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Hoje é um dia memorável para os torcedores do Vitória. Depois de tanta luta para viabilizar e manter o Estádio Manoel Barradas, os Rubro-Negros assistiram de dentro do local a transformação que o equipamento histórico trouxe para a história do clube e hoje, é dia de comemoração. 

Um pouco de história

O ano era 1986, o Esporte Clube Vitória já ostentava 87 anos e ainda lutava contra as dificuldades para se manter como um clube profissional. A instituição assistia clubes rivais vivendo melhores fases e era constantemente ultrapassada por eles, nada melhor do que novos ares. Diretamente do bairro de Canabrava, foi inaugurado o Estádio Manoel Barradas, popularmente conhecido como Barradão. 

O complexo, que hoje comemora o seu 33° aniversário passou a servir não só ao Vitória e aos seus torcedores, mas a todo o bairro de Canabrava e às regiões próximas. O Barradão hoje é um patrimônio cultural do bairro e da cidade de Salvador. 

A construção do estádio foi um divisor de águas na história do clube. Juntamente com o Barradão, nascia um Esporte Clube Vitória muito mais forte. A consequência disso trouxe para o bairro de Canabrava linhas de ônibus, asfaltamento, construções de casas, apartamentos, públicos grandes em dias de jogos e bares para a região. 

Mais do que uma instituição voltada ao futebol, o Vitória tem uma função muito maior quando a bola não está rolando. A organização sem fins lucrativos representa uma mudança de paradigmas e escolheu sair do alto da sociedade para dar esperança e alento aos habitantes do local. 

O pesquisador Paulo Fernandes, em entrevista ao site Uol, classificou a mudança como um “case” mundial. "Dificilmente você vai encontrar uma reinvenção com essa densidade. Porque o Vitória nasce na aristocracia e vai se reinventar no lixo”, contou. 

Sendo um bairro de concentração de pessoas com baixa renda, o Esporte Clube Vitória contribui para a melhoria da qualidade de vida dos moradores e atua no resgate infanto-juvenil das ruas e do mundo das drogas, através de um projeto chamado Vitória Cidadania, que beneficia cerca de 400 crianças e apresenta o esporte como forma de inclusão através dos exercícios realizados dentro do complexo.

Diante da crise financeira vivida pelo clube, o Vitória chegou a anunciar um contrato para mandar seus jogos na Arena Fonte Nova durante os próximos três anos, no entanto, por pedidos dos jogadores e pelo alento da torcida, o Leão mandou apenas três partidas na Arena e retornou ao Barradão, onde construiu a sua história.  
Um estádio “raiz” e com cultura própria. Assim é fácil definir o Barradão.

Com seus populares churrascos no estacionamento, o torcedor ainda luta pelo fim da setorização, algo incomum e incompatível com a história e a riqueza de acontecimentos presentes no estádio ao longo destes 33 anos. O Barradão é uma ponte para o verdadeiro e saudoso futebol. Vida eterna ao Estádio Manoel Barradas.