Em reação com o Vitória, Carpini detalha mudança no vestiário: "Encontrei ambiente conturbado"

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O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Em maio deste ano, Thiago Carpini desembarcou na Toca do Leão com a missão de salvar o Vitória do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Quatro meses depois, o Rubro-Negro atualmente está fora do Z-4, mas segue com um difícil caminho para sobreviver pela frente. É sobre isso e muito mais que o treinador recebeu a equipe do ge e Globo Esporte BA na sua casa, em Salvador, para uma entrevista exclusiva. E também um café da manhã, que ninguém é de ferro.

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Entre um treino e outro na Toca do Leão, Thiago Carpini resolveu problemas de indisciplina no vestiário, ajudou no convencimento e contratação de reforços e precisou lidar com a saudade da família, que ficou dividida entre Salvador e São Paulo.

– Essa é a grande dificuldade. É o preço que se paga. Principalmente nos momentos em que a gente não está trabalhando. A gente fica pensando no futebol, em estratégias para o adversário. A gente tem o nosso momento. Tem momento que eu gostaria de estar com a minha esposa, amigos e meus filhos. A gente sabe que, infelizmente, não é possível. Esse é o preço que se paga. Está sendo a maior dificuldade até então. E ela [a esposa] se sacrifica muito para estar aqui comigo. Vem semana sim, semana não. Quando acabam os jogos, e em dias de folga, vou para casa ficar com as crianças, poder descansar, levar os meninos para o colégio, ficar com ela. E a gente vai levando assim – contou o treinador.

Quando Carpini chegou ao Vitória, o time estava na zona de rebaixamento e ainda sem vencer no Campeonato Brasileiro. Atualmente, a equipe está na 16ª posição, com 28 pontos, e tem a sexta melhor campanha do returno.

Na conversa com o ge, o treinador revelou que encontrou um "vestiário conturbado". O melhor exemplo disse são os casos de Rodrigo Andrade e Dudu, que deixaram o time pouco depois por problemas de indisciplina.

Thiago Carpini em entrevista ao ge e Globo Esporte BA — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

– Acredito no futebol de um pouco mais de compromisso. É o perfil que se encaminha o futebol. Hoje, o nível técnico é maior. E você tem que se preparar melhor. A gente precisou fazer essas mexidas. Encontrei um ambiente de vestiário conturbado. Não estou falando do trabalho do Léo Condé. O trabalho vinha sendo bem feito. Mas naquele momento o Vitória caminhava a passos largos para estar em uma situação que hoje está o Atlético-GO.

"Conversei com Dudu e Rodrigo Andrade por diversas vezes. O Dudu chegou a chorar na minha frente. É um menino muito bom. Ele precisa, talvez, de mais ajuda. E tentamos ajudar. Mas o Vitória também precisa de ajuda".

Thiago Carpini, técnico do Vitória — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

Ao mesmo tempo em que alguns jogadores saíram, outros chegaram ao clube. E com o pedido de demissão do ex-diretor de futebol Ítalo Rodriguez, coube a Thiago Carpini fazer também a função de recrutador. Ele explica que participou do processo de contratação ao conversar com alguns atletas e usa Gustavo Mosquito como exemplo.

– Falei com Machado, Mosquito. Teve uma semana que falei mais com o Mosquito que com minha esposa (risos). Falei com o Edu. Também falei com amigos que trabalharam com o Machado no Cruzeiro. Diretores que ainda estavam lá e outros que saíram também ajudaram a intermediar essa negociação. Então o Maneca entrou no circuito falando de clube para clube e representantes para tratar da parte burocrática. [Participei de] praticamente todos eles.

Thiago Carpini está há pouco mais de quatro meses à frente do Vitória — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

A partir da chegada de Gustavo Mosquito e outros reforços, Thiago Carpini mudou a ideia de jogo do Vitória, que trocou os 4-3-3 com três volantes por um 4-2-3-1. O treinador apontou que, agora, tem um time com mais condições de colocar em prática o que ele entende que seja o jeito ideal de jogar futebol.

