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Os jornalistas puderam acompanhar o último treinamento do Vitória antes do duelo e, em seguida, participaram da entrevista coletiva do técnico Wagner Lopes de forma presencial, que foi marcada pela descontração.

O treinador do Vitória abriu a entrevista comemorando a presença dos profissionais de imprensa na Toca do Leão.

– Fico muito feliz de poder interagir com vocês. A gente sabe que são muitas famílias dependendo disso. É muito bem-vindo porque vocês vão ver os treinos, vão ver o quanto a nossa comissão se dedica, o quanto o clube está voltado num trabalho árduo para conseguir os resultados para sair da zona de rebaixamento. É óbvio que a presença alegra o ambiente, faz com que o estado de alerta esteja sempre alto. Eu vejo com muito bons olhos. Acredito que a imprensa é muito importante porque divulga o trabalho. As opiniões são muito bem-vindas. Democracia é uma coisa fantástica que dá direito a resposta. São muito bem-vindos. Estou muito feliz com a volta de vocês. As críticas, a gente sabe que é opinião de cada um é importante, a gente respeita. Mas a gente cria convicções executando nos treinamentos. Então estou no futebol desde 84, joguei quase 20 anos. Desde 2010 que estou como treinador principal. A gente vai criando as convicções, você vai criando maneira de trabalhar, metodologia de trabalho, filosofia de jogo. Mas não sou preso a nada. Se você apresentar um argumento que seja melhor do que o meu conhecimento, eu vou repensar os meus conceitos, vou voltar atrás, vou experimentar nos treinos. Então, vejo a volta da imprensa com muito bons olhos – afirmou o treinador.

O jogo contra a Ponte Preta vai marcar o retorno do atacante Manoel, que sofreu uma lesão na face e desfalcou o Rubro-Negro nos últimos jogos. Só que o centroavante agora encontra a concorrência de David, que marcou três gols nos últimos dois jogos e ganhou a vaga no time titular, como explicou Wagner Lopes.

– Manoel voltou, está se adaptando com a máscara, a máscara ainda precisa de adaptação. Ele está disponível, provavelmente vai estar na convocação. É uma situação, assim, chamei os dois para conversar antes de começar o treino. Chamei os dois, é uma coisa que faço sempre. Falei: “Olha, Manoel, o David entrou, entrou muito bem, fez gols, se movimentou bem. O Manoel não estava conseguindo fazer os gols, mas estava ajudando de muitas maneiras. Então a gente continua com o David, vai começar jogando, mas chamo para conversar, chamo para explicar. Ele esperar a oportunidade ele, na hora que entrar fazer gols, dar a resposta que o David deu. Falei isso com os dois, que é um papo muito aberto. A gente espera que na próxima oportunidade que o Manoel tiver, que ele possa ser feliz nas finalizações e possa fazer os gols que a gente espera. Assim como esperava do David, o David entrou, fez e continua como titular – disse.

A gente sabe que é um jogador velocista, muito rápido, um cara forte, um cara que aguenta, consegue sustentar a bola. Era uma questão de oportunizar. Era uma questão de, no tempo certo, na hora certa, ele encaixar a velocidade dele, a finalização dele – afirmou Wagner Lopes.

Quem também está recuperado e vai para o jogo, provavelmente como titular, é o meia Bruno Oliveira, que treinou normalmente com a equipe.

– Bruno sentiu um desconforto muscular, fez a ressonância, graças a Deus não deu nenhuma lesão. A gente espera que tudo ocorra bem. Deixa eu te perguntar: você tem a escalação da Ponte aí para me dar? (risos) Tem? Não tem, não é? Liga pro Kleina aí e me ajuda, velho. Mas é uma brincadeira, óbvio que o Bruno está disponível, tem condição de jogo e é um jogador importante. A gente treinou nessa situação de começar com o Bruno, e a gente acredita que ele vai fazer um grande jogo – afirmou.

O duelo, válido pela 32ª rodada, está marcado para 16h30 (horário de Brasília). O Vitória, 18º colocado, tem 32 pontos, cinco a menos que a Ponte Preta, que está na 15ª posição. Mesmo se vencer, o Rubro-Negro não deixa a zona, porque empataria em pontos com o Brusque e estaria em desvantagem no primeiro critério de desempate, que é o número de triunfos.

Elogios a David
– David vinha treinando há um bom tempo como uma possível opção nessa posição. Mas infelizmente o jogador, e todo ser humano é assim, tem fase boa, fase neutra, fase ruim, fase que nada dá certo. Nas vezes que ele treinou como referência, a movimentação, sabe quando não está fluindo? Quando na hora de ele ser a flecha, ele vinha ser o arco, vinha armar. Na hora de ele atacar a última linha, ele jogava de costas. Não estava conseguindo render o que ele rendeu nessa necessidade agora dos dois últimos jogos. A gente sabe que é um jogador velocista, muito rápido, um cara forte, um cara que aguenta, consegue sustentar a bola. Era uma questão de oportunizar. Era uma questão de, no tempo certo, na hora certa, ele encaixar a velocidade dele, a finalização dele. E isso aconteceu em um jogo importantíssimo para nós. Essa resposta, em cima da pressão que era jogar contra o Brasil aqui, ele foi muito feliz. Não só nos gols, mas nas movimentações para outros companheiros. Por exemplo, no gol do Fabinho, ele trouxe a marcação, o Caíque Souza fez o facão, abriu espaço para outra movimentação em diagonal do Fábio, e o Fabinho conseguiu ser feliz na finalização. Houve uma sincronia muito importante do atacante. Muitas vezes a gente analisa só o atacante referência, sozinho. Não. Eu enxergo um pouco mais profundo nessa situação porque às vezes o atacante precisa da movimentação do terceiro homem para ele conseguir fazer o gol. Graças a Deus que isso encaixou, e a gente espera que dê certo não só no próximo jogo, mas até o final do campeonato. Óbvio, chamei os dois e falei “A disputa nossa é leal”. Quem entrar e for melhor, vai ser mantido. Não tem protecionismo com ninguém. É cada um, quando entrar, dar o seu melhor para dar resultado para conseguir as vitórias.

