem já atuou. Naquela temporada, Marinho marcou 21 gols e deu seis assistências em 43 jogos. Nas últimas seis rodadas do Brasileirão, ele balançou as redes sete vezes e ainda deu quatro passes decisivos para evitar o rebaixamento do Leão.

— Eu joguei com Kleberson, pentacampeão mundial, Edilson, mas estavam no fim da carreira. Dentro de campo não faziam tanta diferença, proporcional ao nome deles. Marinho foi um cara que me marcou muito, em 2016 fazia chover. Ele fazia coisas que eu me perguntava como ele conseguia. Tanto dentro de campo como fora. A gente se dava bem, meio doidinho, alegria. O Escudero também era um jogador muito inteligente, o Willian Farias, o goleiro Gatito. Muitos jogadores bons que gostei. Mas Escudero e, principalmente, Marinho, foram os que mais me impressionaram — afirma Vander.

Vander (direita) celebra gol marcado contra o Sport — Foto: Raul Spinassé/Ag. A Tarde/Estadão Conteúdo

A vida na Tailândia

Em 2017, Vander deixou o Vitória e se aventurou no futebol tailandês, onde segue até hoje. Aos 34 anos, o atacante fala sobre as nova temporadas na Ásia e enxerga a carreira em reta final.

— Cheguei aqui em 2017, vim no início do ano, foi a convite de um treinador brasileiro que estava aqui. Tive oportunidade de ir para a Coreia antes, em 2015, mas o Vitória não liberou. Como estava acabando meu contrato, aceitei esse desafio, não conhecia nada do futebol tailandês. Mas a proposta financeira era boa, e acabei aceitando esse desafio — explica Vander.

— Estou começando a pensar em parar, futebol é complicado. Às vezes está vivendo um momento ruim e quer antecipar e num momento bom acha que dá para jogar uns três, quatro anos. Estou bem ainda, não estou pensando em parar, por exemplo, nesta temporada, mas tenho que começar nisso, geralmente a média é 35, 36, 37 anos. Não sei se vai ser no próximo ano, talvez faça planos de voltar ao Brasil se tiver oportunidade boa. Talvez seja o momento, mas não defini nada — completa.

Veja abaixo a entrevista completa com Vander:

ge: o que mais te marcou na passagem pelo Flamengo?
Vander: Tem coisas do Flamengo que nunca vou esquecer, por exemplo, a estreia de Ronaldinho. Fui titular com o Engenhão lotado, jogo transmitido talvez para o mundo todo. Sinto muito orgulho, acho que consegui fazer um bom trabalho e aprendi muito.

Como era a relação com Ronaldinho Gaúcho?
— Ele era muito tranquilo. Às vezes, até para reclamar com a gente. Costumo brincar com amigos meus que eu joguei com grandes jogadores e que são humildes. E jogadores que não são tão famosos assim são mais complicados de viver no elenco. Naquele dia foi marcante (dia da estreia). Foi uma festa no Rio de Janeiro. Tudo parado, uma festa. Um dia marcante. Quando eu subi no túnel tinha o mosaico com "seja bem-vindo R10", com tudo vermelho e preto. Aquele dia eu acredito que me tornei jogador de futebol. É uma cena que não vai sair da memória.

Mosaico Ronaldinho Flamengo — Foto: André Durão

Apesar de ter Ronaldinho Gaúcho, Thiago Neves e outras estrelas, aquele Flamengo ganhou apenas o Campeonato Carioca em 2011. O que faltou para o time conquistar coisas maiores?
— A gente não foi tão regular na temporada. Fazia jogos maravilhosos, como aquele 5 a 4 contra o Santos, o contra o Cruzeiro no Engenhão, 4 a 0, com show dos caras. Mas em outros jogos tropeçava, não mantinha regularidade. O Corinthians e o Vasco tinham grandes times também. Foi uma experiência maravilhosa.

No processo de saída do Bahia você chegou a cobrar o clube nas redes sociais. Se arrepende da postura naquela época?
— Me arrependo. Nesse tempo aí eu mexia no Twitter. Hoje nem entro. Coisa de moleque, 22 anos, empolgação, fama, conhecendo os primeiros passos. Sair de um bairro humilde para ser famoso. Me arrependo de ter ido lá expor, mas nem lembro. Não é da minha personalidade, sou bem tranquilo em relação a essas coisas de rede social.

Você acompanha o futebol baiano? Pode falar sobre as diferenças do Bahia atual, sob gestão do Grupo City, para o Bahia que você defendeu até 2012?
— No tempo que joguei no Bahia sempre foi muito organizado, nada assustador. Estrutura sempre foi muito boa, ambiente muito bom. Torcida do Bahia dispensa comentários. Joguei com Kleberson no Bahia, Edilson, muito jogadores, Souza, Titi, mas hoje o Bahia está em outro patamar, futebol também mudou. O Bahia tem um elenco forte, talvez seja o mais forte desse século. Em relação a estrutura acredito que esteja melhor.

