Carpini explica estratégia do Vitória no clássico e critica árbitro por expulsão: "Tendencioso"

Carpini explica estratégia Vitória

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Depois de um começo empolgante no segundo turno, o Vitória sofreu seu primeiro tropeço na metade final do Brasileiro ao perder para o Bahia por 2 a 0, na tarde deste domingo, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova, pela 22ª rodada. Um dos momentos do clássico que mais chamaram a atenção foi a expulsão relâmpago do técnico Thiago Carpini, no início do segundo tempo [assista abaixo aos melhores momentos do jogo]

Bahia 2 x 0 Vitória | Melhores momentos | 22ª rodada do Brasileirão 2024

Em entrevista coletiva após o confronto, o técnico rotulou como "desnecessários" os dois cartões amarelos que recebeu em sequência e descreveu a postura do árbitro Bráulio da Silva Machado no momento da advertência.

– Eu achei totalmente desnecessário. Ele veio com uma vontade muito grande me dar o cartão, com muita energia, não entendi. Não falei com a arbitragem em momento algum. Sem dúvida para o próximo jogo impacta. Mas temos uma comissão competente e capacitada. Vamos nos preparar bem durante a semana – desabafou o treinador.

Eu vejo Campeonato Brasileiro, Série A e Série B, todos os jogos. O próprio Rogério hoje estava quase dentro do campo, e eu também faço isso. Mas achei muito tendencioso ele dar o vermelho porque eu estava fora da área técnica”.
— Thiago Carpini

Erro nos detalhes

Carpini foi expulso aos sete minutos do segundo tempo, justamente no momento em que o Vitória buscava recuperação e crescia no jogo após sofrer gol ainda no início do primeiro tempo, que colocou o Bahia na frente do marcador.

Enquanto o Tricolor contou com a sorte no momento do gol após desvio em Wagner Leonardo que tirou as chances de defesa de Lucas Arcanjo, o Rubro-Negro desperdiçou chances claras no segundo tempo, a principal foi a finalização na trave de Zé Hugo. Diante desse cenário, Thiago Carpini não hesitou em sinalizar que os principais erros do Vitória foram nos detalhes.

– Precisamos corrigir, é uma oportunidade para procurar melhorar, evoluir. Temos que ter mais atenção, a gente sabia que o começo da partida seria muito intenso. O gol sai rápido, uma bola desviada. Não teve uma pressão do Bahia, não teve uma superioridade ofensiva notória. O que eu levo para o jogo do Cruzeiro é o jogo do Cuiabá, do Palmeiras, do Flamengo, jogos que fizemos bem. Os detalhes fazem diferença, algumas vezes à favor, outras vezes contra. Temos seis pontos em três jogos no segundo turno. No primeiro turno foi um ponto em sete jogos. Estamos pagando um débito do passado – alertou.

Thiago Carpini foi apresentado no Vitória — Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Vitória sem Matheusinho

O detalhe que talvez tenha pesado mais para o Vitória na tarde deste domingo foi a ausência do meia Matheusinho, peça importante do time nesta temporada e que havia participado de forma ativa em todos os Ba-Vis do ano. Carpini, no entanto, tentou amenizar a falta do camisa 30 e não atribuiu a derrota ao desfalque do atleta.

Eu não acho justo atrelar o resultado a participação ou não de determinado atleta. Lógico que o Matheusinho faz falta, nós não temos no elenco alguém com a mesma característica com ele. Mas não acredito que a derrota foi pela ausência de Matheusinho. No primeiro tempo praticamente não houve lance de gols para as equipes, eles fizeram em uma bola desviada. No segundo tempo fomos melhores, faltou mais efetividade. Então mediante a ausência de Matheusinho também aconteceram coisas boas para a gente analisar. Outros jogadores vão ficar fora, vão fazer falta, e temos que encontrar dentro do elenco as respostas. Não vou atrelar a derrota de hoje ao Matheusinho.

Uma saída para contornar essa baixa foi a escalação de Filipe Machado pelo meio e três atacantes lá na frente, com Osvaldo na função de Matheusinho em determinados momentos do jogo. O técnico avaliou as alternativas e explicou a escalação de Machado pela primeira vez entre os titulares do Vitória.

– Tentei ter mais consistência no meio, Machado é um cara de muita competitividade. Eu entendo que o meio de campo é o setor do campo onde o Bahia tenta fazer superioridade numérica. A gente tentou neutralizar isso no primeiro tempo, tentou ter um pouco mais a bola. Acho que isso não aconteceu, principalmente nos primeiros minutos. Depois o jogo equilibrou, mas aí já estávamos atrás do placar. No segundo tempo fomos melhores.

