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O treinador reprovou o protesto realizado em Salvador. Para Ramon Menezes, a reação dos torcedores que estiveram no aeroporto não é o caminho para tirar o Vitória da situação delicada em que se encontra.

– A gente tem que tomar um cuidado muito grande em relação a tudo isso, até mesmo o que acontece no futebol brasileiro, porque vai chegar um ponto que pode acontecer algo muito mais grave. Eu acho que a manifestação é válida quando tem jogo no estádio; o torcedor tem o direito de cobrar e pressionar. Agora, uma manifestação como aquela, você agredir com palavras e qualquer tipo de agressão, eu sou completamente contra. O torcedor sabe do carinho e respeito que tenho por ele e por esse clube. Todos nós somos funcionários do clube e estamos trabalhando para melhorar. A gente sabe do momento que o clube se encontra, do momento que encontramos na competição. Eu tenho um mês no comando da equipe. Estou sentindo que, mesmo sem os resultados, estamos evoluindo em campo.

– É o momento de unirmos forças, esquecer qualquer lado político, porque o mais importante é o Vitória. Estou aqui de corpo e alma. Quando cheguei aqui e vencemos a primeira partida contra o Inter, criou-se uma expectativa muito grande. Mas, naquele momento, eu já disse no vestiário que tinha sido bacana, mas em um grupo jovem como o nosso, pode haver qualquer tipo de oscilação. Temos que estar preparados para isso – completou o treinador.

Neste sábado, às 11h (de Brasília), o Vitória terá um confronto direto para fugir do Z-4. No estádio Bento Freitas, o Rubro-Negro encara o Brasil de Pelotas, que também briga para sair da zona de rebaixamento. Ramon Menezes espera que os momentos de pressão do protesto não impactem negativamente no elenco.

– Primeiro é passar tranquilidade para os atletas. Como eu falei, a manifestação é no estádio. É depois do jogo. Porque ali, naquele momento, acaba havendo agressão, agressão verbal, você acaba empurrando o jogador. Eu tive a preocupação de, como líder, descer para conversar. Agora, é passar confiança. A gente tem um jogo importante pela frente. Temos jogadores jovens e precisamos ter um certo cuidado. Está difícil trazer jogador. Os jogadores que estão aqui são muito importantes, estão vestindo a camisa, são promissores, são jogadores da base e já jogam aqui há muito tempo. Tem que haver esse cuidado.

Para o jogo contra o Brasil de Pelotas, Ramon Menezes não terá o zagueiro Wallace à disposição. O defensor deixou o jogo contra o Sampaio Corrêa com dores musculares e não viajou para o Rio Grande do Sul.

Mesmo sem o capitão a equipe, o treinador rubro-negro espera que o time tenha uma boa atuação e consiga converter superioridade em um bom resultado.

– Jogar futebol, como o Vitória tem feito. Nas chances que criar, conseguir fazer os gols. O time está mito bem organizado na fase defensiva. Lógico que não podemos fazer gols e tomar gols. Ter o prazer de jogar futebol com a bola e sem a bola.

Com nove pontos, o Vitória ocupa a 17ª colocação. O Brasil de Pelotas tem oito pontos e aparece em 19º.

Cobrança
– A cobrança entre nós existe. Autonomia com os atletas, na parte da gestão, isso daí é com o treinador, é comigo. É lógico que ficar seis jogos sem vencer incomoda. Mas estamos há três sem perder também. É uma competição que você precisa pontuar. Estamos muito próximos da vitória. É um grupo jovem, um trabalho novo, mas estou muito confiante que estamos no caminho certo.

Evolução
– Você já vê que, nesse jogo contra o Sampaio, definimos melhor a jogadas, fizemos dois gols. Mas, por outro lado, tomamos dois. Futebol são os detalhes. Esse time está amadurecendo. E eu vejo que estamos muito próximos de uma arrancada.