– Ainda tem situações que se eu participasse do planejamento inicial gostaria que fosse diferente, com pouco mais de ofensividade. Mas, pelas características, a gente tem que usar o que nós temos de melhor. Nós temos um bom elenco. Esses jogadores que estão participando mais efetivamente elevaram muito o nível. Dentro do que nós temos, características, conseguimos colocar mais nossas ideias.

– Em muitos momentos usei time ajustado, correndo menos riscos com tripé de volantes, mas a gente sabe que foi criticado por isso. Acho que é um desafio do treinador. Nem sempre vou colocar o que acredito, preciso me adaptar ao que tenho. É um ponto de maturidade entender que, por exemplo, o Raul não vai entregar o que penso, mas o que é muito importante para aquele momento. O Raul era um cara desacreditado até pouco tempo atrás. O Esteves quando cheguei não era titular, e hoje são jogadores que estão evoluindo. O Luan não vinha sendo titular – completou o treinador.

Confira a entrevista completa com Thiago Carpini:

ge: qual o balanço que você faz dos seus pouco mais de quatro meses no Vitória?
Thiago Carpini: parece que eu estou no Vitória há mais tempo. Quando você se envolve muito nos processos do clube, que é uma coisa minha… Foi assim por onde passei. Acredito muito nisso de você passar nos lugares e levar alguma coisa. Não é simplesmente fazer o seu trabalho, ganhar ou perder. Mas é criar processos. Nesses cinco meses, a gente procurou contribuir em todos os processos do clube, em todos os departamentos. O clube é bem organizado. A gestão do Fábio [Mota, presidente] não tem o que falar. É um clube que vem melhorando, não só na parte estrutural, mas departamentos. Me envolver em todos os processos é importante, sugerir algumas coisas, aprender. É desafiador. O aspecto cultural, as particularidades de cada clube a gente tem que respeitar. O legado que a gente pode deixar, não só em relação aos profissionalismos dentro do clube, é a permanência do Vitória na Série A. É o nosso sonho, o maior título do Vitória nesses últimos anos.

Vitória já é o terceiro clube que você mais trabalhou. Já criou identificação?
– Cria identificação. É o terceiro trabalho mais longevo. O Guarani teve quase dois anos de trabalho. O Juventude foi praticamente a Série B toda. Assumi, na mesma rodada que assumi o Vitória, a sétima. E você começa a viver o clube dessa maneira, começa a se identificar. Não é difícil de se identificar com o Vitória, o Barradão. Já nos sentimentos parte da história do clube. A gente aprende a ter uma carinho todo especial.

Thiago Carpini em entrevista ao ge e Globo Esporte BA — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

Na sua chegada, alguns jogadores saíram do clube, outros chegaram. O que pode apontar como mudanças desde que passou a comandar o time?
– Foram algumas coisas. Até tomo cuidado com o que falar, porque não gosto de falar o que passou. Vejo que o Vitória, talvez, ficou refém de um passado vitorioso, com o título inédito da Série B, mais o título estadual. Claro que de um ótimo trabalho do Léo Condé, uma sequência de mais de um ano. Mas eu acho que, em todos os processos, as mudanças são inevitáveis. Nesse detalhezinho faltou um pouco olhar para o horizonte mais amplo do que é a Série A, a diferença que é essa competição. Reconhecer o que os atletas fizeram pelo clube é fundamental, é história. Mas eu não acredito em uma memória afetiva. O que passou, passou.

– Hoje estou no Vitória para consolidar a permanência. E talvez eu não seja a melhor escolha para o Vitória em 2025. É normal, faz parte. Não posso ser escolhido porque salvei o Vitória do rebaixamento. Para aquele momento serviu. A vida é feita de ciclos. Você conquista um título esse ano. E se você fizer a mesma coisa depois não vai conseguir a mesma coisa. Você precisa se reinventar, criar fatos diferentes para continuar vencendo. E não só no futebol, como na vida. E aí, nesses detalhes, talvez a gente tenha se equivocado em algumas situações. Não posso falar com propriedade. É fácil julgar as pessoas que estavam aqui.

"O que foi planejado não foi ruim porque o título baiano foi importante. Mas o ano, o calendário, talvez esse título tenha omitido e mascarado algumas situações que precisavam ser resolvidas internamente no clube".

