Afastado, Paulo Carneiro diz que foi vítima de golpe: "O Vitória está à beira de um grande colapso"

Afastado Paulo Carneiro vítima

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

Afastado da presidência do Vitória desde o início de setembro, Paulo Carneiro está próximo de completar 60 dias fora das suas funções no clube. A suspensão vai perdurar por, ao menos, mais 60 dias, já que o Conselho Deliberativo decidiu prorrogar a medida em reunião realizada na última terça-feira. Nesta sexta, o gestor concedeu entrevista ao ge e à TV Bahia pela primeira vez para falar sobre o assunto.

A suspensão de Paulo Carneiro acontece por conta da aprovação de um parecer do Conselho de Ética do Vitória, que solicitou o afastamento do gestor para que possíveis irregularidades sejam melhor apuradas. São elas:

  • Ausência de um contrato entre o clube e a empresa Magnum, que recebeu R$ 3.586.068,00 do Vitória;
  • Adiantamento de remunerações feito por Paulo Carneiro, presidente do Conselho Diretor, durante a pandemia.

1 de 3 Paulo Carneiro se defende de acusações — Foto: Reprodução

Paulo Carneiro se defende de acusações — Foto: Reprodução

Em sua defesa, Paulo Carneiro afirmou que as contas da sua gestão foram aprovadas com ressalvas em 2019 e questionou o motivo de as denúncias não surgirem no primeiro ano do seu mandato, já que o presidente do Conselho Fiscal, Jailson Reis, e o presidente do Conselho Delibrativo, Fábio Mota, também estavam no clube.

– Essas denúncias vazias foram levadas a uma reunião do Conselho Deliberativo, onde havia já uma animosidade plantada contra nós, por conta de resultados esportivos, que nada têm a ver com a minha autonomia nem a minha legitimidade – continuou.

Com o afastamento de Paulo Carneiro, Luiz Henrique Viana foi alçado a presidente em exercício do Vitória. Contudo, como Viana solicitou licença para tratar a saúde, o presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota, assumiu como interino. Em entrevista ao Segue o BAba (ouça acima), Mota afirmou que não tinha interesse no cargo, mas aceitou em razão da necessidade do clube.

Paulo Carneiro afirma que foi vítima de um golpe político no Vitória e atribuiu a responsabilidade do "desastre administrativo" do clube a Fábio Mota. Os dois integraram a mesma chapa na eleição de 2019, mas romperam ao longo do período da gestão Paulo Carneiro.

– Ou seja, hoje o presidente do Conselho e o seu Conselho estão reduzindo o mandato do presidente eleito por uma questão política, absurda, de denúncias vazias. Eles não contavam com o afastamento do vice-presidente. Eles imaginavam que o vice-presidente iria continuar participando de toda essa situação. O vice-presidente cansou. Não conversei com ele e nem quero conversar para deixá-lo à vontade. Ele se afastou alegando motivos pessoais. Os senhores tirem suas conclusões. Surgindo a figura do nosso presidente do Conselho Deliberativo, um dos grandes causadores de toda essa crise do Vitória, a partir de nossa saída no dia 2 de setembro, quando o clube estava administrado, governado, equilibrado, com salários dos atletas em dia, com salário dos funcionários em dia e seis partidas invictas no início do segundo turno. Portanto, cabe a esses algozes, a esses golpistas, a responsabilidade por esse desastre administrativo e institucional que está acontecendo na vida do clube, hoje comandada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota – afirma.

Na entrevista, Paulo Carneiro deu mais detalhes das denúncias feitas sobre a sua gestão, analisou o que deu errado no futebol, a negociação entre Pedrinho, Pablo Siles e Athletico, disse temer pelo futuro do clube, dentre outros temas.

ge: o senhor foi afastado da presidência do Vitória no início de setembro. Como avaliou essa decisão do Conselho Deliberativo e como tem acompanhado esse processo?

