Raimundo Viana explica projeto de Arena, antecipação de cotas e crise no Vitória: "Está no DNA renunciar"

Raimundo Viana explica projeto

O barradao.com traz para você mais uma notícia do Esporte Clube Vitória.
Aqui você fica sabendo das notícias publicadas nos quatro maiores sites esportivos do Estado da Bahia, confira abaixo o que acabou de sair na mídia.

As trocas constantes de técnicos e de jogadores são comuns no futebol brasileiro. Mas, no Vitória, a instabilidade se estende ao cargo de presidente. Nos últimos seis anos, apenas Raimundo Viana cumpriu o seu mandato como presidente do clube de forma ininterrupta. Gestão esta de um ano e oito meses, já que assumiu "mandato tampão" por conta da renúncia de Carlos Falcão.

Raimundo Viana foi presidente do Vitória de abril de 2015 até dezembro de 2016 e teve como ponto alto o acesso para a Série A. No ano seguinte, o clube lutou contra o rebaixamento na Primeira Divisão e só escapou graças a uma combinação de resultados na última rodada, já que perdeu o seu jogo no Barradão. Após esse período, ele se candidatou três vezes, mas foi derrotado por Ivã de Almeida, Ricardo David e Paulo Carneiro. Os dois primeiros renunciaram, e o último está afastado.

– Está no DNA do Vitória uma coisa perversa. O Vitória foi fundado pela família Valente, aqui num prédio da Avenida Sete. O primeiro presidente eleito foi Arthêmio Valente. Dezoito dias depois, ele renunciou. Então está no DNA renunciar. Isso é uma quebra de sequência com efeitos catastróficos – disse.

1 de 3 Raimundo Viana foi presidente do Vitória entre 2015 e 2016 — Foto: Ruan Melo

Raimundo Viana foi presidente do Vitória entre 2015 e 2016 — Foto: Ruan Melo

O ge e a TV Bahia estão fazendo uma série de entrevistas com ex-presidentes e figuras importantes na vida política do Vitória para entender a crise que culminou com o rebaixamento do clube para Terceira Divisão. Ivã de Almeida e o Paulo Carneiro foram os primeiros entrevistados. A reportagem aguarda retornos do ex-presidente Alexi Portela e do presidente em exercício Fábio Mota. Ricardo David preferiu não se manifestar.

Raimundo Viana foi criticado pelo seu sucessor no comando do Vitória, Ivã de Almeida, que viu o adiantamento em cotas de televisão realizado em 2016 no valor de R$ 40 milhões como prejudicial para o futuro do clube.

– O que existiu foi um prêmio, luvas. Isso não faltou ser pago. É dever do dirigente procurar recursos para gerenciar, sair da mesmice. Nós tínhamos acabado de sair de uma Segunda Divisão. Nós entramos na Primeira Divisão, precisávamos ter um padrão de Primeira Divisão.

– Nós deixamos em depósito R$ 20 e tantos milhões, deixamos o dinheiro do Marcelo, deixamos um ativo expressivo que era parte do Marinho, que hoje é estrela do Santos, está para ser convocado para a Seleção. Dia desses até falei com ele, que mais um pouquinho ele chegava lá. Fizemos boas contratações. Repaginamos o Barradão, construímos vários campos de treinamento. Somando tudo isso, daria uns R$ 50 e poucos milhões.

– É isso que leva o Vitória para essas coisas. Uma das várias causas que leva o Vitória para essa situação é esse maniqueísmo, a incompreensão diante do erro, a intolerância diante do fracasso. O erro é ruim. Mas pior que o erro, para mim, é não reconhecer o erro para evitar o erro futuro – completa.

Durante a gestão Raimundo Viana, o Vitória também lançou o projeto da Arena Barradão, orçado para custar em torno de R$ 270 milhões, mas que não se concretizou. Raimundo defendeu o gasto para a realização do projeto arquitetônico do estádio, que tinha previsão de inauguração em maio de 2019.

