Carpini mostra perfil linha dura e sacode o Vitória por reação: "Não quero atrapalhar vida de ninguém"

Carpini mostra perfil linha

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

"Não aceito fazer as coisas por fazer"

Com pouco mais de um mês no Vitória, o técnico Thiago Carpini já "sacudiu" o clube dentro e fora de campo. Diante do desafio de tirar a equipe da lanterna do Campeonato Brasileiro, o treinador mostrou um perfil "linha dura", com cobranças internas e externas e com mudanças tanto na forma da equipe jogar, como no elenco para a disputa da temporada.

Segue o BAba #173 debate evolução no Vitória sob o comando de Thiago Carpini

As consequências do "choque de gestão" já começaram a aparecer dentro e fora de campo. Após ver o time chegar a uma sequência de seis derrotas seguidas, marca inédita nos últimos 86 anos, Carpini trouxe nova vida ao Vitória e já soma três jogos de invencibilidade, com dois empates e um triunfo, conquistado no último domingo, contra o Internacional.

Primeiro mês de Carpini no Vitória:

  • Vitória 1 x 2 Botafogo – Copa do Brasil;
  • Vitória 0 x 2 Atlético-GO – 7ª rodada do Campeonato Brasileiro;
  • Cuiabá 0 x 0 Vitória – 2ª rodada do Campeonato Brasileiro;
  • Juventude 1 x 1 Vitória – 8ª rodada do Campeonato Brasileiro;
  • Vitória 2 x 1 Internacional – 9ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Nos últimos dias, Carpini também abalou os bastidores ao confirmar as saídas de Mateus Gonçalves por "ajustes no ambiente", de Léo Gamalho, por não atender às suas características de jogo, e até deixou claro um descontentamento com a postura extracampo do volante Dudu.

Porém, em entrevista ao Globo Esporte BA e ge na última terça-feira, ele afirmou que Dudu está nos planos do Vitória e explicou o seu estilo de trabalho com os atletas.

O Vitória não se adapta ao Dudu, mas o Dudu se adapta ao Vitória (…) O Dudu está nos planos. Como atleta não tenho o que falar, já provou o seu valor e ajudou o Vitória”.
— Thiago Carpini

– Nem é a questão [de ser] "sincerão", é tratar as coisas com transparência. Tenho 30 atletas, indivíduos diferentes, que pensam diferente. Todos acham que têm que jogar. Mas tomo as decisões. Só que precisamos de todos, campeonato longo, todo mundo vai ter oportunidade. Acredito que a seleção é natural, cada um ocupa seu espaço à medida que as chances aparecerem.

– Penso futebol de uma maneira. Sem a bola precisa ser comprometido e solidário. Isso não abro mão. Dá para todos fazerem, são essas melhoras que cobro. Crio estímulos para que eles melhorem, eles mesmos para a carreira e para o que a gente acredita para o Vitória – completou.

Thiago Carpini, do Vitória, em entrevista ao ge — Foto: Rafael Carmo

Lado "doce"

Mas não só de bronca nos treinos vive Thiago Carpini. Apegado à família e amante de restaurantes, o treinador deixou de lado boa parte dos momentos de lazer para se dedicar completamente ao Vitória. Acompanhado por esposa e filhos em Salvador, Carpini ainda não teve tempo de aproveitar o que a capital baiana tem a oferecer.

– Ainda não consegui ir à praia, descansar com as crianças, pegar um domingo de folga. Não tivemos essa oportunidade no calendário. Isso não é prioridade. Não é para isso que a gente está aqui. Claro, se a gente puder ter o dia de folga, descansar a cabeça e desfrutar um pouco de Salvador, que é fantástica. Mas sou mais tranquilo.

"[Sou] um cara tranquilo, que gosta dos momentos de tranquilidade, estar com família, esposa, filhos. Vivo muito o que faço. Sou apaixonado pelo que faço".

Thiago Carpini e esposa Karen — Foto: Alex Cardim

O comandante do Rubro-Negro também tem seu lado estudioso, que o acompanha 24 horas por dia. Antes de chegar à Toca do Leão para esta entrevista, durante a manhã da última terça-feira, Carpini assistia à última partida do Atlético-MG, próximo adversário do Vitória.