Paulo Carneiro: Primeiro, dizer que eu fui eleito democraticamente pelo voto. Segundo, que estou neste mandato desde o dia 25 de abril de 2019. Durante o ano de 2019, os motivos que ocasionaram meu afastamento não apareceram em 2019. Só apareceram em 2020. Nós tínhamos o mesmo Conselho Deliberativo e o mesmo Conselho Fiscal. Minhas contas foram aprovadas, com recomendação do Conselho Fiscal. Já naquele momento, final de 2019, começaram a acontecer os primeiros problemas, principalmente na reunião do Conselho, que reprovou o relatório. Não as minhas contas, mas o relatório do Conselho Fiscal. Naquele momento, não se sabia de como era o relacionamento entre o presidente do Conselho Fiscal e seus conselheiros. Apenas para não me alongar na resposta, posso dizer a vocês que dia 30 vai ter reunião para recompor os membros do Conselho Fiscal, porque vocês também precisam entender por que o Vitória está sem conselheiro. Não vi ninguém fazer essa pergunta. Por que todos os conselheiros renunciaram? Sem exceção. Por que o presidente do Conselho Fiscal ficou sozinho, isolado e solitário? Apenas com apoio do presidente do Conselho Deliberativo. Não é singular? Não merece uma reflexão? Então eu vou tentar acelerar. Já em 2019, durante o evento Ba-Vi, na Fonte Nova, já houve um desentendimento entre o vice-presidente do Conselho Fiscal e o presidente do Conselho Fiscal, culminando com a renúncia do vice-presidente do Conselho Fiscal. Na época, não se deu muita importância. Há um desentendimento pessoal e tal. Não. É que essa forma de tratar do presidente do Conselho Fiscal se tornou uma constante, um padrão de relacionamento dele. Dentro do clube, com os funcionários do clube, com os membros do Conselho Diretor. E também com os membros do Conselho Fiscal, ocasionando a renúncia de todos, sem exceção. Antes dessa renúncia, e já com a renúncia do vice-presidente do Conselho Fiscal, esse rapaz começou a levar para a mídia, descumprindo expressamente dispositivo estatutário, assuntos do clube. Não podia fazer isso na posição em que ele estava. Tanto que existe uma denúncia do conselheiro Murilo Nery na mão do presidente do Conselho Deliberativo já há alguns meses.

– E o presidente do Conselho Deliberativo veio à mídia e mentiu, dizendo que não existia nada contra o Conselho Fiscal. Hoje eu posso dizer que o presidente do Conselho Deliberativo é um mentiroso, porque a denúncia está em meu poder e está em poder dele também.eu tive que ter acesso, porque não acreditei que aquela denúncia tinha sido retirada. Porque já havia tido uma outra denúncia que havia sido retirada um ano atrás, numa tentativa nossa de um acordo de boa fé, para melhorar o relacionamento com este senhor, o presidente do Conselho Fiscal, Jailson Reis. O fato é que esse rapaz levou para a mídia uma série de denúncias vazias. E a principal delas, ele repetia, com e-mails encaminhados para nós quase diariamente, dizia que tinha obstáculos intransponíveis para ter acesso aos documentos do Esporte Clube Vitória. Ora, em 2019, ele não teve obstáculo nenhum. Ele só teve em 2020. Porque só em 2020 teve início essa grande farsa que vocês estão assistindo e, finalmente, estão tomando pé. Que ocasionou ontem com a assunção interina do presidente do Conselho Deliberativo nas minhas funções. Isso tudo tem essa narrativa. Essas denúncias vazias foram levadas a uma reunião do Conselho Deliberativo, onde havia já uma animosidade plantada contra nós, por conta de resultados esportivos, que nada têm a ver com a minha autonomia nem a minha legitimidade. Eles criaram uma comissão, com o apoio do presidente do Conselho Deliberativo, Fábio Mota, para investigar se realmente as denúncias do presidente do Conselho Fiscal de que teria dificuldade de acesso às contas do clube seriam verdadeiras. Pois bem. Essa comissão de sete membros… Um deles, inclusive, trabalhou comigo no clube até dezembro de 2020. Não sei como não se sentiu envergonhado de estar na reunião. Mas ele estava a serviço de outros golpistas. Depois a gente descobre. Estes senhores estiveram no clube, e foi mostrado para eles, primeiro, três ou quatro pastas de e-mails respondendo aos constantes, incessantes e repetitivos, cansativos, e-mails do presidente do Conselho Fiscal me perguntando a mesma coisa. Semanalmente, ele me perguntava a mesma coisa. E eu, para não deixar sem resposta, o Conselho Diretor respondia. Entregamos a eles, Comissão Especial Processante, quatro pastas. Quem quer esconder as contas não responde quatro pastas de e-mails. E tem mais. Convidei os funcionários do clube que tratavam diretamente com ele, o financeiro e os dois contadores, e fiz eles entrevistarem essas pessoas. Eles foram unânimes em negar qualquer tipo de influência nossa na entrega das contas. Segundo, dizer que eles eram muito mal tratados, desrespeitados, desacatados. Isso foi dito pessoalmente aos membros da Comissão Especial, que não tiveram a coragem de escrever no relatório. Tinha tantas testemunhas que não sei como tiveram essa desfaçatez. Chamamos o TI do clube, o responsável pela tecnologia, e ele apresentou aos membros da Comissão uma pasta eletrônica criada, se não me engano, no dia 17 de fevereiro de 2020, para que o presidente do Conselho Fiscal e seus membros pudessem ter acesso a todas as contas do clube em meio eletrônico. Todas. Sabe o que descobrimos depois? Que os outros membros consultavam a pasta, e o presidente do Conselho Fiscal era o único que não consultava a pasta. E ainda recebeu um token de login e senha para ter acesso ao sistema do clube. Ou seja. Tudo isso, senhores, uma grande farsa. Já no Conselho, comandada pelo presidente do Conselho Deliberativo, que sabia disso tudo. Se eu fosse gravar tudo que eu ouvi do presidente do Conselho Deliberativo a respeito de sua opinião a respeito do presidente do Conselho Fiscal, os senhores iam ficar alarmados. Esse processo seguiu. Só que, quando entregamos essas pastas, entregamos também alguns assuntos que não estavam no objeto da comissão, que era verificar se estávamos criando dificuldades ou não de entrega dos documentos. Imagine criar uma comissão com uma coisa tão absurda, tão fora de propósito, para comprometer a vida do clube como está comprometida até agora.