Decisões
– São jogos decisivos porque nós não conseguimos resultados anteriores a esse. Então, a responsabilidade é toda nossa, por está nessa fase da competição precisando, desesperadamente, vencer os jogos. A gente entende que as pontuações estão próximas e que mesmo fora de casa é um jogo decisivo para nós, mas vale os mesmos três pontos do que o da primeira rodada. A gente sabe que a Ponte também está pressionada, a gente sabe que os últimos resultados, a vitória contra o Remo, dá uma aliviada, fora de casa, da mesma forma que nós vencemos os últimos três jogos e empatamos o último da Copa do Nordeste. Então, eu vejo que é um jogo de muita ansiedade, muito tenso. Acredito que vai ser um jogo muito 'guerreado', muito truncado. Eu sou de São Paulo, moro ali perto de Campinas, uma cidadezinha chamada Itatiba, e a gente está sempre vendo os jogos da Ponte, sempre acompanhando. A gente sabe que vamos sofrer uma pressão muito grande, a torcida, provavelmente vai comparecer em grande peso e a gente sabe o quanto a torcida da Ponte é exigente. Só que essa situação vale para os dois lados, então a gente está muito concentrado, sabendo o que precisa fazer. Acredito que vai ser um jogo muito difícil, muito complicado, porque apesar da Ponte está próximo da zona de rebaixamento, um time que tem grandes jogadores e precisa respeitar. Então, uma das coisas que eu acredito muito é que a melhor forma de você respeitar o adversário é fazer o seu melhor dentro do FairPlay para poder vence-los. A gente vai para lá respeitando muito, mas não temendo. A gente sabe da nossa qualidade, do nosso potencial. Vamos lá para fazer um grande jogo.

Ítalo pode ser aproveitado? Tem novidade na lista de relacionados ?
– O Ítalo, é um menino que vejo muito potencial. Ele tem uma movimentação muito agressiva, na última linha. Ele ainda está aprendendo, começou a treinar com a gente, teve férias, por conta da programação do Sub-20, voltou a treinar com a gente nessa semana. É um menino que vejo muito potencial, não só com a bola, mas sem a bola ele tem uma percepção tática muito boa. Então, a gente espera, quando ele tiver um pouco mais de entendimento de tudo que a gente quer, a gente espera poder oportuniza-lo, sim.

Esquema de jogo
– Dependendo de como o adversário se posiciona, dependendo da maneira como o adversário mantém os padrões de sair jogando, os padrões na primeira linha de marcação, na segunda ou bloco alto, médio e baixo, a gente vai se moldando para poder interagir com aquele oponente de uma maneira que eu consiga criar superioridade numérica, consiga ganhar o duelo individual. Então, o sistema que a gente usa, a plataforma de jogo é o 4-2-3-1, só que os padrões de saída de bola, os padrões de construções ofensivas, os padrões de finalização no último terço, depende de como o adversário me marca. A Ponte usa o 4-1-4-1 e, em muitos momentos, às vezes, tem até situações de 4-3-3 e o padrão de jogo deles, a maioria das jogadas são finalizadas do lado do Moisés com ultrapassagem do Rafael Santos. Então você tem que saber que ali você tem que ter dobra de marcação, saber que a ultrapassagem de Rafael Santos é uma coisa perigosa. Kevin do lado oposto, junto com o Richard são construtores para ter a inversão no Moisés, para ir pro um, para ter ultrapassagem do Rafael Santos. Então, aquele padrão de jogo faz você reagir de uma maneira para criar situações para não perder aquele esquema, aquela maneira que você precisa se defender de um padrão que o adversário tem. Às vezes a gente muda a maneira de marcar, devido a força do adversário, não mudando o esquema de jogo, não mudando os meus conceitos de jogo. Mas a gente tem que analisar a qualidade do adversário, a intensidade do jogo, o cansaço dos seus jogadores. Tem muita coisa envolvida para você mudar a sua maneira de jogar. E eu, na verdade, não mudo a minha maneira de jogar, tenho conceitos bem definidos, que é você ficar com a bola, ter circulação de bola e muitas vezes, vejo alguns comentários de que a posse de bola, é infrutífera, ela não tem um objetivo claro. Só que em outros momentos, a gente tem que pensar que você estando com a bola, você controla o jogo. Você não estando com a bola, você corre mais para ter a bola. No futebol, você consegue controlar o jogo de duas maneiras: ou você controla a bola ou você controla o espaço. Quando você tem a bola e não consegue profundidade, quando você não consegue atacar a última linha, você só consegue jogar em amplitude, na última linha, é uma maneira de cansar o adversário para uma hora apropriada você atacar a última linha, criar profundidade para fazer os gols. Então, a posse de bola, ela não significa que você vai vencer o jogo, mas significa que você está controlando o jogo naquele momento para criar uma superioridade numérica, para criar no um para um, no improviso, no drible, conseguir fazer uma situação de gol e finalizar bem. Eu tenho uma maneira de jogar, que eu acho bonita. Você demora muito, você precisa conhecer, ter peças, qualidade, mas uma das coisas que você valoriza, sim, é ter a circulação de bola até achar um espaço apropriado para atacar, para dominar o adversário e consequentemente fazer o gol.