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– O São Paulo é onde eu fui muito feliz, onde eu tive meu primeiro filho. Até hoje meu filho é são-paulino por ver meus vídeos no YouTube pelo São Paulo. Ele se tornou são-paulino, gosta demais do clube e eu particularmente também gosto demais, eu amo o São Paulo por tudo que eu vivi lá, pelo título inédito que eu conquistei. Como você citou, são mais de 160 jogos. Então, para mim, é sempre um privilégio muito grande.

"Mas hoje eu estou defendendo o Vitória, vou jogar contra e espero que eu possa me dar muito bem lá no jogo de domingo", disse o atacante em entrevista exclusive ao Globo Esporte.

É lá no Morumbis que Osvaldo e companhia vão tentar recolocar o Vitória nos trilhos neste segundo turno após o time perder o clássico Ba-Vi e ceder o empate para o Cruzeiro, resultados que quebraram o 100% da equipe na metade final do Campeonato Brasileiro. A partida contra o Tricolor paulista está marcada para as 18h30 deste domingo (horário de Brasília).

Mas isso não abala Osvaldo, que vê o time treinado por Thiago Carpini em crescente e com chances de surpreender em terras paulistas.

– Tirando aquele primeiro tempo do Ba-Vi que a gente foi muito abaixo, eu acho que a gente vem numa crescente, vem jogando muito bem. No último jogo ali escapou por um detalhe a vitória, mas acho que o desempenho tem sido bom dentro de casa e agora é pensar jogo a jogo, não adianta ficar pensando que ainda faltam 15. Acho que o jogo mais importante é o de domingo e a gente vai ciente de que é um duelo complicado, mas que a gente tem totais condições de chegar lá e fazer um grande jogo – analisou o atacante.

Essa partida contra o São Paulo é a primeira das 15 finais que o Vitória tem pela frente na sua busca incessante pela permanência na Série A. Osvaldo, aos 37 anos, poderia pensar em parar ao término da temporada, mas ele busca objetivos muito maiores pelo Rubro-Negro e lembrou até da ascensão que teve com o Fortaleza, entre 2019 e 2021.

Hoje, o time cearense briga por títulos internacionais e é presença frequente na Sul-Americana e Libertadores, e Osvaldo participou dessa reconstrução. O camisa 11 quer pavimentar o mesmo caminho com a camisa do Vitória.

– Tenho lenha para queimar ainda, sou um cara que tive poucas lesões. Enquanto tiver saúde e jogar em alto nível quero performar bem. Estou com 37 anos jogando uma Série A no Vitória, quero manter essa pegada. Falo com Fábio Mota [presidente do clube] que quero jogar uma Libertadores pelo Vitória, ele dá risada. Temos que sonhar, e quem sabe eu possa jogar uma Sul-Americana aqui, como eu fiz no Fortaleza, que hoje incomoda e joga as competições internacionais. Quem sabe eu possa jogar aqui uma Sul-Americana e continuar dando alegrias ao torcedor – projetou.

"Vovô Osvaldo", como é carinhosamente chamado pela torcida do Vitória, ainda não pensa em aposentadoria, mas se tem algo que deixa o jogador com vontade de sair do mundo "nômade" do futebol é a família. Mesmo assim, ele tem esposa e filhos por perto e acompanha a evolução do pequeno Bernardo de perto, que trilha os caminhos do pai e joga nas categorias de base do Leão.

– Ele sonha em ser jogador. Quando eu tinha a idade dele, eu era muito parecido com ele, até o jeito de pegar na bola. Ele tem talento, espero que possa desenvolver bem essas características para que possa realizar o sonho. Sempre tive um sonho de ter um filho para me acompanhar nos jogos, ainda mais com esse desejo também de ser jogador. É muito bom acompanhar ele, ainda mais no Vitória, que é um clube que aprendi a amar e minha família toda gosta. Estamos em casa e espero acompanhar ele por bastante tempo.

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– Hoje ele já entende, mas minha filha mais nova ainda pergunta muito. Essa rotina não é fácil, com muitas viagens. Mas a gente consegue tirar um tempo para estar com a família, eu aproveito muito o tempo com eles nas folgas, busco sempre estar perto e viajar com eles. Minha esposa sempre fala que não vê a hora de eu me aposentar para estar com eles, até porque ela está comigo desde os 16 anos. Essa vida de viagens é muito difícil para ela também, mas graças a Deus conseguimos um tempo para ficar perto deles – completou Osvaldo.

Osvaldo tem a chance de ajudar o Vitória mais uma vez na temporada em busca da tão sonhada Sul-Americana, na tarde deste domingo, contra o São Paulo. Mas a luta do Leão, ao menos por enquanto, é contra o rebaixamento. Atualmente, o Rubro-Negro é o 16º colocado com 22 pontos e perdeu para o clube paulista no primeiro turno por 3 a 1.

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– É um jogo difícil, assim como é em toda a Série A. Mas vamos montar uma estratégia. O professor Carpini também conhece o elenco do São Paulo, então ele pode tentar achar alguns atalhos para que a gente possa jogar bem e conseguir o resultado.

Forma física x quantidade de jogos na temporada
– A gente sabe que o calendário brasileiro não é fácil e esse ano também foi um calendário apertado desde o Campeonato Baiano. Depois já veio a Copa do Nordeste e a Copa do Brasil e aí o brasileiro também chegando. Nosso calendário é complicado, mas eu procuro me cuidar como sempre fiz em toda minha carreira. Sou um cara que me cuido muito, cuido muito bem da minha alimentação, o descanso também é muito importante e eu sou um cara que tive muita poucas lesões na minha carreira, e isso ajuda também. Nunca tive cirurgia nenhuma, então não tenho dores articulares. Isso facilita para que eu esteja sempre apto nos treinamentos e nos jogos.

Cristiano Osvaldo x Vovô do Vitória
– Pois é, cara. Surgiu "Cristiano Osvaldo" justamente lá no São Paulo. O torcedor do São Paulo começou a me apelidar lá em 2012, quando eu tinha feito alguns golaços lá. Então o torcedor acabou chamando “Cristiano Osvaldo”, pegou e até hoje onde eu vou os torcedores do São Paulo me param nos aeroportos falando “Cristiano Osvaldo” como uma forma de carinho mesmo. Chegando aqui no Vitória, por conta da idade um pouco mais experiente, por mais que eu me sinta ainda muito jovem, o torcedor tem me apelidado dessa forma: vovô, principalmente as crianças. Uma forma muito carinhosa. Eu acolhi muito bem isso, já que mostra o carinho que o torcedor tem comigo.

Marcar fora de casa
– A gente quer sempre estar marcando, todos os jogos a gente quer fazer gol, mas nem sempre é possível porque do outro lado existem grandes profissionais. Espero que eu possa ajudar, independente se eu faça gol ou não, e que minha equipe possa sair vitoriosa. Para mim isso vai ser muito importante.