– Pois bem, esses e-mails tratavam também de outros assuntos, porque não teve como controlar, mandar os e-mails somente sobre o assunto “acesso aos documentos”. Aí a Comissão Processante Especial, quando fez o relatório, ela citou também esses temas. Não só a questão dos documentos, onde ela até se contradiz. Ela diz no relatório, em um momento, que não partiu de mim nenhum desses aspectos, e, no final, ela diz que há uma situação de dificuldade. Uma coisa absurda, política, desproposital, jogando a imagem do clube na lama, porque hoje a mídia toda fala. Eu não gosto de ser vítima. Quem me conhece sabe que eu não nasci para ser vítima. Mas, nesse processo, eu sou a grande vítima, e o Vitória também. Esse relatório foi respondido por nós, duramente. Com fatos que não permitem nenhum tipo de argumento. Em uma outra reunião do Conselho, eles levaram esse outro relatório deles e a nossa resposta, é claro, para a comissão de ética. A comissão de ética, depois de um mês e tanto de trabalho, respondeu sugerindo o meu afastamento. Sugerindo, porque eles não tinham os elementos necessários para chegar a uma conclusão. Imagine, senhores, o absurdo e a irresponsabilidade dessas pessoas. E resolveram me afastar preventivamente pela primeira vez em 30 dias. Agora, os senhores estão entendendo o motivo do afastamento e já viram, pelas minhas respostas, qual é a minha opinião. Só que nós, quando recebemos essas informações do Conselho a respeito de outros temas que iam além da dificuldade de acesso aos documentos, nós fomos consultar o presidente do Conselho Fiscal porque havia uma clara usurpação de poderes entre a Comissão Especial e o Conselho Fiscal. Eles estavam cumprindo as mesmas funções. Nós perguntamos ao presidente do Conselho Fiscal se era para encaminhar aquelas informações complementares para a Comissão. Ele ameaçou a gente de entregar, que estava usurpando os poderes dele, que a gente não era para entregar as informações. Pois bem, eu fui julgado sem essas informações, porque o Conselho Fiscal impediu. Nós perguntamos ao Conselho Deliberativo o que fazer. Respondemos ao objeto da Comissão. Esses assuntos que foram adicionados, quando encaminhamos os e-mails de forma até inadvertida, mas que não há motivo nenhum de não responder. Nós preparamos a resposta, e o presidente do Conselho até hoje não se manifestou. Ou seja, ele permitiu que o processo seguisse, me punindo sem me dar direito de defesa. Conclusão: eles me mandaram um segundo processo. Depois de a comissão de ética ter dado o parecer da minha suspensão, o Conselho Deliberativo, através do senhor Fábio Mota, resolveu criar uma nova comissão. Essa comissão me fez um questionamento por escrito, eu respondi aos questionamentos e fiz incluir nessa minha resposta a chamada oitiva de várias testemunhas dos fatos que são narrados na entrevista. Essas testemunhas não foram ouvidas até o dia 26, porque não quiseram, porque tiveram tempo suficiente. Mas, para eles, não tinham o que fazer porque não podiam dar o parecer, senão eu teria que voltar. Eles resolveram prorrogar de forma absurda.

– Ou seja, hoje o presidente do Conselho e o seu conselho estão reduzindo o mandato do presidente eleito por uma questão política, absurda, de denúncias vazias. Eles não contavam com o afastamento do vice-presidente. Eles imaginavam que o vice-presidente iria continuar participando de toda essa situação. O vice-presidente cansou. Não conversei com ele e nem quero conversar para deixá-lo à vontade. Ele se afastou alegando motivos pessoais. Os senhores tirem suas conclusões. Surgindo a figura do nosso presidente do conselho deliberativo, um dos grandes causadores de toda essa crise do Vitória, a partir de nossa saída no dia 2 de setembro, quando o clube estava administrado, governado, equilibrado, com salários dos atletas em dia, com salário dos funcionários em dia e seis partidas invictas no início do segundo turno. Portanto, cabe a esses algozes, a esses golpistas, a responsabilidade por esse desastre administrativo e institucional que está acontecendo na vida do clube, hoje comandada pelo presidente do conselho deliberativo, Fábio Mota.

