Não vale a pena ver de novo: sob risco de queda, Bahia e Vitória tentam evitar cenário de 2005 e 2014

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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Imaginemos a seguinte situação: seu time do coração vai mal das pernas, apanha de todo mundo, toma gol de tudo quanto é jeito e você está a ponto de perder as esperanças. De tão real, o rebaixamento parece palpável. Diante desse cenário, há uma única possibilidade de tranquilizar seu coração, certo?

Que o seu rival esteja tão no fundo do poço como você está.

É exatamente por isso que estão passando os torcedores dos dois principais clubes da Bahia, que tiveram uma temporada sofrível e chegam à reta final correndo risco real de cair de divisão.

É claro que há uma diferença fundamental entre Bahia e Vitória, afinal um disputa a Série A, enquanto outro amarga a Série B. Mas não se engane: um rebaixamento seria tremendamente doloroso para tricolores e rubro-negros, principalmente pelo fator “expectativa”.

Quando montou o atual elenco, a diretoria do Bahia vendeu a ilusão de brigar por grandes objetivos na temporada. Chegar longe na Copa do Brasil, beliscar uma vaga na Libertadores via Brasileirão ou, quem sabe, até conquistar o título da Sul-Americana. Como peças de dominó enfileiradas, os sonhos foram caindo um a um.

Exceto o título do Campeonato Baiano, conquistado nos pênaltis, a duras penas, contra o Atlético do Alagoinhas.

1 de 4 Bahia vive situação dramática na Série A — Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Bahia vive situação dramática na Série A — Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Terminar a temporada rebaixado para a Série B seria trágico para a diretoria tricolor e embaraçoso para os torcedores. Mas o que deu tão errado para o clube? Para o editor de esportes da TV Bahia, Pedro Thomé, o maior erro da gestão de Guilherme Bellintani na temporada 2020 está na montagem do elenco.

– O Bahia errou na montagem do elenco para 2020. No começo da temporada, a ideia era formar um time com capacidade de ter a posse de bola, abrindo mão do modelo de jogo mais reativo que havia funcionado, em partes, durante 2019. Mas as apostas não deram certo, até porque algumas delas foram baseadas numa leitura equivocada, casos de Clayson e Rossi. Líderes de assistências no Corinthians e no Vasco, respectivamente, mas nenhum dos dois têm características de manutenção de posse. Essa mudança de conceito, resultou na perda de identidade do time e a exposição do sistema defensivo que não conseguiu se estabilizar na temporada – afirmou.

– Quando decidiu consertar os erros, esbarrou nas limitações financeiras impostas pela pandemia, mas, ainda assim, voltou a erra nas contratações que fez, casos de Elias e Anderson Martins, incapazes de mudar a situação do time – completou.

Dentro de sua realidade, os planos do Vitória também eram ambiciosos. Apesar da crise financeira, o presidente Paulo Carneiro investiu na contratação de atletas que haviam se destacado na Série B da temporada passada, entre eles Alisson Farias, Vico e Fernando Neto, e almejava o acesso à Primeira Divisão.

O sonho não durou mais que uma noite de verão. Exceto por uma campanha razoável na Copa do Brasil, o Vitória fez uma péssima temporada, passou vergonha na Série B e flerta com um rebaixamento para a Série C, que seria nada menos do que desastroso.

2 de 4 Vitória luta para evitar queda trágica para a Série C — Foto: Divulgação/E.C. Vitória

Vitória luta para evitar queda trágica para a Série C — Foto: Divulgação/E.C. Vitória

Na opinião de Pedro Thomé, o Vitória de Paulo Carneiro insistiu nos erros de 2019 e, por isso, está colhendo os mesmos resultados.

– O Vitória insistiu nos mesmos erros. O roteiro seguido pelo clube nessas duas temporadas é semelhante. Em 2019, o time contratou 37 jogadores, 22 na gestão de Paulo Carneiro, teve cinco treinadores e conviveu com salários atrasados. Em 2020, 23 contratações, cinco treinadores e, de novo, não conseguiu manter a folha em dia. São muitas contratações para um clube já mergulhado em problemas financeiros e nenhuma continuidade dos trabalhos – disse Pedro Thomé.

– Instabilidade somada à falta de um projeto de futebol consistente. Essa fórmula sempre tem resultado desastroso no campo, como estamos vendo – completou.

