João Burse, homem de confiança de Cuca e dono das bolas paradas: as curiosas histórias do "bursismo"

João Burse homem confiança

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Depois de 14 partidas, João Burse comemorou o acesso do Vitória à Série B do Campeonato Brasileiro. No último sábado, o Rubro-Negro empatou com o Paysandu em 1 a 1 e garantiu vaga na principal divisão de acesso do futebol brasileiro.

Para tirar o time baiano de uma virtual eliminação na primeira fase da Série C, colocá-lo na segunda fase e, na sequência, na Segunda Divisão, o treinador acumulou sete vitórias, seis empates e uma derrota nesta passagem pelo clube, com 16 gols marcados e 11 sofridos.

Antes de assumir o Vitória em um dos piores momentos da história do clube, como Burse se desenvolveu no futebol? Qual a sua filosofia de jogo e em quais aspectos táticos aposta para alcançar o sucesso nas partidas? Para descobrir as origens do "Bursismo", nome cada vez mais mencionado por torcedores rubro-negros, o ge conversou com profissionais que conhecem o trabalho do "homem do acesso" do time baiano, cuja carreira é cheia de elementos curiosos.

João Burse, o intenso

1 de 5 João Burse comemora classificação do Vitória à segunda fase da Série C — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória

João Burse comemora classificação do Vitória à segunda fase da Série C — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória

O primeiro deles é João Paulo Sampaio, atual coordenador da base do Palmeiras, que trabalhou com Burse tanto no clube paulista quanto no próprio Vitória. Foi ele quem levou o treinador à base do Rubro-Negro. Ao ge, Sampaio disse que o sucesso do treinador já era esperado.

– Eu vi o time dele jogando, foi campeão paulista sub-20, e, depois, a gente enfrentou esse time dele, que era o Mogi Mirim, na Copa São Paulo. Comecei a perceber como o time dele é e o que eu vejo quando estou pesquisando treinadores, como joga e como ele se comporta no banco. E foi bem, saí [com ele] para conversar duas vezes e, depois, consegui trazê-lo para o juvenil do Vitória. Teve sucesso. Depois, tive uma brecha no sub-20 do Palmeiras, levei [Burse], e ele ficou dois anos e meio comigo.

Sobre as características de trabalho de Burse, João Paulo Sampaio exaltou a intensidade do treinador e seu trabalho de campo, além de mencionar o seu amadurecimento.

João é muito intenso no que faz, principalmente no campo. O trabalho dele é de uma intensidade muito alta. Os times dele são bem encaixados na forma tática, mas a maior qualidade dele é o trabalho de campo, de encaixar os jogadores, de os jogadores, claro, comprarem a ideia e também sustentarem essa intensidade do jogo, de troca de passes, de um jogo de velocidade. Também é muito estratégico, de acordo com cada partida. Amadureceu muito depois que saiu, que rodou em equipes principais. E a sua gestão, como é uma pessoa muito centrada e verdadeira, e jogador gosta disso, e isso faz com que ele, a cada dia que passa, seja mais completo. Para mim, não é surpresa nenhuma o João estar dando esse resultado para o Vitória. Isso era uma questão de tempo, de amadurecimento na carreira dele, e acho que é mais do que merecido – complementou Sampaio.

Vale lembrar que João Batista Donizete Dressler Burse, de 40 anos, estudou Educação Física e concluiu cursos na CBF antes de iniciar a carreira como técnico na base do Mogi Mirim, em 2011. Em 2015, levou o time sub-17 do Vitória ao título da Copa do Brasil da categoria e foi contratado para trabalhar na base do Palmeiras, como lembrou João Paulo Sampaio.

De volta ao Rubro-Negro em 2017, Burse treinou as equipes sub-20 e sub-23, além do time profissional, de forma interina.

No Cianorte, legado e dicas para colegas treinadores

Após a breve experiência no profissional do Vitória, João Burse acertou, em 2019, com o Cianorte, onde trabalhou até este ano. De acordo com Adir Kist, gerente de futebol do Leão do Vale, o técnico deixou um legado no clube da cidade homônima.

– João foi um treinador que a gente escolheu cirurgicamente, emergente, acompanhando desde o Palmeiras até a passagem pelo Vitória. A gente queria trazer umas ideias de um treinador emergente com qualidade de fazer o time jogar em construção, que trabalhava sem problemas com atletas mais jovens e com ambição. Esse era o perfil que a gente queria. E ele se enquadrava perfeitamente e comprou a ideia – explicou Kist, em entrevista ao ge.

"João gosta de jogar no 4-4-2, 4-3-3. […] Gosta de quebrar a linha quando constrói jogo e deixou marcas fortes nesse sentido, atletas evoluíram muito nas mãos dele, dominar [a bola] já quebrando linha" – disse.

2 de 5 João Burse na época do Cianorte — Foto: Cianorte

João Burse na época do Cianorte — Foto: Cianorte

As metas passadas para Burse eram fazer boas campanhas com o Cianorte no Campeonato Paranaense para, consequentemente, ampliar o calendário e garantir a equipe na Copa do Brasil. Os objetivos foram alcançados e deram notoriedade ao Leão do Vale.

– Cumpriu exatamente com todos os objetivos do clube, revelou atletas. Duelamos com o Santos na Copa do Brasil. Ele deixou um legado fantástico de formatação de time, identidade, forma de jogo com os objetivos que nós traçamos. Muito satisfeito, a gente queria continuar com o Burse, mas ele já estava a fim de outros projetos e preferiu seguir. É um dos melhores treinadores que a gente já teve, organizador, conduz o grupo muito bem. Vai chegar no topo. Aliás, já está – explicou o executivo de futebol do Cianorte.