O senhor foi eleito em uma chapa que tinha o apoio de pessoas influentes no clube, como Alexi Portela, Manoel Matos, Ademar Lemos, entre outros. Queria saber o que houve para acontecer esse racha.

– Uma mentira. Isso é uma mentira contada muitas vezes. Tem a história de um nazista famoso, Goebbels, que ensinou o povo alemão a achar que a raça era pura. A mentira contada muitas vezes, vira verdade. Essas pessoas não tinham cargo diretivo no clube. É preciso entender o processo. Um clube de futebol hoje, no mundo moderno, no século XXI, precisa ter modelos de gestão e governança internos. De dentro para fora, e não de fora para dentro. Essas pessoas queriam dirigir o Vitória como no tempo da onça, onde você tem que ligar para as pessoas de manhã para perguntar o que elas acham do que estamos fazendo. É isso. Mesmo assim, criamos grupos de WhatsApp, fazíamos reuniões todas as segundas-feiras com eles, e, a cada derrota, eles sumiam. Você entende? A cada derrota, eles sumiam. Eles só queriam assumir o bônus, eles não queriam assumir o ônus. Eu posso até dizer, para fazer justiça, que esse presidente Fábio Mota aí, que me traiu, ele participava da maioria das reuniões. Esse era um dos mais presentes, até porque ele tinha cargo. Não me assusta a atitude dele. Nunca houve centralização. E essa medida que vocês estão divulgando de ontem, nada tem a ver de diferente com o que estávamos fazendo. Ele levou alguns conselheiros para terem função gerencial, e não diretiva, dentro do clube. O clube tem diretor de base, o clube tem diretor de futebol profissional, o clube tinha um gerente de marketing, que eles mandaram embora. Aí, naturalmente, eles estão pegando um golpista para colocar no lugar. Mas a gestão, inclusive eu soube que quando estava lá o vice-presidente em exercício, eles tinham sumido. Não apareciam no clube. Como na minha época. Na minha época, eles não apareciam no clube. Como você quer administrar a TV Bahia com os diretores trabalhando fora do clube, sem aparecer e sem tomar conhecimento das coisas? O resto é papo furado dessa turma de golpista.

O senhor se sente injustiçado?

– Essa coisa de injustiçado é muito piegas, é muito pequeno em relação à gravidade do problema. Se você imaginar que fiz um negócio no dia 10 de agosto, de Pablo e Pedrinho, onde o atleta Pablo deveria voltar a jogar no Vitória até o final do ano. Sabe onde ele está hoje? Em Curitiba, fazendo exame médico no Athletico-PR. Sabe onde está Pedrinho? No Athletico-PR. E sabe quanto o Vitória vai receber dos R$ 10 milhões? R$ 3 milhões. Essa não é uma questão de injustiça. Isso é uma questão grave de um golpe contra a instituição Esporte Clube Vitória. Eu não me sinto injustiçado coisa nenhuma. Eu sou um mote de resistência e de denúncia a esse estado de coisa, a essa turma que vivia comigo no clube, bem ou mal, e me apunhalava pelas costas. As reuniões aconteciam na casa de um deles. E a reunião era para derrubar o presidente Paulo Carneiro. Bem claramente. Tenho gente que participou das reuniões e me falou testemunhalmente. Então a questão não é de injustiça. A mídia também precisa tomar pé e partido desse absurdo. O Vitória está à beira de um grande colapso. E a chegada de Fábio não vai mudar coisíssima nenhuma. Ele é secretário de turismo da prefeitura. Então ele tem que ser posto para fora da prefeitura. Não dá para dirigir um clube da dimensão do Vitória dentro da secretaria de turismo. Ou colocar meia dúzia de gatos pingados para ficar assistindo ao clube trabalhar. O clube tem suas funções preservadas. Isso não é uma questão de injustiça. É uma questão de reconstituir um golpe dado contra a instituição Esporte Clube Vitória, não contra mim. Eu sou apenas uma causa, um motivo, uma justificativa. Não fiz nada errado. Como se pode admitir que, em 60 dias, esses caras não tiveram nada contra mim, e agora terão mais 60 dias? Engolindo prazos institucionais, legais, da presidência do clube. Qual a minha expectativa desse parecer? Nenhuma. Se é um golpe. Você deve ter visto na entrevista do presidente do Conselho que ele se trai. Diz que, se tiver um parecer contra, a AGE vai tirá-lo. Quem disse que a AGE tem que seguir o parecer do Conselho? Veja que a coisa está toda tramada, organizada. Agora o clube vai pagar a conta. Tem uma dívida de R$ 180 milhões, essa construída por eles. Essa eles não podem colocar em minha conta. Trabalhei 17 anos no Vitória, construí o clube inteiro, sou o maior vencedor de títulos. Isso não conta para eles. Saí do Vitória e deixei dinheiro em caixa. Saí deixando um passivo fiscal de R$ 15 milhões, parcelados na Timemania, na época não tinha Profut. Portanto, deixei o Vitória sem dívidas e rico, rico de atletas. Eles pulverizaram os atletas do clube. Transformaram o Vitória nesse passivo de R$ 180 milhões. Essa eles não podem colocar em minha conta. Esse endividamento começou em 2006. Já em 2012, o vice-presidente da época, o senhor Carlos Falcão, dava entrevista em um jornal de Salvador dizendo que a dívida ultrapassava R$ 100 milhões. Esse é o problema do Vitória. Não tem fluxo de caixa. Pode entrar em colapso a qualquer momento.

