De volta após saída polêmica, Dankler se defende e espera ajudar o Vitória a se reerguer

Dankler fez seu primeiro jogo na partida da última quarta-feira, quando o Rubro-Negro foi derrotado pelo Juazeirense, pelo Campeonato Baiano. Neste sábado, o zagueiro deve ser titular no jogo de estreia do Leão pela Copa do Nordeste, contra o Santa Cruz, no Barradão.

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Na primeira passagem pelo Vitória, entre 2010 e 2012, Dankler entrou em campo 25 vezes. Agora, confia no elenco e no técnico João Burse.

Em 2012, o jovem zagueiro teve uma saída cheia de polêmicas e desavenças com a diretoria. Ele chegou a ser acusado de ter acionado o clube na Justiça; depois disso, ficou quase um ano sem entrar em campo. O atleta, além de criticado pelas atuações, foi chamado de mercenário na época em que vieram propostas de transferência para outros clubes.

Dankler disse ter recebido ofertas do Grêmio, Botafogo, Corinthians, Bayer Leverkusen (Alemanha), Real Sociedad (Espanha) e Sporting (Portugal). Antes de assinar um pré-contrato com o Botafogo, o zagueiro contou que tentou negociar com o Vitória, porém jogador e clube não chegaram a um acordo.

– Nunca coloquei o Vitória na Justiça. Na época, abri mão de R$ 30 mil para permanecer aqui. Meu filho tinha terminado de nascer, estava com minha família. Epifânio [diretor da base] fez de tudo para que eu ficasse. A gente tentou negociar, mas não chegamos a um acordo. Lembro que antes de assinar, liguei para ele e disse que o pré-contrato [do Botafogo] tinha chegado. Isso eu já estava afastado. Ele falou que ia tentar conversar com o clube e disse que não dependia dele. Depois falou que o pessoal [do Vitória] não ia pagar o valor.

Na época, o jovem atleta, então com 20 anos, foi acusado de mentir para tentar aumentar o valor do contrato com o Rubro-Negro.

Depois de ficar um ano parado, Dankler seguiu sua carreira pelo Botafogo, onde ajudou o time a conquistar uma vaga na Libertadores de 2014. Além do time carioca, passou por Joinville, Estoril Praia e Vitória FC, de Portugal; Lens, da França; Vissel Kobe e Cerezo Osaka, do Japão; e, por último, Al-Ahli Jeddah, da Arábia Saudita, onde disputou 25 jogos e fez um gol.

– Arábia foi o lugar mais difícil realmente. Difícil de entender a língua deles, mas a gente consegue se virar um pouco no inglês e tinha tradutor para poder facilitar, mas gostei do pessoal, sempre bem receptivos. Torcedor é como aqui no Brasil, eles vão ao estádio, cobram muito. Você sente realmente aquele clima de futebol brasileiro, e vai crescer cada vez mais. Cristiano Ronaldo indo para lá, outros atletas de nome, Talica, entre outros, futebol árabe está evoluindo.

A ida ao exterior o fez jogar ao lado de grandes jogadores do futebol mundial, como o meia Iniesta e o atacante David Villa, campeões do mundo pela seleção espanhola, em 2010.

– Como jogador a experiência mesmo, jogar ao lado de atletas campeões mundiais, como o Iniesta, o Lukas Podolski, David Villa, realmente foi de suma importância para o meu crescimento.

Vale lembrar que o Vitória ainda não venceu em três rodadas do Campeonato Baiano, um início pior que nas quatro temporadas anteriores, quando não passou da primeira fase. Neste sábado, porém, a equipe vira a chave para estrear na fase de grupos da Copa do Nordeste, contra o Santa Cruz, às 17h30 (de Brasília), no Barradão.

Em seu retorno ao Rubro-Negro, onze anos depois, o defensor espera deixar o passado para trás e fazer história. O principal objetivo, claro, é o acesso para a Série A do Brasileirão.

– É um local onde você sente prazer de estar, quer chegar no ambiente de trabalho, pessoas com esse objetivo, torcida na expectativa, criou laço forte neste último ano. Juntos, todos conseguiram esse acesso mágico [para a Série B], quase impossível. Mas quem estava ali dentro, torcedores, sempre acreditaram. E o clube respira isso hoje, ambiente está dessa maneira – disse Dankler.

– Vitória é um clube grande, de expressão, veio passando por dificuldade, mas tem se reerguido voltar para a elite do futebol brasileiro. Jamais será um demérito voltar para o lugar onde tudo começou, voltar para um grande clube, de expressão. Algumas pessoas podem até pensar, mas quando você está num local para viver o propósito que Deus estabeleceu, você vai ter vitórias. Tenho certeza que com toda experiência adquirida nos últimos anos, posso contribuir, ao lado dos meus companheiros, para que o Vitória conquiste os seus objetivos esse ano – complementou.

Deixou de ser tímido, mais experiente
– Dez anos que contribuíram para o meu crescimento, não só no profissional, mas como pessoa, ser humano, e com certeza volto uma outra pessoa, um outro jogador. Com certeza vocês vão ver um jogador muito diferente daquele Dankler de dez anos atrás. E com certeza a timidez, que sempre alguns atletas têm no início, faz parte, mas sou um homem mais maduro hoje, família, um homem de princípios e valores para, é o que eu mais prezo hoje para o crescimento do ser humano em todas as áreas. Vocês vão ver um novo Dankler dentro de campo e, principalmente, fora de campo.

Tradições de outros países
– Referente à minha religião, isso nunca foi problema. Consegui estar em lugares diferentes e pude expressar a minha fé de maneira tranquila, dentro de casa, com meus familiares, e na rua é respeitar a cultura deles. Nunca foi um problema. Mas é bom que através dessas culturas você aprende que as pessoas prezam e valorizam a sua religião e você valoriza a sua também