Sair de Série B para Série A é difícil. O Cruzeiro, que faz boa Série A, sofreu ano passado. O Bahia sofreu ano passado, com investimento muito maior que o Vitória. É normal. Mas poderíamos sofrer um pouco menos. E o erro não é só das pessoas que estavam aqui e saíram. São os meus erros também.

Entre os jogadores que saíram do clube estão Rodrigo Andrade e Dudu, que se destacaram na campanha do título da Série B em 2023. Como foram essas saídas?
– O comportamento para estar no Vitória é simples: respeito, profissionalismo, respeitar a instituições. Ninguém é maior que o clube. Se eu conquistar A, B ou C situações no passado. A história bonita fica. O futebol te dá prestígio, grana. Carro você troca, mas a história fica. Mas você tem que se reinventar a cada dia. Não pode achar que não tem mais direitos e deveres. É uma coisa que a gente não concorda. São jogadores que foram fundamentais, bons jogadores. Mas acredito no futebol de um pouco mais de compromisso. É o perfil que se encaminha o futebol. Hoje, o nível técnico é maior. E você tem que se preparar melhor. A gente precisou fazer essas mexidas.

"Encontrei um ambiente de vestiário conturbado. Não estou falando do trabalho do Léo Condé. O trabalho vinha sendo bem feito. Mas naquele momento o Vitória caminhava a passos largos para estar em uma situação que hoje está o Atlético-GO".

Você chegou a conversar com eles?
– Conversei com Dudu e Rodrigo Andrade por diversas vezes. O Dudu chegou a chorar na minha frente. É um menino muito bom. Ele precisa, talvez, de mais ajuda. E tentamos ajudar. Mas o Vitória também precisa de ajuda. A gente não é um centro de só recuperar atletas. Precisamos nos recuperar também. Quando a gente busca ajudar alguém, com uma, duas chances, três chances, tem que ter um limite. Chegou um momento que não tinha mais conversa. Passou do ponto. Duas, três, quatro vezes é demais. E aí você começa a ir contra o que eu acredito, do ambiente, do compromisso. Daqui a pouco perde a credibilidade do que eu falo. As providências precisam ser tomadas. "Ah, mas ele foi artilheiro". Eu não quero saber. "Mas ele subiu". O problema não é meu. O futebol é bem simples. O Dudu é um ativo do clube. Quem sabe a saída para o Novorizontino não faça com que ele reflita sobre algumas coisas e voltar e se enquadrar naquilo que é o futebol profissional. Senão vai ter dificuldade também no Novorizontino, mesmo um cara que tenha talento. No futebol, acredito que o trabalho supere o talento – completou Carpini.

Como tem está o vestiário do Vitória nesse momento de definição da temporada?
– Eu procuro deixar os vestiários deles mais pra eles. Por mais que eu vá brincar. Por mais que o povo ache que eu só cobro, sou linha dura. Só trabalhando. Alegria, bom ambiente, sorriso, a gente não abre mão. Treino é treino. Acabou a brincadeira ali. Tem fatos engraçados, a gente vê brincadeira, respeito entre eles. Everaldo vira e mexe chega com bom humor, fala que é seu aniversário e sai cantando parabéns para todo mundo. No dia que cheguei, assustei. Isso é bacana. Caras como ele que deixam um ambiente leve e legal.

Matheusinho se tornou uma das referências do Vitória. Como foi o trabalho com o meia?
Ele tem sido fundamental. Tecnicamente dispensa comentários. Acho que as informações táticas, o que é passado para ele dos comportamentos, com e sem bola, onde flutua, esse entendimento tem feito ele evoluir bastante. Passa também pela boa vontade do atleta. É um atleta que consegue fazer várias funções e que tem sido fundamental na nossa caminhada. Que ele possa continuar evoluindo e nos ajudando. Tem uma identificação muito grande. Está vivendo o melhor momento na carreira. O que ele tem dado para o Vitória e o que o Vitória tem dado para ele tem sido fantástico.

Por outro lado, nos últimos dias, você perdeu Osvaldo, uma liderança dentro e fora de campo. Qual o tamanho da ausência?
– Vai fazer muita falta. Osvaldo é uma liderança técnica, pelo jogador que é. Um cara de um dia a dia fácil de lidar, gosta de treinar. É uma pena. Antes da chegada do Carlinhos [Carlos Eduardo] e Mosquito, talvez tenha sido o nosso extremo mais efetivo. Foi um cara fundamental. E por outro lado a gente está feliz de não ter sido nada de tão grave, está frequentando o Vitória. Que ele possa terminar a carreira da maneira que projetou.

