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Nos últimos dias, Osvaldo renovou o contrato com o Vitória e não descartou aposentadoria no fim de 2025. Mas, no que depender dele e do filho Bernardo, de 10 anos, a carreira vai se estender por mais alguns anos.

"Lá em casa a divergência é grande. Minha esposa quer que eu jogue mais um ano. Ele [Bernardo] quer mais dois. Por mim, jogo mais quatro [risos]", iniciou Osvaldo em entrevista ao Globo Esporte BA.

"Eu disse para aposentar com 40 anos. Quando ele parar, vou sentir saudade dele jogando", completou Bernardo.

Entre as razões que explicam o desejo de Osvaldo em prolongar a carreira está a identificação com o Vitória. O atacante chegou ao clube no início da temporada 2023 e foi protagonista da conquista inédita da Série B daquele ano, além do Campeonato Baiano 2024. Virou líder do time e xodó da torcida, com até bandeirão em treino aberto.

Além disso, a família do jogador está adaptada a Salvador e também em casa no Vitória. Bernardo, filho do atacante, joga nas categorias de base do Rubro-Negro.

– Engraçado que eu não tinha renovado ainda com o Vitória quando ele [Bernardo] chegou para mim e perguntou se eu iria renovar. Eu disse que queria. E ele disse: "Então fala com o Fábio Mota [presidente do Vitória]". Foi uma coisa bem espontânea. Estou bem adaptado, eles também. E isso pesa muito na decisão. Me sinto muito bem. Salvador tem sido a minha segunda casa. E eu não descarto, depois que parar, viver por aqui mais um tempo – disse Osvaldo.

Diante de tantos pontos positivos, Osvaldo não esconde o desejo de seguir em campo por mais alguns anos. Segundo ele, só um novo problema de saúde, como o enfrentado desde o mês de setembro, o afastaria dos gramados.

– Na minha cabeça não quero parar ano que vem, a não ser que posso ter problema similar a esse. Se der tudo certo, pretendo jogar mais dois anos e, quem sabe, encerrar a carreira no Vitória. E ele desfrutar mais comigo, essa vivência de estar no clube, com os outros atletas.

Há dois meses, Osvaldo foi diagnosticado com um tromboemblismo pulmonar, estado no qual um trombo (coágulo) se movimenta para o pulmão. O problema foi percebido durante uma viagem de retorno do Vitória após partida em Goiânia, e o atacante chegou a ficar dois dias internado em um hospital de Salvador.

+ Entenda o que é tromboembolismo pulmonar

– Senti um desconforto na respiração dentro do ônibus e vi que não era uma coisa normal. Cheguei para o doutor e disse que queria fazer um exame. Fiz no dia seguinte que a gente chegou de viagem e deu que estava com embolia. Tinha que internar às pressas – disse o atacante.

Neste período inicial de recuperação, um amigo da bola foi importante para Osvaldo entender o seu diagnóstico: o atacante Diego Costa, de 36 anos, que atualmente defende o Grêmio e teve uma trombose venosa quando jogava no Atlético de Madrid, já em 2020.

– Depois da notícia fui estudar. Alguns poucos atletas tiveram esse problema. Tenho um amigo que teve isso, o Diego Costa. A gente conversando, fui perguntar quanto tempo tinha ficado, qual o tipo de medicação.

Apesar do susto, em poucos dias Osvaldo retomou a rotina de treinos físicos no Vitória. Marcelo Cortes, médico do clube, explica que o trombo formado na perna foi absorvido, e o atacante foi liberado para atividades que não gerem impacto.

"Já fui liberado, fiz meu exame de retorno na perna. Zerou o problema na perna. É praticamente vida normal", comemora Osvaldo.

Contudo, Osvaldo toma uma medicação anticoagulante até o mês de dezembro, quando vai passar por uma nova avaliação. Até lá, ele não pode participar do trabalho no campo com os companheiros de clube.

– Ele está tomando medicação anticoagulante desde o início de setembro, quando foi diagnosticado o processo. E essa medicação vai durar três meses, no mínimo. Não tem como usar menos tempo. Isso é protocolo. Com três meses, será reavaliado. Se tudo der certo e puder suspender a medicação, no início de dezembro, vai poder voltar com os treinamentos de impacto. Antes disso, não tem como fazer nenhuma atividade que gere impacto – explica o médico Marcelo Cortes.

Apesar de impossibilitado de disputar jogos pelo Vitória, Osvaldo mantém a sua importância nos bastidores, seja como liderança ou mais um torcedor da equipe, que luta para permanecer na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, lugar que o atacante espera voltar a jogar. Ainda não se sabe se por mais um, dois, três, quatro anos…

– É muito ruim ficar fora. Desde o jogo contra o Juventude, tem sido difícil. Minha cabeça tem sido muito forte nesse sentido. Tenho procurado participar um pouco, no bobinho, pré-treino. Sei que é difícil ficar fora. Como sou um dos líderes tenho que apoiar de alguma coisa, até para que possa me sentir importante dentro do clube – conta.