Contratações, dispensas e crise: gestão de Paulo Carneiro completa 100 dias no Vitória

A última decisão da atual gestão rubro-negra foi tomada nesta segunda-feira. Carlos Amadeu foi anunciado como substituto de Osmar Loss, que havia sido contratado em maio para ocupar o lugar deixado por Cláudio Tencati. Loss comandou a equipe em 10 jogos da Série B: duas vitórias, dois empates e seis derrotas, um aproveitamento de 26%.

Até o momento, a gestão Paulo Carneiro contratou 18 jogadores para o grupo profissional, o que daria um time completo e mais sete reservas no banco. Alguns sequer estrearam, caso do zagueiro Dedé, utilizado somente no time sub-23, e do volante Romisson. Além das chegadas, muitas peças deixaram a Toca do Leão desde abril, enquanto outras foram afastadas e seguem no clube. O zagueiro Edcarlos iniciou a Série B como titular, falhou na derrota para o Botafogo-SP, na primeira rodada, e passou a treinar separado desde então.

Nove atletas deixaram o elenco profissional do Vitória durante os primeiros cem dias de mandato de Paulo Carneiro. O último deles foi o volante Dudu Vieira, que disputou três rodadas da Série B com a camisa rubro-negra, rescindiu há pouco mais de uma semana e acertou com o São Bento. Outro que se despediu foi o atacante Neto Baiano. Maior artilheiro da história do Barradão, ele firmou contrato de produtividade na gestão de Ricardo David, válido até maio, teve o vínculo renovado já na atual gestão, mas não conseguiu emplacar uma boa sequência. Após deixar o clube baiano, o centroavante fechou com o Remo para a disputa da Série C.

Desde que Paulo Carneiro assumiu a presidência, o Vitória vendeu um jogador. O volante Léo Gomes foi negociado com o Athletico, em transação que resultou no recebimento de quantia não divulgada pelo clube, estimada extraoficialmente em R$ 1,5 milhão, e na aquisição de Felipe Gedoz e Zé Ivaldo por empréstimo até o fim da temporada. Além disso, Léo Gomes permanece na Toca do Leão até o fim desta temporada.

O clube também investiu na compra de direitos de apenas um jogador. Para trazer o atacante Jordy Caicedo, que estava no El Nacional, do Equador, o Vitória firmou uma parceira com investidores. O atleta assinou contrato válido por quatro temporadas e, mais uma vez, os valores envolvidos não foram divulgados.

Apesar da intensa movimentação no elenco, o time segue em baixa. O Vitória fechou a 14ª rodada da Série B na penúltima colocação da Série B, com 11 pontos. A equipe está no Z-4 desde maio e amargou a lanterna por quatro rodadas seguidas. No próximo sábado, às 19h (de Brasília), o Rubro-Negro encara o Paraná, no Barradão, na tentativa de sair da zona de rebaixamento.

Eleito no dia 24 de abril, Paulo Carneiro se apresentou na Toca do Leão na manhã seguinte. Assim, o presidente completou 100 dias de gestão no último sábado, data em que o Vitória foi derrotado pelo Brasil de Pelotas por 1 a 0, no Rio Grande do Sul, pela 14ª rodada da Série B.

Além de questões ligadas ao futebol, o dirigente rubro-negro tomou decisões relativas a outros setores. A janela de treinos abertos para a imprensa ocorre atualmente apenas uma vez por semana. O departamento de comunicação teve baixas e sofreu com problemas no início da gestão, o que resultou em críticas de torcedores. Desde o princípio, Paulo Carneiro adotou o tom personalista e utilizou as redes sociais para divulgar informações que antes eram repassadas pelo perfil oficial do clube, como foi o caso da demissão de Osmar Loss.

O presidente é hoje o principal responsável por conduzir as negociações de atletas e outros profissionais do departamento de futebol, como se unisse as funções de diretor do setor.

Abordada durante a campanha, a negociação para mandar jogos na Arena Fonte Nova ainda não teve um desfecho. No início de julho, Paulo Carneiro tratava o tem com otimismo. Hoje, contudo, o dirigente reclama da lentidão nas tratativas e acusa o Governo do Estado de privilegiar o Bahia, que atua no estádio desde a sua reinauguração, em 2013.

A crise financeira, instalada na Toca do Leão na última temporada, ainda não foi estancada. Os atrasos salariais ocorrem entre jogadores e funcionários. Demitido em maio, o técnico Cláudio Tencati não assinou a rescisão contratual por não entrar em acordo sobre questões financeiras. Ele processa o Rubro-Negro na Justiça do Trabalho e reivindica o recebimento de R$ 360 mil. Alguns jogadores que deixaram o clube seguiram o mesmo caminho.