Você participou do processo de convencimento dos atletas que chegaram no segundo semestre. Como foi esse trabalho?
– Assumi a responsabilidade de participar porque eram nomes que já tinham sido encaminhados com o Ítalo [Rodrigues], ex-diretor de futebol do Vitória. Eu já tinha sugerido essas situações e outras que não deram certo. E a gente vinha trabalhando em cima disso. Surgiu o contratempo da saída dele, e passamos a trabalhar de maneira mais efetiva. É uma coisa que eu já costumo fazer quando a negociação está bem adiantada, de ligar para o atleta. Esse cuidado é muito importante, começa a estabelecer vínculo. Em uma conversa você enfatiza uma contratação ou até desiste dela. Eu comecei a participar mais dessa maneira. E aí a parte de negociação, valores, o Maneca [Manoel Tanajura] que assumiu essa função. Parte técnica, escolhas, eu participei mais com o aval da diretoria, comissão técnica e Maneca, responsável por concretizar essas contratações.

– Os que eu mapeava e acompanhava bastante eram mais o Machado e o Mosquito. Lembro do Carlinhos na época do Palmeiras e Athletico-PR. Mas não acompanhei o momento dele fora do país. Não sabia o atual momento, mas conhecia as características. O Neris sempre gostei da postura dele, fez um 2023 muito bom no Cruzeiro, depois oscilou um pouquinho, mas não se discute a capacidade dele. São jogadores que eu já monitorava, e outros tantos jogadores que falamos nessa janela. É uma janela muito boa e perigosa. Porque é bom que as coisas estão bem encaixadas, e a gente consegue potencializar ainda mais. Grande exemplo é o Botafogo que reforçou de forma pontual encorpando um elenco forte. E quando está em um momento ruim, como nós estamos, pode ser um perigo. Porque é uma janela onde se faz as coisas no desespero, sem tanto planejamento e organização. Isso pode melar o clube nos próximos anos, se as coisas não acontecerem.

"Nem sempre vamos conseguir ter boas escolhas. Os que a gente acredita como plano A já completaram os sete jogos, estão bem nos seus clubes e não vão sair. Ou estão vindo de Arábia, Ásia e não sabe o momento, uma readaptação, parte física, jogadores com idade elevada".

Entre os atletas que chegaram está Gustavo Mosquito, que já é titular do time. Como foi o trabalho de recrutamento desse jogador?
– Fundamental a chegada dele, como dos outros reforços. Mas também foi importante a compra de ideias dos reforços que já estavam aqui: Arcanjo, Wagner Leonardo, Osvaldo, Zé Hugo, Willian Oliveira, que eleva nosso nível jogando ou não. O Mosquito eu participei de todas as etapas. Mas a parte final de valores, negociação, não é comigo.

– Falei com representante, com o Mosquito diversas vezes, o que estava sendo feito, como foi planejado o elenco. E convencer, né? É um jogador que estava acostumado a jogar essa divisão no Corinthians. E uma posição que está carente no nosso mercado. Essa facilidade de pisar na área com Mosquito. E são caros esses jogadores. É muito mais o convencimento nosso e a compra da ideia pelo Mosquito. E o Vitória, talvez, vai colocá-lo de novo onde ele quer na carreira. Não tenho dúvida da camisa do Vitória vai ajudá-lo a conquistar os objetivos pessoais.

Thiago Carpini, técnico do Vitória, explicou trabalho na busca por reforços — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

O Vitória tem poucos atletas das categorias de base no elenco principal. Como você avalia o trabalho na base do clube, conhecida por formar grandes jogadores?
– Trabalho fundamental. Ainda mais quando você tem uma base com a história do Vitória, um celeiro de craques. Talvez em algum momento tenha se perdido, parou de revelar tantos. A gente precisa retomar essa organização, essa metodologia de trabalho. A gente precisa, pela própria história, os clubes precisam formar para poder fechar a conta. Eu acredito que o Vitória precisa ter, dentro do elenco, um profissional formado pela base por 30% ou 40%. E não adianta subir por subir. É merecimento. O Vitória tem se organizado na base. É uma preocupação do Fábio, que tem investido. O Vitória precisa voltar a formar bem.