– O projeto não é meu. Não é de A ou de B. É um projeto do Vitória. Está lá aprovado pela secretaria da prefeitura. É um projeto de arena, arquitetônico. Inclusive, fizemos um amistoso na Bahia com um time da China para abrir portas. O destino do futebol mundial está na China. Queríamos abrir a possibilidade de entrar no dinheiro da China. Quando falamos que o orçamento da Arena Barradão era de quase R$ 200 milhões, o Luxemburgo, que era técnico do Tianjin Quanjian, disse que isso era trocado para o capital chinês. Todo mundo pensa em arena. Será que o Vitória, na Primeira Divisão, não tem direito de fazer um projeto? O projeto está aí. Se alguém assumir o Vitória hoje e pensar no futuro… "Ah, mas o Vitória não tem esse dinheiro". Então vou arranjar um amigo rubro-negro para fazer um projeto arquitetônico de graça. Isso é profissionalismo? – questiona.

– [Não saiu do papel] Porque eu saí do mandato. É simples. Meu mandato foi de um ano e oito meses. Pergunta aos ex-presidentes, quantos fizeram.

2 de 3 "Uma das várias causas que leva o Vitória para essa situação é esse maniqueísmo", diz Raimundo Viana — Foto: Ruan Melo

"Uma das várias causas que leva o Vitória para essa situação é esse maniqueísmo", diz Raimundo Viana — Foto: Ruan Melo

Veja abaixo todos os trechos da entrevista:

O que foi determinante para o rebaixamento?
– Não houve uma causa determinada, mas uma sequência de causas, fatos. Dentro do clube, na classe dirigente. Enfim. Uma sequência de planejamento, embora elaborado em cima de objetivos, que não foi devidamente monitorado para você detectar, se fosse o caso, a mudança de cor. Na cor verde, você vai para o amarelo. Do amarelo, você começa a ver o vermelho. E está na hora de mudar o rumo. Num clube de futebol, principalmente, a gente não discute que não tenha havido um planejamento. O que não houve foi monitoramento, aqui e ali, da execução desse planejamento. Às vezes, circunstâncias diversas mudam as coisas.

Por que tantas trocas de presidência no Vitória?
– Está no DNA do Vitória uma coisa perversa. O Vitória foi fundado pela família Valente, aqui num prédio da Avenida Sete. O primeiro presidente eleito foi Arthêmio Valente. Dezoito dias depois, ele renunciou. Então está no DNA renunciar. Isso é uma quebra de sequência com efeitos catastróficos. Recentemente, eu vi uma matéria de vocês, na TV, dizendo que, nestes últimos cinco anos, o Vitória teve seis presidentes. Menos eu. O único que não renunciou fui eu. É como treinador. Se você muda mais de três treinadores durante uma competição, você é candidato ao fracasso.

Ivã de Almeida alega que o adiantamento de cotas de televisão feito na sua gestão pode prejudicar o Vitória no futuro. Como explica o adiantamento das cotas de televisão?
– Toda organização, particularmente clube de futebol, e o nosso Vitória em especial, tem suas instâncias próprias. As contas foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo, que, aliás, não foi eleito por mim. Foi eleito na chapa contra a minha chapa. E esse Conselho adversário aprovou minhas contas. Nós, realmente, junto à Globo, fomos o primeiro ou o segundo a aderir a programação de renovação de patrocínio com a Globo. É aquela história: “Boi que chega primeiro bebe a água melhor”. Nós tivemos, ao contrário de só empréstimo… O que existiu foi um prêmio, luvas. Isso não faltou ser pago. É dever do dirigente procurar recursos para gerenciar, sair da mesmice. Nós tínhamos acabado de sair de uma Segunda Divisão. Nós entramos na Primeira Divisão, precisávamos ter um padrão de Primeira Divisão. E este era o nosso objetivo. Da Primeira Divisão, evoluir. Na verdade, eu não entro nessa discussão. Me parece que essa palavra “mentira” está mais própria do juizado criminal do que propriamente juizado esportivo.

– Aí eu pergunto: por que [Ivã de Almeida] não provou isso perante o Conselho Deliberativo, que discutiu as contas dele, reprovou e o tornou inelegível? Faz muito tempo. Faz o seguinte, Ivã. Você sabe da admiração e respeito que lhe tenho. Nós temos muitas amizades em comum. Conversa com elas. Ou então vamos dar um passeio no shopping. Se você for aprovado, eu vou também te aprovar. Antes disso, não.