– A gente precisa se sacrificar um pouco pelos nossos. Eles estão dispostos a isso, minha esposa me apoiando. Eles estão sempre aqui, a cada uma semana, 10 dias. Férias de julho estaremos juntos. Período de aprendizado de ficar sozinho, sem eles. No momento em que estamos trabalhando, isso é bom, porque me dedico 200% ao Vitória, ao projeto, ao que estamos vivendo. Mas quando estou em casa, faz falta. Pagamos um preço ao estar longe deles. Mas é um preço que tem que valer fazer a pena. Estou disposto a pagar o preço, fazer esse sacrifício pelo Vitória, pelo momento, causa e oportunidade.

Em 2023, EE mostrou bastidores do trabalho de Thiago Carpini no Água Santa

Novos ares

A dedicação tem dado resultado no Vitória. O time melhorou o desempenho nos últimos jogos e, contra o Internacional, encerrou um jejum de 11 jogos sem vencer. Este, inclusive, foi o primeiro triunfo de Carpini como técnico na Série A do Campeonato Brasileiro.

Em campo, o treinador de 39 anos mexeu na estrutura da equipe rubro-negra, já que priorizou a organização defensiva com um sistema com três volantes, e começa a colher os primeiros resultados. Ele também deu oportunidades e recuperou a confiança de alguns atletas, como é o caso de Luan Santos e Lucas Esteves.

  • Aproveitamento do Vitória na Série A antes de Carpini: 6,6% em cinco jogos.
  • Aproveitamento do Vitória na Série A com Carpini: 41,6% em quatro jogos.

– Trabalho é altíssimo nível de intensidade, concentração e comprometimento. Eu falo para eles que apesar da gente ter idade parecida, eu teria feito muitas coisas diferentes na carreira. Teria aproveitado cada oportunidade para treinar. Não aceito fazer as coisas por fazer. A alegria, o ambiente, eu sinto e tomo café com eles. No dia que a gente vencer vou estar por perto, comemorar. Só que existe uma hierarquia. Na hora que começa o trabalho, tem que ter alegria e responsabilidade. Hora de fechar a cara e trabalhar. É hora de melhorar, evoluir e competir. O que a gente faz no dia a dia leva para o jogo. Passando pela vida dos atletas e eu conseguindo contribuir, eu fiz o meu papel. Acabou o treino, acabou. Não dá pra fazer de qualquer jeito.

"Eu vejo um Vitória mais sólido, mais consistente defensivamente e mais vibrante", avaliou Carpini.

Thiago Carpini, do Vitória, em entrevista ao ge — Foto: Rafael Carmo

Mas o trabalho é longo para o Vitória, na lanterna da Série A, com seis pontos, um a menos que o Corinthians, primeiro fora da zona de rebaixamento. Apesar de feliz com a reação do time rubro-negro, Carpini planejava uma pontuação melhor neste momento do Brasileiro.

– A gente sonha. Eu queria que o Vitória tivesse classificado na Copa do Brasil. Mas sabemos que não é dessa maneira. Tem adaptação, limitações. Gostaria de ter pontuado mais nos quatro jogos do Brasileiro. Foi um pouco melhor, mas precisa ser melhor. Imaginava que a gente pudesse dar resposta mais positiva para o torcedor. Quando a gente vê a evolução, a gente está construindo. A gente precisa seguir essa linha de posição – conclui.

Veja outros trechos da entrevista exclusiva com Carpini:

Você projeta mais saídas para o Vitória? Acha que o clube precisa de uma reformulação maior?
Olha, não sou eu que projeto as saídas. A gente cria o que a gente imagina em relação a jogo, e alguns atletas ficam sem espaços, ficam mais incomodados porque querem jogar e buscam outras oportunidades. Zeca não foi saída que pedi, Zapata não foi decisão minha. Mateus [Gonçalves] e Léo [Gamalho] eu participei porque vinham um pouco mais no final, menos características de jogo do que eu penso. Só isso, nada mais. Atletas muito profissionais. E a diretoria tinha uma opinião pré-estabelecida sobre esses atletas.