2 de 3 Paulo Carneiro diz que foi vítima de golpe — Foto: Reprodução

Paulo Carneiro diz que foi vítima de golpe — Foto: Reprodução

O senhor já disse em entrevistas que foi construído, ao longo dos últimos anos, um passivo de R$ 180 milhões no clube. Mas, além disso, temos visto, ao longo da sua gestão, jogadores acionarem o clube na Justiça e até pedirem rescisão de contrato. O que você pode dizer sobre isso?

– Você sabe o quanto o Vitória tem na Justiça do trabalho antes da minha chegada? Antes da minha chegada, o Vitória tinha R$ 10 milhões. De ações como essa. Sabe quanto o Vitória tinha no CNRD? Ações na Justiça Depostiva, de treinadores, empresários e jogadores. Na última vez que vi, estava entre R$ 5 e R$ 6 milhões. Sabe quanto o Vitória deve a Cleiton Xavier? R$ 4 milhões. Para Mancini? R$ 1,2 milhão. E já pagou R$ 800 mil. Sabe quanto deve para Willian Farias? De treinadores que foram embora? Ney Franco… O negócio é o seguinte, muito fácil de explicar. Se tenho fluxo de caixa negativo, se tenho receita de R$ 30 milhões para administrar o clube durante o exercício, e ainda administrar o passivo, que é antes do exercício, de R$ 180 milhões, nós não temos fluxo de caixa. E por não termos fluxo de caixa, alguns jogadores que saíram e foram contratados na minha época vão para a Justiça por um efeito em cadeia, absolutamente natural e compreensivo. Minha vida nesse clube foi pagar dívida. Em 2000, quando o Vitória virou S/A, eu estava no Vitória desde fevereiro de 1991, nós zeramos a dívida inteira do Vitória. Toda a sua existência. Minha vida nunca foi preocupado com a dívida dos outros. Hoje o Vitória tem um passivo com a Teo Sport, que fez um investimento no Vitória de U$$ 1,5 milhão, e recebeu o direito de vários jogadores. Coisa que todos os clubes faziam, o Vitoria também, não tinha caixa. Tinha 15% de Obina. O Vitória recebeu na Fifa o dinheiro de Obina, R$ 5 milhões. E o presidente da época não pagou a Teo Sport. A empresa foi à Justiça comum. Esse número, que daria em R$ 2 milhões, hoje está em R$ 9 milhões.

O processo ocorre enquanto o time briga contra o rebaixamento. Acha que a turbulência política atrapalha de alguma forma a performance da equipe em campo?

– Isso já está refletindo [no time] há muito tempo. Não existe futebol sem dinheiro. O reflexo é desde o dia em que eu entrei. Porque o Vitória viveu a vida inteira com dois meses de salários atrasados com seus atletas, funcionários e prestadores de serviço. Em média. Não há como não refletir no time. Me lembro de uma entrevista de um desses golpistas… Uma apresentação. Ele cuidava da área financeira quando a gente começou. E ele fez uma apresentação para nós todos. Naquele tempo, os golpistas estavam juntos comigo. E ele disse assim: “Se não botar R$ 6 milhões no clube até setembro de 2019, o Vitória vai parar”. Sabe quanto se botou, até agora, de recurso novo? Nada. A não ser agora, a venda de Pedrinho, construída por nós. A situação do Vitória é grave, porque o Vitória tem um passivo monstruoso. Esse passivo foi construído ao longo desses anos todos. E o clube foi perdendo.

