Presidente do Vitória elogia sequência

Presidente do Vitória elogia sequência do time, avalia finanças e revela dívida com Ruan Renato

O Vitória bateu o Vila Nova na noite desta terça-feira, no estádio Olímpico, e chegou a sete jogos de invencibilidade na temporada. A boa fase reflete na tabela de classificação da Série B. Após afundar no Z-4 por rodadas a fio, o time baiano abriu três pontos para a zona de rebaixamento.

O período invicto provocou alívio no presidente rubro-negro, Paulo Carneiro, que viajou para Goiânia para acompanhar a delegação comandada pelo técnico Carlos Amadeu. O dirigente destacou os resultados conquistados nas últimas semanas.

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– Quantos times nesses campeonatos podem dizer que estão há sete partidas sem perder. Em sete jogo tomou um gol. Estamos já prontos como a gente quer? Não. Sempre vai faltar alguma coisa. Mas hoje ganhamos a segunda fora. Então temos que parabenizar essa equipe, que trabalha muito, trabalha duro, time que montamos no meio do campeonato. Fora de campo também. Treinador de goleiros, preparador… Não tinha nada no Vitória. Era terra arrasada. Estamos devagarzinho. Mas o futebol tem adversário, que tem esses mesmos conflitos emocionais. Esse time hoje só tem uma partida ganha aqui. Só se falava em vitória… E jogar aqui num calor infernal, 36 graus. Um calor insuportável. A gente joga lá com 28, 29 graus. Tive que sair do vestiário, fui para o campo, mais quente ainda. Não aguentei. Não sabia onde ficar. E o time correu 90 minutos e tenho que parabenizar e dizer ao torcedor que tem sido duro, mas o Vitória tem um grupo de pessoas que quer fazer o Vitória de novo chegar aonde chegou num passado recente – disse o dirigente em entrevista para a rádio Metrópole, de Salvador.

Apesar da série de jogos sem derrotas, o Vitoria segue com problemas. As finanças do clube estão em situação delicada, e a falta de receitas deixa o futuro do clube nebuloso. Paulo Carneiro falou sobre as dificuldades e afirmou que tem diminuído os gastos para aliviar as contas.

– Péssimo. Estamos reduzindo o custo e buscando receitas, muito poucas, por enquanto. Nós reduzimos, em quatro meses, perto de R$ 18 milhões/ano de custos diretos. Desde “radinho”, de transmissor, TV a cabo, a atleta, funcionário… Nós já reduzimos um número impressionante, mas ainda não temos equilíbrio de caixa. Precisamos de recursos e de torcedor no estádio. Mas o torcedor do Vitória é torcedor do time, não do clube. Sou apaixonado pelo clube. Mas o torcedor é apaixonado pelo time. Basta um empate que, contra o Operário, já não tinha a mesma quantidade de gente. Enquanto tiver esperança, vamos seguindo, buscando nosso grande objetivo. Temos 12 dias agora para descansar. Presente de deus. Depois de sete partidas invictos, tomando um gol, agora temos 12 dias para trabalhar. Vamos saber aproveitar.

Outra questão que tem gerado dor de cabeça na diretoria baiana é o passivo trabalhista. Alguns jogadores que já deixaram a Toca do Leão, como Kanu e Jeferson, acionaram o Vitória na Justiça do Trabalho para reivindicar valores provenientes de acordos que não foram pagos. O caso mais recente é o do zagueiro Ruan Renato, que foi contratado em 2018 e repassado ao Figueirense no início deste ano. O Vitória se comprometeu a pagar parte dos salários do jogador, mas não cumpriu.

– Ruan Renato. O Vitória, no início do ano, mandou ele para o Figueirense e assumiu pagar R$ 20 mil do salário dele, que é de cerca de R$ 80 mil, se não me engano, e todas as parcelas rescisórias, o Vitória ia pagar em parcelas de R$ 12 mil. Sabe o que aconteceu? O Vitória não pagou. E ele entrou na justiça, reivindicando rescisão indireta, pedindo R$ 550 mil. De um parcelamento para um clube sem caixa, é uma brincadeira. Você parcela e não paga. Acaba na justiça. Igual a esse, deve ter uns R$ 18 milhões em acordos feitos pela antiga gestão e não cumpridos – explicou Paulo Carneiro.

Na expectativa de aumentar a receita e diminuir os custos de manutenção com o Barradão, o Vitória negocia para mandar partidas na Arena Fonte Nova. As tratativas se arrastam desde o fim de abril. O presidente espera que o caso tenha uma resolução o mais cedo possível.

– Por enquanto, nada. E a decisão será minha. Tenho um grupo que trabalha. Vamos aguardar. Estou esperando uma minuta de contrato para avaliar se segue na negociação. Ainda não chegou a minuta.