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Tratado como um zagueiro promissor quando fez a transição entre a base e o profissional do Vitória, nos primeiros anos da década passada, Dankler deixou o clube pela porta dos fundos, rumo ao Botafogo. Quando saiu, em 2012, o defensor estava afastado do elenco.

Dez anos depois, Dankler aproveitou o retorno à Toca do Leão para contar a sua versão da história.

– Nós fomos para uma competição na Alemanha; quando voltamos, eu tive três propostas. Tive uma proposta do Bayer Leverkusen, do Sporting e do Real Sociedad. Na época, o Vitória disse que não iria me liberar, que iria renovar o contrato. O tempo passou, e começamos a tratar da renovação; com isso, despertou o interesse de clubes do futebol brasileiro também: Botafogo, Corinthians e Grêmio. Aconteceu que não conseguimos chegar a um comum acordo nos valores, diante das propostas que eu tinha dos outros clubes. Só que o diretor do profissional que estava aqui na época não acreditou que eu tinha essas propostas e dificultou na questão dos valores. Na época, para eu renovar aqui, eu abri mão de R$ 30 mil do valor que iria receber lá para permanecer aqui. Então aceitei uma proposta de R$ 30 mil a menos do que eu receberia fora – contou Dankler.

– Meu empresário da época morava no Rio. Então, quando eu fiz a escolha de não renovar com o Vitória, foi muito por ele estar lá, e também pelo Botafogo que, na época, estava em ascensão, tinha o Seedorf e tudo mais. O pré-contrato com o Botafogo chegou, eu liguei para o Vitória mais uma vez e tive outra negativa do diretor. Então assinei o pré-contrato e saiu a matéria no outro dia, só aí o clube quis dar valor. Só que o pré-contrato tinha o valor de uma multa muito alta, que eu não iria pagar. Aí o Vitória me afastou, me colocou para treinar em horários diferentes, passei um ano sem jogar – completou o jogador.

Dankler também negou que tenha colocado o Vitória na justiça e reforçou o carinho que sente pelo clube.

– Disseram que eu coloquei o Vitória na justiça, eu nunca fiz isso. Eu poderia, porque me deixaram quatro, cinco meses sem salário, mas eu não fiz isso pelo carinho e amor que tinha ao clube. Na época, não me deram oportunidade de me expressar. Então eu me calei. Eu esperei um ano treinando em horários diferentes. Não tinha um treinador para me dar treino, eu chegava aqui só para assinar uma lista de presença e voltava. Ainda disseram que eu coloquei o Vitória na justiça. Então hoje fico com minha consciência tranquila. Essa é a história real. Eu fiz de tudo, abri mão de valores – finalizou o zagueiro.

Quando deixou o Vitória, no fim de 2012, Dankler seguiu para o Botafogo e vestiu a camisa alvinegra por duas temporadas. Ainda no futebol brasileiro, ele defendeu o Joinville antes de se aventurar fora do país.

Entre 2016 e 2022, o zagueiro passou por quatro países e atuou em seus clubes: Estoril (Portugal); Lens (França); Vitória FC (Portugal); Vissel Kobe (Japão); Cerezo Osaka (Japão); e Al-Ahli Jeddah (Arábia Saudita).

– Todos os lugares por onde passei contribuíram para o meu crescimento. Porém, no Japão foi onde realmente evoluí muito em termos técnicos, em termos de experiência. Joguei com Iniesta, Lucas Podolski, David Villa, foi onde eu consegui chegar. O clube tinha a ambição de ganhar títulos, que não tinha. No ano em que cheguei, ganhamos dois títulos. Conquistamos o título que o clube tanto desejava. Foi um local onde evoluí. Foi um dos melhores momentos de minha carreira. Depois de minha passagem pelo Japão, o meu crescimento foi absurdo. Graças a Deus, consegui manter isso na Arábia Saudita. Espero dar essa continuidade em tudo o que sempre fiz na minha carreira aqui no Vitória também – projetou o zagueiro.

O Vitória segue em pré-temporada na Toca do Leão. O Rubro-Negro vai estrear em 2023 contra o Cordino-MA, pela Pré-Copa do Nordeste. Os ingressos para a partida estão à venda.