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Durante entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, Wagner Leonardo destacou a campanha do Vitória no primeiro turno da Série B, mas preferiu manter os pés no chão para a segunda metade do torneio, que, de acordo com o zagueiro, será ainda mais difícil.

– Por enquanto é jogo após jogo, trabalho em cima de trabalho. Esse líder simbólico demonstra que foi feito bom trabalho, resultados vieram, mas não faz a gente subir, faltam 19 rodadas, segundo turno mais competitivo. Clubes se reforçam, aumenta a competitividade, times lá embaixo brigando para sair, e os que estão em cima querendo se manter. Vai ser muito mais forte do que foi o primeiro – completou o defensor.

Wagner Leonardo foi, sem dúvidas, um dos pilares do Rubro-Negro nas primeiras 19 rodadas. Isso ficou claro nas boas atuações do defensor, que só ficou fora do time titular na 15ª rodada, quando o Vitória perdeu para o Juventude – Wagner desfalcou a equipe após levar terceiro cartão amarelo.

Além dos bons números na defesa, o defensor mostrou habilidades no ataque ao marcar quatro gols e se tornar artilheiro da equipe na competição nacional. Wagner Leonardo atribui suas qualidades ofensivas aos treinos constantes.

– Nesse quesito, desde as categorias de base sempre fui bom cabeceador, treinava muito, fazia trabalhos específicos, sempre foi um forte, sempre busco conversar com os batedores para que a gente possa treinar jogadas, treinar o tempo de bola, e aqui não tem sido diferente. Acaba o treino, praticamente quase todo dia a gente vai fazer um pouco de fundamento, eles treinam cruzamentos, eu o cabeceio e o tempo de bola. A gente tenta sempre melhorar o que tem de melhor, isso está fazendo efeito – ressaltou.

Wagner Leonardo tem a missão de manter o bom desempenho defensivo no duelo contra a Ponte Preta, neste domingo, pela 20ª rodada da Série B. A partida está marcada para as 18h (horário de Brasília), no Moisés Lucarelli. Esse duelo é essencial para as pretensões do Rubro-Negro de chegar à Série A, mas, de acordo com o jogador, ainda é muito cedo para pensar em acesso.

– A gente fala que não tem jogo fácil na Série B. Muitas vezes a classificação mascara o time. Você vê o jogo contra a Chapecoense. A gente foi fazer o gol no fim do segundo tempo, equipe muito bem montada, com muitos bons jogadores. Espero que assim seja no jogo com a Ponte, que tem bons jogadores, novo treinador, que é acostumado a jogar Série B, já subiu com o time. Então a gente tem que estudar, principalmente o treinador, como ele trabalha, para a gente montar uma estratégia vencedora – projetou Wagner Leonardo.

Desfalque do Camutanga
– A gente trabalha para isso, vale muito o nosso entrosamento, que a gente vem construindo desde os tempos de Náutico. Temos características que se completam, um ajuda o outro, boa comunicação dentro e fora de campo. Ele vai cumprir suspensão na próxima partida, faz parte do campeonato. Acredito que quem o professor escalar vai estar trabalhando bem.

Arrancada inicial pode ser repetida
– A gente costuma pensar, a gente sabe que a Série B, não dá para pensar em longo prazo, cada partida é uma final. O que a gente fez no primeiro turno foi de suma importância, cinco vitórias consecutivas, deu um gordura para dar força nos momentos ruins, de oscilação. Agora vamos pensar na Ponte Preta, e assim em cada partida.

Volta por cima após início de ano ruim
– Vou usar as palavras do presidente [Fábio Mota], ele preparou o Vitória esse ano para a Série B. Não adiantava gastar todas as fichas no Baiano, na Copa do Nordeste. Mesmo ganhando essas competições, não te traz de volta à Série A. Então quando veio o interesse do Vitória em mim, só pensei no tamanho do clube, no elenco que estava montando, nos jogadores que cá estiveram e teve troca de treinador no início da temporada. Vi tudo isso e falei: "O Vitória está construindo um caminho para o acesso, um trabalho bom, digno". O projeto que o presidente e o diretor Ítalo [Rodrigues] apresentaram, vi que poderia dar resultados, como vem dando. A gente sabe que o Estadual não é parâmetro. A gente vê o Botafogo, não foi bem no Estadual, saiu na Copa do Brasil e, hoje, é líder disparado da Série A. A gente tem que ver todo o contexto pra analisar e tomar decisões.

Manter o ritmo
– Eu acho que a gente nunca pode perder a essência de quem a gente realmente é. Na vitória, não pode achar que está tudo muito bom, e na derrota não pode achar que tudo está errado. A gente tem que ter pés no chão. Fizemos excelente primeiro turno. A gente não tem empolgação, tem trabalho, humildade e pés no chão. Houve, sim, um bom primeiro turno. Fizemos bons jogos, mas agora é novo campeonato. Temos que conquistar tudo de novo se quiser subir. Tem que se dedicar, trabalhar e ter muita humildade.

Homenagem da torcida com música
– Primeiro de tudo é reconhecimento de trabalho que fico muito feliz. A gente sabe que o torcedor é paixão, é amor, então a gente tem que entender tanto nos momentos bons e ruins. Se não tiver momento bom, a torcida estaria cobrando, tem o direito deles. E a dedicação do torcedor está sendo espetacular. Nunca tinha vivido isso na minha carreira. Quando comecei a jogar profissional, veio logo a pandemia. Estádios fechados, sou da geração que estreou no profissional e começou a fechar. Estou tendo agora o primeiro contato com torcida, está sendo bem legal. Espero que continue assim por um bom tempo.

Início da carreira
– Tem uma história muito legal. Quando me apresentei na peneira do Santos, eu tinha nove anos de idade. O treinador chegou e perguntou: "Que posição você joga?". Eu falei meia-direita, e eu era meia-esquerda quando era mais jovem. Então, ele começou a montar o time, e virou para mim dizendo que não tinha zagueiro, perguntou se eu podia jogar como zagueiro. Eu falei: "Como que não?". No Santos, como não vou aceitar? E aí fiquei de zagueiro até hoje. Mas antigamente eu jogava mais para a frente e a gente vai se adaptando com as coisas que aparecem, e eu me adaptei de zagueiro.

Zagueiro artilheiro
– Eu fico feliz pelo reconhecimento do trabalho, fruto de muita dedicação, empenho nos treinamentos. A gente sabe que isso a gente não consegue sozinho, tem toda uma equipe por trás: jogadores, comissão técnica. Todo staff faz com que a gente esteja na melhor forma dentro de campo, para desempenhar nossa melhor performance. Estou vivendo esse momento muito bom no clube, espero que continue aqui, com boas atuações, ajudando o Vitória. É o primeiro pensamento ajudar o clube, a instituição que me contratou, cumprir contrato, então é dessa maneira que eu pensei.