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A promotora de Justiça Thelma Leal apontou "falta de interesse" do poder público em resolver os problemas de segurança que, hoje, impedem a realização de um Ba-Vi com torcida mista. Nesta terça-feira (19), o órgão emitiu uma recomendação pela manutenção da torcida única nos clássicos de 2024. 

Em coletiva de imprensa, Thelma traçou um comparativo com o Carnaval de Salvador quando questionada porque o MP-BA assegura a realização deste evento, que dura sete dias, mas não a do Ba-Vi com rubro-negros e tricolores no estádio. 

"Tem que levar em consideração que o clássico Ba-Vi é movido pela paixão. É completamente diferente do Carnaval. Na partida de futebol, o torcedor está movido por pura emoção. Não há incapacidade, há falta de interesse [do poder público]", afirmou. 

A maioria dos problemas apontados pelo MP-BA se refere ao que acontece no entorno do estádio. A baixa capacidade dos estacionamentos, a venda de garrafas de vidro, o fechamento de vias pela Transalvador e outros pontos foram elencados pela promotora de Justiça como motivos para a manutenção da torcida única. 

"Dentro dos estádios é onde ocorre menos as situações de violência. No entorno, no chegar ao estádio, no chegar dessa torcida é quando os atos de violência mais ocorrem", pontuou. 

Apesar disso, ela disse que a recomendação pode mudar caso tudo seja resolvido no primeiro semestre. 

"Se no meio do ano conseguirmos resolver essa questão da insegurança no entorno dos estádios, podemos mudar de opinião. Eu, Thelma, torcedora do Vitória, diria que acho a torcida mista maravilhosa. Mas não posso, enquanto Ministério Público, abrir mão de uma segurança pública", finalizou. 

Com a conquista do acesso do Vitória e a permanência do Bahia na elite do futebol brasileiro, os dois rivais vão se encontrar na Série A do Brasileiro em 2024, onde se enfrentarão duas vezes ao longo da competição. Além disso, os dois times ainda medirão forças, no mínimo uma vez, no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste.