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O especial do Globo Esporte BA e do ge em celebração aos 40 anos da TV Bahia chega ao segundo episódio nesta segunda-feira repassando o que de mais importante aconteceu entre 1991 e 2000: as glórias de Popó, a passagem de Bebeto pelo Vitória e o bronze conquistado por Edvaldo Valério em Sydney.

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Para começar, nada melhor que destacar o atleta que mais apareceu na tela da TV Bahia ao longo das quatro décadas da emissora: Acelino Popó Freitas, com quase 800 menções. Ele começou essa história no dia 7 de agosto de 1999, quando aplicou um nocaute avassalador no russo russo Anatoly Alexandrov durante luta disputada na França, em apenas um minuto e 41 segundos, e se tornou campeão do mundo pela primeira vez.

Foi o primeiro grande passo da carreira mais vitoriosa da modalidade no Brasil. A partir daquele momento, a vida do garoto pobre da periferia de Salvador começou a se transformar. O baiano deu os primeiros socos no boxe no bairro Baixa de Quintas e foi convidado a uma viagem no tempo pelo Globo Esporte Bahia.

"Esse aqui que mudou tudo, esse é o cinturão de 1999", mostra Popó.

Popó se tornou tetracampeão mundial em duas categorias (super-penas e leves) e unificou cinturões da WBA e WBO. Antes disso, chegou a morar em uma casa pequena, sem janela e de uma só porta, com mais quatro pessoas. Apesar de todas as dificuldades, ele sabia que chegaria ao topo do esporte por meio do boxe.

– Quando eu estudava no Leopoldo Reis, onde eu alfabetizei, eu escrevia no caderno: "Popó, campeão mundial". Treinava o meu autógrafo, eu tinha certeza que a minha vida ia mudar e eu ia mudar a vida da minha família.

A confiança era tanta que, antes de vencer a primeira luta, Popó apostou tudo que tinha na vitória. O lutador baiano comprou uma casa no bairro Cidade Nova com a promessa de que seria campeão do mundo.

"Ganhei a luta com um minuto e quarenta e cinco segundos do primeiro round. Com a bolsa da luta quitei a casa. Promessa é dívida", celebra.

Acelino Popó Freitas agora desfruta das conquistas na carreira e mora em um condomínio de alto padrão em Salvador, com uma mansão de nove mil metros quadrados, além de carros de luxo. Mas ele não esquece do início de tudo na Baixa de Quintas.

– Meus amigos jogam bola aqui, meus amigos de infância lá da Baixa de Quintas, do Freitas, do Beco do Siri, daquela região toda. Todo dia estou lá treinando, faço questão de sair daqui e ir para a minha comunidade treinar. E a academia fica lá, a essência não muda. A única coisa que mudou foi o endereço.

Quem também entrou nas graças dos baianos pelas lentes da TV Bahia foi Bebeto. Revelado pelo Vitória, ele foi jogar no exterior e, depois, conquistou o tetracampeonato mundial pela seleção brasileira, em 1994. Três anos depois, voltou a Salvador nos braços da torcida rubro-negra.

– Virou carnaval, né? Quando eu cheguei, vi todo mundo ali, pessoas, meus amigos, pessoas que fizeram parte, que fazem parte da minha história, quando eu comecei a jogar futebol. Estavam todos no aeroporto me esperando. E foi uma emoção que eu acho que foi uma das maiores alegrias que eu tive.

A passagem do ex-atacante com a camisa rubro-negra na temporada 97 durou apenas nove meses, com 17 gols marcados e as conquistas dos títulos estadual e da Copa do Nordeste. Bebeto precisou deixar o Vitória para ter chance de ser convocado por Zagallo para a Copa do Mundo de 1998.

– Eu queria disputar outra Copa do Mundo. A partir do momento que o Zagallo me ligou, nossa referência, e falou para mim: "Eu sempre acreditei em você e acredito em você ainda". Eu estava com 34 anos. Ele disse: "Poxa, eu quero te levar, mas você tem que sair de Salvador". Aí eu disse: "Mas por que sair de Salvador?". Ele respondeu: "Senão eu não vou ter força para te convocar. Você tem que vir para São Paulo ou para o Rio de Janeiro". Eu nunca contei isso na minha vida. Ninguém sabe disso – lembra Bebeto.

"Saí com o coração partido, de não poder falar o que aconteceu naquele momento. Eu não poderia falar", disse o tetracampeão do mundo.

Ainda em relação ao futebol baiano entre 1991 e 2000, o Vitória fez suas duas melhores campanhas em Campeonatos Brasileiros: vice-campeão em 1993 e semifinalista em 1999, além de conquistar o seu primeiro tricampeonato estadual (95, 96 e 97).

Já o Bahia foi bicampeão baiano de 1994 no Ba-Vi de maior público da história, o clássico de Raudinei. Em 1998, o Tricolor levantou uma taça pela primeira vez no Barradão, ao ser campeão do Baianão daquele ano.

Inédita também foi a conquistada de Edvaldo Valério em Sydney, na Austrália. O primeiro e único nadador negro medalhista olímpico. No dia 16 de setembro de 2000, a TV Bahia acompanhou a conquista na casa da família Silva.

O "Bala" fechou o revezamento garantindo o bronze para o Brasil. As reações na Austrália e em Salvador foram mostradas ao vivo para todo o mundo.

"Relembrar aquela conquista é relembrar todo o sacrifício que meus pais fizeram para proporcionar aquilo ali", conta Valério.

E não para por aí. No próximo episódio, o especial do Globo Esporte Bahia vai contar tudo de mais importante que aconteceu entre 2001 e 2010: .