Quando saiu do Vitória você comentou que se sentia perseguido pela imprensa. Pode explicar melhor como era isso?
— É difícil. Eu acho que, pelo fato de ser baiano, cria de Salvador, sair do Bahia para o Vitória, a cobrança em mim foi maior. Claro que eu, como jogador, cometi erros, fiz jogos ruins. Eu via jogadores que ganhavam muito mais que eu e que não ajudavam como eu que não tinha essa cobrança. Foram quatro anos vivendo isso. O Vitória até me ofereceu mais um ano de contrato, por Anderson Barros, diretor. Mas aí eu queria sair já, estava com 26 ou 27 anos. Eu tinha vontade de jogar no exterior. Em 2015 tive vontade de ir para a Coreia do Sul, um clube me ofereceu proposta boa, mas o Vitória não me liberou. Mas eu tinha essa vontade de mudar um pouco, também era bom financeiramente para mim. Mas sempre achei que a cobrança era um pouco demais para o que eu merecia.

Como é sua relação com Salvador atualmente? Costuma vir para a cidade nas férias?
— Sou de Salvador, moro em Salvador, sempre estou aí nas férias. Moro aí, minha mãe, minhas filhas também moram em Salvador. Uma vez ano, um mês de férias, sempre estou aí.

Como é a sua rotina na Tailândia? Você gosta de viver aí ou é apenas o futebol que te segura no país por tantos anos?
— Joguei sete anos no mesmo clube, essa temporada agora que vim para um novo clube. Morava em Bangkok, na capital. Bangkok é muito bom para morar, tem muito brasileiro. Futebol aqui é muito diferente, calendário mais tranquilo, um jogo por semana, de vez em quando a liga para duas, três semanas sem jogos. Quando a seleção da Tailândia joga eles param o campeonato duas semanas. Então eu saía muito, viajei muito, Indonésia, Singapura, Japão, conheci tudo aqui, tudo pertinho. Também é muito bonito, tem muitas ilhas aqui. Só que agora estou numa cidade menor, não tem sido tão fácil nesse último desafio, mas nesses sete anos em Bangkok foi muito bom.

E a alimentação? Tem alguma comida exótica que entrou no seu cardápio depois desse tempo todo?
— Já arrisquei alguns para conhecer. Já comi escorpião, grilo. Mas não é minha alimentação diária. Outros pratos não tive coragem, cigarra, larva, mosquito. Gostei um pouco do escorpião, parece um pouco com camarão frito. No dia a dia como comida brasileira mesmo. Quando venho do Brasil trago estoque de feijão, farinha. Carne e macarrão tem normal aqui. Comida aqui é muito apimentada, é surreal, difícil de acreditar como eles comem com tanta naturalidade, muita pimenta. Nesses oito anos não me arrisco, essa comida apimentada é muito difícil.

Depois de nove anos deu para aprender algo do idioma? Como você se comunica aí?
— Idioma é muito difícil, primeiramente porque trabalhei muito tempo com treinador brasileiro, cinco anos. Comunicação era mais direta. Com os jogadores tailandeses a gente fala em inglês. Uma coisa ou outra eu consigo pegar, no campo, juiz falar alguma coisa, jogador fala, mas é muito difícil. Poucos brasileiros conseguem falar.

O que você pode falar sobre a diferença cultural do futebol no Brasil e na Tailândia?
— Aqui é muito diferente. Parece até outro esporte. Futebol é uma paixão nacional, mas não chega nem perto do Brasil em cobrança. A cobrança é interna. O presidente do clube contrata você para fazer a diferença. No Brasil, jogam 11. No Vitória, por exemplo, ninguém cobra mais Matheusinho que Wagner Leonardo. Todo mundo tem a mesma cobrança. Aqui, não. Se você, como estrangeiro, fazer um jogo meia boca, já começam a olhar…Um jogo beleza, mas no terceiro começam a olhar torto. É diferente a cobrança. Já perdi jogo de 4 a 0, 5 a 0, e a torcida bateu palma no final do jogo. Em relação à torcida, a cobrança é muito pouca. Aqui eles pagam bem. O futebol aqui, onde eu jogo, quando está cheio, o estádio dá 3 mil pessoas. Não tem um retorno. É por amor mesmo. O presidente tira o dinheiro do bolso dele, do negócio que tem. Eu já pensei que a cobrança não estava sendo legal e pensei no retorno ao Brasil. Tem cobrança, mas de torcida e imprensa é zero. Você perde, mas a torcida vai aplaudir e dizer que no próximo jogo vai ganhar. No Barradão, com cinco minutos, se errar o passe o estádio cai em cima de mim [risos]. É muito mais difícil. Existe a cobrança aqui, mas é diferente.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/noticia/2024/11/17/conheca-o-ex-flamengo-que-foi-titular-na-estreia-de-ronaldinho-e-joga-ha-oito-anos-na-tailandia.ghtml


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Fonte: https://www.galaticosonline.com/noticia/20/01/2023/109668,palmeiras-tenta-contratacao-de-ex-flamengo-para-o-ataque.html


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Fonte: https://www.galaticosonline.com/noticia/04/09/2019/87585,ex-flamengo-pode-reforcar-o-vitoria-na-sequencia-da-serie-b.html


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