– Quando chegou em 2018, é bom que vocês entendam isso. Até 2011, 2012, quando o Vitória ficou na Série B dois anos, com Alexi Portela, ele recebia R$ 30, R$ 40 milhões, de televisão todo ano. Como a dívida estava em torno de R$ 100 milhões, ele conseguia rodar a bicicleta. Era dois para um. Quando chegou agora, em 2018, que o Vitória caiu, e eu recebi, em 2019, o Vitória na Segunda Divisão, a receita de televisão, que era de R$ 40 milhões, caiu para R$ 6 milhões. E o passivo do Vitória, que era R$ 100 milhões em 2012, já estava em R$ 180 milhões. Estamos falando de R$ 30 milhões de receita total para R$ 180 milhões. A relação, que era dois para um, virou seis para um. É impossível administrar a instituição com esse desequilíbrio nas suas contas. E é o que vínhamos fazendo, com muito sacrifício, nesses dois anos e meio. Na hora em que a gente constrói um recurso para entrar no clube, líquido, de pelo menos uns R$ 7,5 milhões, aparece a figura de um conselheiro importante, não posso negar, histórico, e o cara tem a coragem de ligar para o presidente do clube comprador e dizer para não dar o dinheiro ao Vitória. Sabe por quê? Porque ele é o mesmo que fez com a Tel Sports. Esses R$ 3 milhões que vocês me perguntaram que saiu para a Magnum era o dinheiro que ele não queria que eu pagasse. Ele não queria que eu pegasse o dinheiro para pagar quem ajudou o clube. Quem investiu no clube. Então o Vitória, hoje, é essa panaceia. Essa turma que você viu aí que Fábio Mota disse que vai ajudar o Vitória, isso é mentira. Isso é turma de gente de abnegado. É um que vai ligar o poço da água. Nós estamos falando de ações institucionais fortes e graves. Não tem ninguém, com Fábio Mota, que vai tomar decisões fortes. O Vitória precisaria, hoje, de pelo menos R$ 10 a R$ 15 milhões para poder sobreviver. Porque o dinheiro de Pedrinho ficou pelo caminho. Só vai receber R$ 3 milhões. Não vai dar para nada.

O senhor foi acusado de repassar cerca de R$ 3,5 milhões para a empresa Magnum e de adiantar remunerações durante a pandemia. Como o senhor recebeu essas denúncias?

– Denúncias vazias. Eu não tenho o que falar. O cara botou no Vitória R$ 3 milhões. Você acha que ele não tinha que receber o dinheiro dele? Você não me fez essa pergunta. “Simplesmente a Magnum colocou no Vitória R$ 3 milhões e o senhor pagou R$ 3 e tanto, é verdade”? Na vida, tem que contextualizar as coisas. Você me diz que eu paguei R$ 3 milhões, e parece que o dinheiro não entrou no clube. Não precisa mais responder nada. Isso tudo tem contrato. Contrato.

Então foi um empréstimo?

– Na hora, foi um investimento que a Magnum fez, em relação a alguns atletas do clube. Ninguém bota dinheiro para não ganhar dinheiro. E ganhou, como contrapartida, percentuais de vendas futuras de atletas. Normal. Igual ao caso de Obina, que Alexi Portela não pagou à Teo Sports. Mesmo caso. Similar, pelo menos. Nada demais. Nada além disso. Infelizmente, naquele momento, essa turma de golpista assinou um documento para mim dizendo que eu não tinha que pagar à Magnum o recurso que ele botou no Vitória. Você acredita que eles queriam que eu desse uma de caloteiro? Só que eles não assinaram o documento. Quem assinou fui eu e quem pagou fui eu. É por isso que o Vitória tem essa imagem tão ruim no mercado. Porque o cara assume um compromisso e não paga. Foi assim com a Teo Sports. Recebeu o dinheiro e, depois, não quis pagar. Não é o meu caso. Se eu assinei um documento, o cara botou no clube R$ 3 milhões, ninguém discute os R$ 3 milhões. Entrou no clube R$ 3 milhões. E ele vai receber recursos oriundos da contrapartida que estava acertada em contrato. E não há o que discutir, a não ser a sacanagem de querer me procurar motivos para me afastar. É uma questão política. E os senhores têm que entender, além do que já tenho escrito na internet, mas não tenho tido caixa de ressonância na mídia. E agora acho que ela vai ter.

Durante o seu período na gestão do clube, o futebol profissional do Vitória chegou a mais um ano de luta contra o rebaixamento na Série B, que é a principal competição da temporada. O que deu errado para o time estar nessa situação mais uma vez?