O Vitória tem agora uma sequência dura, contra Internacional e Atlético-MG fora de casa. Se não vencer, há possibilidade de o time voltar para a zona de rebaixamento. O que dá para projetar desses jogos e da situação na tabela de classificação?
– Vai ser um jogo muito difícil. O Internacional vem de uma crescente muito grande, um elenco muito bom, forte, recheado de jogadores. Jogar no Beira-Rio sempre é muito difícil. O Roger [Machado] conseguiu dar uma organização muito grande, um padrão ao Internacional. Nós sabemos a dificuldade que vai ser enfrentar o Inter lá. Mas a gente vem de bom momento. Vamos pensar na melhor estratégia, no melhor planejamento desse jogo. Seguir somando, pontuando. Se possível passar mais um jogo sem sofrer gols. Isso tem sido um ponto importante nesses dois últimos jogos.

– A gente vem sendo uma equipe mais ajustada, equilibrada. Tanto que se você olhar o corte do returno, somos o sexto colocado. Zona de pré -Libertadores. Nosso elenco é muito bom, tanto é que o resultado está aqui. Agora, se a gente vai conseguir nosso objetivo…É nosso sonho, nossa proposta. Uma vitória, um empate, toda pontuação é bem-vinda. Se isso não acontecer, é importante para sequência seguir pontuando, ainda mais nessa reta final que a gente vem tendo evolução coletiva e individual de alguns atletas.

Depois de Inter e Atlético-MG o Vitória tem uma sequência em casa contra Fluminense e Bragantino. Qual a importância do fator Barradão nos jogos finais do time no Brasileiro?
– São fundamentais. Mas acredito em como a gente chega dessas partidas no Barradão. Importante a gente chegar para enfrentar o Bragantino, depois desses dois próximos jogos e da pausa da Data Fifa, no aspecto emocional, psicológico, buscar pontuação melhor. Seria fundamental. Se isso não acontecer, já enfrentamos essa mesma situação dentro da competição, jogar em casa após derrotas. Vai ser importante a força do nosso torcedor. E vai ser importante também o jogo a jogo. Estamos muito confiantes. Falo com minha esposa que estou muito feliz no Vitória.

O Vitória tem metas para pontuação?
-A gente tem uma meta combinada entre nós. Não vou expor porque vou ser cobrado por isso. Nosso combinado é nosso combinado. Eles falam em 42, pelo que tenho acompanhado. Acho que não vai fugir muito disso. O Vitória tem de muito bom o número de vitórias. O problema é que a gente perdeu muito nos jogos pelo detalhe, não empatar. O Corinthians, que tem a mesma pontuação do Vitória, tem duas vitórias a menos. Então isso é critério na reta final, faz diferença. E alguns confrontos diretos que teremos dentro de casa. Bragantino, Corinthians, Grêmio. Vamos viver jogo a jogo. Temos nossa meta muito bem estabelecida e, principalmente, o nosso propósito. E se a gente fala todos os dias do nosso propósito, a gente deixa bem fresco na nossa memória. A maneira que os atletas têm se comportado, entrega, comemoração nos gols, lances defensivos, esses detalhes a gente vê que nosso combinado está valendo muito.

O Vitória é o seu segundo clube em 2024. Como avalia a sua temporada?
– Tem sido um ano especial na minha carreira. De 2023 para cá, tem sido um ano de divisor de águas, mudança de prateleira na minha carreira. Vice-campeão com o Água Santa, fazer uma final com o Palmeiras. Prêmio de melhor técnico do Campeonato Paulista. Depois veio o Juventude, que estava na lanterna e fomos vice-campeões [da Série B]. Foi mais uma mudança de prateleira. Depois veio o São Paulo, um gigante do futebol, e conquistar o meu primeiro título, com a Supercopa. Foi muito importante. E depois de tudo isso, sair de um centro do sudeste e viver um futebol diferente, cultura diferente e ser bem recebido aqui. Para mim tem sido fundamental. Sendo muito a ausência da minha esposa, meus filhos, mas são muito importantes. Mas acredito que quando a gente está ajustado em todas as áreas da nossa viva tendemos a prosperar.

