DESCANSE EM PAZ

“Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar. Segura na mão de Deus e vai..”. Ao som da música “Segura na mão de Deus”, e num clima de muita emoção e consternação, Benedito Dourado da Luz, um dos conselheiros/colaboradores mais atuantes do EC Vitória, teve o corpo cremado na tarde deste domingo, 28, no Parque Cemitério da Jardim da Saudade, no bairro de Brotas.

Bené, como era tratado pelos mais próximos, ou “Doutor Benedito”, como era carinhosamente chamado pela torcida, faleceu na madrugada deste domingo, aos 93 anos (05/07/1925), no Hospital da Aliança, em Salvador. Ele sofria de Alzheimer fazia algum tempo.

“Estamos aqui fazendo a ultima homenagem ao nosso amigo de sempre, Benedito Luz. Eu, particularmente, numa emoção muito forte porque ele me deu oportunidade de ser presidente do Vitória. Essa nossa relação se estendeu por muito anos e ele foi presente em tudo, além de ter sido artífice das conquistas (campeonato estaduais) de 72 e 80, junto com outros grandes rubro-negros. O Vitória perde uma figura histórica, inesquecível, e a família também um homem maravilhoso, um pai extremado, um executivo brilhante de uma das maiores organizações do país, quiçá do mundo. Esse é um momento de perda, e eu falo aqui em nome da família rubro-negra, desejando a família nossos mais sinceros sentimentos. E a mim, pessoalmente, um sentimento de gratidão infinito. Um abraço e um beijo, Benedito”, comentou, emocionado, o presidente Paulo Carneiro.

Diversos rubro-negros, entre eles os ex-presidentes Ademar Lemos Jr. e Raimundo Dias Viana, o atual vice presidente do Conselho Diretor, Luiz Henrique Viana, e o ex Manoel Mattos, o conselheiro Antonio Ferreira Neto, amigo pessoal de Benedito e colega na Odebrecht, radialistas e torcedores compareceram à cremação ocorrida após a missa de corpo presente celebrada pelo capelão Gilvan.

“Benedito era a solução para todos os momentos graves do nosso clube, onde chegava para ajudar sempre e também tinha presença nos momentos de alegria em alguns campeonatos conquistados pelo clube”, ressalta Ademar Lemos Jr.

Numa homenagem em vida, o complexo esportivo do Vitória, englobando o Estádio Manoel Barradas, concentração Vidigal Guimarães, Centro de Treinamento Manoel Pontes Tanajura e a Toca do Leão, leva o seu nome por iniciativa do atual presidente Paulo Carneiro, conduzido ao clube pelas mãos de Benedito, que viabilizou o seu primeiro mandato em 1991.

Benedito nunca exerceu cargo no clube. Sempre foi, isto sim, um conselheiro/colaborador presente, que atuando nos bastidores procurava manter a união dos rubro-negros. Foi ele o responsável ao liderar junto com outros conselheiros influentes, entre eles Manoel Tanajura, Alfredo Miguel, Vidigal Guimarães, Alexi Portela (pai), a compra do terreno da família Paiva Lima, onde é hoje a Toca do Leão. Apoiou a montagem do time nas campanhas dos títulos estaduais de 1972 e 1980, ambos com Raimundo Rocha Pires, seu “afilhado”, na presidência.

Foi remador do EC Vitória quando passou a morar em Salvador, vindo de São Félix, cidade do interior do Estado. Um homem fidalgo, de gestos simples, mas coração grandioso.

Bené deixa viúva Maria Lúcia Aragão da Luz, quatro filhas e um filho, netos e bisnetos.

Sua morte entristece a família rubro-negra, notadamente, os mais antigos. Benedito Dourado da Luz nasceu em 5 de julho de 1925.