ENTREVISTA

Além da atuação do time na vitória por 2 a 0 sobre o Criciúma-SC, sexta-feira passada, o técnico Osmar Loss fez questão de ressaltar o bom desempenho defensivo e, especialmente, o comportamento do zagueiro Ramon, que substituiu a Zé Ivaldo, machucado.

“Conheço Ramon de bastante tempo, de observar o futebol, de olhar um jovem talentoso e com potencial. Quando eu cheguei aqui me deparei com uma situação quase que opressora, o que ele passava aqui, pelo torcedor e pelas informações de um modo geral. Naquele momento, a gente acabou optando por tentar ter um ambiente mais tranquilo, tirando ele”, comenta.

Ramon reapareceu em um jogo cercado de bastante pressão, afinal o time precisava vencer para iniciar uma recuperação na competição, e o zagueiro foi perfeito. Anulou o atacante e goleador Léo Gamalho, mostrou qualidade na saída de bola e foi firme. Nada que surpreendesse ao treinador.

“Quando tirei Ramon, falei pra ele que estava saindo não porque tinha ido mal nos jogos. Ramon é um excelente zagueiro, zagueiro de altíssimo nível. Fez uma partida brilhante”, acrescenta.

Ramon tinha atuado pela última vez diante do Atlético Goianiense e se envolveu no lance que o árbitro interpretou como pênalti – e que não foi – e permitiu ao adversário empatar o jogo em Goiânia.

“Espero que o torcedor do Vitória entenda que em algum momento possa ser que ele não faça as melhores partidas, mas que é um jogador cria da base do Vitória, que tem história aqui, que tem mais de 100 jogos com enfrentamento contra os grandes do centro do país, contra os grandes do sul do país. Muitas vezes, a gente deprecia o produto que é cria da nossa casa, o que é uma tradição dentro do Vitória. Então fico muito feliz de poder fazer essa colocação para que todos entendam que nem sempre vai ser tudo bom, mas nem sempre vai ser tudo ruim. A gente tem é que saber aquilo que o jogador tem na essência. De vez em quando, a gente critica porque foi mal, falhou em um lance que tenha gerado gol, como foi o lance em Goiânia que ele acabou envolvido num pênalti, que nem pênalti foi, e acaba caindo na conta de um cara só. Futebol é coletivo. Quando a gente perde, não perde porque um jogador foi mal. A gente perde porque falhou em mais de uma coisa”, conclui.

O ótimo desempenho diante dos catarinenses rendeu a Ramon o reconhecimento dos torcedores. Quando saía do estádio na sexta-feira, por volta da meia-noite, ele teve o carro parado e os torcedores exaltaram o jovem zagueiro. “P…que pariu, é o melhor zagueiro do Brasil”.

Aos 24 anos (3/05/1995), Ramon, natural de Riachão do Jacuípe (BA) chegou ao Vitória para jogar na divisão de base e no momento é o jogador que mais atuou no profissional: 175 jogos. Depois vem Neto Baiano com 160.

Fotos: Ascom/EC Vitória