Os torcedores mais novos talvez não saibam, os mais velhos provavelmente tentaram passar uma borracha no passado, mas essa não é a primeira vez que Bahia e Vitória enfrentam, juntos, o fantasma do rebaixamento. Nas últimas duas décadas, as equipes caíram abraçadas em duas oportunidades.

Desta vez atuando em divisões diferentes, tricolores e rubro-negros lutam desesperadamente para que o roteiro das temporadas de 2005 e 2014 não se repita.

A improvável dobradinha nos porões do inferno da Série C

O ano era 2005. O Bahia disputava a Série B pela segunda temporada consecutiva, depois de ter falhado miseravelmente um ano antes, perdendo a chance do acesso em casa, diante do Brasiliense. O Vitória, por sua vez, acabara de ser rebaixado – repare que 2004 já havia sido um ano infernal para a dupla Ba-Vi.

Naquele ano, a Segundona tinha 22 times, sendo que seis eram rebaixados. Era o prenúncio do caos, porque a quinta e sexta vagas foram ocupadas justamente pela dupla Ba-Vi.

Só que um duplo rebaixamento, de fato, era improvável. Nem tanto pelo Bahia, que fez uma campanha medíocre e não inspirava confiança ao seu torcedor. Uma sequência de quatro derrotas (Criciúma, Marília, Caxias e Avaí) na reta final da competição havia sido muito prejudicial. No fim das contas, a derrota para o Paulista, na última rodada, apenas confirmou o que a torcida tricolor já temia.

Naquele ano, o Bahia contava com nomes que se firmariam posteriormente no futebol, como os volantes Cícero e Luís Alberto. No gol, tinha o ídolo Emerson.

O repórter Sérgio Pinheiro, da TV Bahia, que acompanhou de perto o rebaixamento da dupla Ba-Vi, lembra que o Tricolor vinha em queda desde 2003, quando foi rebaixado da Primeira Divisão sendo goleado por 7 a 0 pelo Cruzeiro na última rodada.

– Aquilo foi o início da fase mais difícil do Tricolor. Não subiu em 2004 e caiu para a Série C em 2005. Em 2005, precedeu talvez os dois anos mais caóticos e difíceis da história do clube: 2006 e 2007. A situação financeira era tão complicada na Série C que o Bahia chegou a fazer peneira para o time profissional porque não tinha dinheiro para contratar. O acesso pra Série B em 2007 salvou o Bahia da falência. Vale lembrar que o Bahia só passou para a fase final graças ao gol de Charles, marcado aos 57 minutos, diante do Fast – afirmou o repórter.

Quem surpreendeu mesmo foi o Vitória. Faltando quatro rodadas para o fim da primeira fase, momento em que se decretavam os rebaixados, a equipe rubro-negra tinha 26 pontos. Três derrotas consecutivas e um empate com a Portuguesa na última rodada sacramentaram a queda do time, com 27 pontos.

E tudo aconteceu com requinte de crueldade.

Os jogadores do Vitória chegaram a comemorar no vestiário o empate com a Portuguesa, que garantiria o time na Segundona. Mas o CRB, que perdia por 1 a 0 para o já rebaixado Criciúma, marcou dois gols nos últimos 10 minutos da partida, se salvou e empurrou o Leão para a Série C.

Como o torcedor rubro-negro diz: “Tem coisa que só acontece com o Vitória”.

Aquele Vitória contava com nomes como Leandro Domingues e Alecsandro. No gol, estava Felipe, que deixou o Barradão acusando o então presidente Paulo Carneiro de injúria racial por tê-lo chamado de “macaco”.

O repórter Sérgio Pinheiro lembra que o ano de 2005 encerrou a primeira passagem de Paulo Carneiro pelo Vitória, um dirigente vitorioso, mas que deixou o clube pela porta dos fundos.

– O time caiu igual a peça de dominó, em sequência. Em 2004, caiu para a Série B, em 2005, para a Série C, mas logo voltou para a B em 2006. Por isso se recuperou mais rápido que o rival do ponto de vista técnico e financeiro. A queda em 2005 encerrou a primeira "Era Paulo Carneiro" no Rubro-Negro. O dirigente saiu pela porta dos fundos, deixando o clube quebrado e na última divisão do futebol brasileiro na época – disse.

Sérgio Pinheiro ainda compartilhou uma cena que jamais esqueceu naquele fatídico 2005 de luto pelo futebol baiano.

