Após primeiro gol no ano, Tréllez diz que vai melhorar no Vitória: "As coisas vão fluir muito melhor"

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Após marcar pela primeira vez na temporada, o atacante está aliviado para ter uma melhor sequência a partir de agora. A chance já começa neste domingo, contra o Paysandu, no Barradão, pela 15ª rodada. Em entrevista exclusiva ao ge, o colombiano mostrou que está confiante.

– Estou muito mais aliviado, estava precisando. Tinha bastante tempo que eu estava me cobrando pela falta de gol. Tinha jogos em que eu entrava bem, mas, em outros, eu não entrava tão bem. Então acho que pela mesma cobrança de já entrar pensando: tenho que fazer gol. Às vezes, o atacante entra nessa ansiedade, e é difícil de controlar. Por mais que já tenha um pouco de experiência com isso, mas agora que saiu o gol, saiu um peso de mim e, logicamente, sei que as coisas vão fluir muito melhor – diz.

Após a segunda vitória consecutiva do Rubro-Negro, as chances de classificação aumentaram. A cinco rodadas do final da primeira fase, Tréllez fala que o elenco está mais confiante para colocar o Vitória entre os oito melhores da competição.

– A energia muda no dia a dia, ajuda muito. A gente vinha de uma semana difícil, quando a gente não conseguia ganhar aqui dentro e também como visitante. A gente vem com três semanas de trabalho muito boas: conseguimos o primeiro empate fora de casa, ganhamos aqui em casa, agora essa semana de trabalho com a vitória sobre o São José é muito bom, muito tranquilo. Porque, com a vitória, todo mundo consegue trabalhar bem, a cabeça está tranquila. Logicamente, a gente sabe que tem muita coisa para evoluir, muitas coisas para dar. Mas trabalhar ganhando é muito mais fácil. É mais fácil para o treinador, para nós jogadores também. O astral está totalmente diferente, agora que as coisas dentro do campo estão indo bem. E a gente sabe que tem que ganhar dentro de casa o próximo jogo, porque os jogos que faltam são finais para nós. A gente sabe que ainda não está classificado, a gente precisa entrar no G-8 e a gente sabe que vai conseguir, e para conseguir, temos que ganhar próximo domingo, em casa.

O Vitória recebe o Paysandu às 16h deste domingo (horário de Brasília), no Estádio Barradão, pela 15ª rodada da Série C. Os ingressos para o jogo estão à venda; o clube até fez promoção para o setor das cadeiras.

– Domingo acho que vai estar lotado, aquele caldeirão que a gente gosta. Tomara que a torcida venha domingo nos apoiar, nos servir, porque a gente sabe que, nessa fase, que a gente vai começar, nos jogos finais, vai ser muito importante o apoio deles. Quando a gente vier jogar aqui em casa, que o estádio fique lotado. Para o jogador não tem coisa melhor que jogar com o estádio lotado. Essa ansiedade boa que dá antes do jogo quando você vem no caminho ao estádio você pensa: será que está cheio? Como é que está o ambiente? Acho que é bem legal, isso é uma das coisas legais do futebol, o ambiente do estádio. Esperamos que domingo a torcida venha nos apoiar porque a gente vai fazer de tudo para dar uma alegria para eles e que eles confiem em nós, porque a gente vai conseguir subir.

Contratado para liderar o ataque rubro-negro em 2022, Santiago Tréllez, 32 anos, chegou com o status de atacante experiente e com boas lembranças de sua primeira passagem pelo Vitória. Em 2017, o colombiano marcou dez gols em 23 jogos pelo time baiano e foi importante para salvar o clube do rebaixamento.

Neste ano, porém, as coisas não funcionaram da melhor maneira. Tréllez participou apenas de 13 dos 27 jogos do Vitória na temporada e tem um gol marcado.

– Eu sei que eles estavam confiando que eu viria desse jeito, eu também. Também não é segredo que, no ano passado, eu não tive muita competência, então o jogador fica um pouco sem ritmo e é difícil, precisa de um pouco de tempo para pegar. Neste ano, também não consegui jogar quatro, cinco jogos com sequência para pegar um ritmo. Mas acho que são coisas que vão acontecendo, eu sei que, com o gol, me alivia. Eu vou entrar em campo muito mais tranquilo, muito mais confiante de que as coisas vão seguir do mesmo jeito. E espero que domingo agora o grupo faça um bom jogo e tomara que eu possa fazer gol de novo.

Agora, se o Vitória tem cinco jogos até o final da Série C para se garantir na próxima fase, Tréllez pode mudar o cenário e transformar uma temporada quase perdida em um momento de reação na carreira.