Thiago Carpini, técnico do Vitória — Foto: Roberta Oliveira / TV Bahia

E como tem sido a sua relação com Salvador? Tem aproveitado a cidade?
– É uma cidade [Salvador] que acolhe muito bem as pessoas que chegam. Rapidamente nos sentimentos em casa. Os funcionários do clube, o staff, as pessoas que têm muito tempo de casa [Vitória]. Está sendo muito bom. Para ser melhor ainda, é o final feliz que todos esperam. O torcedor do Vitória, nosso grupo, diretoria, e todas as pessoas que estão empenhadas neste trabalho de fazer o Vitória permanecer na Série A. (…) Sempre que posso, levo a família em lugares que já fui quando estive há 16 anos atrás. Levei minha esposa a um restaurante aqui da Linha Verde, bem para a frente, que eu acho bem legal. Sempre procuro compartilhar esses momentos, voltar a esses lugares, boas lembranças. E quero trazer as pessoas que estão comigo para desfrutar desses momentos. A culinária baiana é muito boa. Gosto muito do acarajé e da mukeka.

Como é o Thiago Carpini fora do futebol?
– Eu gosto de ocupar o meu tempo com outras coisas, principalmente com o esporte, que eu gosto muito. Quando não tem treino pela manhã, ou treino um pouco mais tarde, tenho o hábito de acordar cedo. Então acordo de manhã, tomo café, vou para a praia. Faço uma corrida, jogo tênis , faço aula de futevôlei aqui no condomínio com alguns amigos. As amizades que a gente fez no futebol. De acordo com a nossa programação também, porque a gente não consegue ter uma rotina. Sempre que possível, procuro fazer atividade física, meu curso, inglês online, praticar, tentar melhorar. E quando estou com a família, aí é um evento porque estou mais realizado. Pego eles, vou à praia, piscina, pego ela à noite e levo para jantar. A gente gosta muito de conhecer restaurantes. Sempre que alguém indica um lugar para conhecer a gente vai. A gente procura viver um pouco a cidade, a cultura, acho que isso é bom porque tira um pouco a gente dessa loucura, dessa cobrança, estresse e toda essa responsabilidade que é o futebol.

Qual o recado que você deixa para o torcedor nesse momento de reação na luta contra o rebaixamento?
– Primeiro agradecer o torcedor pelo carinho, pelo que faz no Barradão. E não falo só da festa, mas também da cobrança. Que o torcedor confie no que está sendo feito, nesse elenco, no trabalho. São caras muito trabalhadores, comprometidos. Que não deixem de nos apoiar. Que a gente seja precavido, com os pés no chão. Não podemos falar em Sul-Americana. Queria eu falar aqui em Sul-Americana. Mas temos dois jogos agora fora de casa muito difíceis. Precisamos ter um pouco de cautela. Que o torcedor tenha um pouco de paciência, sendo um diferencial. Acredito no propósito. Tudo isso que estamos pensando. Estou muito confiante na permanência.

Você tem contrato até o final do ano. Já houve contato por renovação?
– Lá atrás, uma coisa superficial, um bate papo. Nada de formalidades, de falar de renovação, valores, contrato. Estou feliz no Vitória e acredito no trabalho de continuidade. Teria acontecido no Juventude se não fosse o São Paulo e teria acontecido no São Paulo se não fossem algumas adversidades depois do começo da Libertadores. Para você ter uma ideia, metodologia, participar de construção de elenco… Hoje conheço muito bem o que tenho em mãos. Não tenho por que não falar que me vejo no Vitória. Sou muito bem abraçado. Se acontecer uma renovação, vou ficar muito feliz. Me vejo no Vitória. Se tudo acontecer pela permanência e a gente continuar, não tenho dúvida que pode ser um ano melhor, trazer os meus filhos, a minha esposa e, sem dúvida, a gente vai estar muito mais completo.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2024/09/28/cafe-com-carpini-tecnico-detalha-mudanca-no-vestiario-do-vitoria-e-lamenta-distancia-da-familia.ghtml


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