Além de elogiar a maturidade de Burse para compactar o Vitória no resultado positivo sobre o Figueirense, na penúltima rodada da segunda fase da Série C, quando a equipe estava com um jogador a menos, Adir Kist lembrou um fato curioso sobre o trabalho do treinador na época do Cianorte.

– João faz muito a bola parada, estuda muito. Muitos técnicos da Série A ligavam para o João para ele compartilhar algumas jogadas, de lateral, escanteio. […] Seus três pontos fortes são construção de jogo, marcação forte desde o ataque e bola parada. […] Está capacitado para qualquer projeto, Série A, exterior, fez o pró da CBF [curso] – afirmou.

3 de 5 João Burse em ação pelo Cianorte — Foto: Reprodução/Sportv

João Burse em ação pelo Cianorte — Foto: Reprodução/Sportv

Cleber Ferraz, narrador da rádio Música FM, concorda sobre o legado deixado por Burse na cidade de Cianorte-PR. De acordo com o profissional de imprensa, durante conversa com o ge, o treinador sempre escalou o Leão do Vale baseado em informações do adversário.

– O técnico João Burse, um jovem técnico, bastante estudioso, bastante estrategista e, por isso mesmo, bastante competente. Deixou marcas importantes enquanto esteve no comando técnico do Cianorte. Foram três temporadas, e essas três temporadas com resultados importantes dentro do certame estadual e classificando o time por duas vezes consecutivas no Campeonato Brasileiro da Série D. […] Ficou por mais tempo como técnico entre todos os times de todas as divisões nacionais. Por esses motivos, João Burse era sempre lembrado como um nome importante no futebol do Leão do Vale.

"Técnico dentro dos padrões do que chamamos de moderno no futebol", disse Cleber Ferraz.

Treinador que conhece o vestiário

Marcos Carvalho, que é auxiliar fixo de João Burse, também participou dessa campanha do acesso do Vitória, que contou com sete vitórias, seis empates e uma derrota desde que eles desembarcaram em Salvador para comandar o Rubro-Negro.

De acordo com Carvalho, Burse passou por todas as etapas da profissão antes de levar o time baiano à Série B do Campeonato Brasileiro.

– João Burse é um profissional que venceu todas as etapas da sua profissão. Foi jogador, iniciou nas categorias de base, chegou no Vitória em 2015, na categoria sub-17. Eu era da categoria sub-16 e o auxiliava. E aí, graças a Deus, fomos campeões da Copa do Brasil Sub-17. E aí, ele foi para o Palmeiras. Retornou em 2017, já no sub-20, onde fizemos boas participações em campeonatos brasileiros, taças São Paulo. E, em 2018, 2019, o Burse se integrou ao sub-23, equipe de transição para o profissional. chegamos duas vezes às semifinais do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Logo em seguida, em 2019, ainda assumiu a equipe profissional. Depois, nós fomos para o Cianorte, onde passamos de 2019 a 2022. – lembrou.

– Um treinador que conhece o vestiário, gosta de performar o atleta, procura evoluir o atleta, não o deixa na zona de conforto. Profissional muito dedicado, gosta muito de estudar, sempre procura evoluir. O Burse chegou formado ao profissional. Disputou um Campeonato Estadual muito forte, o Paranaense. Hoje, graças a Deus, estamos fazendo uma bela campanha no Vitória – complementou Marcos Carvalho.

Homem de confiança de Cuca

O assistente de João Burse também lembrou de um episódio interessante da carreira do treinador. Na época do Palmeiras, Burse era um homem de confiança do técnico Cuca, de acordo com Marcos Carvalho.

– Ele teve uma experiência muito boa, no dia a dia com o Cuca, nos treinamentos. Sempre o Cuca pedia para o sub-20 treinar no coletivo, bola parada, essas situações. No final do campeonato, no jogo contra o Vitória, Burse ficou no banco com o Cuca e, no final do jogo, faltando 15 minutos, o Cuca pediu que ele assumisse a equipe.

4 de 5 João Burse em ação pelo Palmeiras durante jogo no Barradão — Foto: Tossiro Neto

João Burse em ação pelo Palmeiras durante jogo no Barradão — Foto: Tossiro Neto

Sequência do "Bursismo"

De acordo com as pessoas que trabalharam com Burse, o técnico é estrategista, pensa o time que vai escalar jogo a jogo e sempre cobra evolução de seus jogadores. Essas características ajudaram o Vitória a deixar a virtual eliminação na Série C no passado para garantir o acesso.

Após a vaga na Série B, o foco no Barradão deve ser pensar o 2023 da equipe. A renovação é questão de detalhe, como ele mesmo afirmou no último sábado, em entrevista ao ge.

"A gente vai sentar segunda-feira. Só falta assinar. Está tudo apalavrado", afirmou.

5 de 5 João Burse com jogadores do Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

João Burse com jogadores do Vitória — Foto: Pietro Carpi / EC Vitória / Divulgação

Agora, Burse terá a chance de dar mais um passo importante em sua carreira. Afinal, a meta do clube para 2023 será subir para a Série A do Campeonato Brasileiro. Um novo degrau que, se for alcançado, pode elevar a fama do "Bursismo" a nível nacional.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2022/09/25/joao-burse-homem-de-confianca-de-cuca-e-dono-das-bolas-paradas-as-curiosas-historias-do-bursismo.ghtml


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