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Após a partida, o técnico Léo Condé avaliou que o sistema com três zagueiros da Chapecoense surpreendeu e dificultou o Vitória. O treinador, porém, pontua que a equipe rubro-negra se ajustou ao longo da partida e que mereceu sair com o resultado positivo.

– Um jogo muito complicado. Primeiro difícil entender como a Chapecoense tem pontuação tão baixa, boa equipe, bem treinada. Eles surpreenderam na formação, com três zagueiros, e o Nazário passou a trabalhar por dentro, Pavani na organização da saída de bola. Tivemos dificuldade de encaixar melhor marcação neles, eles conseguiram construir boas jogadas, boa saída de bola. E aí o segundo ponto que a gente pecou, acelerando no primeiro tempo. E eles baixaram a linha de marcação para induzir o nosso erro pelo meio. A gente observou isso, ajustou nos minutos finais do primeiro tempo, mas no intervalo melhoramos marcação, entrada do Rodrigo, liberando Dudu para segundo volante. Entrada do Matheusinho deu controle do jogo, faltou mais calma no penúltimo passe, poderia ter feito melhor escolha no passe. Mas no segundo tempo a gente foi merecedor. E o gol não saía, ficamos ansiosos e quase sofremos o gol. Mas que bom que fizemos o gol, bom cruzamento do Mateus para o Léo. Conseguimos vencer jogo tão difícil e terminar no primeiro lugar.

O personagem do jogo foi atacante Léo Gamalho, que decidiu o confronto e anotou o seu primeiro gol após se recuperar de um câncer de pele. O jogador perdeu a posição de titular no time, mas entrou em campo no primeiro tempo em razão da lesão de Osvaldo. O treinador rubro-negro destacou a força do grupo.

– Drama pessoal que ele passou, complicado, só ele mesmo pra falar sobre isso. Mas em relação ao grupo, até inchado, com 39 jogadores, mas onde existe um respeito muito grande entre eles, independente de jogar ou não. Naquele período de 40 dias [na intertemporada], preparamos o grupo para o campo e para fazer essa blindagem fora de campo. Todos têm esse papel, têm feito isso com propriedade.

Com o resultado, o Vitória foi a 37 pontos e conquistou o título simbólico do primeiro turno da Série B. Uma situação difícil de imaginar há alguns meses quando o Rubro-Negro foi eliminado de forma precoce de todas as competições que disputou no primeiro semestre.

– Motivo de satisfação, competição tão difícil, responsabilidade grande dirigir uma equipe tão tradicional. Não caí aqui de paraquedas, cheguei porque fiz bons trabalhos. São 20 anos trabalhando com futebol. Às vezes resultados não vem, mas no dia a dia a gente trabalha da mesma forma. Estamos muito fortalecidos aqui, mas tem um segundo turno muito complicado. Temos várias equipes brigando pelo acesso, pontuação e desenvolvimento bom de jogo. Espero que a gente possa concretizar o que traçamos desde o início.

Após o fim do primeiro turno, não há pausa para a sequência da Série B. Neste domingo, o Vitória já visitará a Ponte Preta, às 18h (de Brasília), no Moisés Lucarelli, pela 20ª rodada, a primeira do segundo turno.

Apoio da torcida
– Vou até confidenciar, me lembro na primeira rodada, contra a Ponte, depois de um início de ano tão ruim, a gente não sabia como seria o ambiente. Mas desde aquele jogo, quando saímos da concentração para vir ao Barradão, fomos recepcionados de maneira muito positiva. Todos os jogos, mesmo em momentos difíceis, isso está sendo transformado como fator determinante, fator mando de campo do Vitória na competição.

Segundo turno
– Normalmente os jogos são decisivos, mas acaba tendo um fator maior, equipes brigando por classificação e outras na parte de baixo. Tem muito empate. Fator campo é positivo pra gente, vão ser jogos difíceis, mas é criar dificuldade em escalação em estratégia. A gente sabe que o Vitória terminando primeiro turno na liderança vai despertar a atenção de outras equipes.

Felipe Vieira e Osvaldo machucados
– Atrapalhou bastante fazer duas substituições por lesão. No intervalo tive que fazer duas mudanças e postergar ao máximo a última. Teve que ter cuidado para colocar o Zé Hugo, não dava pra mexer antes dos 25 minutos para não correr risco de terminar com jogador a menos. A gente lamenta pelas lesões, tomara que não seja nada grave, mas convivemos com isso. Em relação à próxima partida, sempre difícil jogar com a Ponte em Campinas, mas vamos trabalhar para buscar o resultado fora de casa.

Onde melhorar
– Tem que estar sempre melhorando, trabalhando e potencializar o que temos de bom. Apenas quatro, cinco meses de trabalho, temos muito a passar. Dificuldades que vão surgindo, erros novos que são precisos corrigir. Assim como tem outras coisas que a gente faz de bom e busca continuar fazendo. Vamos tentar melhorar, evoluir, outras equipes também fazendo isso, contratando, mas de qualquer forma, dentro do elenco, hoje, temos uma margem muito grande para crescer no individual e no coletivo.