Machado e Cauly no Ba-Vi — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

A palavra da vez no Vitória é "virada de chave". Depois de perder o Ba-Vi e ver a invencibilidade no segundo turno quebrada, os comandados de Thiago Carpini vão em busca da recuperação na próxima segunda-feira (19/08) contra o Cruzeiro, no Barradão, sem a presença do técnico à beira do campo.

– Priorizar o jogo a jogo. O mais importante é o próximo. Aqui já ficou para trás. Vamos tentar seguir pontuando no returno. É mais uma rodada que a gente fica fora da zona. Isso traz uma sensação boa, mas o mais importante é estar fora na 38ª rodada. Pode ser que a gente ainda volte para a zona de rebaixamento, vamos trabalhar para isso não acontecer. Agora vamos buscar o resultado dentro de casa, um jogo muito difícil contra um adversário que briga na parte de cima da tabela (Cruzeiro).

Thiago Carpini em treino do Vitória — Foto: Victor Ferreira / EC Vitória

Veja outros trechos da entrevista coletiva de Thiago Carpini:

Expulsão
– A gente tem que perguntar isso para o Bráulio, porque nem eu entendi. Foi um lance de falta para o Vitória, a bola pegou na mão e ele estava com visão não tão privilegiada, o assistente estava melhor. E eu fui falar com o assistente, quando virei ele já estava com o cartão amarelo. Eu não faltei com respeito. No próximo lance, eu estava conversando com os atletas para fazer a substituição, ele veio me perguntar quem ia sair, eu falei para ele e disse que antes tinha só ido falar que foi falta. Aí ele voltou e me deu outro amarelo dizendo que eu estava fora da área técnica. Eu vejo Campeonato Brasileiro, Série A e Série B, todos os jogos. O próprio Rogério hoje estava quase dentro do campo, e eu também faço isso. Mas achei muito tendencioso ele dar o vermelho porque eu estava fora da área técnica. O segundo gol foi falta no Carlos Eduardo, e o mínimo que ele tinha que fazer era checar o VAR, porque foi mão.

O jogo
– Um clássico né?! Jogo de poucas oportunidades decidido no detalhes. Nós tivemos três finalizações. O Bahia fez o gol e não finalizou mais. É a minha análise. Clássicos são poucas chances para os dois lados. Se o Bahia neutralizou o ataque do Vitória, então o Vitória também neutralizou o ataque do Bahia.

Lawan e Pablo
– Pablo vem treinando bem, merecia já uma oportunidade. Ele entrou para nos ajudar, não conseguiu tanto porque se sacrificou em uma função que não é a dele. Eu tinha um débito com ele, de dar uma chance, é um cara que trabalha muito. O Lawan a cada oportunidade eu tenho a mesma opinião que você, claro que tem muitos ajustes, coisas para corrigir, e nesse processo a gente não consegue dar a atenção devida, porque tem sempre a necessidade de vencer, de salvar o ano do Vitória. Mas a gente tenta dar atenção, a cada oportunidade que ele tem, a entrega não falta. Ele compete, luta, vai ter mais minutos no futuro.

Machado
– Eu acredito que vai ser uma linha natural, o Felipe vem bem, melhorando, evoluindo com os companheiros. As semanas abertas têm sido especiais para nós. Conseguimos controlar o descanso, aumentar o volume de trabalho. A tendência é que com o tempo ele vá ocupando seu espaço. É a seleção natural. A cada oportunidade ele vai se aproximando da condição de titular.

Ideia de jogo
– A gente quer manter o equilíbrio. Independente das circunstâncias da partida, começando atrás ou na frente, com gol rápido ou não, temos que manter a organização. É um jogo de Série A, de detalhes, é o mínimo que temos que fazer. A organização coletiva é algo que a gente trabalha muito e procura não abrir mão. Isso nos deixa mais perto de fazer as coisas acontecerem.

Pênalti não marcado
– Não vai mudar o que eu acho, mas na minha opinião, foi mão. No mínimo ele poderia olhar o VAR. Ele ia ver que não é o jogador do Vitória que resvala na própria mão. É um corte de cabeça do adversário e resvala na mão do adversário. Já vi muitos pênaltis marcados assim no Campeonato Brasileiro, a gente assiste aos jogos todos os dias. Acho que valeria uma checagem. Se ele fosse ao VAR, ele iria constatar que, na minha opinião, foi mão, foi pênalti.

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Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/2024/08/11/carpini-explica-estrategia-do-vitoria-no-classico-e-critica-arbitro-por-expulsao-tendencioso.ghtml


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