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O ex-jogador do Leão atuou no Catar durante dez temporadas, entre 2004 e 2015. O tempo foi suficiente para acompanhar a transformação do lugar que hoje é sinônimo de luxo e cenários fututistas.

– Quando eu cheguei, que desci do avião, parecia que eu estava naquelas imagens do Iraque. Aquelas imagens de coisas bombardeadas. Era tudo muito velho. Eu tomei um susto. Depois que fui conhecendo o país. Um país que, de lá para cá, se desenvolveu muito. Um país maravilhoso – lembra Marcone, ao falar sobre a chegada dele para defender o Al-Shamal, em 2004.

Ao longo dos onze anos em que ficou no país, Marcone também atuou por Al-Gharafa, El Jaish SC e Al-Rayyan. O ex-zagueiro ganhou dois títulos do campeonato nacional e duas Copas do Rei, o equivalente à Copa do Brasil. As conquistas renderam a ele um convite pare naturalizar e defender a seleção do Catar.

O zagueiro foi o primeiro jogador brasileiro a receber a cidadania catari e atuou por sete anos na seleção do país.

– Tive a oportunidade de disputar duas Eliminatórias para Copas do Mundo, em 2010 e 2014. Tive a oportunidade de disputar a maior competição da minha vida, que foi a Olimpíada Asiática, em 2010. O evento tinha 15 mil atletas, de todas as modalidades esportivas do mundo.

E a relação de Marcone com o Catar vai além do futebol. Duas das três filhas do ex-jogador nasceram lá. Justamente pelas filhas, o ex-jogador optou por voltar ao Brasil quando se aposentou.

– O Catar ainda tem uma sociedade um pouco primitiva, principalmente em relação às mulheres. Então, como eu tive duas filhas, e gostaria muito que minhas filhas crescessem em um país democrático, com liberdade, foi a nossa opção voltar para nosso berço, para nossa família e amigos. Fazer com que nossas filhas cresçam dentro do Brasil.

No que diz respeito ao Mundial, no entanto, Marcone foi só elogios ao Catar. O ex-zagueiro projetou que o país asiático será capaz de sediar a "maior Copa de todos os tempos".

– Será a maior Copa de todos os tempos em termos de infraestrutura, em termos de futebol, e principalmente em termos de calor a nível humano da sociedade catari com o resto do mundo – finalizou Marcone.