– Depende da sua visão. Se sua visão for de curto prazo, deu errado. Se for de longo prazo, deu certo. Porque eu não estava preparando o Vitória para o curto prazo. Eu estava preparando o Vitória para ele não passar o que está passando. O Vitória ficou 12 anos na Série A. O Vitória ficou 12 anos na Série A, ininterruptos, na minha primeira gestão. É um caso inédito na vida do clube. A partir de 2006, o Vitória passou a virar time de aluguel. Deixou de formar jogadores. Conclusão: caiu em 2010, ficou em 2011, 2012. Depois, caiu em 2014. Ficou em 2015. Ou seja, o Vitória vem caindo com certa frequência. E isso devia chamar atenção da mídia. Por que o Vitória cai? Porque perdeu a estrutura de futebol. E, por isso, caiu de novo em 2018. Com um time caro e sem formatação. Quando entramos no clube, prometemos que teríamos dois terços do time formado em casa. É o que estávamos fazendo já em 2021. E tivemos bons resultados. Chegamos à semifinal da Copa do Nordeste, à quarta fase da Copa do Brasil. E, no Campeonato Brasileiro, fizemos um primeiro turno ruim, mas já estávamos reagindo no segundo turno, quando chegaram os golpistas. Saí do Vitória e deixei o Vitória invicto há seis partidas. Portanto, o projeto é um sucesso. O Vitória voltou a ter base. Reestruturamos a base inteira, vocês olham só o resultado do jogo. Eu estava preparando o Vitória para o futuro, para ele voltar a ser o clube das suas raízes. Da década de 1990, sob meu comando. O Vitória hoje está jogando com cinco ou seis atletas formados em casa. Essa formação vem desse projeto, que nós escrevemos antes de entrar no clube.

3 de 3 Paulo Carneiro está suspenso do comando do Vitória — Foto: Reprodução

Paulo Carneiro está suspenso do comando do Vitória — Foto: Reprodução

– Agora é preciso lembrar que, com esse passivo de R$ 180 milhões, não há como não brigar para não cair. É diferente dos nossos adversários, que não têm dívidas. São dívidas pequenas, de R$ 5, R$ 10 milhões. O problema é que o Vitória virou um clube de Série A na minha época. E nós acostumamos mal o torcedor. Voltamos e passamos a ter um orçamento de R$ 100 milhões. Em 2017, o Vitória tinha um orçamento de R$ 110 milhões. Quando ele vai, é lógico que parte desse passivo é absorvido por gestões futuras. Consequentemente, o Vitória vai aumentando seu passivo. Porque ele não tem geração de caixa. Caiu a geração de caixa. Não há como não refletir no futebol. Estou vendo aí o nosso rival com orçamento de R$ 140, R$ 150 milhões, há dois anos brigando para não cair. Aí você olha o time do adversário e vê, quantos jogadores da base tem nesse time? Não há como sustentar. O caso do Fortaleza é um case de sucesso, que é fora de padrão, ponto fora da curva. No ano passado, brigava para não cair. Neste ano, está brigando para chegar. Mas não serve de parâmetro, porque é um ponto fora da curva. Sem tirar o mérito da gestão do Fortaleza. Mas, na média, os clubes que sobem sem projeto de futebol caem. Basta olhar Goiás, Coritiba, a briga do Atlético-GO para ficar. Todos esses clubes, Juventude, que já está na zona rebaixamento… Esses clubes de orçamento abaixo de R$ 100 milhões não têm condições de ficar na Série A. Portanto, o Vitória hoje é um clube de Série B.

As negociações de Pedrinho e Pablo Siles antecederam seu afastamento, mas se arrastaram e só foram concluídas após o senhor deixar a presidência. O que aconteceu?