Na noite do rebaixamento da dupla Ba-Vi pra Série C, resolvi sair pela cidade após os jogos. Eu morava no Rio Vermelho e era acostumado com o movimento por lá. Naquele dia foi completamente diferente. Estava tudo vazio: bares, restaurantes e o famoso acarajé da Dinha. Não existia o burburinho de sempre no ar, só melancolia. Foi uma cena muito impactante. O Rio Vermelho em silêncio e recolhido, como se estivesse de luto pelo futebol baiano.

De novo? Dupla Ba-Vi cai abraçada em 2014

Ambas as equipes chegaram à última rodada da Série A de 2014 com chance de escapar do rebaixamento. O Vitória estava em melhor situação: era o 17º colocado, tinha 37 pontos e precisava vencer e torcer por um empate do Palmeiras. O Verdão empatou com o Athletico, mas o Rubro-Negro foi derrotado pelo Santos por 1 a 0.

Além de vencer o Coritiba, o Bahia precisava torcer por tropeços de Palmeiras e Vitória. A equipe abriu 2 a 0, chegou a conseguir a combinação de que necessitava para permanecer na elite, mas sofreu a virada e acabou rebaixada.

Herbem Gramacho, editor de esportes do jornal Correio, lembra de uma passagem que mostra como o ambiente conturbado do Bahia contribuiu para o rebaixamento.

– Um fato que me chama atenção em relação à campanha do Bahia foi a tentativa do meia Rhayner agredir o diretor de futebol Rodrigo Pastana por ter sido barrado de um treino em Pituaçu após chegar atrasado. Ali foi uma mostra de que, não só o time deixava a desejar, como o ambiente de trabalho no clube estava muito ruim – afirmou.

E no fim do ano, após o jogo do rebaixamento, contra o Coritiba, aquela declaração do técnico Charles dizendo que havia jogadores se escondendo no departamento médico para não jogar foi a prova disso, a revelação do que até então estava só nos bastidores.

Daquele time de 2014, o único remanescente do Bahia é Lucas Fonseca. A equipe entrou em campo para enfrentar o Coritiba com:

Marcelo Lomba, Roniery, Lucas Fonseca, Titi e Guilherme Santos; Rafael Miranda e Bruno Paulista; Galhardo, Rômulo e William Barbio; Henrique Almeida.

3 de 4 Titi e Lucas Fonseca formavam a dupla de zaga do Bahia em 2014 — Foto: Arena Fonte Nova/Divulgação

Titi e Lucas Fonseca formavam a dupla de zaga do Bahia em 2014 — Foto: Arena Fonte Nova/Divulgação

Sobre o rebaixamento do Vitória, o curioso é que a equipe vinha de uma campanha brilhante na edição anterior do Brasileirão, alcançando a 5ª posição, com um time liderado pelos argentinos Damián Escudero e Maxi Biancucchi.

Mesmo com a ausência desses dois jogadores em 2014, Herbem Gramacho acredita o sistema defensivo era o ponto fraco da equipe rubro-negra.

– O Vitória, apesar do “atenuante” por ter sentido a saída de Maxi para o Bahia no início do ano e a grave lesão que afastou Escudero por seis meses, também pecou na montagem do elenco. O sistema defensivo dava sinais de fraqueza desde o estadual. Como no ano anterior o clube tinha acabado em 5º lugar, foi difícil enxergar que a briga em 2014 seria para não cair. Mas a campanha mostrou isso com muita clareza, pois o time teve uma constância na zona de rebaixamento ou próximo dela do início ao fim do Brasileirão – disse Herbem Gramacho.

Pelo Vitória, Léo Ceará havia acabado de ser promovido e fez parte daquele elenco. A equipe enfrentou o Santos na última rodada com:

Gatito Fernández; Ayrton, Ednei, Kadu e Richarlyson; Neto Coruja, José Welisson, Luis Cárceres e Marcinho; Edno e Vinícius.

4 de 4 Léo Ceará fazia parte do elenco do Vitória em 2014 — Foto: Thiego Souza/Divulgação/EC Vitória

Léo Ceará fazia parte do elenco do Vitória em 2014 — Foto: Thiego Souza/Divulgação/EC Vitória

Fonte: https://globoesporte.globo.com/ba/noticia/nao-vale-a-pena-ver-de-novo-sob-risco-de-queda-bahia-e-vitoria-tentam-evitar-cenario-de-2005-e-2014.ghtml


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