O atacante não brilhou por São Paulo, Internacional e Sport, após o bom rendimento em 2017, pelo Vitória.

– Eu acho que meu primeiro ano no São Paulo foi muito bom, mas houve muita troca de treinador. Então o treinador que me levou para o São Paulo acabou saindo. Eu acho que tive mais de seis treinadores, então é bastante. Cada treinador tem um estilo de jogo diferente, gosta de um jogador "assim, assado". No Inter, eu tive uma lesão que me tirou três meses do gramado; quando eu voltei, foi difícil pegar ritmo de novo. No Sport, eu cheguei com o Jair Ventura, que foi o treinador que me levou, comecei jogando bem, faltava fazer gol, mas estava jogando bem. Aí ele saiu, e de novo, tive quatro ou cinco treinadores no Sport. Na Colômbia, também acontece muito isso. Então, às vezes é difícil. É uma desculpa, mas isso acontece. É difícil se firmar quando tem essas trocas de treinador, você para de jogar três, quatro jogos seguidos, e passa a jogar 10, 15 minutos. Por isso que tomei a decisão de voltar para cá. Sei que a gente vai conseguir subir o clube e espero colocar minha carreira num patamar que sei que posso colocar e também colocar onde o Vitória merece estar.

Uma das vontades de Tréllez é ajudar o Vitória a subir para a Segunda Divisão. Se tiver sucesso nesta missão, o atacante colombiano pode garantir um novo contrato com o clube. Se depender de sua vontade, a renovação é garantida. O vínculo do atleta com o Rubro-Negro vai até outubro.

– É o que eu mais quero, lógico. Salvador é como minha segunda casa. Desde a primeira vez me senti muito bem acolhido, agora também. O que eu mais quero é subir com o Vitória e gostaria de jogar a Série B com o Vitória e conseguir o acesso para a Série A ano que vem também.

O que te fez acreditar no projeto do Vitória?
– Logicamente que não tem comparação. Em 2017, quando eu cheguei, o clube era Série A. É outro patamar, é outro orçamento, são outras coisas financeiramente falando dentro do clube. O que me motivou a voltar aqui foi o que eu fiz em 2017 e 2018, que foi muito bom para minha carreira, o carinho que eu tenho aqui dentro do clube e na cidade, para mim isso foi muito importante. E eu precisava também voltar a jogar, voltar a ter sequência, conseguir novamente colocar minha carreira num patamar muito bom e eu acreditei no projeto porque falei com o pessoal que estava aqui na direção, pesquisei com jogadores, com pessoas próximas ao clube. Eles me falaram que o presidente e o grupo de trabalho dele estavam fazendo as coisas bem feitas. Então, por isso não duvidei para vir. Posso falar que mesmo estando na Série C, o clube está sendo bem direcionado. O pessoal que está aqui dentro está querendo fazer as coisas, tanto que eu acho difícil para um clube da Série C manter essa estrutura. Eles estão querendo fazer outras obras mesmo na Série C, por exemplo, compraram vários equipamentos para fisiologia, para os fisioterapeutas poderem fazer uma recuperação melhor, de clube de Série A. Então, isso mostra a vontade que eles têm. A gente sabe que o Vitória está passando por um mau momento na Série C, mas todo mundo sabe também que não é o lugar do Vitória ficar na Série C. Então, a gente está fazendo tudo, tanto a direção como nós em campo, para tirar esse ano o clube da Série C e a gente sabe que temos que conseguir isso.

Acolhimento na Bahia
– Uma das coisa que me fez voltar agora foi isso. Desde o primeiro momento que cheguei aqui, em 2017, as pessoas de Salvador me acolheram muito bem, o pessoal do estado. Então, eu sou feliz aqui. Acho que isso é muito importante para você se desenvolver bem no seu trabalho. Por exemplo, quando as coisas no campo não estavam saindo do jeito que eu queria, que era jogar mais, fazer gols, mas fora daqui, com minha família, não tinha nenhuma queixa. E agora que as coisas vão começar a andar, tirei o peso do gol que eu estava precisando muito mesmo, mas que estava trabalhando para isso. Espero que as coisas só melhorem daqui para frente.

Concentração com Rafinha
– Eu concentro aqui no Barradão com ele. Vai ter gol e vai ter dancinha dos dois. Vamos combinar ainda. Domingo eu fiz a dancinha sozinho porque ninguém sabia, agora vamos combinar para domingo. É salsa colombiana, mas vou ter que ensinar Rafinha, porque ele é meio duro para dançar. Tenho vários dias aí para praticar com ele.

Gírias baianas
– Tem vários. Oxe, retado, esqueci agora. Mas eu sempre fico zoando os moleques porque eu quero falar como eles. Oxente, esse também, são bem legais.