– Acho que você podia concluir. Se a negociação foi fechada, é porque aquela história era tudo história. Você acha que, se o clube tivesse um jogador livre, ia pagar o Vitória para pagar? Não existe no futebol, para vocês que não têm experiência, você não consegue receber dinheiro antes da rescisão. Só depois que rescinde o contrato. Isso é ato contínuo. O documento ontem exposto no Correio da Bahia responde sua pergunta. Naquele momento, o Athletico, visto que eu ainda presidente ia colocar na Justiça, entrou com esse papo furado de jogador de passe livre. Ao mesmo tempo, negociava com a gente. Essa é uma história que o resultado está aí. O conselheiro Alexi Portela, quando o negócio estava fechado, ligou para o Athletico e disse que não negociasse com a gente. Que eles iam afastar o presidente Paulo Carneiro e iam negociar com eles. Eu tenho documento e áudio. Tenho documento do presidente do Athletico ao jogador, tenho em mãos, dizendo "fique tranquilo que o presidente do Conselho do Vitória me ligou, dizendo que está afastando o presidente, estamos esperando. Vai dar tudo certo". Vocês acreditam nisso? Que o Vitória teve gente com a petulância de ligar para o clube comprador para dizer para não pagar. O nome dele é Alexi Portela. Vocês precisam confirmar. E ele teve o apoio de Fábio Mota. Essas pessoas estão à frente do clube. Deixo que a opinião pública tire suas conclusões. Tem mais. O Vitória, com essa influência negativa de Alexi Portela, deixou de receber R$ 10 milhões brutos para receber R$ 4 milhões, porque R$ 2 milhões são de Pablo Siles. Que já foi liberado pelo Danúbio e está no Athletico, quando, por nosso acordo, deveria jogar no Vitória até o fim do ano. Era nosso principal jogador. Vitória está tão esculhambado que mandou a passagem para ele voltar, ele voltou com a passagem do Athletico. Leia a proposta do Athletico e veja que ele deveria jogar no Vitoria até o fim do ano. Fora o jogador Léo, que nunca esteve na negociação, e o Vitória agora está pagando R$ 4 milhões da dívida que ainda vai ser transitada e julgada na Justiça. Quando o senhor Carlos Falcão sonegou o dinheiro do Athletico em 2012, não pagou o Athletico R$ 1,5 milhão, que o Athletico tinha depositado na conta do Vitória. Vendeu Léo para o Flamengo, ficou com R$ 2 milhões, mais R$ 1,5 milhão. O Athletico agora está cobrando R$ 4 milhões, que no meu negócio não aparecia. Essa imoralidade que sobrevoou o Vitoria e mergulhou de cabeça na instituição, ferindo a instituição gravemente. Eu fico pensando o que pensa os torcedores, os jogadores, os sócios e investidores, patrocinadores, no momento em que o futebol está se profissionalizando, se capitalizando. Qual será o futuro da nossa agremiação, qual será o futuro do nosso clube na mão dessa turma de golpistas.

O senhor acredita que conseguirá retornar à presidência do Vitória ao fim desse processo? Caso não acredite, acha que essa disputa tomará o caminho da judicialização?

– Mas eu já estou na justiça. Só que Fábio Mota está dizendo por aí que não vou conseguir nada na justiça. Ele deve está mandando na justiça, né?

O senhor falou sobre os efeitos do ambiente político, mas, antes de ser eleito, foi um duro critico da gestão Ricardo David, por exemplo. Acha que contribuiu de alguma forma para o ambiente político atual?

– Claro que não, eu fiquei no Vitória por 17 anos, por que não tinha ambiente político? Sou a mesma pessoa, talvez até mais calmo, mais velho, mais experiente. Por que levei 17 anos no Vitória em clima de concórdia ? Fui eleito várias vezes por aclamação. Não, senhores; não bote essa peste em mim, não. Ricardo, dos piores, foi o melhor, pelo menos não endividou o clube. Ele só não tomou decisões que tinha que tomar e ele não fez a política, realmente, se isolou. Eu não quis me isolar. Em nenhum momento quis me isolar, quem me conhece e conhece a minha gestão sabe que em nenhum momento quis me isolar. Tudo que fizemos lá era em grupo, em equipe, tudo. As contratações, as dispensas, eu nunca tomei decisões sozinho. Sou um cara de grandes corporações, tenho uma experiência enorme. O Vitória, foi S.A nas minhas mãos, pela primeira vez no Brasil, o Vitória foi S.A conosco.

– Sabe o que é S.A? Eu quando transformei o Vitória em S.A com apoio do conselho, sede da assembleia era porque eu queria governança. Eu tinha um estatuto que me impedia de vender um jogador acima de 1 milhão de dólares, tinha que convocar o conselho gestor. Esse conselho gestor que Fábio Mota está falando que é conselho gerencial, que não tem nenhuma relevância, o nosso não. O nosso decidia venda de jogador, decidia compra, alienação de patrimônio. Eu me condicionei a trabalhar em uma organização esportiva, a mesma que nós estamos conversando agora, nessa forma. Portanto, tenho exemplos que falam por mim. Não criei essa situação, essa situação foi criada por pessoas que querem mandar no presidente, que pensam que o presidente é capacho, quer mandar no presidente.

– Mandar no presidente, não, ajudar o presidente, sim. Eu tenho um áudio gravado de um deles, que dizia com determinado dirigente: "Mas o presidente tem que tomar a decisão, o regime é presidencialista" e ele responde em áudio, alto e bom som: "Mas eu quero mandar", talvez isso responda a sua questão.

Teme pelo futuro do Vitória?

– Temo. Temo pela paralisação das atividades do Vitória. Estou te dizendo pelo conhecimento pleno que tenho sobre a situação do clube. De forma responsável, estou te dizendo. Se o Vitória não ficar na Série B, todos vão correr.

Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/afastado-paulo-carneiro-diz-que-foi-vitima-de-golpe-o-vitoria-esta-a-beira-de-um-grande-colapso.ghtml


Afastado Paulo Carneiro vítima


Clique aqui para ler mais notícias do Vitória

Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.