3 de 3 "Se você muda mais de três treinadores durante uma competição, você é candidato ao fracasso", diz — Foto: Ruan Melo

"Se você muda mais de três treinadores durante uma competição, você é candidato ao fracasso", diz — Foto: Ruan Melo

– Nós deixamos em depósito R$ 20 e tantos milhões, deixamos o dinheiro do Marcelo, deixamos um ativo expressivo que era parte do Marinho, que hoje é estrela do Santos, está para ser convocado para a Seleção. Dia desses até falei com ele, que mais um pouquinho ele chegava lá. Fizemos boas contratações. Repaginamos o Barradão, construímos vários campos de treinamento. Somando tudo isso, daria uns R$ 50 e poucos milhões [em ativos]. Ah, mas tem compromisso, tem IPTU da sede do remo. Ué. Se acha que o dinheiro foi mal tomado, que era uma antecipação qualquer, por que não devolveu? Estava lá, parado. Em dinheiro vivo, em aplicação, quase R$ 30 milhões. Somando os ativos, dava R$ 50 e poucos milhões. Registrado na imprensa. Não sou eu quem está dizendo. Não vou entrar nessa discussão. Basta ir no Conselho Deliberativo, que nem era meu. Não foi eu que elegi, e aprovou minhas contas. Aprovou porque me achava bonito? Eu tinha acabado de perder uma eleição.

– Aprovaram minhas contas e eu não tinha mais poder. É isso que leva o Vitória para essas coisas. Uma das várias causas que leva o Vitória para essa situação é esse maniqueísmo, a incompreensão diante do erro, a intolerância diante do fracasso. O erro é ruim. Mas pior que o erro, para mim, é não reconhecer o erro para evitar o erro futuro. Por isso eu sou contra a falta de sequência diretiva e a falta de sequência profissional.

A sua gestão também apresentou o projeto da Arena Barradão, que acabou não seguindo adiante. O que aconteceu?
– O projeto não é meu. Não é de A ou de B. É um projeto do Vitória. Está lá aprovado pela Secretaria da prefeitura. É um projeto de arena, arquitetônico. Inclusive, fizemos um amistoso na Bahia com um time da China para abrir portas. o destino do futebol mundial está na China. Com os quase dois bilhões de habitantes. Queríamos abrir a possibilidade de entrar no dinheiro da China. Quando falamos que o orçamento da Arena Barradão era de quase R$ 200 milhões, o Luxemburgo, que era técnico do Tianjin Quanjian, disse que isso era trocado para o capital chinês. Era cajá. Todo mundo pensa em arena. Será que o Vitória, na primeira divisão, não tem direito de fazer um projeto? O projeto está lá. Você pagou um projeto arquitetônico. Quantificou o projeto na ordem financeira. O projeto está aí. Se alguém assumir o Vitória hoje e pensar no futuro… ah, mas o Vitória não tem esse dinheiro. Então vou arranjar um amigo rubro-negro para fazer um projeto arquitetônico de graça. Isso é profissionalismo? Foi ali que nasceu, não deram sequência.

– [Não saiu do papel] porque eu saí do mandato. É simples. Meu mandato foi de um ano e oito meses. Pergunta aos ex-presidentes, quantos fizeram.

Futuro do Vitória
– Primeiro ponto, você definir a permanência da direção do clube. Quem vai ficar? É o que está aí ou vai ter eleição? O Paulo sai definitivamente ou não sai? A partir daí vc vai ver o perfil do candidato. E aí vem um problema, qual seria o tempo de mandato? Pra completar o mandato do Paulo? Fazer um mandato inteiro? Fazer um mandato alargado? Enfim, tem que definir essas questões domésticas. Para a partir daí você entregar a presidência do clube para alguém que possa se apresentar e fale “eu sou o presidente do vitória”.

Fonte: https://ge.globo.com/ba/futebol/times/vitoria/noticia/raimundo-viana-explica-projeto-de-arena-antecipacao-de-cotas-e-crise-no-vitoria-esta-no-dna-renunciar.ghtml


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Portanto, por isso, assim sendo, por conseguinte, conseqüentemente, então, deste modo, desta maneira, em vista disso, diante disso, mediante o exposto, em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, logo, pois, portanto, pois, (depois do verbo), com isso, desse/deste modo; dessa/desta maneira, dessa/desta forma, assim, em vista disso, por conseguinte, então, logo, destarte.