– A gente ficou com um grupo mais enxuto. Abrimos oportunidades para que esses garotos possam vir e ter oportunidade de jogar em algum momento, assim que conquistarem esse merecimento. E ainda tem as oportunidades que o mercado possa oferecer. A gente pode ter proposta do Dudu, houve sondagem, vi em redes sociais, mas não é função minha. E outros atletas possam ter oportunidades. Wagner Leonardo, por exemplo, é muito cobiçado no mercado, outros tantos. A gente quer recuperar atletas e fortalecer nosso elenco, grupo entende isso. Temos nossos objetivos, sonhos, bem traçados no vestiário.

Tem mais reforços chegando na Toca do Leão? Dá pra dizer alguns nomes?
– Não, não dá. Estou feliz com que os atletas têm evoluído. Sabemos que precisamos de posições pontuais para elevar o nosso nível. Sabemos que na janela está todo mundo atento e contratando. Não dá para entrar em leilão e fazer loucura. É ajustar algumas coisas que não deram certo, que é natural. Temos avaliado muitos nomes. Alguns, sim, outros não. Na dúvida, preferimos que seja não. Não tem nada encaminhado. A gente está atento e olhando com calma. O grupo está nos dando calma, conforme os resultados estão acontecendo.

Como você quer que o Vitória se comporte nesta próxima janela de transferências?
– Do meu ponto de vista, encontrar boas oportunidades com calma. Não adianta, no desespero, fazer por fazer. Temos que elevar o nosso nível. Temos um bom nível de atletas, estou satisfeito. Lógico, com muitas coisas a melhorar individualmente e coletivamente. E trazer só pela oportunidade de mercado e não subir o nosso sarrafo não adianta. Vamos ser muito pontuais nas posições e características de jogo do Vitória. Hoje a gente vê o clube que coloca a bola em disputa, não tem tanta bola longa em transição. Temos um jogo mais construído, de pé em pé. O exemplo foi o gol que fizemos contra o Juventude, o gol anulado do Alerrandro contra Internacional. A gente vê trabalho. Não é gol por acaso.

Qual maior dificuldade o Vitória vai enfrentar contra o Atlético-MG? Acha que o Galo chega mais enfraquecido após as expulsões contra o Palmeiras?
– Hulk e Paulinho são atletas fora da curva. Mas eles têm Zaracho, Scarpa…Esse não é o problema do Atlético-MG. É um time que vem com energia grande para retomar o caminho das vitórias. Não é uma equipe acostumada a tomar 4 a 0 em casa. Temos nossa energia. A responsabilidade é toda do Atlético-MG, que briga por Libertadores, título, um dos maiores investimentos da Série A. Desde 2008 na Série A. Estamos retornando para a Série A, o nosso campeonato é outro. Mas o bom momento do Vitória, a performance nos últimos jogos, nos credenciam a fazer um bom jogo. É isso que digo para os atletas. Esperamos jogo difícil, Atlético-MG tem muita capacidade e o 4 a 0 de ontem é atípico. Jogo difícil.

Como foi essa sua experiência na Europa antes de chegar ao Vitória?
– Eu fui acompanhar os jogos da Champions [League] e passear com a família. A gente nunca tem essa oportunidade, ainda mais em meio de temporada. Assisti à semifinal de Paris e Borussia, depois assisti Bayern e Real Madrid. Tive a oportunidade de ir em dois, três treinos e acompanhar o trabalho do Ancelotti. Fui até Valladolid também, onde também tive a oportunidade de ir em 2021. O projeto do Ronaldo é bem interessante, pude acompanhar um jogo da LaLiga nessa fase final da Segunda Divisão. Aproveitei para passear e descansar, mas a gente nunca desliga do futebol. Ver alguns jogos desse nível é importante, uma realidade totalmente diferente, mas sempre tem coisas a mais para agregar e acrescentar. O networking e a conversa, a gente não inibe o nosso sonho. Sempre atento a tudo que está acontecendo e enxergar sempre coisas boas, coisas que a gente acredita ou não para trazer para nossa realidade, adaptar a nossa realidade.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2024/06/19/carpini-mostra-perfil-linha-dura-e-sacode-o-vitoria-por-reacao-nao-quero-atrapalhar-vida-de-ninguem.ghtml


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